Aprendi muito, mas muito mesmo com o meu amigo Timão, hoje falecido. Tanto de um jeito formal, como por exemplo nas aulas e pregações feitas por ele, como também informalmente, ao nos encontrarmos ou para comer algo, ou ao fim de um culto, ou em algum evento social. Eu anotava tudo. Acho que foi mais ou menos assim que aconteceu com Pedro e João Marcos.
Veja esse verso:
“Aquela que se encontra em Babilônia, também eleita, vos saúda, como igualmente meu filho Marcos.” (1 Pedro 5:13)
Marcos não era um dos 12, mas era discípulo de Pedro. A única pista que temos de um encontro dele com Jesus é no momento da prisão do Senhor, se é que o jovem citado no versículo abaixo se refere a João Marcos, como se acredita ser:
“Seguia-o um jovem, coberto unicamente com um lençol, e lançaram-lhe a mão. Mas ele, largando o lençol, fugiu desnudo.” (Marcos 14:51-52)
Acho que ele tinha interesse nas coisas que se referiam a Jesus como o Messias. Tinha uma família que era referência para a Igreja que nascia:
“Considerando ele a sua situação, resolveu ir à casa de Maria, mãe de João, cognominado Marcos, onde muitas pessoas estavam congregadas e oravam.” (Atos 12:12)
Na sua imaturidade, Marcos havia conquistado a desconfiança do apóstolo Paulo, confiança reconquistada mais tarde. Leia esses versículos:
“Alguns dias depois, disse Paulo a Barnabé: Voltemos, agora, para visitar os irmãos por todas as cidades nas quais anunciamos a palavra do Senhor, para ver como passam. E Barnabé queria levar também a João, chamado Marcos. Mas Paulo não achava justo levarem aquele que se afastara desde a Panfília, não os acompanhando no trabalho. Houve entre eles tal desavença, que vieram a separar-se. Então, Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. Mas Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu encomendado pelos irmãos à graça do Senhor. E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas.” (Atos 15:36-41)
“Somente Lucas está comigo. Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério.” (2 Timóteo 4:11)
Esse é, em poucas linhas, o homem que escreveu esse evangelho. Discípulo de Pedro e companheiro de Paulo, útil no serviço dedicado ao nosso Senhor.
2- COMO TUDO COMEÇA
Tem uma música, se não me engano dos “Vencedores por Cristo”, que possui um verso assim: “Que farei, de Jesus chamado o Cristo?”. Essa música me veio à mente após ler esse versículo:
“Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.” (Marcos 1:1)
Vamos ver o que significam as palavras Jesus e Cristo.
Primeiro o termo Jesus, que significa “Jeová é Salvação”. Lembro-me de há muitos anos ter questionado do que Jesus me salva, pois não tinha ainda o conhecimento de que eu estava me encaminhando rapidamente para o Inferno. Ele me salvou, uma vez por todas (“que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu.” - Hebreus 7:27), de ir para o o Inferno. No processo da salvação me livra ainda, dia a dia, da força que o pecado exerce em meu viver. E por fim, me salva dessa natureza pecaminosa e desse corpo corrupto, me transformando gloriosamente para adorá-Lo presencialmente por toda a eternidade.
A palavra Cristo é o equivalente grego da palavra hebraica “Messias”, que quer dizer “ungido”. Deus prometeu ao seu povo Israel que lhes enviaria o Messias, que os salvaria política e espiritualmente. Esse é Jesus, Deus que se fez homem para nos salvar.
Ainda fica a pergunta da música citada lá em cima. A resposta é fundamental para nosso relacionamento com Deus.
3- DIMINUA E APAREÇA
Teve uma época em que era extremamente importante para mim que as pessoas reconhecessem meus méritos. Coisas de jovem. Querer elogios é um dos resultados da imaturidade.
Não quero dizer com isso que não me importo com a opinião dos outros. Ouvir críticas, bem ou mal intencionadas, é uma das mais úteis formas de crescimento. E, óbvio, não quero desconsiderar ninguém.
Note esse trecho a respeito de João Batista:
“Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Conforme está escrito na profecia de Isaías: Eis aí envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho; voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas; apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados. Saíam a ter com ele toda a província da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém; e, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão. As vestes de João eram feitas de pêlos de camelo; ele trazia um cinto de couro e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre. E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desatar-lhe as correias das sandálias. Eu vos tenho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.” (Marcos 1:1-8)
Dá para perceber uma forte característica de alguém que decidiu ser humilde. Mas a citação seguinte nos mostra isso com mais objetividade e clareza:
“Convém que ele cresça e que eu diminua.” (João 3:30)
Essa é uma declaração do próprio João Batista a respeito de Jesus. Imagine aquele homem com as roupas típicas de um profeta, depois de 400 anos de silêncio de Deus, as multidões o seguindo, muitos achando que ele era o próprio Messias, e o que João faz? Olhe sua declaração:
“Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu? Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.” (João 1:19-20)
Quero isso para mim, diminuir a minha glória, ou mesmo eliminá-la, para glorificar a Deus.
4- A TRINDADE
Já imaginou um filme em 3D mostrando o batismo de Jesus? Não?! Então imagine agora.
“Naqueles dias, veio Jesus de Nazaré da Galiléia e por João foi batizado no rio Jordão. Logo ao sair da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito descendo como pomba sobre ele. Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.” (Marcos 1:9-11)
Com essa imagem em nossa mente, vamos pensar um pouco sobre esse evento ímpar da história.
Por que Jesus foi batizado? Para se identificar totalmente conosco. Foi por isso que Ele veio “habitar entre nós” (João 1:14). Ele veio morar conosco, comer a mesma comida que comemos, sentir o mesmo que nós, viver como nós vivemos, e isso inclui ser batizado como nós.
E no momento em que Jesus foi batizado por João, houve aquela manifestação fantástica da Trindade. Trindade? Três em um?? Como assim???
Não tenho a pretensão de explicar totalmente o mistério da Santíssima Trindade.
No entanto, há algumas ilustrações que ajudam, mas não me satisfazem. São essas: ovo (casca, clara e gema), cadeira (assento, encosto e pés) e dicionário (volumes um, dois e três). São três partes de um objeto só. Mas a clara é diferente da casca e da gema, assim como o encosto é diferente do assento e cada volume do dicionário é distinto um do outro.
Talvez essa outra ilustração seja melhor. Imagine três blocos em forma de cubo, enormes, flutuantes e absolutamente iguais. Com o pensamento, junte esses blocos de uma tal forma perfeita que eles se transformem em uma única peça.
Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo são tão iguais que são um.
Essa unidade é o que Deus planejou para nós, uns com os outros e todos com Ele. Quanto mais perto estivermos de Deus mais perto estaremos dos outros.
Note como Jesus orou:
“Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.” (João 17:22-23)
5- É POSSÍVEL AMAR SEM ALEGRIA?
A resposta é “sim”. Veja o seguinte exemplo: uma mãe tem, digamos assim, 3 filhos, sendo que dois deles são estudiosos, trabalhadores, responsáveis e torcem para o GUARANI, mas um não estuda, não trabalha, é irresponsável e outras coisas que não preciso nem citar para não chocar. Essa mãe ama os 3, mas só tem alegria nos 2 primeiros.
Deus Pai tinha amor e alegria em Jesus Cristo:
“Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.” (Marcos 1:11)
Jesus dava prazer a Deus Pai.
Muitas vezes não temos alegrias proporcionadas por aqueles que amamos.
Devemos amar mesmo que isso não nos proporcione alegria. As pessoas que mais precisam do nosso amor muitas vezes são as que mais tristezas nos causam. Devemos amar independentemente da pessoa que é o alvo do nosso amor. Suas reações, modo de viver, ações e atitudes não devem influenciar nossa decisão de amar. Se não for assim, são eles que vão estar determinando minhas ações, meus valores e meu modo de vida.
Há um pensamento que li e não me lembro mais o autor, o qual pergunta quem teria coragem de orar assim no fim de cada dia: “Senhor, trata-me amanhã como tratei os outros hoje”.
Que Deus me ama não há dúvida alguma:
“Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)
“Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5:8)
Mas será que eu dou alegria a Deus e aos outros?
6- ME LEVA
Será que eu tenho coragem de me entregar nas mãos de Deus a ponto de orar pedindo que me leve para o lugar e circunstâncias que Ele quiser? E se Ele quiser que eu vá para um lugar deserto para ser tentado?
“E logo o Espírito o impeliu para o deserto ...” (Marcos 1:12)
“Foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.” (Mateus 4:1)
Quando lemos deserto logo pensamos em um lugar extremamente quente, onde só há areia, como aqueles que aparecem em filmes de “cowboys” ou nas imagens do deserto do Saara. Mas deserto é um lugar onde não há ninguém.
Vamos imaginar uma cena: Deus me pegando (ou a você), me levando para um lugar onde não tenho contato com ninguém, mesmo que haja um monte de gente por ali, e Ele me larga lá. Ao me ver ali só e fragilizado, um demônio (não precisa ser o próprio Diabo) começa a me rodear de longe e a se aproximar lentamente, e sussurrando baixinho: “Uau, o que temos aqui!”, me olhando com péssimas intenções.
Agora pouco eu pensei: “Deus não faria isso comigo”. Você também pensou? Mas ... se Ele fez com Jó por que não faria comigo, ou com você?
E o próprio Senhor Jesus experimentou isso!
Jesus foi tentado em 3 áreas. Na satisfação ilícita de suas legítimas necessidades físicas (se transformasse pedras em pães), querer que Deus esteja às suas ordens (se saltasse da parte mais alta do Templo e “determinasse” que os anjos o segurassem) e ser rei sem passar pela cruz (ter os reinos do mundo se adorasse o Diabo).
Já experimentei algumas épocas de “deserto”. Querendo ficar cômodo, querendo ser servido e querendo glória sem sacrifícios! Solidão, tristeza, frustração, tudo em um período em que a expressão popular que diz “desgraça pouca é bobagem” parece fazer sentido.
Entretanto, vire a moeda e veja o outro lado: foram épocas de muito crescimento espiritual, de aprofundamento da comunhão com Deus e de aumento de sabedoria. Sou extremamente grato por cada um desses períodos.
Última coisa: você crê que o Espírito Santo, que nos ama de verdade, nos levaria a um “lugar” que não fosse o melhor para nós?
7- ANJOS
Numa certa manhã de domingo eu estava dando aula para uma classe de estudos bíblicos de adultos. Um dos tópicos que estava abordando era a existência dos anjos. No meio da explanação fui interrompido por um senhor que disse que eu não deveria falar aquilo pois poderia levar os alunos ali presentes a adorarem os anjos e não a Deus. Argumentei que a adoração a esses seres celestiais não estava sendo pregada nem incentivada, nem aventada havia sido, a não ser por ele. Ele que, como pode se perceber, era um homem que adorava confusão e polêmica, ainda afirmou que alguém ali dentro da sala podia deturpar o que estava sendo ensinado e cometer aquela idolatria. A classe se defendeu bronqueando com ele e foi a custo que a aula continuou.
Eu acredito em anjos, pois a Bíblia diz que eles existem. Não creio em “anjo do dia”, “trocar de anjo”, e outras bobagens. Mas a existência desses seres sobrenaturais para mim é um fato. Nem sempre consideramos isso e nos esquecemos que há anjos, bons e maus, à nossa volta. Também acredito em “anjo da guarda”, mas esse é um assunto que não cabe aqui.
Mas por que estou escrevendo tudo isso? Por causa do final desse versículo que tenho meditado:
“E logo o Espírito o impeliu para o deserto, onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado por Satanás; estava com as feras, mas os anjos o serviam.” (Marcos 1:12-13)
Nas horas de aflições, além de Deus, temos os anjos:
“Não são todos eles (os anjos) espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hebreus 1:14)
8- BOAS NOTÍCIAS
Lembro-me da minha frustração e depois remorso. Um grande amigo chegou e disse que tinha uma ótima notícia para mim. Eu estava triste por causa de uma série de dissabores e pensei que era disso mesmo o que eu precisava, isto é, uma boa notícia para mim. Pedi para ele contar logo o que era, e ele contou: “Fui promovido”.
Fiquei frustrado porque a tal da boa notícia não era para mim, e fiquei com remorso por não ter me alegrado com a promoção do meu até hoje amado amigo. Fui egoísta.
Se não corresponde às nossas expectativas, por melhor que seja, atá a melhor notícia pode nos trazer frustração. Foi isso o que aconteceu com o povo de Israel quando Jesus pregou o Evangelho (que quer dizer “boa notícia de vitória”):
“Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.” (Marcos 1:14-15)
Antes de continuarmos, deixe-me fazer uma observação que para mim foi interessante: quando Jesus pregava o Evangelho, falava sobre Ele mesmo.
Já falei do Evangelho para muitas pessoas as quais não receberam a mensagem como boas novas. Uma grande amiga minha me confidenciou que antes de se converter ela não ia à Igreja porque os cultos eram bons, ou os estudos bíblicos eram de qualidade. Não. Ela ia porque reconhecia que precisava de Deus, ela queria Deus em sua vida. Isso não nos exime da responsabilidade de prepararmos bons cultos e bons estudos bíblicos. Mas o fundamental é reconhecermos a necessidade que todo ser humano tem de Deus.
A seguir, um contra-exemplo para meditarmos:
“Depois, foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto. Respondeu Faraó: Quem é o SENHOR para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o SENHOR, nem tampouco deixarei ir a Israel.” (Êxodo 5:1-2)
9- REINA EM MIM
Me parece que nós, os brasileiros, somos um pouco frustrados por não termos mais um rei. Podemos notar isso por diversos títulos concedidos em várias áreas: Rei Pelé, Rei do Baião, Rainha da Primavera, Rainha da Festa da Abóbora e outras manifestações tal como a expressão “Rei da Cocada Preta” para designar quem está por cima.
Talvez esse desejo seja mais comum do que pensamos e não exclusivo do brasileiro. O povo de Israel quis um rei:
“Então, os anciãos todos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá, e lhe disseram: Vê, já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que nos governe, como o têm todas as nações. Porém esta palavra não agradou a Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos governe. Então, Samuel orou ao SENHOR. Disse o SENHOR a Samuel: Atende à voz do povo em tudo quanto te diz, pois não te rejeitou a ti, mas a mim, para eu não reinar sobre ele.” (1 Samuel 8:4-7)
Quando Jesus começou a pregar as “boas notícias” da salvação, Ele as relacionou com o Reino de Deus:
“Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.” (Marcos 1:14-15)
Em Mateus 6:33, Jesus nos exorta a buscarmos primeiramente o Reino de Deus. Mas, o que é isso exatamente? É deixar Jesus Cristo reinar em nossas vidas. Na prática, é nos colocarmos como súditos, não como reis.
O súdito serve, obedece, é fiel, trabalha e luta pelo rei, se preciso até a morte.
De quem você é súdito? De Jesus Cristo ou, por exemplo, do Rei Momo?
10- HOMENS TRABALHANDO
Quando eu era estudante, aprendi na aula de Educação Moral e Cívica (Ainda existe essa matéria? Deveria existir!), que “o trabalho dignifica o homem”. Muito embora em determinadas épocas o trabalho tenha sido visto como degradante. Por ser uma atividade social essencial, trabalhar dá a importância ao indivíduo no meio em que vive. Quem não trabalha se torna um parasita.
Todas as pessoas a quem Deus chamou para uma obra específica estavam ocupados. Note esse trecho:
“Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu os irmãos Simão e André, que lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores.” (Marcos 1:16)
Há um ditado popular que eu penso ter muita sabedoria ensinada ali: “Se quiser pedir para alguém lhe fazer algo, peça a quem está ocupado”. É uma questão de ritmo. Uma pessoa desocupada geralmente demora a sair da inércia. Sua tendência é continuar do jeito em que está. Já quem está ocupado, já está, digamos assim, aquecido.
“Nunca mande um preguiçoso fazer alguma coisa; ele será tão irritante como vinagre nos dentes ou fumaça nos olhos.” (Provérbios 10:26 NTLH)
De ociosidade danosa temos um exemplo bíblico que me é marcante:
“Decorrido um ano, no tempo em que os reis costumam sair para a guerra, enviou Davi a Joabe, e seus servos, com ele, e a todo o Israel, que destruíram os filhos de Amom e sitiaram Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém. Uma tarde, levantou-se Davi do seu leito e andava passeando no terraço da casa real; daí viu uma mulher que estava tomando banho; era ela mui formosa. Davi mandou perguntar quem era. Disseram-lhe: É Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu. Então, enviou Davi mensageiros que a trouxessem; ela veio, e ele se deitou com ela. Tendo-se ela purificado da sua imundícia, voltou para sua casa. A mulher concebeu e mandou dizer a Davi: Estou grávida.” (2 Samuel 11:1-5)
O resto da história você conhece. Se não, leia lá.
11- HISTÓRIAS DE PESCADORES
Gosto de programas de televisão sobre pescarias. Não gosto de pescar, mas gosto desses programas. Eles mostram bons pescadores, aqueles (ou aquelas) que conhecem o rio, os peixes com seus hábitos, alimentação, conhecem também a “tralha”, que é como é chamado o conjunto de apetrechos usados, tais como varas, linhas, iscas e outros mais.
Jesus Cristo lidou com homens experientes na “arte” da pesca e usou isso para convocá-los à evangelização:
“Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu os irmãos Simão e André, que lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores. Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram.” (Marcos 1:16-18)
Em uma música linda e inédita, meu grande irmão e amigo Paulo Marcos compara o pescador de peixes com o pescador de homens. Aqueles tiram o produto da pesca da vida para a morte (que vai manter a vida), enquanto esses o tiram da morte (espiritual) para a vida.
A isca para os pescadores de homens é a própria cruz:
“E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.” (João 12:32)
Esse é o nosso Deus, que nos atrai com Seu amor que chega a se entregar por nós!
Mas sem entendermos isso, usamos outras “iscas”: programas agradáveis que chegam perto de poderem ser classificados como shows. O responsável pelo louvor fica numa posição entre dirigente e animador de auditório. Ou então o atrativo é a desavergonhada promessa de cura e/ou prosperidade.
A Igreja verdadeira tem como chamariz o amor sacrificial.
12- RAÍZES E ASAS
“Somente dois legados podemos deixar para nossos filhos: um, raízes; outro, asas” (Hodding Carte).
Chega uma hora em que os filhos desejam sair de casa, querem tocar sua vida por conta própria. Não digo que isso acontece com todos; li alguma coisa que está aumentando o número de filhos e filhas (mas mais os homens) que com 35 ou 40 anos ainda vivem com os pais. Mas via de regra eles querem morar debaixo de outro teto que não o dos pais.
Bater as asas e voar sem perder de vista as raízes. Penso que esse é o equilíbrio do ideal. E todo equilíbrio é mais complicado do que a queda em um dos extremos. A queda pode ser dolorida, mas não exige uma manutenção contínua e constante como o equilíbrio.
Dar aos filhos pés bem fincados e firmes no chão, e capacidade de realizar altos vôos, é a tarefa dos pais. Vínculos emocionais sadios, que não amarram e subjugam, mas que estão sempre prontos a “recarregar as baterias” do coração, e ensinamentos sábios para a vida “lá fora”, formam a aparelhagem que o(a) jovem necessita para ser devolvido(a) ao Senhor (É isso mesmo, os filhos não são dos pais, mas de Deus!) para serví-Lo e glorificar Seu Nome.
PARA REFLETIR:
“Pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes. E logo os chamou. Deixando eles no barco a seu pai Zebedeu com os empregados, seguiram após Jesus.” (Marcos 1:19-20 RA)
13- SOBRE O ENSINAR E O VIVER
Certo domingo pela manhã, durante uma aula da Escola Bíblica Dominical, eu estava ensinando em uma classe de crianças com 10 anos de idade. Falava que o dito popular “Faça o que eu falo mas não faça o que eu faço” não é coerente com os ensinamentos bíblicos. Um pouco pensando alto, outro tanto compartilhando ou talvez perguntando, uma loirinha falou: “Meu pai vive me falando isso”.
Pode até ser que uma pessoa siga os conselhos de alguém que não vive o que diz, talvez pela veracidade do que é pregado, mas o impacto da lição é bem menor. O conselheiro fica desacreditado.
O ensino de Jesus maravilhava as pessoas. Observe:
“Depois, entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, foi ele ensinar na sinagoga. Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.” (Marcos 1:21-22)
Isso me fez lembrar dessa frase que, de tão divulgada, já não sei o autor: “Pregue, e se necessário fale”. E também essa outra: “As suas ações falam bem mais alto do que suas palavras”.
No mais, o que nos resta é ter sabedoria. Medite nessa frase de Johann Kaspar Lavater, filósofo, poeta e teólogo suiço que viveu de 1741 a 1801:
“Se queres ser sábio, aprende a interrogar razoavelmente, a escutar com atenção, a responder serenamente e a se calar quando não tiveres nada a dizer”.
14- AINDA SOBRE A AUTORIDADE
A maior parte das pessoas sabe que torço para o Guarani. Muitas vezes após o culto de domingo fico sem saber o resultado do jogo e, aproveitando-se disso, um determinado indivíduo me procura e diz que o Guarani perdeu, mesmo sabendo que, o que aconteceu, foi um empate ou vitória para nós. Por essas e outras não acredito mais nesse cara. Mesmo quando ele fala a verdade.
Às vezes chego para a Denise e digo “Fulana de tal disse que ...”, e só de citar o nome daquela moça fica implícito que aquela informação tem que ser checada. Falta crédito no falar. E é verdade o que Neimar de Barros escreveu em seu livro “DEUS NEGRO”: “Um segundo de mentira destrói 24 horas de verdade”.
Conhece alguém assim? Se você me conhece, sua resposta tem que ser sim. Tenho lá momentos de fraqueza e aumento um pouco o tamanho do peixe que pesquei. Você não é assim? Parabéns.
Jesus Cristo não permitiu que um demônio falasse, muito embora sua (do demônio) afirmação fosse verdadeira:
“Depois, entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, foi ele ensinar na sinagoga. Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. Não tardou que aparecesse na sinagoga um homem possesso de espírito imundo, o qual bradou: Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus! Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai desse homem. Então, o espírito imundo, agitando-o violentamente e bradando em alta voz, saiu dele. Todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si: Que vem a ser isto? Uma nova doutrina! Com autoridade ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem! Então, correu célere a fama de Jesus em todas as direções, por toda a circunvizinhança da Galiléia.” (Marcos 1:21-28)
Autoridade de vida e consistência na verdade são 2 pré-requisitos para pregarmos com relevância.
15- A PARTE QUE ME CABE
Estou plenamente ciente de que a maior fonte de contaminação hospitalar é o toque das mãos. Por isso ao fazermos as visitas ali no HC-UNICAMP, sempre as lavamos cuidadosamente e as desinfectamos com álcool (tem que ser diluído na proporção de 70%, caso contrário é ineficaz).
Porém, também estou igualmente conscientizado de que dar as mãos, em alguns casos, é um procedimento fundamental no meu trabalho. Já fiquei horas e mais horas de mãos dadas com pacientes, acompanhantes e funcionários do hospital, homens e mulheres, das mais variadas idades.
Veja esse trecho da Bíblia:
“E, saindo eles da sinagoga, foram, com Tiago e João, diretamente para a casa de Simão e André. A sogra de Simão achava-se acamada, com febre; e logo falaram a Jesus a respeito dela. Então, aproximando-se, tomou-a pela mão; e a febre a deixou, passando ela a servi-los.” (Marcos 1:29-31)
O que me intrigava nesse episódio é a razão pela qual Jesus a tomou pela mão. Conclui que, mais do que um ato de cavalheirismo, foi um ato de amor. O dar as mãos, ou ficar de mãos dadas é uma das mais profundas ações de comunicação não verbal. Transmite solidariedade, carinho, segurança, sustento, força, cumplicidade e companhia.
Jesus Cristo era 100% Deus e 100% homem. Como Deus Ele curou a sogra de Pedro, como homem, deu-lhe as mãos. Dar as mãos é a parte que me cabe.
Quando Jesus na cruz foi crucificado para nos livrar do pecado, no momento em que suas mãos foram traspassadas, Eles as estava dando por nós:
“Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés.” (Salmos 22:16)
Hoje posso ser as “mãos de Jesus” para os outros.
PARA MEDITAR:
“E riam-se dele. Tendo ele, porém, mandado sair a todos, tomou o pai e a mãe da criança e os que vieram com ele e entrou onde ela estava. Tomando-a pela mão, disse: Talitá cumi!, que quer dizer: Menina, eu te mando, levanta-te! Imediatamente, a menina se levantou e pôs-se a andar; pois tinha doze anos. Então, ficaram todos sobremaneira admirados.” (Marcos 5:40-42)
“E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra.” (Mateus 8:3)
16- A PAUSA
Não entendo nada de música, mas alguém que entende me contou que a pausa em uma melodia, é fundamental para a harmonia da mesma. Ora, a harmonia é que faz algo ser belo, então posso concluir que a pausa é um dos principais ingredientes para se compor uma bela música.
Podemos transpor esse fato para a nossa própria vida. Para termos uma vida cheia de harmonia e portanto, bonita, devemos fazer umas pausas no meio dos muitos afazeres que temos. Essas pausas são para nos dedicarmos a cultivar nosso relacionamento íntimo com Deus.
Observe esse trecho:
“À tarde, ao cair do sol, trouxeram a Jesus todos os enfermos e endemoninhados. Toda a cidade estava reunida à porta. E ele curou muitos doentes de toda sorte de enfermidades; também expeliu muitos demônios, não lhes permitindo que falassem, porque sabiam quem ele era. Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava. Procuravam-no diligentemente Simão e os que com ele estavam. Tendo-o encontrado, lhe disseram: Todos te buscam. Jesus, porém, lhes disse: Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de que eu pregue também ali, pois para isso é que eu vim. Então, foi por toda a Galiléia, pregando nas sinagogas deles e expelindo os demônios.” (Marcos 1:32-39)
O próprio Senhor Jesus fazia essas pausas!
Podemos não perceber mas, uma vida cheia de correria sem pausa gera stress, doenças, irritabilidade, mau humor e muitos outros males. Um comentário só de passagem: você já notou que o mau humor é mais contagiante do que o bom humor?
O grande risco que corremos é achar que na pausa não há vida, da mesma forma que podemos achar que na pausa não há música. A verdade é que a pausa faz parte da melodia tanto quanto nossas paradas para oração fazem parte da nossa vida.
Uma última observação: se não paramos, Deus nos pára.
17- OU OLHA PARA OS PÉS OU OLHA PARA O ROSTO
Ao olhar para mim pela primeira vez, geralmente as crianças ou olham para os meus pés defeituosos ou então para o meu rosto. Algumas, felizmente pouquíssimas, das que olham primeiro para os meus pés, riem de mim. A grande maioria das que primeiramente olham para o meu rosto, sorriem para mim.
Há no meu condomínio uma menina de mais ou menos 5 anos. Ela é dessas que olham para o meu rosto e sorriem. Por causa da curiosidade natural dessa idade, ela já me perguntou inúmeras vezes “o que foi que aconteceu com você?”. Pois não é que outro dia eu estava passeando pelo estacionamento dos prédios, ela se colocou ao meu lado e, andando de costas, perguntou de novo o que é que aconteceu comigo. “Mas quantas vezes você já me perguntou isso, menina?”, perguntei. Ela respondeu: “Eu sei que foi um monte, mas é que eu esqueço”. Aí eu não resisti e falei: “Tá bom, eu explico; é que quando tinha a sua idade eu costumava andar de costas ao lado das pessoas, um dia tropecei e ...”. Na mesma hora ela estancou e só voltou a se mover quando percebeu que era brincadeira, e sorriu para mim.
Ser paralítico implica em quase sempre as pessoas nos olharem justamente por sermos paralíticos. Uns com dó (!?), outros com curiosidade mal-educada, e por fim, outros nos olham com simpatia. Alguns poucos demonstram que querem nos amar apesar do que somos.
Outro dia falei a um pequeno grupo de jovens da ABU (Aliança Bíblica Universitária) que não me importo de Deus me usar como exemplo de como servir a Deus mesmo tendo limitações. Sempre que isso ocorre me vem à mente que existem outros defeitos piores do que os de ordem física, e esses eu também os tenho.
Aquele homem a quem Jesus perguntou se queria ser curado (“Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?” - João 5:6) foi curado em todos os sentidos (“E, se o homem pode ser circuncidado em dia de sábado, para que a lei de Moisés não seja violada, por que vos indignais contra mim, pelo fato de eu ter curado, num sábado, ao todo, um homem?” - João 7:23).
Veja esse trecho:
“Aproximou-se dele um leproso rogando-lhe, de joelhos: Se quiseres, podes purificar-me. Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: Quero, fica limpo! No mesmo instante, lhe desapareceu a lepra, e ficou limpo. Fazendo-lhe, então, veemente advertência, logo o despediu e lhe disse: Olha, não digas nada a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para servir de testemunho ao povo. Mas, tendo ele saído, entrou a propalar muitas coisas e a divulgar a notícia, a ponto de não mais poder Jesus entrar publicamente em qualquer cidade, mas permanecia fora, em lugares ermos; e de toda parte vinham ter com ele.” (Marcos 1:40-45)
Jesus não o curou só fisicamente, mas também em suas emoções (tocando-o), socialmente (apresentar-se ao sacerdote para atestar a cura e ser liberado a conviver com os outros) e espiritualmente (a lepra era uma figura, uma ilustração do pecado).
Isso tudo me mostra que quando Jesus Cristo me olha, e Ele o faz o tempo todo, Ele não olha para os meus “pés”, mas para o meu “rosto”, e sorri para mim.
“E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” (Romanos 10:15)
18- CRISÓSTOMO
Observe esse trecho da Bíblia:
“Aproximou-se dele um leproso rogando-lhe, de joelhos: Se quiseres, podes purificar-me. Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: Quero, fica limpo! No mesmo instante, lhe desapareceu a lepra, e ficou limpo. Fazendo-lhe, então, veemente advertência, logo o despediu e lhe disse: Olha, não digas nada a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para servir de testemunho ao povo. Mas, tendo ele saído, entrou a propalar muitas coisas e a divulgar a notícia, a ponto de não mais poder Jesus entrar publicamente em qualquer cidade, mas permanecia fora, em lugares ermos; e de toda parte vinham ter com ele.” (Marcos 1:40-45)
Pelo que parece, a lepra citada aqui não era a só a atual hanseníase, mas englobava um leque de doenças dermatológicas. A pessoa acometida por esse mal tinha que viver isolada, longe do convívio social.
Jesus tinha acabado de curar um homem da sua lepra. Aquele que fora leproso tinha ordens específicas para NÃO testemunhar, e testemunhava. Nós, hoje, temos ordens específicas para testemunhar e NÃO o fazemos!
O encontro daquele homem com Jesus Cristo impactou profundamente a sua (do que foi curado) vida, em todos os sentidos (físico, emocional, social e espiritual).
Ele foi curado no seu corpo físico. Vale lembrar aqui o que sempre afirmo, ou seja, Deus nem sempre quer curar a doença, mas sempre quer curar a pessoa.
Impactou-o também na área emocional no momento em que foi TOCADO por Jesus. Já devia fazer muito tempo que aquele homem não tinha esse tipo de contato e consideração.
No que se fere ao aspecto social, ele pode voltar a conviver com as pessoas, inclusive aquelas que amava.
E no sentido espiritual, basta dizer que ele teve um encontro com o próprio Senhor.
Será que não testemunhamos pela razão de que nossos encontros com Jesus não causam nenhum impacto em nós? Se a resposta for sim, por que isso acontece?
19- POR QUE O CACHORRO ENTRA NA IGREJA?
Quando eu era criança já conhecia e contava essa piada. A resposta todo mundo sabe: o cachorro entra na Igreja porque encontra a porta aberta.
E as pessoas, por que entram na Igreja? Será que é porque encontram a porta aberta? Mas será que a porta está realmente aberta? Não no sentido literal, mas nos aspectos social e espiritual.
Certa feita um pastor muito amigo meu perguntou se eu tinha alguma sugestão sobre o que fazer para aumentar o número de participantes da Igreja que ele pastoreia. Várias idéias nos vieram à mente, desde fazer cultos onde se oraria pelos problemas das pessoas, até transformar o culto em um verdadeiro show. Mas isso tudo só faria a Igreja inchar, e todos nós sabemos que inchaço não é crescimento.
Hoje, porém, eu acredito que só há duas coisas que podem lotar nossas Igrejas de uma forma saudável: a mensagem da cruz e a fé de seus membros.
Observe esses versículos:
“Dias depois, entrou Jesus de novo em Cafarnaum, e logo correu que ele estava em casa. Muitos afluíram para ali, tantos que nem mesmo junto à porta eles achavam lugar; e anunciava-lhes a palavra.” (Marcos 2:1-2)
Reparou que a casa estava lotada? E o que o Senhor Jesus pregava? A Palavra, cujo cerne é a cruz.
Mais um texto bíblico para vermos:
“E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.” (João 12:32)
Ser “levantado da terra” refere-se a ser crucificado.
Tento, em todas as mensagens que escrevo e prego citar que Jesus morreu na cruz para pagar pelos nossos pecados. Muito embora eu procure levar uma vida exemplar e preparar minhas mensagens da melhor forma possível, estou ciente de que o que vai atrair as pessoas é o infinito amor amor de Deus por nós revelado naquela cruz.
Levar as pessoas à Igreja através da fé de seus membros é o assunto de outro texto.
20- DEUS TEM A NOÇÃO EXATA DA FÉ DE CADA UM DE NÓS
Certa vez eu fui convidado a ir pregar para um grupo de atletas. Para minha surpresa, para chegar ao local onde realizavam-se as reuniões daquele pessoal, eu teria que descer uma escada enorme. Não tendo outra opção, tive que me submeter a descer carregado. Quatro esportistas se ofereceram e começaram a me levar para baixo. No meio da escada eles pararam e um deles me perguntou: “Pastor, para que time o senhor torce?”. Detalhe: todos eram pontepretanos, sendo que pelo menos 2 deles eram jogadores profissionais desse time que é o rival do GUARANI, time para o qual torço. Trair o Bugre (é assim que o GUARANI é chamado) eu não podia; ser jogado escada abaixo estava fora de cogitação. Então apelei, respondendo bem alto: “BRASIL, IL, IL, IL ...”.
Registrei essa experiência para podermos nos identificar com o protagonista do episódio abaixo. Tente imaginar-se no lugar do paralítico:
“Dias depois, entrou Jesus de novo em Cafarnaum, e logo correu que ele estava em casa. Muitos afluíram para ali, tantos que nem mesmo junto à porta eles achavam lugar; e anunciava-lhes a palavra. Alguns foram ter com ele, conduzindo um paralítico, levado por quatro homens. E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o eirado no ponto correspondente ao em que ele estava e, fazendo uma abertura, baixaram o leito em que jazia o doente. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados.” (Marcos 2:1-5)
Aqueles homens tiveram inúmeras dificuldades para levar seu amigo deficiente físico até os pés de Jesus. Pela fé superaram todos os obstáculos. E Jesus viu isso.
Você já teve dificuldades para levar alguém até Jesus? Superou esses obstáculos pela fé? Jesus viu isso.
Fé e perseverança são fatores básicos da evangelização.
21- A CONTA ESTÁ PAGA
Casado, pai de dois filhos pequenos, evangélico, durante muito tempo ele sustentou um rapaz para o qual montou um apartamento e com quem mantinha um relacionamento homossexual. Nunca contou isso para a mulher, e só confessou a mim devido ao grande peso que a culpa exercia em sua alma e em seu espírito. O rapaz tinha morrido de AIDS e esse homem fora contaminado (a mulher e os filhos, graças a Deus, não foram afetados). Durante uma emocionante e importante conversa, lhe expliquei que não há pecado maior do que o perdão que Deus nos deu quando Jesus Cristo morreu na cruz.
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9)
É indescritível a manifestação de alívio e alegria quando aquele homem se convenceu dessa maravilhosa verdade! Penso que só não se sentiria assim quem não tivesse consciência da culpa pelo pecado.
Deve ter sido dessa forma que se sentiu aquele paralítico cujos amigos, devido ao fato de a casa estar lotada, o desceram pelo teto até a frente de Jesus e o Mestre lhe afirmou:
“Filho, os teus pecados estão perdoados.” (Marcos 2:5b)
Eu pensava que o sentimento daquele homem era de frustração, pois imaginava que a expectativa dele era de ser curado de sua paralisia. Será? Às vezes o incômodo da culpa é maior do que o causado por uma doença. Assim era com o homem soropositivo cujo caso contei rapidamente acima.
O pecado não confessado interrompe a nossa comunhão íntima com o Senhor, e não há nada pior do que isso.
22- O QUE É UM PROBLEMA ESPIRITUAL
“Filho, os teus pecados estão perdoados.” (Marcos 2:5)
Hoje eu tenho uma cadeira de rodas motorizada, carro, uma boa acessibilidade, elevadores, oportunidades de trabalho. Agora vamos imaginar como era ser paralítico nos tempos de Cristo! A pessoa tinha que ser carregada para todos os lados, não ia lugar algum, não tinha trabalho. Sem independência e provavelmente sem autonomia.
Acredito que tanto os homens que carregaram aquele homem no seu leito quanto o próprio pobre coitado esperavam que ele fosse curado de sua paralisia. Jesus realmente o curou:
“Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados— disse ao paralítico: Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa. Então, ele se levantou e, no mesmo instante, tomando o leito, retirou-se à vista de todos, a ponto de se admirarem todos e darem glória a Deus, dizendo: Jamais vimos coisa assim!” (Marcos 2:10-12)
Mas, por que será que Jesus primeiro perdoou os pecados do paralítico?
Porque o maior problema daquele homem era o espiritual. Muito bem, mas o que é um problema espiritual?
Problema espiritual é toda e qualquer coisa que atrapalha a nossa comunhão com Deus. Pode ser um pecado, uma pessoa, uma situação, o sexo, o dinheiro, uma diversão, uma lembrança, um sentimento ...
Com certeza você está passando por alguns problemas. Qual é o maior?
O que você vai fazer para resolver isso?
23- OS ESCRIBAS
Nós devemos muito aos escribas. Em parte eles foram os responsáveis pela preservação confiável dos Escritos do Antigo Testamento. Para exemplificar os seus métodos, quando eles pegavam um rolo que continha um trecho da Palavra de Deus para copiá-lo, na horizontal eles contavam quantas linhas existiam, e na vertical contavam quantas letras haviam, copiavam e, na cópia, faziam a mesma coisa para conferir se os números batiam.
Depois é que ficaram tão legalistas a ponto de fazerem o que fizeram o relatado nesse episódio:
“Dias depois, entrou Jesus de novo em Cafarnaum, e logo correu que ele estava em casa. Muitos afluíram para ali, tantos que nem mesmo junto à porta eles achavam lugar; e anunciava-lhes a palavra. Alguns foram ter com ele, conduzindo um paralítico, levado por quatro homens. E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o eirado no ponto correspondente ao em que ele estava e, fazendo uma abertura, baixaram o leito em que jazia o doente. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados. Mas alguns dos escribas estavam assentados ali e arrazoavam em seu coração: Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus? E Jesus, percebendo logo por seu espírito que eles assim arrazoavam, disse-lhes: Por que arrazoais sobre estas coisas em vosso coração? Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados— disse ao paralítico: Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa. Então, ele se levantou e, no mesmo instante, tomando o leito, retirou-se à vista de todos, a ponto de se admirarem todos e darem glória a Deus, dizendo: Jamais vimos coisa assim!” (Marcos 2:1-12)
Vamos voltar ao Velho Testamento e ver o exemplo de um escriba que não era como esses:
“Ele (Esdras) era escriba versado na Lei de Moisés, dada pelo SENHOR, Deus de Israel; e, segundo a boa mão do SENHOR, seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe concedeu tudo quanto lhe pedira.” (Esdras 7:6)
“Esdras tinha disposto o coração para buscar a Lei do SENHOR, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos.” (Esdras 7:10)
Quem dera todos os nossos líderes e professores de Bíblia tomassem a firme resolução de estudar, viver e ensinar com autoridade, em vez de ficarem discutindo coisas do tipo “Quantos anjos cabem em uma cabeça de alfinete?”.
24- O QUE É MAIS FÁCIL
Um rapaz passou certa tarde no escritório do serviço de Capelania do HC-UNICAMP afirmando que queria entrar nas enfermarias e orar pelos pacientes ali internados. Foi-lhe explicado, como sempre é feito aos muitos que ali aparecem com essa intenção, que para isso acontecer a pessoa tem que se submeter a fazer um curso e um treinamento. O hospital é um lugar atípico e até perigoso, e sem o devido preparo, pode-se colocar em risco a saúde tanto dos pacientes quanto de quem faz as visitas. Aquele moço não se convenceu disso e foi embora um pouco contrariado.
Naquela mesma tarde fui fazer uma visita a um paciente que estava “internado” no Pronto Socorro e vejo aquele camarada que, de alguma forma ali entrou, punha a mão na cabeça de cada um dos que estavam nas macas, orava e assegurava a cura de cada uma das pessoas! Com a ajuda de um segurança o levei até o escritório onde, de novo, com toda a paciência, o Pastor Sílvio, capelão evangélico do hospital, tentou lhe explicar a situação. Ele não só não concordou como foi embora dizendo que nós estávamos ali a serviço do Inimigo para impedir a obra de Deus.
Muitos pretendem, ainda que “em nome de Jesus”, curar as doenças das pessoas. Temo que seja para enaltecer a si mesmo.
No episódio bíblico em que alguns homens descem um amigo paralítico pelo telhado até à frente de Jesus, podemos perceber a cura total do mesmo, tanto física quanto espiritual. Note esse trecho:
“Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus? E Jesus, percebendo logo por seu espírito que eles assim arrazoavam, disse-lhes: Por que arrazoais sobre estas coisas em vosso coração? Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados— disse ao paralítico: Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa. Então, ele se levantou e, no mesmo instante, tomando o leito, retirou-se à vista de todos, a ponto de se admirarem todos e darem glória a Deus, dizendo: Jamais vimos coisa assim!” (Marcos 2:7-12)
Sabe o que Jesus fez naquele instante? Provou ser Deus. Isso me emociona sobremaneira.
Por isso tento viver não querendo ser Deus, levando as pessoas até Ele para serem curadas. Prefiro segurar a corda e descê-los até Jesus, meu Senhor e meu Deus, nem que seja pelo telhado. Quem cura é Jesus, como e quando quer, pois Ele é Deus.
25- MEU PRIMEIRO ATO DE EVANGELIZAÇÃO
Por várias razões que não daria para explicar agora, eu frequentava um grupo de estudos bíblicos. Isso há mais de 30 anos. Como esses estudos me impressionavam e me impactavam muito, eu achava que era cristão, e vivia falando isso para todo mundo. Certa noite, no intervalo das aulas de um curso que eu fazia, um colega me perguntou o que é ser cristão. Eu não sabia!!! mas me saí bem, virei para ele e disse: “Amanhã à noite você vai em casa para estudarmos, certo? Lá eu explico para você”.
Eu tinha 24 horas para aprender o que é ser cristão. Na manhã seguinte liguei para o Adílson, que era quem dirigia os estudos bíblicos e lhe relatei minha situação. Ele se prontificou a ir à tarde em casa. E foi. Naquela tarde ele me explicou que ser cristão é ter um relacionamento com Deus graças ao sacrifício vicário de Jesus Cristo na cruz.
Quando ele terminou a explicação o Adílson me disse que eu já tinha o que dizer para o meu amigo. Então eu afirmei: “Mas antes preciso me apropriar disso. Quero realmente ser cristão”. Com isso oramos.
À noite contei tudo em todos os detalhes para aquele amigo. Ele também se converteu ali, e oramos juntos. No mesmo dia em que me converti já levei alguém até Jesus.
Mateus, o evangelista, depois que se converteu, também levou seus amigos até Jesus:
“De novo, saiu Jesus para junto do mar, e toda a multidão vinha ao seu encontro, e ele os ensinava. Quando ia passando, viu a Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu. Achando-se Jesus à mesa na casa de Levi, estavam juntamente com ele e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque estes eram em grande número e também o seguiam.” (Marcos 2:13-15)
E você? Sabe dizer o que é ser cristão?
“Santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós.” (1 Pedro 3:15)
PARA REFLETIR:
“Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)
26- QUEM É SÃO E QUEM É DOENTE
Quando cheguei ao hospital já me avisaram que aquele paciente portador do vírus da AIDS estava morrendo. Imediatamente corri para a enfermaria onde ele estava. No caminho fui pensando naquele meu irmão em Cristo. Desde o dia em que ele foi internado eu o acompanhei, e à esposa também. Quando os conheci, aqueles jovens estavam afastados de uma determinada Igreja evangélica. Depois de muita conversa, consegui convencê-los a se reconciliar com aquela comunidade, e eles assim o fizeram, passando a frequentar novamente a Igreja. Nunca orei com eles, pois aquela denominação proíbe que eles orem com alguém que não seja membro da mesma.
Quando cheguei no quarto, a cena era terrível: médicos e enfermeiros tentavam fazer algo por ele que sofria horrores nos seus últimos momentos. Um dos médicos me falou: “Pastor, o senhor vai ser mais útil se ficar com a mulher dele que está sozinha na sala de espera”. Então corri para lá.
Quando a encontrei ela segurou nas minhas mãos e perguntou “O senhor o viu?”, e quando fiz sim com a cabeça ela comentou “A situação é bem feia”.
Automaticamente, meio sem pensar, perguntei se ela queria orar e, muito constrangido eu a ouvi dizer “Prefiro não”.
Mesmo no momento da dor de perder o marido naquelas circunstâncias, ela não reconhecia outro que não fosse da sua própria Igreja como um irmão! Os membros daquela denominação criam um perfil de quem eles acham que é cristão, tentam se encaixar naquela forma e usam esse formato como padrão para julgarem os outros. Para eles, apesar de tudo, eu não era um irmão em Cristo, mas um amigo. Amigo, mas indigno de compartilhar com eles um momento de oração.
Uma atitude farisaica:
“Os escribas dos fariseus, vendo-o comer em companhia dos pecadores e publicanos, perguntavam aos discípulos dele: Por que come [e bebe] ele com os publicanos e pecadores?” (Marcos 2:16)
Confesso que de vez em quando eu tenho feito isso, ou seja, ser um pouco fariseu. Você não?
PARA REFLETIR:
“Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores.” (Marcos 2:17)
27- PORQUE E PARA QUE JEJUAR
Certa ocasião, um grupo de rapazes e eu nos comprometemos a jejuar um dia inteiro. No meio da tarde um desses amigos meus veio compartilhar que não conseguia trabalhar, estudar, nem orar ele podia. Só pensava em comida: frango assado, macarrão, pão, banana, doces ... Eu o aconselhei a interromper o jejum, o que ele acatou na mesma hora, e com muita alegria e entusiasmo.
Longe de considerar o jejum como uma prática exibicionista ou como uma “moeda de troca” para se obter favores de Deus, busco entender a real e legítima motivação para jejuarmos.
De uma forma ou de outra, o jejum está relacionado com tristeza. Observe esses trechos:
“Ora, os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Vieram alguns e lhe perguntaram: Por que motivo jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam? Respondeu-lhes Jesus: Podem, porventura, jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar. Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; e, nesse tempo, jejuarão.” (Marcos 2:18-20)
“Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mateus 6:16-18)
Penso que o jejuar é uma disciplina espiritual para pessoas com a alma contristada. O cristão, como ser humano, não tem como viver o tempo todo alegre. Então, quando tiver a alma afligida por algo, deve jejuar. Nessas circunstâncias já é natural a perda de apetite, e jejuando, o cristão tem mais oportunidade de administrar sua aflição.
Infelizmente para alguns o próprio jejum é uma aflição. Penso que nesses casos não se deve abster de alimentos. Como penitência então, nem pensar.
Creio que, por jejuarmos, seremos recompensados. Não uma recompensa material, terrena, mas uma recompensa espiritual.
PARA REFLETIR:
“E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, (Jesus) teve fome.” (Mateus 4:2)
28- CONFISSÕES DE UM LEGALISTA
“Ora, aconteceu atravessar Jesus, em dia de sábado, as searas, e os discípulos, ao passarem, colhiam espigas. Advertiram-no os fariseus: Vê! Por que fazem o que não é lícito aos sábados? Mas ele lhes respondeu: Nunca lestes o que fez Davi, quando se viu em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros? Como entrou na Casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, os quais não é lícito comer, senão aos sacerdotes, e deu também aos que estavam com ele? E acrescentou: O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado.” (Marcos 2:23-28)
Todos somos legalistas, em maior ou menor medida. E gostamos de sê-lo. Por que?
Primeiro isso nos proporciona a oportunidade de nos avaliarmos sempre a nosso favor. Se não conseguimos cumprir todas as regras que nos impomos, pelo menos uma parte o fazemos. “Não leio minha Bíblia todos os dias, mas sou assíduo na ida aos cultos”. “É verdade que fora da Igreja eu minto, mas em compensação canto no coral”.
Em segundo lugar, regras legalistas nos ajudam a nos compararmos com os outros. “Fulano de tal mais falta à Escola Bíblica do que comparece. Eu não, toda semana estou lá”.
Isso é loucura.
“Porque não ousamos classificar-nos ou comparar-nos com alguns que se louvam a si mesmos; mas eles, medindo-se consigo mesmos e comparando-se consigo mesmos, revelam insensatez.” (2 Coríntios 10:12)
Uma última observação se faz necessária: cumprir os princípios bíblicos não é ser legalista. Devemos estar atentos para não passarmos para o liberalismo.