sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

DURA LEX SEDE LEX, NO CABELO SÓ GUMEX


Tínhamos um espelho na sala de visitas. Naquela época nós frequentávamos uma Igreja Batista que era extremamente legalista no que se referia a costumes. Bem intencionados nas razões do seu legalismo, mas assim mesmo legalista. As mulheres não podiam usar calça comprida, maquiagem, jóias ou bijuterias.
Um dos rapazes membro daquela Igreja veio uma tarde me visitar. A primeira coisa que me chamou a atenção naquela visita foi o tanto de vezes que aquele moço se arrumava diante do espelho. Ou era o cabelo, ou a camisa, ou ainda os dentes, volta-e-meia ele se olhava.
Depois de algumas conversas preliminares ele revelou o motivo da sua visita: queria saber a razão de a Denise, minha mulher, e a Cíntia, minha filha, ainda usarem bermudas e calça comprida, costume que não era permitido aos membros da Igreja. Eu expliquei que como éramos novos naquela comunidade, elas não tinham um guarda-roupa suficiente para suprir essa nova necessidade, ou em outras palavras, não tinham saias e vestidos suficientes para só usarem isso. Quando acabei de falar, o rapaz levantou-se, foi à frente do espelho e, enquanto arrumava cuidosamente os seus cabelos com um pente que tirara de um dos bolsos da sua calça, me falou:
- Não é nada disso. Eu sei o que é. É vaidade. E isso é pecado, sabia?
Dito isso ele pegou a Bíblia que ele havia trazido, a qual não foi aberta, a colocou debaixo do braço, se despediu e foi embora. Eu gostaria de ter podido filmar a minha cara!
“Na cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e os fariseus. Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem. Atam fardos pesados [e difíceis de carregar] e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.” (Mateus 23:2-4)
Penso que muitas vezes o legalismo é a “força” de quem peca ou já pecou muito.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O OLHAR DE JESUS


“E Jesus, fitando-o, o amou(...)” (Marcos 10:21a)
“Então, voltando-se o Senhor, fixou os olhos em Pedro, e Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera: Hoje, três vezes me negarás, antes de cantar o galo.” (Lucas 22:61)
Como será que era o olhar de Jesus?
Sabemos que, apenas com um olhar, podemos expressar todas as emoções e muitos pensamentos. Há uma eloquência enorme nos nossos olhos.
Olhando para o jovem rico, Jesus manifestou amor.
Já o olhar firme de Jesus para Pedro é difícil de se definir. A princípio eu pensei que foi com uma expressão de “Eu avisei, não avisei?”, mas depois conclui que isso não se coaduna com as atitudes do Senhor. A Célia, minha amiga da Capelania, pensa que pelo olhar, Jesus disse algo parecido com “Pedro, eu não podia fazer nada enquanto você não me negasse, mas agora posso manifestar a você o meu amor compreensivo”. Uma coisa sei, em um momento crítico da vida de Jesus, e da história, nosso Mestre arrumou um tempo para “olhar” para aquele discípulo que Lhe era especial.
Ele está olhando para mim agora. Ele está olhando para nós agora. Ele está olhando para você agora.
E é com esse mesmo olhar que devemos olhar os outros.
“São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” (Mateus 6:22-23)
“Se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida com um só dos teus olhos do que, tendo dois, seres lançado no inferno de fogo.” (Mateus 18:9)

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

QUEM ESTÁ MORTO PRECISA SER CARREGADO


Os discípulos de um grande mestre lhe perguntaram qual é a maior sabedoria. Ele, por um bom tempo os fitou sem falar nada. Os discípulos insistiram na pergunta, mas ele continuou calado. Mais duas ou três vezes eles insistiram, e nada de o mestre abrir a boca. Então eles desistiram. Quando iam se retirando, o mestre falou: “A maior sabedoria é saber ficar em silêncio. Mas nem todos conseguem entender isso”.
Hoje, Quarta-feira de Cinzas, estou começando a me preparar para a Páscoa. E o tema da meditação de hoje é o silêncio.
Refletindo sobre a necessidade de nos colocarmos em silêncio diante de Deus, me passou pela cabeça alguns tópicos que para mim já são um tanto óbvios: o silenciar acalma nosso corpo, alma e espírito, o silêncio proporciona concentração, facilita colocarmos as idéias em ordem, aumenta nossa capacidade de ouvir.
Eu queria algo mais. Então me veio à mente o Salmo 94:17 “Se não fora o auxílio do SENHOR, já a minha alma estaria na região do silêncio”.
A “região do silêncio” refere-se à morte. Na morte há silêncio, e o meu silenciar deve ser como se eu estivesse morto.
Parafraseando o dito popular, devemos nos fazer de mortos para termos vida. Parece uma incoerência, mas não é. Quando estou “morto”, não tenho vontade própria.
“Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.” (Romanos 8:13)
Que de vez em quando em nós haja um “silêncio mortal”, que incomoda, mas traz vida.
“Mas eu me orgulharei somente da cruz do nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, por meio da cruz, o mundo está morto para mim, e eu estou morto para o mundo.” (Gálatas 6:14 NTLH)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Um projeto que faz milagres

Esse texto que segue abaixo foi escrito pela Natália, uma das nossas voluntárias na Capelania. Veja que legal.

Um projeto que faz milagres
Certo dia, cheguei ao Hospital das Clínicas da UNICAMP e o Chico falou para eu acompanhar o Guito e o amigo dele no projeto que eles estão envolvidos, que é o Projeto TUM-TÁ. Eles levam a mensagem do Senhor através da música.
Fomos primeiro na ala de Quimioterapia. Nunca tinha visto antes aquele ambulatório, nem sabia como eram aplicados os medicamentos. Na verdade, imaginava algo bem diferente do que é. Lá no HC, tem uma sala de espera e depois um salão onde as pessoas ficam sentadas em poltronas bem confortáveis recebendo os medicamentos pela veia; todas as poltronas ficam encostadas na parede, portanto forma-se uma espécie de semi-circulo e nós estávamos ao centro. O Guito se apresentou e começamos a louvar. O que posso dizer? O louvor faz milagres, foi bem tocante pra mim, olhar aquelas pessoas ouvindo, uma delas até cantava conosco. Depois saímos e cantamos também na sala de espera.
Então subimos para as enfermarias. A primeira coisa que o Guito fez foi ver em quais dos quartos não poderíamos entrar por conta de infecção. Apenas um. Perfeito, começamos a cantar, a louvar e as verdades daquelas canções inundavam meu coração. Não existe um lugar especifico para adorar. Deus se faz presente, Ele quer corações quebrantados diante Dele.
Entramos num quarto onde estava uma senhora crente, cantamos com ela, oramos por ela, já faziam 30 dias que ela estava lá. A tristeza, o desânimo, as feridas começam a aparecer e cada dia se torna mais longo que o dia anterior. Não posso entender claramente o que ela passava, mas me compadeci demais por ela e intercedi por sua vida com a esperança da ação do SENHOR restabelecendo sua saúde.
Enquanto estávamos em um dos quartos, uma senhora entrou e disse: “Eu estava ouvindo essa musica lá do quarto do meu filho e quis saber de onde vinha. Por favor, vocês pode ir lá depois?” Respondemos: “Sim! Iremos”. Ela nos disse o numero do quarto. Acredite, era o quarto que não deveríamos entrar por ter um paciente com infecção hospitalar. Mas Deus tem Seus planos e Ele não se esquece de ninguém, Ele não exclui ninguém!
Falamos com a enfermeira e ela disse que poderíamos entrar, mas não poderíamos tocar no paciente. Fomos lá então. Na cama mais próxima da porta, estava o filho da tal senhora. Um moço muito gordo. Na outra, o paciente que não poderia ser tocado...
A alegria da mãe e do filho foi grande quando chegamos ao quarto, o outro paciente mal nos olhava. Começamos a louvar, cantamos aquela canção que diz: “Deus está aqui, tão certo como o ar que eu respiro, tão certo como o amanhã que se levanta, tão certo como eu te falo e podes me ouvir”.
À medida que os versos se repetiam eu ouvia aquele homem intocável, chorar e seu choro ia aumentando, aumentando...ele não nos olhava, ele olhava para a janela e chorava.
Não importa se eu e os meninos não podíamos tocar nele, o Rei dos Reis pode e tocou. Mas o toque do SENHOR é incomparável, Ele toca no coração, Ele alcança aonde não podemos alcançar, isto é, a alma!
Oramos por ele e entregamos uma literatura! Deus tem a palavra de salvação, de conforto para os homens. Este é um projeto que faz milagres. Eu louvo a Deus pela experiência de ver o quebrantamento que a música trouxe ao coração de tantos e ter a certeza de que Sua palavra não volta vazia. Eu te amo SENHOR!
Preciso dizer que vi este homem outra vez, semanas depois. O vi fora do quarto!
Natália Stradulis

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

CHICLETE NA CRUZ


Lembro-me de uma simples mas profunda ilustração que ouvi pela primeira vez em ALVO DA MOCIDADE.
Um homem, que está numa longa e quente estrada, carregando uma grande e pesada mala, consegue uma carona em uma camionete.
Agradecendo, ele senta-se no banco ao lado do motorista com a mala no colo. O dono do carro, vendo isso, lhe diz que pode colocar a mala na carroceria.
O homem responde: “- Não obrigado, moço, não quero forçar o motor da sua camionete”.
Muita gente não consegue entender o perdão e a graça de Deus. Continuam levando inutilmente o peso da culpa que já foi pago na cruz de Cristo.
Já ouvi de uma moça (não cristã) a seguinte frase: “- Eu devo ter grudado chiclete na cruz de Cristo para que isso me acontecesse”. Ou outra: “- Aqui se faz, aqui se paga”.
Eu colecionei 4 excelentes definições de GRAÇA.
A primeira delas é a que se ensina na Escola Bíblica Dominical. “Graça é favor imerecido”. Gosto dessa definição porque é academicamente perfeita.
A segunda define graça como “a maneira de Deus nos tratar apesar de como somos”. Gosto dessa definição porque ela nos remete a um relacionamento de comunhão inabalável com Deus.
A terceira definição é de Brennan Manning: “Graça é ternura recebida”. Gosto dessa por ser poética, lembra-nos que a comunhão que podemos ter com Deus é permeada de amor.
Na quarta definição, R. Paul Stevens nos diz que graça é simplesmente “lar”. Gostei porque nos dá a idéia de que não precisamos fazer nada para pertencermos ao nosso lar, com seus cheiros, sabores, comodidades, segurança e amor.
E pensar que a Bíblia nos garante que temos recebido “graça sobre graça”.
Nós só podemos afirmar que entendemos a GRAÇA quando tratarmos os outros com GRAÇA.
Todos os outros.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O CARNAVAL ESTÁ ACABANDO?














Minha família sempre gostou muito do Carnaval. Desde criança eu ia aos bailes. Cresci e continuei indo.
Quando eu era moço nós morávamos em um apartamento na Francisco Glicério (aqui em Campinas) e era naquela avenida que se realizavam os desfiles das Escolas de Samba e Blocos. Meus amigos vinham até lá para ficarmos vendo o desfile da varanda e beber, beber ... Lá pelas 11 horas íamos para o baile para brincar, namorar e beber, beber ... Eu bebia em demasia todas as 4 noites do Carnaval, e durante o dia passava muito mal. Enjoo, dor de cabeça, tontura. Era horrível.
Em um determinado ano resolvi experimentar passar aqueles 4 dias de folia sem beber. Quer saber de uma coisa? Me diverti muitíssimo mais!
Aí no ano seguinte, resolvi experimentar aqueles 4 dias sem o Carnaval. Foi extremamente mais prazeroso!! Foi quando descobri que não gostava, e ainda não gosto, dessa festa.
Mas por que não gosto? Porque, obviamente, é só coisa que não presta que tem ali. Eu “ia meio que no embalo”. Sempre fui e sempre achava que tinha que ir. Então ia.
Certa vez um rapaz me falou que “o Carnaval para ele era sagrado”, ele tinha que ir. Chamei-o de lado e pedi que ele não usasse o termo “sagrado”, para não misturar as coisas. O Carnaval não tem nada de sagrado, muito pelo contrário, é mundano e demoníaco.
“Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno.” (1 João 5:19)
“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.” (1 João 2:15-17)
O Carnaval é o mundo se apresentando descaradamente. Me preocupam mais as suas manifestações sutis e disfarçadas fora desse período. O Carnaval, como a “festa da carne”, anda mais fantasiado durante o ano inteiro do que nos 4 dias de reinado do Rei Momo. Os Retiros de Carnaval deveriam durar pelos outros 361 dias do ano.
Mas o que vemos é um constante desfile.
Como “Comissão de Frente”, vem o alcoolismo fantasiado de Beber Socialmente.
Depois vem a ala da grosseria fantasiada de Sinceridade e Transparência.
Em seguida tem o destaque da desonestidade fantasiada de Sinal de Inteligência.
A promiscuidade, semi-nua, aparece em seguida fantasiada de Aproveitar a Vida.
A futilidade vem fantasiada de Etiqueta.
O bloco chamado de Valores é composto por pessoas tais como o Desamor, a Desunião, o Desprezo aos Outros, etc..., todos fantasiados de atores de novela.
Encerrando o desfile vem o carro alegórico chamado Religião, cujo destaque lá em cima é a hipocrisia, com uma deslumbrante fantasia de Espiritualidade.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

ESPIRITUALIDADE A CADA MOMENTO


Uma amiga minha foi a uma viagem missionária organizada pela Igreja dela. Ela passou 15 dias morando e trabalhando em uma comunidade ribeirinha no interior do nosso país. Nesse lugar não tem energia elétrica nem água encanada. Fizeram um ótimo trabalho de evangelização, estudos bíblicos, assistência social e de saúde.
Quando voltou, ela me disse:
- Foi maravilhoso! Esse foi o único período da minha vida em que vivi com Deus todos os dias.
Digo-lhes que fiquei espantado com essa observação.
Eu imaginava que todos os cristãos vivessem com Deus todos os dias, mas depois que ouvi isso perguntei a várias pessoas evangélicas e a maior parte delas afirmou que são como aquela minha amiga!
Espera aí! Então essas pessoas não seguem a Cristo?!
“Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.” (Lucas 9:23)
Confesso que, como todo mundo, eu peco todo dia, e há dias em que peco mais. Mas uma coisa não acontece: ficar um dia sem Deus.
Já pensou um dia sem meu devocional em família, sem meu tempo a sós com Deus, sem agradecer o alimento, sem confessar meus pecados, sem trabalhar como se fosse para Cristo ...
Não dá.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A HORA DO BANHO


Parece que estou vendo e ouvindo o meu pai dar um suspiro de alívio ao se sentar no seu lugar favorito no sofá da sala.
Ao lado havia uma mesinha, onde ele deixava os óculos, o livro que estava lendo, a revista de palavras cruzadas, e uma revista.
Ele tinha acabado de tomar seu banho naquele dia.
Ele tinha gota e cada banho era um sacrifício de muitas dores, o incômodo de depender dos outros e muitas outras dificuldades.
Já vi vários pacientes no HC sentirem alívio ao perceber que o banho já terminara. Talvez para algumas pessoas seja difícil avaliar essa sensação de etapa cumprida. “Um simples banho!” você pode pensar mas, para alguns, como era para o meu pai, para alguns pacientes e para mim também o é, um banho é muito complicado.
Lembro direitinho quando ele disse: “Ufa, o de hoje já foi, agora posso descansar e sossegar um pouco. Amanhã tem outro, mas vou deixar para me preocupar com isso só amanhã”.
Ele estava vivendo, sem se dar conta, o princípio bíblico que se segue: “Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” (Mateus 6:34)
Essa é uma das coisas que mais me empolga no cristianismo, isto é, com as promessas de Deus feitas no passado em mente, devo viver no presente cada dia e dia após dia, com uma sólida esperança no futuro.
“O amor do SENHOR Deus não se acaba, e a sua bondade não tem fim. Esse amor e essa bondade são novos todas as manhãs; e como é grande a fidelidade do SENHOR!” (Lamentações 3:22-23 NTLH)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O QUE NÃO ME MATA ENGORDA


Nietzsche não punha uma gota de álcool na boca. Não tanto pelos malefícios que a bebida pode causar ao homem, mas pelos “benefícios”. O que ele condenava era a fuga dos problemas e dificuldades através do beber para, ainda que momentaneamente, se livrar do sofrimento.
Ele afirmou ainda que o cristianismo tem a mesma função das bebidas alcoólicas no enfrentamento de problemas. E o problema é que em parte Nietzsche tem razão! Para muitas pessoas é uma fuga o ir ao culto, às reuniões de oração, o ser cristão enfim. Uma senhora uma vez me falou que gosta de ir à Igreja porque pelo menos enquanto ela está lá esquece dos problemas que tem em casa.
Nietzsche, como Gandi, confundiu a vida falha dos cristãos com o próprio cristianismo. Veja o que ele escreveu:
“O homem procura um princípio em nome do qual possa desprezar o homem. Inventa outro mundo para poder caluniar e sujar este; de fato só capta o nada e faz desse nada um Deus, uma verdade, chamados a julgar e condenar esta existência”.
E ainda:
“Deus está morto: mas, considerando o estado em que se encontra a espécie humana, talvez ainda por um milênio existirão grutas em que se mostrará a sua sombra”.
Cristianismo verdadeiro é o que Jesus viveu e que devemos imitar.
Ele, Nietzsche, acreditava que o sofrimento pode ser uma coisa boa para o homem. “O que não me mata me fortalece”. Não o sofrer em si, o qual nunca deixa de ser ruim, mas sim o modo como vemos e encaramos o sofrimento. Nisso ele está certo.
Veja esse versículo:
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8:28)
Notar que, o que a Bíblia afirma é que as coisas ruins “cooperam” para o bem, e não que elas são um bem.
Se você não está sofrendo por um problema, uma doença, uma perda ou qualquer outra aflição, com certeza vai sofrer. O importante é pensar em como vai sair dessa, melhor ou pior? Um dos ladrões se saiu bem na cruz, o outro não.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

QUAL É O SEU MAIOR DESEJO?


Quando penso em Salomão, o rei de Israel, duas coisas me ocorrem: primeira, ele foi o homem a quem Deus concedeu um pedido a ser realizado.
“Naquela noite, o SENHOR Deus apareceu num sonho a Salomão e perguntou: —O que você quer que eu lhe dê?” (1 Reis 3:5 NTLH)
Será que é só ele que teve esse privilégio de poder fazer um pedido diretamente a Deus? Não foi só para ele, foi para nós também. Veja o seguinte:
“E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho.” (João 14:13)
Aqui temos 2 coisas que devemos notar: o pedido tem que ser “encaminhado com uma assinatura de Jesus (em Seu nome) e o objetivo do pedido tem que ser glorificar o Pai.
E a segunda coisa que penso ao me lembrar de Salomão é que no final da vida ele não continuou fiel ao Senhor, pois suas mulheres o perverteram.
“Salomão amou muitas mulheres estrangeiras. Além da filha do rei do Egito, ele casou com mulheres hetéias e com mulheres dos países de Moabe, Amom, Edom e Sidom. Casou com elas, mesmo sabendo que o SENHOR Deus havia ordenado aos israelitas que não casassem com mulheres estrangeiras porque elas fariam com que os corações deles se voltassem para outros deuses. Salomão casou com setecentas princesas e também teve trezentas concubinas. Elas fizeram com que ele se afastasse de Deus e, quando ele já estava velho, fizeram com que o seu coração se voltasse para deuses estrangeiros. Ele não foi fiel ao SENHOR, seu Deus, como Davi, o seu pai, havia sido. Salomão adorou Astarote, a deusa de Sidom, e Moloque, o nojento deus de Amom. Ele pecou contra o SENHOR e não foi fiel a ele como Davi, o seu pai, havia sido. Na montanha que ficava a leste de Jerusalém, ele construiu um lugar para a adoração de Quemos, o nojento deus de Moabe, e um lugar para a adoração de Moloque, o nojento deus de Amom. Também construiu lugares de adoração, onde todas as suas mulheres estrangeiras queimavam incenso e ofereciam sacrifícios aos seus próprios deuses.” (1 Reis 11:1-8 NTLH)
É importantíssimo sempre termos em mente que não importa como começamos nossa jornada nem como estamos indo no presente, no final a nossa firmeza e fidelidade não estão asseguradas. A salvação sim, mas firmeza e fidelidade e o consequente galardão não.
Voltando lá em cima naquele ponto de fazermos um pedido.
Deixa eu pensar o que vou pedir.
O que vou pedir é o que tenho pedido persistentemente dia após dia. Não vou escrever o que é, pois é só Deus e eu que precisamos saber.
Tenho quase que certeza absoluta que o seu pedido também seria esse de todo dia.
Resta saber se o nosso Senhor Jesus Cristo assina em baixo, se isso vai glorificar o Pai e, finalmente, se isso não vai perverter o nosso coração no fim de nossas vidas.

O EXECUTIVO


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

CRISTIANISMO E RELIGIOSIDADE


“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” (Mateus 11:28-30)
Vivendo o dia-a-dia do HC-UNICAMP, fico cada vez mais convencido de que o maior problema do ser humano é espiritual.
Fernando Pessoa, o grande poeta português, criticou muito o cristianismo, só que ele confundiu cristianismo com religiosidade.
Religiosidade é a tentativa do homem de se reconciliar com Deus. Não conta com a graça de Cristo.
Cristianismo é a iniciativa divina para que o homem se reconcilie com o próprio Deus.
A primeira é humana, e portanto, falha, merecedora das críticas de Fernando Pessoa. O segundo é o perfeito plano divino para resolver o maior problema do homem.
É extremamente difícil para mim ver muitas e muitas pessoas, no momento da dor ou da perda, procurar desesperadamente consolo na religiosidade. E quando essas pessoas não acham consolo ali, acabam criticando o cristianismo e dele se afastando. E muitas vezes até se revoltam contra Deus.
No episódio em que Jesus Cristo afirmou aos cansados e sobrecarregados que o seu jugo é suave e o seu fardo é leve, logicamente Ele estava comparando-os com o jugo e o fardo imposto pelos fariseus, que são os maiores representantes da religiosidade. Note: há muitos “fariseus” ainda hoje.
A pregação da Palavra só traz consolo quando acompanhada de cristianismo vívido.

PENSE NISSO 64


Quem busca a felicidade dificilmente será feliz. Quem busca dar felicidade, certamente será feliz.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

CARTA DE AMOR


CARO PECADO
Espero que essas mal traçadas linhas não o encontre gozando a mais perfeita saúde. Nem você nem toda a sua família.
Ontem eu não lhe escrevi porque nos encontramos. Hoje espero não vê-lo. Por isso escrevo.
Eu gosto de você, não nego, mas é óbvio que não podemos continuar com nosso relacionamento. Mas, devo fazer minhas, as palavras que o Fagner canta em uma de suas músicas: “Falta coragem prá dizer que nunca mais”.
Você tem uma característica que eu poderia usar a meu favor para me livrar das suas constantes visitas, ou seja, suas vindas são sempre anunciadas com antecedência. É só eu fechar a porta. Mas, por mais que eu queira fazer isso eu não consigo. Muito pelo contrário, eu arrumo a casa para quando você chegar estar tudo pronto.
Aí você chega, eu gosto, nós nos envolvemos e depois sempre fica aquele gosto amargo na boca.
Todo mundo diz que não “tem nada demais” ter amizade com você, mas tem sim, pecado é pecado. E não tem essa de ser só um pecadinho. Não existe pecadinho e pecadão. Qualquer pecado nos afasta de Deus, e isso é o que eu não quero, isto é, ficar longe de Deus.
No começo da minha vida espiritual eu era muito legalista, comigo e com os outros. Amadureci um pouco e achei que deveria ser legalista só comigo mesmo. Mas, legalismo é achar que podemos nos afastar de você, caro pecado, pelo nosso próprio esforço. E não é possível. Até o próprio Paulo, que escreveu a maior parte do Novo Testamento confessou essa dificuldade:
“Bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.” (Romanos 7:14-23 RA)
Mas aí eu tive uma experiência que mudou muita coisa.
Certa vez eu estava conversando com o Padre Toninho, em um daqueles bate-papos extremamente edificantes, e estava contando para ele o quanto me incomodava o seguinte versículo da Bíblia:
“Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu.” (1 João 3:6)
Aquele grande homem de Deus olhou para mim, colocou a mão em meu ombro e disse: “Chico, você pensa muito em seus pecados! Isso já está resolvido lá na cruz. Pense mais no amor de Deus, concentre-se na Sua bondade e misericórdia”. E citou outro versículo para mim:
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9)
Então, meu caríssimo, por causa disso, essa vai ser a primeira e a última carta que lhe escrevo. Estou consciente de que de vez em quando vamos nos encontrar, mas “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.” (Romanos 8:1)
Sem mais, adeus.
(Se for o caso, assine aqui)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

VAMOS DAR UMA CAMINHADA


“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam.” (Salmos 23:4)
Muitas vezes, ao dar treinamento para voluntários ou estagiários da Capelania, o Pr. João Sílvio Rocha, capelão do HC-UNICAMP, diz que o hospital pode muito bem se chamar “Vale da sombra da morte”, tais são as coisas que acontecem ali dentro. “E não fiquem surpresos”, diz ele, “se um dia vocês cruzarem com Deus em um desses corredores, pois Ele está aqui”.
Pois foi nesse lugar onde o encontro com a morte é uma constante que, mesmo sendo já convertido, eu achei a Vida. Foi ali que transformei o meu viver cristão numa peregrinação. (Se não leu, leia o que escrevi ontem aqui no Blog.) Já estava a caminho, mas ainda era uma aventura, uma “trilha”, um passeio espiritual. Só mais tarde é que virou um peregrinar, e o peregrinar proporciona o necessário isolamento, e o isolamento nos leva a encontros, não com as pessoas, mas sim com o próprio Senhor Jesus.
“Eu (Jesus) sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6)
Note que nesse andar pelo “caminho” nós estamos n'Ele, consequentemente com Ele, e caminhamos ao encontro d'Ele. E se cairmos, caímos n'Ele.
Nesse caminhar podemos cruzar com alguns “monstros”, como o da gula, da lascívia, da mentira, ganância, desamor e outros, esses vão tentar nos impedir de nos encontrarmos com o nosso Senhor. Mas também podemos cruzar com uma árvore, um cruzeiro, uma capela, um livro ou então um homem de Deus, que vão nos abrigar, inspirar, fortalecer e orientar no nosso objetivo maior.
Por onde você tem andado?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

É BOM PODER ESTAR SOZINHO


Ao sair do supermercado, uma simpática senhora já idosa mostrou bastante admiração ao ver minha cadeira-de-rodas motorizada. Ela até comentou que já falou para o filho que quer uma igual quando não puder mais andar. Ela disse ainda que a grande vantagem de uma cadeira assim é dar LIBERDADE. E é verdade.
E um dos aspectos mais importantes disso é a liberdade de poder ficar sozinho de vez em quando.
Se alguém quer realmente conhecer a vida e a si mesmo, tem que vez ou outra ficar sozinho.
Um momento para diminuir o ritmo, sossegar, colocar as idéias em ordem, e pensar. Fazer uma peregrinação por dentro de si mesmo. Peregrinação é diferente de viagem. Viajar é simplesmente se locomover de um lugar para o outro, peregrinação é “busca”. É ir atrás de conhecimento, compreensão. Conhecer a Deus, a si mesmo e ao próximo.
Mesmo tendo a noção exata da natureza divina e humana, o próprio Senhor Jesus sabia da necessidade de praticar esse exercício:
“Depois de se despedir dos discípulos, Jesus subiu um monte a fim de orar ali. Quando chegou a noite, o barco estava no meio do lago, e Jesus estava em terra, sozinho.” (Marcos 6:46-47 NTLH)
Ele procurava de vez em quando ficar a sós com Deus Pai.
Não fazer isso aumenta, em muito, as chances de incorrermos no erro de termos uma noção distorcida de quem Deus é, da natureza humana e de nós mesmos.
“Não vos enganeis, meus amados irmãos.” (Tiago 1:16)
Mas nem todo mundo quer conhecer a realidade. E por que não quer? Por que quase sempre essa peregrinação interior, é dolorosa.
Quem não sabe fazer peregrinação por dentro de si mesmo, não adianta fazer peregrinação por esses “caminhos sagrados”, ou ditos sagrados, que existem no Brasil e no mundo. Só vai fazer turismo.
“Mas você, quando orar, vá para o seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai, que não pode ser visto. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa.” (Mateus 6:6 NTLH)
Essa recompensa é espiritual, não material.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

QUANDO PERDEMOS O JUÍZO


Faz tempo que isso aconteceu, por isso não me lembro de alguns detalhes. Era de tarde. A menina tinha 7 ou 8 anos. A mãe dela pouco antes fechou todas as portas e janelas da casa, fez a garota deitar na cama de casal, fez o gás do fogão invadir todos os cômodos, deitou junto da filha e acendeu um fósforo! A mulher morreu. A criança estava com o corpo todo carbonizado, preto, só os lábios muito intumescidos eram vermelhos. Chegou ao hospital com queimaduras em 100% do corpo. Mas vivia.
Por que aquela mulher fez aquilo? Porque o marido, e pai da menina, foi morar com outra mulher. Quando esse homem chegou ao HC, pediram que eu lhe fizesse companhia e desse apoio depois que visse a filha. Quando se sentou ao meu lado, ele literalmente agarrou o meu braço e chorou convulsivamente por um longo, longo tempo.
A pobre menina morreu naquela noite.
Volto a perguntar: por que?
Há casos, como o de uma moça que acompanhei pessoalmente enquanto esteve internada, que tomou raticida porque o namorado terminou o relacionamento com ela. E nem foi por causa de outra, simplesmente não queria mais.
Qual a razão desses gestos tresloucados?
Por outro lado, no meu trabalho ali no HC vejo muitas pessoas que sofrem muito, a doença e a internação é o menor dos problemas, às vezes não possuem o que comer, teem problemas no casamento (como traição, por exemplo), filhos drogados e, mesmo assim são felizes. Nem pensam em se matar. Muito menos em matar os outros.
Essas pessoas teem uma fé e esperança em que a nossa feliz e verdadeira vida não é essa aqui da terra.
“Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória.” (Colossenses 3:1-4)
Não podemos ficar reféns de alguém, ou algo, para sermos felizes. A traça, a ferrugem, o ladrão, a morte ou mesmo outras pessoas podem nos separar da nossa ilusória fonte de felicidade.
“Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 8:37-39)
Qual é a sua fonte de felicidade?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

PARANDO EM CIMA DO MORRO


Um amigo havia me dito que não via hora de se aposentar para ficar sem fazer nada o dia inteiro. Quando finalmente chegou a esperada aposentadoria, ele conseguiu ficar “de papo pro ar” uns 3 meses. Depois desse tempo ele não aguentava mais, nem a mulher dele. Arrumou um emprego (sua experiência acumulada lhe proporcionou tal colocação), saia de casa todos os dias para trabalhar e voltou a ser feliz.
Quando eu fazia o seminário, em uma aula sobre organização da Escola Bíblica Dominical, uma colega perguntou ao professor o que fazer com uma professora já bem idosa, que há muitos anos dá aula em uma classe de criança, e que notoriamente não tem mais condição de continuar, mas não pensa nem quer parar. Eu sugeri uma “Festa Surpresa de Despedida”.
Já tivemos esse mesmo problema com voluntários ali no HC-UNICAMP. Pessoas que não teem mais condições de trabalhar na visitação, mas se pararem morrem. É como bem definiu o Pastor Sílvio, capelão dali, o serviço não precisa mais da pessoa mas a pessoa precisa do serviço.
Lembro-me que certa feita estava conversando com uma médica e lhe dizia que não queria ficar velho como um casal que passava o dia inteiro sentados na varanda da casa em total inatividade. Aquela médica me alertou que nem tudo se pode fazer pois o corpo se desgasta e fica limitado. Isso é fato, mas há muita coisa que se pode fazer ainda que sejamos velhos.
“O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano. Plantados na Casa do SENHOR, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor, para anunciar que o SENHOR é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça.” (Salmos 92:12-15)
Tenho minha aposentadoria (aos 65 anos) planejada: não pregar nem dar mais aula, gastar muito tempo orando, lendo a Bíblia e meditando, escrever muito, se houver jovens com paciência para me ouvir ter alguns discípulos, ler muito, e jogar bastante xadrez.
Para meditar, deixo alguns versículos:
“Fiquem de pé na presença das pessoas idosas e as tratem com todo o respeito; e honrem a mim, o Deus de vocês. Eu sou o SENHOR.” (Levítico 19:32 NTLH)
“Uma vida longa é a recompensa das pessoas honestas; os seus cabelos brancos são uma coroa de glória.” (Provérbios 16:31 NTLH)
“A beleza dos jovens está na sua força, e o enfeite dos velhos são os seus cabelos brancos.” (Provérbios 20:29 NTLH)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

AGÁ DOIS Ó


Aprendi recentemente que nos dias que antecederam a Abolição da Escravidão no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, não havia nem esgoto nem água encanados. Os escravos é que, de madrugada, levavam os dejetos das casas e os jogavam no mar. A água eles a buscavam nos chafarizes que haviam nas praças da cidade.
Isso me fez lembrar de uma ocasião, quando eu era solteiro, em que ficamos 4 dias sem água aqui em Campinas. Não tínhamos como tomar banho, escovar os dentes, cozinhar, e o banheiro então ...! Ficar sem energia elétrica é mais fácil, sem água muito tempo é impossível.
Na época de Jesus não havia água encanada. É por isso que aquela mulher que nos é apresentada no Evangelho de João, capítulo 4, tinha que ir todo dia ao poço pegar o precioso e imprescindível líquido. Jesus usa esse fato para falar das coisas espirituais.
“Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna. Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede, nem precise vir aqui buscá-la.” (João 4:13-15)
“No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado.” (João 7:37-39 RA)
Você consegue ficar 4 dias sem “beber” da Palavra de Deus?
Talvez seus momentos diários de leitura da Bíblia e oração sejam tão monótonos e cansativos quanto deviam ser as idas daquela mulher samaritana ao poço.
Você tem sede de Deus?
“Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.” (João 6:35)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

SEM VERGONHA DE SER CRISTÃO


O que vou contar agora aconteceu há, talvez, mais de 35 anos. Naquele tempo não havia Shopping. Aqui em Campinas o ponto de encontro dos rapazes era ou um bar, ou uma padaria ou lanchonete. Dependia da turma da qual o jovem fazia parte.
Um amigo meu, logo que se converteu, continuou a frequentar a sua turma que tinha como ponto de encontro uma padaria no centro da cidade. Seu objetivo era levar seus amigos a conhecerem o amoroso plano de salvação em Jesus Cristo.
Sempre que ele saia do grupo de estudos bíblicos que participávamos ele ia até aquela padaria. E sempre acontecia a mesma coisa: quando ele ia se aproximando com a Bíblia na mão, um dos rapazes da sua turma gritava “Viva Jesus Cristo”, e todos gritavam “Viva” para depois caírem na risada.
Aquele meu amigo confessou-me certa vez que, às vezes, sentia vontade de esconder a Bíblia, mas nunca o fez.
Tudo isso demonstra que ele estava no caminho certo.
“Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (2 Timóteo 3:12)
Piedosamente significa de uma forma consagrada, devota. Se não estamos sendo perseguidos é porque alguma coisa está errada. Mas por que? Porque a vida de alguém que leva Deus a sério sempre incomoda os que não são cristãos. Não ser perseguidos pode indicar que estamos adquirindo a forma do mundo.
“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2)
Mais um versículo para nos inspirar temor:
“Qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos.” (Marcos 8:38)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

ATÉ HOJE EU SÓ VI UMA ÚNICA CURA SOBRENATURAL


Logo que entrei na UTI-PEDIÁTRICA do HC-UNICAMP, uma médica pediu a minha ajuda. Ela queria que eu explicasse aos pais de um menino com menos de um ano, que esse filho deles estava morrendo e não havia mais nada que se pudesse fazer.
Aqueles jovens pais eram agricultores, analfabetos e muito simples. Eram evangélicos, por isso a médica pediu minha ajuda. Ela havia dito a eles que o menino “irremediavelmente iria a óbito”, e ao ouvir aquilo o pai perguntou se aquilo era grave.
Então lá fui eu. Me apresentei, expliquei minha função no hospital e, com muito jeito, de uma forma bem simples, falei para eles o que a médica havia pedido que dissesse.
Foi a mãe que, de uma forma bem delicada, me respondeu:
- Pastor, eu estou muito agradecida de o senhor vir aqui para nos ajudar. Quero que o senhor fique junto da gente; mas não querendo ofender o senhor, Deus me falou que o meu filho vai sair daqui curado.
Muitos me falam coisas desse tipo, e pude constatar em todos esses casos mais arrogância do que sabedoria. Mas aquela mulher falou com tanta tranquilidade e delicadeza que me chamou a atenção. Ela não disse “EU tenho fé”, como fala a maioria das pessoas que “determinam” (ou pensam que podem determinar) como Deus deve agir. Me deu a impressão de que simplesmente ela sabia. Não sei explicar.
Uns dias depois, quando o nenê teve alta (É isso mesmo! Ele teve alta!), pude dizer àquela jovem mãe que eu estava extremamente feliz por reconhecer que estava errado ao repassar o diagnóstico. Posteriormente, conversando com aquela mesma médica, ela me garantiu que houve uma transformação miraculosa no corpo do menino.
“E agora, que a glória seja dada a Deus, o qual, por meio do seu poder que age em nós, pode fazer muito mais do que nós pedimos ou até pensamos! Glória a Deus por meio da Igreja e por meio de Cristo Jesus, por todos os tempos e para todo o sempre! Amém!” (Efésios 3:20-21 NTLH)