quinta-feira, 30 de setembro de 2010

CONVITE À CONVERSÃO

Conversei com uma jovem mãe cuja filha de 3 anos está internada em um hospital, logo após o médico informar que a criança vai ter que se submeter a uma cirurgia. Chorando, ela me disse que achava que seria só fazer mais um exame, voltar para casa e retomar a rotina. Pude sentir uma grande empatia com ela. As aflições atrapalham e quase sempre interrompem nossas atividades normais. Não vejo a hora de acabar logo tudo e retomar a vida. Falei então àquela mãe que eu sentia o mesmo que ela, e que estava na hora de vivenciarmos o cristianismo que cremos. Consolo, conforto, confiança, esperança e paz, tudo vindo de Deus. Descartar o medo e a ansiedade. E crescer.
Nós nos esquecemos que todas as aflições são um convite à conversão. Aos cristãos a vida eterna está garantida, mas há a nossa conversão diária de abandono do pecado.
Atente para esses versículos:
“Naquela mesma ocasião, chegando alguns, falavam a Jesus a respeito dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os sacrifícios que os mesmos realizavam. Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas? Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.” (Lucas 13:1-5)
Todos os fatos que ocorrem à nossa volta, mas todos mesmo, devem ser interpretados como um convite à conversão.
Sempre que uma aflição nos alcança, a primeira pergunta que nos passa pela cabeça é “Por que?”; isso é natural e útil. Alguns, tentando elevar o nível do pensamento, nos ensinaram com muita propriedade e sabedoria, que a pergunta a ser feita é “Para que?”. Agora já aprendi a subir mais um degrau perguntando “Por que não?”, numa demonstração de que reconheço que Deus está no controle de tudo e posso descansar.
As aflições nos servem como um diferencial, isto é, essa luta (que é só minha) me torna diferente dos outros. Os amigos de Daniel, que foram salvos na fornalha e não da fornalha, são tidos como um exemplo de amor e fidelidade a Deus apesar de seja lá o que for. Daí podermos deduzir que as aflições servem como excelente oportunidade de testemunho.
Isso pode resultar em conversão, nossa e de outros.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

BOAS NOTÍCIAS

Lembro-me da minha frustração e depois remorso. Um grande amigo chegou e disse que tinha uma ótima notícia para mim. Eu estava triste por causa de uma série de dissabores e pensei que era disso mesmo o que eu precisava, isto é, uma boa notícia para mim. Pedi para ele contar logo o que era, e ele contou: “Fui promovido”.
Fiquei frustrado porque a tal da boa notícia não era para mim, e fiquei com remorso por não ter me alegrado com a promoção do meu até hoje amado amigo. Fui egoísta.
Se não corresponde às nossas expectativas, por melhor que seja, atá a melhor notícia pode nos trazer frustração. Foi isso o que aconteceu com o povo de Israel quando Jesus pregou o Evangelho (que quer dizer “boa notícia de vitória”):
“Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.” (Marcos 1:14-15)
Antes de continuarmos, deixe-me fazer uma observação que para mim foi interessante: quando Jesus pregava o Evangelho, falava sobre Ele mesmo.
Já falei do Evangelho para muitas pessoas as quais não receberam a mensagem como boas novas. Uma grande amiga minha me confidenciou que antes de se converter ela não ia à Igreja porque os cultos eram bons, ou os estudos bíblicos eram de qualidade. Não. Ela ia porque reconhecia que precisava de Deus, ela queria Deus em sua vida. Isso não nos exime da responsabilidade de prepararmos bons cultos e bons estudos bíblicos. Mas o fundamental é reconhecermos a necessidade que todo ser humano tem de Deus.
A seguir, um contra-exemplo para meditarmos:
“Depois, foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto. Respondeu Faraó: Quem é o SENHOR para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o SENHOR, nem tampouco deixarei ir a Israel.” (Êxodo 5:1-2)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

VOLTA E MEIA EU ESQUEÇO DE ALGO

Hoje de manhã a Denise e eu já rimos de mim. Antes de tomarmos o café da manhã, ao agradecer o alimento, eu orei mais ou menos assim: “... e lembre-se, Senhor, de nos usar hoje ...”! Eu, que volta e meia me esqueço de alguma coisa, estava lembrando a Deus do que Ele teria que fazer hoje! Foi divertido. Ainda bem que só estávamos eu e ela, assim ninguém fica sabendo desse fora que dei.
Agora, não é querendo me justificar, mas Davi também já “questionou” a memória de Deus:
“Até quando, SENHOR? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto?” (Salmos 13:1)
O salmista tinha a impressão que Deus se esquecera dele. Já senti isso algumas vezes.
Ezequias também vacilou:
“Então, virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao SENHOR, dizendo: Lembra-te, SENHOR, peço-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração, e fiz o que era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo.” (2 Reis 20:2-3)
Salomão também:
“Ah! SENHOR Deus, não repulses o teu ungido; lembra-te das misericórdias que usaste para com Davi, teu servo.” (2 Crônicas 6:42)
Na minha opinião, é só uma forma de expressão.
Mas, se formos analisar mais profundamente, muitas, talvez a maioria das nossas orações, são feitas com a pretensão, velada e “semi-inconsciente”, de ser um lembrete para Deus. Podemos, a princípio, achar que isso é só falta de confiança em Deus. Porém, de onde vem essa falta de confiança? Penso que é de uma concepção equivocada da divindade. Deus é Deus, e é assim que devemos nos relacionar com Ele. Ele é onisciente, onipotente e tantos outros atributos que nem sempre consideramos ao nos colocarmos em Sua presença. Fiquei sabendo de uma senhora que orou nesses termos: “Senhor, o Senhor nem imagina o que aconteceu hoje de manhã!”.
O absurdo é que fica para o próprio Deus a responsabilidade de nos lembrar quem Ele é. Lembremo-nos sempre disso em nossas orações.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

VAI PARA O TRONO OU NÃO VAI?

Há uma música bem antiga e bem bonita, que é muitíssimo conhecida e cantada, cuja letra é tirada do seguinte versículo:
“Buscai, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33)
Porém, acredito que poucos saberiam dizer o que é, na prática, buscar o Reino de Deus. O Reino não é só depois da morte, nem um lugar a ser conquistado.
“Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós.” (Lucas 17:20-21)
“Dentro de nós”, ou “entre nós”, ou melhor ainda, em nossas almas.
O que os fariseus do tempo de Jesus queriam (os de hoje é outro assunto; ou não?) é um Rei e Reino terrenos onde todos receberiam um tipo de “Bolsa Família”, ou seja, o que comer e o que vestir, que é o assunto de Mateus 6.
Imagine o seu coração como um salão de um castelo, e nesse salão está o trono onde se assenta aquele que reina sobre toda a sua vida. Quem está ali? Você mesmo? Alguém específico, tal como namorado(a), esposo(a), filho(a)? Ou será seu patrão?
Nós temos que buscar, procurar, ir atrás, nos esforçarmos o mais que pudermos para colocar Jesus Cristo como o Soberano de nossas vidas.
Infelizmente o que muitas vezes fazemos é inverter as prioridades: buscamos todas as coisas e queremos que o Reino nos seja acrescentado. Pensamos que nossa vida de súditos do Senhor Jesus é coisa para mais tarde, e assim esquecemo-nos de que tudo o que fazemos ou deixamos de fazer agora e aqui tem repercussão na Eternidade.

sábado, 25 de setembro de 2010

PENSE NISSO 115


Há pessoas que, quando chega a hora da morte, não estão mais vivos.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

ANJOS

Numa certa manhã de domingo eu estava dando aula para uma classe de estudos bíblicos de adultos. Um dos tópicos que estava abordando era a existência dos anjos. No meio da explanação fui interrompido por um senhor que disse que eu não deveria falar aquilo pois poderia levar os alunos ali presentes a adorarem os anjos e não a Deus. Argumentei que a adoração a esses seres celestiais não estava sendo pregada nem incentivada, nem aventada havia sido, a não ser por ele. Ele que, como pode se perceber, era um homem que adorava confusão e polêmica, ainda afirmou que alguém ali dentro da sala podia deturpar o que estava sendo ensinado e cometer aquela idolatria. A classe se defendeu bronqueando com ele e foi a custo que a aula continuou. Eu acredito em anjos, pois a Bíblia diz que eles existem. Não creio em “anjo do dia”, “trocar de anjo”, e outras bobagens. Mas a existência desses seres sobrenaturais para mim é um fato. Nem sempre consideramos isso e nos esquecemos que há anjos, bons e maus, à nossa volta. Também acredito em “anjo da guarda”, mas esse é um assunto que não cabe aqui.
Mas por que estou escrevendo tudo isso? Por causa do final desse versículo que tenho meditado:
“E logo o Espírito o impeliu para o deserto, onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado por Satanás; estava com as feras, mas os anjos o serviam.” (Marcos 1:12-13)
Nas horas de aflições, além de Deus, temos os anjos:
“Não são todos eles (os anjos) espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hebreus 1:14)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

ME LEVA


Será que eu tenho coragem de me entregar nas mãos de Deus a ponto de orar pedindo que me leve para o lugar e circunstâncias que Ele quiser? E se Ele quiser que eu vá para um lugar deserto para ser tentado? “E logo o Espírito o impeliu para o deserto ...” (Marcos 1:12)
“Foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.” (Mateus 4:1)
Quando lemos deserto logo pensamos em um lugar extremamente quente, onde só há areia, como aqueles que aparecem em filmes de “cowboys” ou nas imagens do deserto do Saara. Mas deserto é um lugar onde não há ninguém.
Vamos imaginar uma cena: Deus me pegando (ou a você), me levando para um lugar onde não tenho contato com ninguém, mesmo que haja um monte de gente por ali, e Ele me larga lá. Ao me ver ali só e fragilizado, um demônio (não precisa ser o próprio Diabo) começa a me rodear de longe e a se aproximar lentamente, e sussurrando baixinho: “Uau, o que temos aqui!”, me olhando com péssimas intenções.
Agora pouco eu pensei: “Deus não faria isso comigo”. Você também pensou? Mas ... se Ele fez com Jó por que não faria comigo, ou com você?
E o próprio Senhor Jesus experimentou isso!
Jesus foi tentado em 3 áreas. Na satisfação ilícita de suas legítimas necessidades físicas (se transformasse pedras em pães), querer que Deus esteja às suas ordens (se saltasse da parte mais alta do Templo e “determinasse” que os anjos o segurassem) e ser rei sem passar pela cruz (ter os reinos do mundo se adorasse o Diabo).
Já experimentei algumas épocas de “deserto”. Querendo ficar cômodo, querendo ser servido e querendo glória sem sacrifícios! Solidão, tristeza, frustração, tudo em um período em que a expressão popular que diz “desgraça pouca é bobagem” parece fazer sentido.
Entretanto, vire a moeda e veja o outro lado: foram épocas de muito crescimento espiritual, de aprofundamento da comunhão com Deus e de aumento de sabedoria. Sou extremamente grato por cada um desses períodos.
Última coisa: você crê que o Espírito Santo, que nos ama de verdade, nos levaria a um “lugar” que não fosse o melhor para nós?

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O PÃO E A PALAVRA


Primeiro nós tomamos o café da manhã que é para acordar de vez. Depois, antes mesmo de tirar a mesa, ali mesmo, fazemos o nosso DEVOCIONAL FAMILIAR. Seguimos um desses livros chamados “devocionários”, lemos, às vezes fazemos um rápido comentário, e depois oramos juntos. Sempre oramos por alguém conhecido que faz aniversário no dia, ou por alguém com problemas, um pastor ou missionário. É rápido, mas constante. Quando a Letícia e a Laura (minhas “netas postiças”) dormem em casa também fazemos isso, mas de formas diferentes, usando dinâmicas, jogos ou brincadeiras baseados em um texto da Bíblia.
A Igreja Católica teve, há muito tempo, uma Campanha da Fraternidade cujo tema era “A FAMÍLIA QUE REZA UNIDA, PERMANECE UNIDA”. Isso é verdade. Eu sei que o nosso Devocional Familiar nos mantém unidos.
Isso sem contar que já logo cedo foca os nossos pensamentos na Palavra de Deus, o que é excelente para todos e cada um de nós.
Assim, toda manhã, temos o pão e a “Palavra que procede da boca de Deus”.
PARA REFLETIR:
“Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.” (Deuteronômio 6:4-7)
“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.” (2 Timóteo 3:14-15)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

SOFRIMENTO LUCRATIVO


Vejo amiúde ali no Hospital, a “encenação” de uma tragicomédia clássica. O paciente em estado terminal, como “ator principal”, representa que tudo está indo às mil maravilhas, enquanto que os familiares, como “coadjuvantes”, fazem o papel de apoiar o doente que vai morrer fingindo que tudo vai ar certo, que logo ele volta para casa curado. Pedro tentou fazer isso com Jesus:
“Então, Jesus começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do Homem sofresse muitas coisas, fosse rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas, fosse morto e que, depois de três dias, ressuscitasse. E isto ele expunha claramente. Mas Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo. Jesus, porém, voltou-se e, fitando os seus discípulos, repreendeu a Pedro e disse: Arreda, Satanás! Porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.” (Marcos 8:31-33)
A cruz é um símbolo de sofrimento, dor e morte, mas principalmente de vitória. Queremos a vitória, mas negamos o sofrimento necessário. Não queremos as aflições para as quais Jesus nos preveniu antes de anunciar sua vitória:
“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João 16:33)
O Diabo tentou inaugurar o Reino sem a cruz:
“Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.” (Mateus 4:8-10)
Como aplicação prática, eis alguns versículos:
“Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.” (Lucas 9:23)
“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.” (Tiago 1:2-4)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

SABER QUE ESTÁ PERDOADO

Veja que versículo maravilhoso:
“Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados, por causa do seu nome.” (1 João 2:12)
Ao meditar sobre esse versículo eu me perguntei: “Quem ficaria contente ao saber que seus pecados estão perdoados?”.
Com certeza aqueles que ficam com medo das consequências dos seus erros teriam um contentamento gerado pelo alívio.
Mas há um outro aspecto dessa questão que para mim é mais emocionante. Observe: acredito que todos nós já tivemos a experiência de ver o relacionamento com alguém amado ser quebrado por causa de um erro nosso. Alguém que gostamos muito deixa de se relacionar conosco porque “pisamos na bola” com essa pessoa. Dói muito.
Todo pecado causa um estrago, e o principal é prejudicar nosso relacionamento com Deus.
Note como Davi se sentia após ter pecado com Bate-Seba.
Necessitado da graça de Deus:
“Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões.” (Salmos 51:1)
Sujo:
“Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado.” (Salmos 51:2)
Com a consciência pesada:
“Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.” (Salmos 51:3)
Triste e arrasado:
“Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste.” (Salmos 51:8)
Longe de Deus:
“Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito.” (Salmos 51:11)
Já se sentiu assim? Eu já. Várias vezes.
Agora vamos reler o primeiro versículo que copiei:
“Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados, por causa do seu nome.” (1 João 2:12)
Que bom, não é mesmo?

sábado, 18 de setembro de 2010

TEMPUS FUGIT


Hoje o nosso Blog completa 3 anos de existência. O tempo voa. De alguma forma nossos cérebros já não acompanham o tic-tac (que já quase nem existe) dos relógios. Daí essa sensação de que o “tempo voa” inexoravelmente, como disse o poeta romano Virgílio.
Não podemos viver do passado. Nada de pensar algo parecido com “Bons tempos aqueles em que ...”. Para pessoas que pensam assim o presente não existe.
Não podemos viver em função do futuro. Conhece alguém que vive dizendo “Quando eu me formar (ou casar, ou for promovido, ou me aposentar) aí sim é que vai ser bom”? Para esses o presente nunca chega.
Também não podemos viver numa letargia irritante no presente. Recordações e planos podem gerar uma perplexidade paralisante. Experiências e planos são fundamentais para vivermos no gerúndio.
Veja os seguintes versículos:
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mateus 28:19-20)
O “ide”, tão na mente dos evangélicos, melhor seria se fosse traduzido no gerúndio: “INDO”, conforme todos os outros verbos desses versículos.
Cristianismo se vive no gerúndio.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

É POSSÍVEL AMAR SEM ALEGRIA?


A resposta é “sim”. Veja o seguinte exemplo: uma mãe tem, digamos assim, 3 filhos, sendo que dois deles são estudiosos, trabalhadores, responsáveis e torcem para o GUARANI, mas um não estuda, não trabalha, é irresponsável e outras coisas que não preciso nem citar para não chocar. Essa mãe ama os 3, mas só tem alegria nos 2 primeiros. Deus Pai tinha amor e alegria em Jesus Cristo:
“Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.” (Marcos 1:11)
Jesus dava prazer a Deus Pai.
Muitas vezes não temos alegrias proporcionadas por aqueles que amamos.
Devemos amar mesmo que isso não nos proporcione alegria. As pessoas que mais precisam do nosso amor muitas vezes são as que mais tristezas nos causam. Devemos amar independentemente da pessoa que é o alvo do nosso amor. Suas reações, modo de viver, ações e atitudes não devem influenciar nossa decisão de amar. Se não for assim, são eles que vão estar determinando minhas ações, meus valores e meu modo de vida.
Há um pensamento que li e não me lembro mais o autor, o qual pergunta quem teria coragem de orar assim no fim de cada dia: “Senhor, trata-me amanhã como tratei os outros hoje”.
Que Deus me ama não há dúvida alguma:
“Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)
“Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5:8)
Mas será que eu dou alegria a Deus e aos outros?

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

ACAMPAMENTO "PREÁS" 2010

Turma

Equipe

A TRINDADE

Já imaginou um filme em 3D mostrando o batismo de Jesus? Não?! Então imagine agora.
“Naqueles dias, veio Jesus de Nazaré da Galiléia e por João foi batizado no rio Jordão. Logo ao sair da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito descendo como pomba sobre ele. Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.” (Marcos 1:9-11)
Com essa imagem em nossa mente, vamos pensar um pouco sobre esse evento ímpar da história.
Por que Jesus foi batizado? Para se identificar totalmente conosco. Foi por isso que Ele veio “habitar entre nós” (João 1:14). Ele veio morar conosco, comer a mesma comida que comemos, sentir o mesmo que nós, viver como nós vivemos, e isso inclui ser batizado como nós.
E no momento em que Jesus foi batizado por João, houve aquela manifestação fantástica da Trindade. Trindade? Três em um?? Como assim???
Não tenho a pretensão de explicar totalmente o mistério da Santíssima Trindade.
No entanto, há algumas ilustrações que ajudam, mas não me satisfazem. São essas: ovo (casca, clara e gema), cadeira (assento, encosto e pés) e dicionário (volumes um, dois e três). São três partes de um objeto só. Mas a clara é diferente da casca e da gema, assim como o encosto é diferente do assento e cada volume do dicionário é distinto um do outro.
Talvez essa outra ilustração seja melhor. Imagine três blocos em forma de cubo, enormes, flutuantes e absolutamente iguais. Com o pensamento, junte esses blocos de uma tal forma perfeita que eles se transformem em uma única peça.
Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo são tão iguais que são um.
Essa unidade é o que Deus planejou para nós, uns com os outros e todos com Ele. Quanto mais perto estivermos de Deus mais perto estaremos dos outros.
Note como Jesus orou:
“Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.” (João 17:22-23)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

RAIO X


Nesse final de semana que passou, a Denise e eu dirigimos o Acampamento dos pré-adolescentes da nossa Igreja (que se auto-denominam “PREÁS”); tínhamos ali 60 acampantes mais 20 da equipe. Foi muito bom, mas muito bom mesmo. O tema era “IDENTIDADE”. Foram 4 palestras: Quem você é, Quem os outros pensam que você é, Quem você pensa que é e Quem Deus pensa que você é.
Uma das coisas que aprendi ali foi ensinada pelo Héber (Héber Diniz, responsável pela área de louvor da Igreja). Na sua palestra, Quem os outros pensam que você é”, ele fez uma distinção entre caráter e reputação.
Reputação é como os outros nos vêem.
Caráter é como Deus nos vê.
Tendo a pensar que damos maior importância ao que os outros pensam de nós do que a opinião que Deus tem sobre a nossa pessoa. Preocupa-mo-nos muito mais com a nossa reputação do que com nosso caráter.
Poucos possuem a coragem suficiente para orar assim:
“Examina-me, SENHOR, e prova-me; sonda-me o coração e os pensamentos.” (Salmos 26:2)
“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos;” (Salmos 139:23)
Reputação não leva a nada e um dia acaba.
Caráter define como será a nossa vida lá na Eternidade.
O tema do jantar de sábado naquele acampamento foi “Noite das Máscaras”. Todos fomos mascarados, que é como vivemos, não é mesmo?

terça-feira, 14 de setembro de 2010

EU, UM PERSONAGEM

Texto de Reinaldo Bui
A Bíblia está repleta de personagens e suas histórias. Alguns são mais conhecidos e outros menos. Alguns são considerados “grandes homens de Deus" que realizaram importantes obras e outros nem tanto. O que acho mais interessante é que a Bíblia não esconde o pecado de nenhum destes personagens. Mesmo os "grandes homens de Deus" tiveram seus deslizes, cometeram erros crassos, ou nitidamente falando, pecaram feio. São provas vivas de que Deus executa Sua Obra através de nós e apesar de nós mesmos. Por isto considero a Bíblia como um livro de testemunhos, mesmo porque acima de tudo, o próprio Deus não se deixou ficar sem testemunho.
Existe ainda uma esmagadora maioria de anônimos e desconhecidos que fazem parte desta história. Assim como eu e você, são personagens aparentemente sem importância que às vezes não tem nome, idade, família, caráter ou personalidade (quero dizer que nada disto foi registrado para que outros viessem a conhecer). É o povo, a massa. Cada um deles - e nós aqui, hoje - fazemos parte desta multidão invisível das batalhas, dos massacres, das misérias, da pobreza, das doenças, mas também dos escapes milagrosos, das procissões, das festas, das alegrias entre tantos outros relatos. Somos essa massa. Não precisamos ser necessariamente a massa burra, meros "assistidores" de big brother e comedores de comida enlatada. Mas estamos inseridos nesta massa. Deus aí nos colocou. Por quê? Que importância temos nós, meros desconhecidos, neste processo, no projeto de Deus, dentro do nosso contexto? Muita. Podemos não ser o personagem principal desta história. Aliás, este papel (reivindicado por alguns) é de Jesus. Talvez não sejamos nem o ator coadjuvante. Talvez você esteja inconformado em ser mero figurante, mas preste atenção nisto: não se trata de ser o destaque ou não, mas de fazer ou desprezar a vontade de Deus aonde Ele te colocou.
Se somos filhos de Deus, temos nosso nome escrito no Livro da Vida. Isto é o que importa. Se temos o nosso nome escrito neste Livro, é incoerente querer que nosso nome se projete como "O Nome" aqui na Terra. Se quisermos agradar a Deus, procuraremos exaltar o Seu nome, não o nosso. Se vivemos para ele, não é o meu eu que deve ser exaltado. Se exaltarmos o Seu Nome, Ele nos exaltará. Se buscarmos nossa glória aqui na terra, poderemos até alcançá-la, mas é tudo o que teremos.
O perigo de querermos nos projetar é grande, e pode ser percebidos em todos os nossos planos, aspirações, sonhos, intenções e atitudes de nossa curta estadia neste mundo. Eu disse pode ser percebido, mas muitas vezes não é.
Ruth Harms Calkin captou isto em sua vida e descreveu com graça e poesia este perigo: A necessidade de buscar reconhecimento humano. Eis um pecado que tenazmente nos assedia! Devemos ler este poema como uma oração pessoal:

Tu sabes, Senhor, como te sirvo
Com enorme fervor emocional
Quando estou debaixo de holofotes
Sabes como falo de ti ardentemente
Na reunião de Senhoras
Sabes com que entusiasmo promovo
Uma reunião de confraternização
Conheces meu sincero fervor
Em um grupo de estudo bíblico
Mas como será que reagiria
Se me apontasses uma bacia com água
E me pedisses para lavar os pés calosos
De uma velhinha enrugada, arqueada
Todos os dias
De todos os meses
Num lugar recluso onde ninguém visse
E ninguém soubesse do fato?

Diga, com toda a sinceridade: como você reagiria se Deus lhe apontasse esta incumbência?
Por que deste sentimento de resignação?
Existe em você algum desejo secreto de ser a "estrela do show"? Ou ao menos querer exaltar alguma qualidade para ser reconhecido ou apreciado, mesmo que dissimuladamente?
Se você quer ser reconhecido pelos homens, muito provavelmente conseguirá, mas é tudo o que vai ter.
Se quiser ser reconhecido por Deus, procure cultivar o pensamento de João Batista:
"Convém que Ele cresça e que eu diminua!". Jo 3.30

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O SILÊNCIO NA HORA DA DOR

Aquele casal de amigos meus tinha acabado de enterrar o filho de 10 anos que morreu de câncer. Devia ser por volta das 8 horas da noite, a campainha da porta tocou e quando eles atenderam, viram um casal de amigos com duas pizzas. “Só viemos trazer isso – disseram – achamos que pode ajudar”. E foram embora. Anos depois os meus amigos compartilharam como foi importante para eles aquele cuidado silencioso. Lembraram do detalhe de que os outros dois filhos adolescentes estavam, por motivos óbvios, ainda sem jantar.
Observe esse exemplo bíblico. Os amigos de Jó, ao saberem todas as desgraças que o acometeram foram até ele para o consolar. Veja o que a princípio aconteceu:
“Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que lhe sobreviera, chegaram, cada um do seu lugar: Elifaz, o temanita, Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita; e combinaram ir juntamente condoer-se dele e consolá-lo. Levantando eles de longe os olhos e não o reconhecendo, ergueram a voz e choraram; e cada um, rasgando o seu manto, lançava pó ao ar sobre a cabeça. Sentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites; e nenhum lhe dizia palavra alguma, pois viam que a dor era muito grande.” (Jó 2:11-13)
Eles não sabiam nem o que falar diante de todo o sofrimento que viam. Mas parece que eles, como nós, alimentavam uma compulsão para falar o que achamos que vai ajudar. No caso dos amigos de Jó foi externar sua doutrina errada que prega que todo sofrimento é fruto do pecado e que a ausência de sofrimento (?!) é sinal de um bom relacionamento com Deus. Antes tivessem ficado calados. Essa também foi a conclusão à qual Jó chegou:
“Vós, porém, besuntais a verdade com mentiras e vós todos sois médicos que não valem nada. Tomara vos calásseis de todo, que isso seria a vossa sabedoria!” (Jó 13:4-5)
“Então, respondeu Jó: Tenho ouvido muitas coisas como estas; todos vós sois consoladores molestos. Porventura, não terão fim essas palavras de vento? Ou que é que te instiga para responderes assim? Eu também poderia falar como vós falais; se a vossa alma estivesse em lugar da minha, eu poderia dirigir-vos um montão de palavras e menear contra vós outros a minha cabeça; poderia fortalecer-vos com as minhas palavras, e a compaixão dos meus lábios abrandaria a vossa dor.” (Jó 16:1-5)
Deixe-me contar um episódio que aconteceu com um outro amigo e irmão em Cristo. Vamos chamá-lo de Haroldo. Após o funeral de um jovem, ele acompanhou a moça que acabara de ficar viúva até sua casa, agora mais vazia. Sentaram-se em um sofá na sala e ali ela ficou chorando baixinho, e o meu amigo só ao lado ela, em silêncio. Isso aconteceu no meio da tarde. Quando escureceu ele se levantou e foi embora sem dizer coisa alguma. Tempos depois ela declarou que a ajuda dele naquele momento foi e crucial importância. “Mas eu não fiz nada!” argumentou ele. Ao que ela respondeu: “É, mas você estava lá”.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

NA HORA DA DOR

Já faz um bom tempo que o Marcelo me pediu para preparar um material sobre como evangelizar uma pessoa que está passando por sofrimento. O Marcelo Berti é o pastor responsável pelo departamento de evangelização da Igreja que participo. Então vamos lá.
A hora da dor, de uma perda, de um outro sofrimento e diante da morte, esses são, via de regra, momentos atípicos, e o risco de cometermos erros mesmo sendo bem intencionados é muito grande. Mas a chance que temos de amarmos e sermos úteis é muito maior.
Veja esses versículos:
“Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo.” (Provérbios 16:24)
“O coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos.” (Provérbios 17:22)
“O espírito firme sustém o homem na sua doença, mas o espírito abatido, quem o pode suportar?” (Provérbios 18:14)
Percebemos por aí, e eu já vi isso de monte no hospital, que boas palavras podem curar corpo, alma e espírito. Mas então, o que falar nessas horas? Há um versículo que se refere aos discípulos para quando eles estivessem passando por perseguição e julgamento diante das autoridades, mas acredito que também podemos nos valer dele na evangelização. É o que se segue:
“O Espírito Santo vos ensinará, naquela mesma hora, as coisas que deveis dizer.” (Lucas 12:12)
Memorizar versículos que falem sobre esperança é extremamente útil, pois o Espírito Santo há de nos trazer à mente os mais apropriados para cada momento. Por exemplo:
“O necessitado não será para sempre esquecido, e a esperança dos aflitos não se há de frustrar perpetuamente.” (Salmos 9:18)
“Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, porque dele vem a minha esperança.” (Salmos 62:5)
“Regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes;” (Romanos 12:12)
Mas, realmente há momentos em que é melhor não falarmos nada. Vamos explorar isso em outro texto? Vamos.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

APRENDEI DE MIM

Texto de Reinaldo Bui
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. (Mateus 11:28-30)
Muitas vezes somos escravos das nossas emoções porque não conseguimos controlar nossos pensamentos. Isto se dá quando somos hipersensíveis às opiniões dos outros.
O resultado desta “hipersensibilidade” é um negativismo exagerado, insatisfação com tudo e com todos e uma dificuldade enorme de contemplar os acontecimentos mais simples e belos da vida ou mesmo de compreender e elogiar as pessoas.
Esperamos que todos ajam positivamente à nossa volta, mas dificilmente o fazemos. Isto faz com que não consigamos extrair os prazeres dos pequenos detalhes da vida.
Jesus não tinha nenhum destes problemas. Não era negativista e nem insatisfeito, pelo contrário, era uma pessoa contagiante. Nunca se deixava abater pelos erros das pessoas nem pelas situações difíceis.
As sementes que havia plantado no coração dos seus discípulos ainda não haviam brotado, mas mesmo assim ele pedia com uma esperança surpreendente: "Erguei os olhos, pois os campos já branquejam".
Quando disse tais palavras, o ambiente que o rodeava era de desolação e tristeza. Ele possuía muitos opositores: gente que queria matá-lo.
Sabia que seus discípulos o abandonariam no momento mais difícil. Sabia que sofreria muito ao passar pela cruz.
Sabia que em breve estaria experimentando a morte física e, o que é pior, a separação do Pai.
Mesmo assim, n'Ele não havia sombra de desânimo.
Talvez a posição geográfica que eles se encontravam só permitia aos discípulos enxergarem pedra e areia. Certamente eles não enxergavam aquilo que Jesus via: Homens e mulheres dispostos a deixarem um coração amargurado e endurecido por um coração disposto a louvar ao Senhor em todo o tempo de sua vida.
Seus discípulos não enxergavam nada disto. Nem num presente próximo e nem futuro. Mas em Cristo não havia qualquer sombra de desânimo. Se estivéssemos no seu lugar, excluiríamos a todos aqueles que nos machucariam por qualquer motivo: traição, rejeição, abandono... Entretanto, sua motivação para continuar vinha do desejo de transformar estes homens rudes e áridos num campo fértil, onde o amor do Pai frutificaria.
Ao contrário dele, ao primeiro sinal das dificuldades, desistimos de nossas metas, projetos e sonhos.
Precisamos aprender com ele. Carregamos um jugo pesado demais para nossas costas. Precisamos aprender a erguer os olhos e olhar por trás das dificuldades, das dores, das derrotas, das perdas e compreender que os invernos mais rigorosos podem trazer as primaveras mais belas.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

DIMINUA E APAREÇA


Teve uma época em que era extremamente importante para mim que as pessoas reconhecessem meus méritos. Coisas de jovem. Querer elogios é um dos resultados da imaturidade.
Não quero dizer com isso que não me importo com a opinião dos outros. Ouvir críticas, bem ou mal intencionadas, é uma das mais úteis formas de crescimento. E, óbvio, não quero desconsiderar ninguém.
Note esse trecho a respeito de João Batista:
“Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Conforme está escrito na profecia de Isaías: Eis aí envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho; voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas; apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados. Saíam a ter com ele toda a província da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém; e, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão. As vestes de João eram feitas de pêlos de camelo; ele trazia um cinto de couro e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre. E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desatar-lhe as correias das sandálias. Eu vos tenho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.” (Marcos 1:1-8)
Dá para perceber uma forte característica de alguém que decidiu ser humilde. Mas a citação seguinte nos mostra isso com mais objetividade e clareza:
“Convém que ele cresça e que eu diminua.” (João 3:30)
Essa é uma declaração do próprio João Batista a respeito de Jesus. Imagine aquele homem com as roupas típicas de um profeta, depois de 400 anos de silêncio de Deus, as multidões o seguindo, muitos achando que ele era o próprio Messias, e o que João faz? Olhe sua declaração:
“Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu? Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.” (João 1:19-20)
Quero isso para mim, diminuir a minha glória, ou mesmo eliminá-la, para glorificar a Deus.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

PRESENÇA QUE SE FAZ PRESENTE

Texto de Henri Nouwen

Quando nos sentimos realmente confortados e consolados? Quando alguém nos ensina como pensar ou como agir? Quando recebemos um conselho para onde ir ou o que fazer? Quando ouvimos palavras tranqüilizadoras e de esperança? Algumas vezes, talvez. Porém, o que realmente importa é ter alguém ao nosso lado nos momentos de dor e de sofrimento.

Mais importante do que qualquer ação específica ou de uma palavra de aconselhamento é a simples presença de alguém que se interessa por nós. Quando alguém nos diz, no meio de uma crise: "Eu não sei o que dizer ou o que fazer, mas quero que você saiba que estou ao seu lado, que não o deixarei sozinho", podemos nos sentir seguros de que temos um amigo em quem podemos encontrar consolo e conforto.
Numa época tão repleta de métodos e de técnicas destinados a mudar as pessoas, a influenciar o seu comportamento e a fazer com que elas façam coisas diferentes ou tenham idéias novas, perdemos o dom simples, porém difícil, de permanecer ao lado das pessoas.
Perdemos este dom porque somos levados a acreditar que nossa presença precisa ser útil. Nós pensamos: "Por que devo visitar esta pessoa? Não posso fazer nada por ela! Não posso sequer lhe ser útil!". Entretanto, esquecemos que muitas vezes é a presença humilde, despretensiosa e "inútil" de alguém ao nosso lado que nos dá consolo e conforto.
Permanecer ao lado de alguém pode parecer simples, mas é uma tarefa difícil, pois exige que compartilhemos nossa vulnerabilidade com esse alguém, que passemos junto com ele pela experiência da fraqueza e da impotência, que nos tornemos parte da incerteza. Para isso, precisamos abrir mão do controle e da autodeterminação. Porém, quando isso acontece, nasce nova força e nova esperança.
Aqueles que nos oferecem conforto e consolo ao permanecerem ao nosso lado em momentos de doença, de angústia mental ou de trevas espirituais, muitas vezes estão mais próximos de nós do que aqueles com quem temos laços de sangue. Eles demonstram sua solidariedade para conosco ao penetrarem de boa vontade nos espaços escuros e desconhecidos da nossa existência. Por essa razão, são eles que nos trazem nova esperança e nos ajudam a descobrir novos rumos na vida.

NO ESTÁDIO DO GUARANI

A Denise, a Cíntia e eu no Brinco de Ouro, GUARANI 2 X Fluminense 1

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

DA ÉTICA NA ECONOMIA

Texto de Reinaldo Bui

Passeando pela história antiga, média, moderna e contemporânea, vemos como o pensamento humano transformou-se no decorrer dos séculos, fruto das mutações econômicas na civilização ocidental.
Na idade média a economia restringia-se basicamente ao comércio de produtos artesanais e especiarias. Naquela época, o pensamento dominante mantinha a população escrava de seus temores, preocupada apenas em levar uma vida regrada e modesta onde, acreditava-se, assim fazendo obteriam a salvação de suas almas. O clero e a nobreza valendo-se desta realidade, concentravam a riqueza em suas mãos.
A partir da reforma protestante, deu-se início a uma era onde a busca pelo conhecimento científico-tecnológico determinaria o ritmo do desenvolvimento e conseqüente enriquecimento das sociedades vigentes. A idade moderna trouxe consigo uma nova realidade. A igreja católica já não era mais a detentora de todas as almas e do pensamento dos cidadãos comuns. O livre pensar levou o homem a novas descobertas, surgindo assim as ciências modernas, alavancadoras da revolução industrial entre outras coisas.
O surgimento da indústria atraiu o camponês para as cidades à procura da falsa segurança do trabalho assalariado. Surge aqui uma nova classe social. Ademais, com o inchaço das cidades nascem as primeiras metrópoles, e o aumento populacional exige uma demanda cada vez maior de produtos industrializados para suprir as necessidades da população. A lei da oferta e da procura intensifica-se absurdamente.
O capitalismo cresce sem muitos escrúpulos. Novos modelos econômicos, como o socialismo por exemplo, são propostos como alternativa de beneficiar a classe trabalhadora, pois no modelo capitalista não traz consigo nenhum mecanismo regulador ou limitador de ganhos, permitindo que muita riqueza e poder se concentre na mão de poucos em detrimento da grande e miserável população. Traz-se à tona a antiga mentalidade grega de que a felicidade pessoal (de poucos) deve ser conquistada e mantida a todo custo, ainda que para isto muitos precisem sofrer. Esta era a justificativa para os gregos, que tanto valorizavam a liberdade, sustentarem a escravidão.
Mas a nossa preocupação central deve ser justamente analisar a ética em meio a estes turbulentos paradigmas sócio-econômicos. Não somente a ética nos relacionamentos humanos, como também, mais recentemente, uma ética voltada para a preocupação com o meio ambiente. Se até então os senhores da indústria viam o próximo como empregados/consumidores em potencial e o planeta como mero fornecedor de matéria prima, a preocupação com um sistema ético global deve converter esta mentalidade egoísta numa consciência socialmente e ecologicamente aceitável. Em lugar da antiga e impessoal relação patrão – empregado deve ser observado um relacionamento entre semelhantes. Em lugar do extrativismo e da exploração dos recursos naturais serem medidos somente pelos lucros, devemos olhar para nosso planeta como nosso lar e das futuras gerações. A ética da economia deve passar obrigatoriamente por estas vias.
Por fim, numa rápida análise, percebemos que um pouco de ética evitaria muitas falhas inerentes à estratégia brasileira de importar e implantar neste país um modelo econômico pronto, ignorando o fato do Brasil, na época, ser um país essencialmente agrícola além de estar profissionalmente e culturalmente despreparado para receber a enxurrada tecnológica importada pelo primeiro mundo. Alem do mais, a política coronelesca vigente preferiu implantar um modelo de mídia que promove o consumismo e o entretenimento das massas ao invés de investir em educação e cultura, próprio de países desenvolvidos.
Como podemos perceber, a ética deve ser a base e a orientação de toda economia ao invés da busca ávida por lucro. Enquanto o amor ao dinheiro for o princípio balizador - não apenas de nossa economia mas da economia mundial, os princípios éticos estarão sendo pisoteados fazendo com que uma humanidade rica, mas cega e extremamente infeliz, pereça em todos os sentidos.

sábado, 4 de setembro de 2010

COMO TUDO COMEÇA

Tem uma música, se não me engano dos “Vencedores por Cristo”, que possui um verso assim: “Que farei, de Jesus chamado o Cristo?”. Essa música me veio à mente após ler esse versículo:
“Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.” (Marcos 1:1)
Vamos ver o que significam as palavras Jesus e Cristo.
Primeiro o termo Jesus, que significa “Jeová é Salvação”. Lembro-me de há muitos anos ter questionado do que Jesus me salva, pois não tinha ainda o conhecimento de que eu estava me encaminhando rapidamente para o Inferno. Ele me salvou, uma vez por todas (“que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu.” - Hebreus 7:27), de ir para o o Inferno. No processo da salvação me livra ainda, dia a dia, da força que o pecado exerce em meu viver. E por fim, me salva dessa natureza pecaminosa e desse corpo corrupto, me transformando gloriosamente para adorá-Lo presencialmente por toda a eternidade.
A palavra Cristo é o equivalente grego da palavra hebraica “Messias”, que quer dizer “ungido”. Deus prometeu ao seu povo Israel que lhes enviaria o Messias, que os salvaria política e espiritualmente. Esse é Jesus, Deus que se fez homem para nos salvar.
Ainda fica a pergunta da música citada lá em cima. A resposta é fundamental para nosso relacionamento com Deus.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O SER QUE VIROU UMA IDÉIA


Um pensamento que traz muita esperança, que reconforta, sustenta, incentiva e dá forças para passar os momentos mais difíceis. Aumenta a auto-confiança, alegra, faz chorar de felicidade e em alguns casos opera até a cura. Isso é o que é Deus para muitas pessoas.
Mas Deus não é um pensamento. Deus é um ser vivo, todo poderoso, soberano. Ele não existe para a nossa conveniência. Devemos adorá-Lo não pelo que Ele pode fazer ou deixar de fazer, por nós e pelos outros. Devemos adorá-Lo pelo que Ele é.
Poucos teriam a firmeza que Jó teve ao afirmar, em meio a todas as desgraças que o acometeram, o seguinte:
“Então, Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra e adorou; e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR! Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.” (Jó 1:20-22)
Ou ainda isso:
“Jó, sentado em cinza, tomou um caco para com ele raspar-se. Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre. Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.” (Jó 2:8-10)
Em algumas ocasiões Deus me enviou para um, digamos assim, deserto. Doença, problemas, amigos distantes, parece que tudo de ruim nos acontece. E as orações, então?
“Deus meu, clamo de dia, e não me respondes; também de noite, porém não tenho sossego.” (Salmos 22:2)
Devemos amar a Deus mesmo quando Ele diz NÃO.
“Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação.” (Habacuque 3:17-18)
PARA MEDITAR:
“Eis que temos por felizes os que perseveraram firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo.” (Tiago 5:11)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

QUISOM

Nós temos um canário belga em uma gaiola lá em casa. Canta que é uma beleza! Quando o ganhamos da Dona Vanda, amiga nossa, eu perguntei para a Letícia (minha “neta agregada”) qual seria o nome do passarinho. Sua resposta me surpreendeu: “Ele vai se chamar 'Passarinho, que som é esse?'”. Essa frase é o começo de uma música de um quadro de um programa infantil onde duas passarinhas perguntam a um passarinho sobre os diversos instrumentos musicais. Por ser poético e criativo ficou esse nome mesmo, e assim nosso canário se chama “Passarinho, que som é esse?”, mas todos o chamam pelo apelido: QUISOM.
Devemos ter pássaros presos em gaiolas? Tenho medo de soltar o Quisom e ele morrer por não saber se virar (acho que nasceu em cativeiro). Bem, tem o instinto, né? Sei lá.
O Timão, grande amigo que, como diria o Rolando Boldrin, “viajou fora do combinado”, ele acreditava que os animais dominados pelo homem, sejam domados ou domesticados, são mais “felizes” do que os que vivem soltos na natureza. Seu argumento é que os bichos foram criados para serem dominados pelo homem:
“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.” (Gênesis 1:27-28)
Sinceramente, não sei. Eu vi no zoológico de São Paulo, acho que era uma jaguatirica, andando de um lado até o outro da jaula, encostando-se à parede que já estava manchada de tanto que ela se esfregava, e isso era o dia inteiro!
De uma coisa eu tenho certeza: devemos cuidar bem dos animais:
“Os bons cuidam bem dos seus animais, porém o coração dos maus é cruel.” (Provérbios 12:10 NTLH)
Quanto a mim, sou um pouco como Giovanni di Pietro di Bernardone, ou melhor, São Francisco de Assis, que tinha em alta consideração a natureza como criação de Deus (lembra do filme “Irmão Sol, irmã Lua”?). Só mato os bichos em última instância.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

UM NOVO AMOR

O caso ali foi o seguinte. O marido a trocara por outra, uma moça bem mais nova; sem mais nem menos ele juntou as coisas e foi morar com a outra. Para ela só ficou a responsabilidade de criar os 3 filhos, o que fez com muito trabalho árduo e muita dedicação amorosa. Depois de uns tempos o marido ficou muito e irremediavelmente doente e, diante dessa situação, a amante o abandonou. Os filhos, a essa altura já casados, o viram abandonado e exigiram que a mãe o recebesse em casa para ela cuidar do velho. Diante da recusa daquela pobre mulher, os filhos a ameaçaram de nunca mais a verem, nem eles nem os netos que ela amava. Sem saída, ela cuidou com extremo desvelo até ele morrer ali no HC-UNICAMP. Foi um belo exemplo de amor (atitude e ação, não emoção, sentimento) ao marido e aos filhos e netos.
Note os seguintes versículos:
“Amados, não vos escrevo mandamento novo, senão mandamento antigo, o qual, desde o princípio, tivestes. Esse mandamento antigo é a palavra que ouvistes. Todavia, vos escrevo novo mandamento, aquilo que é verdadeiro nele e em vós, porque as trevas se vão dissipando, e a verdadeira luz já brilha. Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas. Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço. Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.” (1 João 2:7-11)
Não era um mandamento novo porque ele já constava no Velho Testamento:
“Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR.” (Levítico 19:18)
Para entendermos isso temos que lembrar que há 3 tipos de amor: o amor de um homem por uma mulher (eros), o amor entre amigos (filéo) e o amor sacrificial (ágape). E há 3 formas de amarmos: como amamos aos outros, como amamos a nós mesmos e como Deus nos ama.
O mandamento antigo é que devemos amar os outros. O mandamento novo é que devemos amar os outros como Jesus Cristo nos amou:
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.” (1 João 3:16)