terça-feira, 30 de junho de 2009

MEDO DE SER HERÉTICO


Lembro-me que me espantou muito a primeira vez que ouvi alguém falar que, se um muçulmano que nunca teve a oportunidade de ouvir falar de Jesus Cristo (como outros milhões que existem), se esse muçulmano se voltar sinceramente para Deus, e lhe ensinarem que Alá é o único Deus, e por amor a Deus ele abraçar o islamismo, tal pessoa estará salva espiritualmente.
Me espantou porque quem ensinou isso foi uma pessoa que era e é muito firme com Deus e também muito ponderada, sem o mínimo traço de um herético. Admiro muito esse amigo.
O muçulmano nunca ouviu de Jesus, e o que lhe ensinaram o fizeram errado. Como pode ele, que mostrou um interesse genuíno em Deus, ser condenado? Claro que um versículo já “explodiu” em minha mente:
“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6)
Trilhar pelo caminho do amor que Jesus pavimentou pode não ser necessariamente a aceitação intelectual e acadêmica de um plano que, se pensarmos bem, é irrecusável (ir para o céu de graça). Na minha perspectiva, o que está em jogo é a crença na misericórdia divina.
Não seremos “cobrados” por Deus pelo que entendemos, ou aprendemos ou ainda pelo que fizemos ou deixamos de fazer, mas sim pelo amor que dedicamos a Deus, e consequentemente, aos outros (“O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” Mateus 25:40)
O que me preocupa é que Igreja em muitos aspectos tem se mostrado incapaz de amar. A Deus e aos homens!
Amanhã continuamos.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O SABONETE


Não faz muito tempo, eu comentei com a Cíntia, minha filha, como é fantástico o sabonete. Ele possui acidez suficiente para eliminar a sujeira e a gordura da nossa pele sem nos queimar! E ainda nos deixa cheirosos.
Me lembrei desse “papo” que tive com ela quando estava meditando sobre João 13. Estava pensando mais especificamente no seguinte versículo: “Declarou-lhe Jesus: Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés; quanto ao mais, está todo limpo. Ora, vós estais limpos, mas não todos.” (João 13:10)
Jesus falou isso para Pedro porque ele, em sua impulsividade, afirmou que não deixaria o Senhor lhe lavar os pés.
O que Jesus quis dizer com banho e lavar os pés? Penso que Ele se referia à salvação e ao perdão dos pecados, digamos assim, cometidos diariamente.
É mais ou menos dentro desse pensamento que alguns chamam o versículo abaixo de “o sabonete do cristão”:
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9)
O que me ocorreu foi questionar a razão de nós muitas vezes darmos uma de “sapo”, aquele da canção infantil que “mora lá na lagoa, e não lava o pé porque não quer”.
Talvez por minimizarmos o pecado e suas consequências na nossa vida. Garantimos que para Deus não existe pecadinho e pecadão, mas só confessamos somente os pecados que consideramos de grande impacto. Esquecemo-nos de que todo pecado, por mais insignificante que possa nos parecer, ele nos causa dano, principalmente no nosso relacionamento com o nosso Deus que é três vezes Santo.
Talvez ainda seja por acharmos mais prático, somente no final da noite, confessarmos todos os pecados do dia de uma só vez, sem especificá-los. Só que a nossa comunhão com Deus fica afetada até que isso ocorra, e ainda deixamos de “trabalhar” aquele problema em nosso viver. Confessar o pecado é homologá-lo, é o reconhecermos como tal. Fazermos um pacote só com todos eles quase que inviabiliza isso.
“Mas que chulé!”

sexta-feira, 26 de junho de 2009

REJEITANDO A TERAPIA


Eu estava saindo do HC-UNICAMP, já lá fora, quando minha atenção foi atraída para um homem de talvez 40 e tantos anos, vestido com um pijama do hospital e um casaco de náilon por cima. Ele estava segurando um envelope pardo desses bem grandes que geralmente são usados para se guardar as chapas de raios-X. Aquele homem foi abordado pelos seguranças e encaminhado novamente para dentro do hospital. Ele estava fugindo.
No dia seguinte eu estava fazendo o meu trabalho dentro do Pronto Socorro quando um menino de uns 4 anos, vestindo apenas uma camisa e um casaco, totalmente pelado na parte de baixo, passa correndo por mim em direção à saída. Ouço e vejo uma médica pedindo para as pessoas segurarem o garoto. Os seguranças o seguram cuidadosamente até que a mãe o alcança e o segura não tão delicadamente. O garoto estava tentando fugir.
De vez em quando pacientes fogem do hospital. Por que será? Entendo que muitas vezes o tratamento é agressivo, invasivo, dolorido ou constrangedor. E às vezes é tudo isso. Mas é para o bem da pessoa.
Por outro lado, há aqueles que sofrem algum mal e não querem ser curados, pois sua enfermidade muitas vezes é a fonte de atenção, cuidados, companhia e carinho por parte dos outros. Isso sem falar naqueles que teem em seus males seu ganha-pão, como é o caso daqueles que perpetuam suas feridas para poder esmolar.
Jesus considerava essa possibilidade: “Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?” (João 5:5-6)
Observe que espiritualmente é a mesma coisa. Ou a ação terapêutica é desagradável ou é o fim de uma fonte de lucro ou prazer. Fato é que muitas pessoas fogem para não serem tratados.
“Mesmo que você batesse num tolo até quase matá-lo, ainda assim ele continuaria tão tolo como antes.” (Provérbios 27:22 NTLH)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

JESUS ESTÁ COM FOME


A Celinha, secretária lá da Capelania e uma das “Seguidoras” desse Blog, me contou uma experiência marcante. Foi a visita da Juliane. A Juliane é uma paciente do HC-UNICAMP a qual temos procurado ajudar de diversas formas. Ela é mãe solteira de 2 meninos, um com 12 e o outro com 4 anos. Essa moça contraria o ditado o qual afirma que “dois raios não caem no mesmo lugar”, ou confirma o outro que diz que “desgraça pouca é bobagem”. Doenças, abandono, gravidez na hora errada (duas), ventania que destrói a casa, desemprego, internações, tudo isso tem acontecido com ela.
Pois ontem ela passou lá no escritório da Capelania com o filho menor. Depois de chorar muito, ela contou que o menino, antes de dormir tomava na mamadeira, água com açúcar, por falta de dinheiro para comprar leite.
Condoída, a Célia pegou no frigobar do escritório um litro de leite que porventura tinha ali. Ia entregá-lo para a Juliane quando o menino viu aquilo. Seus olhinhos se arregalaram, brilharam, ele largou algo que estava segurando, estendeu os braços e disse: “Deixa que eu levo”. A Célia lhe entregou o pacote e ele o abraçou, e não o largou mais!
Era um litro de leite! Um só!
“Quem se compadece do pobre ao SENHOR empresta, e este lhe paga o seu benefício.” (Provérbios 19:17)
“Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mateus 25:35-40)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

EGOLATRIA


“Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria;” (Colossenses 3:5)
Note que nesse versículo, Paulo vem relacionando vários pecados na área da sexualidade e, de repente ele cita a avareza (ou ganância em outras traduções), classificando-a de idolatria.
Ora, a avareza geralmente é relacionada por nós aos assuntos que envolvem dinheiro.
Paulo mudou de assunto bruscamente? Ou será que não mudou? Se não mudou, há então avareza sexual?
Respondendo às 3 perguntas acima: não, não e sim.
Avareza é desejo ávido de ter mais, cobiça.
No sexo, como em tudo na vida, devemos sempre buscar satisfazer as necessidades do outro, contanto que essa necessidade não seja imoral, ilegal e não faça mal.
Isso é amar verdadeiramente. E devemos amar o próximo como inegavelmente amamos a nós mesmos.
A busca da auto-satisfação é idolatria. Idolatria é colocar qualquer coisa ou qualquer pessoa (e no caso aqui, eu mesmo) no lugar de Deus.
Antigamente (ou será que hoje ainda é assim?), quando o filho homem chegava à juventude, o pai o levava a uma casa de prostituição para “aprender as coisas do sexo”. Uma prostituta só está interessada em dinheiro e como “tempo é dinheiro”, suas técnicas profissionais não ensinam absolutamente nada a respeito do amor. O que acontece ali é a união de duas pessoas se esforçando para cada uma satisfazer só seus próprios interesses egoístas. A meretriz finge ser a mulher amada e amorosa, mas não é.
Agora note os versículos seguintes:
“Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, tendo na mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícias da sua prostituição. Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: BABILÔNIA, A GRANDE, A MÃE DAS MERETRIZES E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA.” (Apocalipse 17:4-5)
Essa grande meretriz vai ser uma religião mundial, e observe que a globalização contribui muito para isso, que vai fingir ser a amorosa Igreja de Cristo, mas não é.
PARA DECORAR:
“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.” (1 João 5:21)

terça-feira, 23 de junho de 2009

PENSE NISSO 72


Eu não preciso que minhas orações sejam respondidas. Eu só preciso que elas sejam ouvidas, e isso elas são.

VIDA DE CACHORRO


Depois que escrevi e postei o texto de ontem (“VIDA DE BURGUÊS”) é que me lembrei de um fato que me deixou indignado. Durante o almoço de domingo passado naquele shopping, um pessoal que estava na mesa ao lado da nossa estava com um CACHORRO!
Como contei ontem, os meninos pobres, por algum motivo não podiam ficar ali, mas o cachorro podia!
No dia 2 de novembro de 2007 eu postei aqui no BLOG o primeiro “PENSE NISSO”. Foi a seguinte frase que escrevi: “O cuidado com os cães está tomando o lugar de muitas crianças”.
Eu fico revoltado quando vejo pessoas tratando mal os animais. Há um versículo que trata disso: “Os bons cuidam bem dos seus animais, porém o coração dos maus é cruel.” (Provérbios 12:10 NTLH) Mas é muito mais revoltante quando crianças são tratadas de uma forma pior do que a dos animais.
Eu gosto de cachorros, contanto que eles fiquem lá fora. Eu amo as crianças, e as quero dentro.
“E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe.” (Mateus 18:5)
PARA COMPARAR E REFLETIR:
“Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus.” (Mateus 19:14)
“Ouves o que estes estão dizendo? Respondeu-lhes Jesus: Sim; nunca lestes: Da boca de pequeninos e crianças de peito tiraste perfeito louvor?” (Mateus 21:16)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

VIDA DE BURGUÊS


Alguém me falou, e com razão, que tenho levado uma vida de burguês. E isso me incomoda. Não o me falarem, mas a vida que levo.
Nesse domingo minha família e eu almoçamos no shopping mais sofisticado de Campinas. Na saída, ficamos conversando no estacionamento, próximo aos automóveis. Quando olho, passam por nós, dois garotos (de 7 ou 8 anos) com aparência bem pobre. Um deles, ao ver a minha cadeira de rodas motorizada pede: “Tio, anda aí prá nóis ver”. Liguei a cadeira e fui para junto deles. Quando estava perto perguntei se eles queriam dirigir um pouco. Por medo ou vergonha não quiseram, e o maiorzinho ainda disse que tinham que entrar no shopping para encontrar seus pais. Desconfiei que era mentira, claro, o que ficou evidente depois.
Eles entraram e continuamos conversando. Pouco tempo depois vejo os dois sendo conduzidos para fora por 4 seguranças e por mais um que estava dentro de uma viatura. Depois de uma pequena conversa com os homens, os garotos começaram a andar pelo estacionamento para ir embora, seguidos de perto pelo carro da segurança. Fico olhando para eles e quando passam por mim ouço um falando para o outro: “Que vergonha, sermos expulsos do shopping”.
O que será que eles fizeram? Roubar não foi, pois se o fosse, eles seriam detidos. Talvez pedir. Por que não podiam pedir? Isso abriria uma exceção e logo o shopping seria invadido por uma multidão de pedintes. Dou razão aos seguranças. Ou será que os meninos estavam incomodando por estar expondo sua pobreza ao circular pelos corredores, sem fazer nada de errado? Assim mesmo é uma situação difícil de se avaliar o melhor a ser feito. E eu não fiz nada!
E o pior: aqueles garotos já estão feridos e marcados para o resto da vida. E é isso que está doendo em mim. Muito.
PARA REFLETIR:
“Mais tarde, enquanto Jesus estava jantando na casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram e sentaram-se à mesa com Jesus e os seus discípulos. Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: —Por que é que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e com outras pessoas de má fama?” (Mateus 9:10-11 NTLH)
“O Filho do Homem come e bebe, e todos dizem: “Vejam! Este homem é comilão e beberrão! É amigo dos cobradores de impostos e de outras pessoas de má fama.” Porém é pelos seus resultados que a sabedoria de Deus mostra que é verdadeira.” (Mateus 11:19 NTLH)

DEVOÇÃO


sexta-feira, 19 de junho de 2009

UM APERTO DE MÃO SINIFICATIVO


Fim de mais um retiro de jovens, do qual eu fui o responsável. Os pais já estavam chegando para pegar os filhos. Entre eles um senhor de uns 60 anos, bem forte que estava ali para buscar a filha. Como ela ainda não tinha arrumado as coisas para ir embora, e estava muito calor, ele e eu ficamos conversando na enorme varanda da chácara onde aconteceu o acampamento.
Eu já o conhecia e sabia que ele não era convertido. A princípio conversamos sobre generalidades, política, esportes, e só depois é que naturalmente entramos em assuntos mais pessoais. Dei liberdade e ele perguntou, sem ser inconveniente, algumas coisas a respeito da minha paralisia. Isso propiciou uma abertura para que ele revelasse algo que, obviamente, não era revelado para qualquer um, nem por ele nem por sua família, e por isso eu não sabia. O caso é que ele tinha hanseníase, ou como ele mesmo falou, lepra.
Conversamos um pouco sobre suas dificuldades decorrentes desse mal, até que a filha chegou com as malas. Ela se despediu de mim e foi para o carro, que estava ali perto.
Aquele homem se levantou, agradeceu pelo trabalho com a filha, agradeceu a conversa que tivemos e, se despedindo, me estendeu a mão.
Confesso que na mesma hora me veio à mente o fato de ele ser leproso mas, sem hesitação, sem asco e sem medo, apertei-lhe a mão e ele se foi. Antes de chegar no carro ele voltou até a varanda, e me disse:
- A minha lepra não é contagiosa, e pelo fato de você apertar a minha mão, eu vou considerar atentamente o que você e a minha filha teem falado para mim sobre Jesus.
Mais tarde ele se converteu e passou a frequentar uma igreja evangélica.
“E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe (,,,).” (Mateus 8:3)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

ESPERA SENTADO


De um interessantíssimo livro clássico que acabei de ler (A Vagabunda, de Gabrielle S. Colette) pincei um parágrafo que me fez pensar, pois retrata, ainda que em poucas palavras, a experiência de muitos de nós, se não todos numa ou noutra medida:
“Quando eu era pequena, diziam-me: 'O esforço traz sua recompensa', e eu esperava de fato, após a grande prova, uma recompensa misteriosa, estafante, uma espécie de graça sob a qual sucumbiria. Espero-a ainda ...”
Você já passou por essa experiência de sacrificar algo num esforço para ganhar um prêmio mais adiante e acabar ficando sem nada?
Conheci um homem que durante 20 anos foi vegetariano e espírita. Foi internado no HC-UNICAMP com fortes dores abdominais. No dia seguinte que os médicos lhe contaram que ele desenvolveu um câncer no aparelho digestivo devido ao fato de ter ingerido muitos agrotóxicos dos vegetais, eu lhe mostrei na Bíblia que o espiritismo não é de Deus.
O esforço que ele fez para ter mais saúde e ir para o céu foi absolutamente em vão, e desastroso. Ele morreu sem se converter.
A mulher o acompanhara nesses esforços. Só que não quis acabar a vida na desilusão. No dia em que comeu o primeiro bife depois de 20 anos, ela me pediu que lhe falasse sobre Jesus Cristo. Ela se converteu.
“Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.” (Romanos 5:5)
Nesse versículo, o verbo “confundir” pode ser interpretado como o estado de alguém que é envergonhado quando alguma esperança termina em desilusão.
Em que temos colocado nossas esperanças?

DISPOSTO E DISPONÍVEL


Moisés deu 4 desculpas para não servir a Deus.
PERGUNTOU QUEM SOU EU? “Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?” (Êxodo 3:11)
PERGUNTOU QUEM É QUE ME ENVIOU? “Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?” (Êxodo 3:13)
ACHOU QUE ELES NÃO ACREDITARIAM: “Respondeu Moisés: Mas eis que não crerão, nem acudirão à minha voz, pois dirão: O SENHOR não te apareceu.” (Êxodo 4:1)
ALEGOU UMA PROVÁVEL AFASIA: “Então, disse Moisés ao SENHOR: Ah! Senhor! Eu nunca fui eloqüente, nem outrora, nem depois que falaste a teu servo; pois sou pesado de boca e pesado de língua.” (Êxodo 4:10) Cf. “E Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em palavras e obras.” (Atos 7:22)
Isaías teve uma postura positiva:
“Então eu disse: —Ai de mim! Estou perdido! Pois os meus lábios são impuros, e moro no meio de um povo que também tem lábios impuros. E com os meus próprios olhos vi o Rei, o SENHOR Todo-Poderoso! Aí um dos serafins voou para mim, segurando com uma tenaz uma brasa que havia tirado do altar. Ele tocou a minha boca com a brasa e disse: —Agora que esta brasa tocou os seus lábios, as suas culpas estão tiradas, e os seus pecados estão perdoados. Em seguida, ouvi o Senhor dizer: —Quem é que eu vou enviar? Quem será o nosso mensageiro? Então respondi: —Aqui estou eu. Envia-me a mim!” (Isaías 6:5-8 NTLH)
Primeiro ele mostrou uma consciência do pecado, o que é razoável, mas também se mostrou consciente do perdão de Deus. E se dispôs.
Com quem você se identifica mais, Moisés ou Isaías?
Agora compare com a postura que o Senhor Jesus teve com relação a cumprir a vontade de Deus:
“Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora.” (João 12:27)
“E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu, manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém” (Lucas 9:51)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

NECESSIDADES BÁSICAS


Quando entrei no quarto, ele, o paciente com 50 e poucos anos, havia acabado de chegar do Raio X. Estava tentando sair da cadeira de rodas sem usar as mãos, para ir para a cama. Quando, com muito sacrifício, conseguiu ficar em pé, a calça do pijama desceu. Quem a subiu foi uma das duas técnicas em enfermagem que o ajudavam.
Por causa de um acidente de moto, esse homem teve seus dois braços quebrados e engessados. Como você pode imaginar, assim ele não pode fazer sozinho xixi, coco, tomar banho, comer. E vai ficar assim por uns 60 dias! Um agravante: como a sua mulher também estava na moto na hora do acidente e quebrou uma das pernas, ela não pode ajudá-lo.
Depois que vi tudo isso, fiquei pensando: uma pessoa está levando a vida normalmente, passeando, com um monte de planos e projetos pela frente e, numa fração de tempo muito pequena, por causa de um descuido ou devido a outro motorista bêbado que o atropela (foi esse o caso do homem citado), aí essa pessoa tem que parar tudo e passa a ser dependente dos outros para suprir suas necessidades mais básicas. Por meses! Nós nunca consideramos que isso (ou coisa pior!) possa acontecer conosco.
Mas a fragilidade das condições que preservam a normalidade da nossa vida é impressionante e apavorante!
PARA MEDITAR:
“Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa.” (Tiago 4:14)
“Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo.” (Tiago 4:13-15)

terça-feira, 16 de junho de 2009

IDÉIAS TIRADAS DE UMA PROPAGANDA



Há uma propaganda do jornal O ESTADO DE SÃO PAULO que está sendo veiculada, a qual achei fantástica. Ela nos faz notar e discernir a diferença que há entre informação e conhecimento.
Nesse anúncio (eu ia escrever como antigamente, ou seja, “nesse reclame”) eles afirmam com razão que a informação passa. E para ilustrar isso mostram cenas da demolição do muro de Berlim. A seguir a propaganda declara, também acertadamente, que o conhecimento permanece. E como ilustração mostram um pai auxiliando um filho a sair pedalando sozinho sua bicicleta. A idéia a ser transmitida é que uma vez aprendido a andar de bicicleta, nunca mais se esquece.
Deixe-me dar um exemplo disso no que concerne à vida espiritual.
Dentro de uma ação evangelística de uma determinada Igreja, foram anotadas, com muita festa, 70 decisões por Cristo. O que fiz, então? Peguei uma folha de papel com o nome de todos eles e coloquei dentro da minha agenda para dali a um ano verificar a situação de cada um dos setenta. Um ano depois pude constatar que somente um deles continuava firme com Deus. Um! O que aconteceu com os outros 69? Acredito que os que não perseveraram foi porque tinham obtido apenas a informação sobre o plano de salvação de Deus em Jesus Cristo (ou seja, Sua morte na cruz para pagar os nossos pecados). Não conheceram a Deus.
Note pelo versículo a seguir que há uma diferença entre ouvir e crer.
“Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.” (João 5:24)
Veja também o próximo versículo.
“Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR.” (Jeremias 9:24)
Nesse trecho, conhecer é compreender sabiamente e saber é saber por experiência.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

ÀS ORDENS


Nesse fim de semana fiz um exercício, primeiramente sozinho e depois com alguns jovens na Escola Bíblica Dominical. Foi um exercício de contemplação.
Primeiramente recordamos biblicamente o episódio em que Jesus lavou os pés dos discípulos (João 13). Imaginamos a mesa, que na época era rente ao chão, pois ainda não havia cadeiras. Em pensamento construímos a cena de Jesus e os discípulos reclinados e comendo. Calculamos como deveriam estar os pés daqueles homens, pés grosseiros e sujos de tudo o que havia pelos caminhos de lá. Imaginamos Jesus se preparando e começando a fazer aquele serviço que era atribuição dos servos.
Recapitulamos as palavras do Senhor e especialmente as de Pedro: “Quando chegou perto de Simão Pedro, este lhe perguntou: —Vai lavar os meus pés, Senhor? Jesus respondeu: —Agora você não entende o que estou fazendo, porém mais tarde vai entender! —O senhor nunca lavará os meus pés! —disse Pedro. —Se eu não lavar, você não será mais meu discípulo! —respondeu Jesus. —Então, Senhor, não lave somente os meus pés; lave também as minhas mãos e a minha cabeça! —pediu Simão Pedro. Aí Jesus disse: —Quem já tomou banho está completamente limpo e precisa lavar somente os pés. Vocês todos estão limpos, isto é, todos menos um. Jesus sabia quem era o traidor. Foi por isso que disse: 'Todos menos um'.” (João 13:6-11 NTLH)
“Tomar banho” podemos entender como a salvação, e “lavar os pés” como o perdão diário. Observe que Jesus também lavou os pés de Judas Iscariotes!
Feita essa parte, passamos a imaginar cada um a si mesmo “dentro da cena”. Eu perguntei: “Do lado de quem você gostaria de estar?”. Eu gostaria de ficar ao lado de Pedro. Não sei dizer porque, acho que só simpatia.
Depois disso ficamos pensando em Jesus acabando de lavar os pés de um deles e se posicionando para lavar o nosso! Que sentimentos isso nos inspiraria? Vergonha por ver o Senhor fazendo o que “eu” deveria fazer, desconforto, vergonha e constrangimento por ter o Filho de Deus nos servindo, foram esses os sentimentos apontados por nós.
Tá. Mas que reação teríamos diante disso. O que concluí de mim é que, conhecendo Jesus como conheço hoje, eu choraria.
Você não?

sexta-feira, 12 de junho de 2009

RISCO DE FAZER O BEM


“Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto. Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo. Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo. Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele. E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar. Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu-lhe o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo.” (Lucas 10:30-37)
Há muito tempo atrás, nós dirigíamos um grupo de jovens cristãos chamado “NOVIDADE” (Nossas Vidas Damos a Deus). A NOVIDADE tinha um grupo de moços e moças que realizava um ótimo trabalho de evangelização e promoção social em uma favela aqui de Campinas.
Certo dia, o Adalberto, a pessoa responsável por aquele trabalho me falou que lá havia um bebê que tinha uns 2 meses de idade, caçula de muitos irmãos, filho de uma empregada doméstica e de um pai alcoólatra, e que estava com uma grave inanição. Além disso, a mãe não tinha leite para dar de mamar no peito e o leite especial que essa criança precisava era muito caro. Se algo não fosse feito, o menino morreria.
Naquela ocasião era só minha mãe e eu que morávamos em casa. Então perguntei-lhe se concordava com trazermos o bebê para ficar uns dois meses conosco. Ela topou. E foi uma aventura e tanto!
Quando o Dabizinho chegou (ele recebeu o nome de Adalberto como reconhecimento pelo que esse nosso rapaz ali fazia), era pele e osso. Além do esforço dos jovens da NOVIDADE, toda a vizinhança se mobilizou para ajudar, dando não só o leite como também roupas, brinquedos e tudo o mais. E foi incrível a recuperação do garoto. Também, o que ele mamava e comia! Era só aparecer com uma mamadeira que ele abria uma boca maior do que ele próprio. Tanto que a Luciana, minha sobrinha “postiça”, que na época era pequenininha, deu-lhe o apelido de “paudalzinho”, referindo-se aos filhotes de pardal que no ninho abrem um bico enorme quando a mãe lhes traz alimento. Quando ele foi embora, 3 meses depois, estava até com suas próprias reservas alimentícias, ou seja, gordão.
Agora veja o risco que corremos: e se o pai, um viciado, resolvesse nos acusar de sequestro? Ou a própria mãe. Mas não me arrependi nem me arrependo hoje de ter feito aquilo. O que me arrependo é de, em um outro episódio, ter aconselhado uma voluntária da minha equipe a não hospedar em sua casa, por uns dias somente, a mãe de uma criança internada no HC-UNICAMP. Essa senhora voluntária queria, seu marido e filhos também, mas eu, baseado em critérios (por exemplo, “nosso trabalho se limita a dentro do hospital”) não deixei. Dei uma de “sacerdote e levita”.
Hoje em dia, no geral, só fazemos o bem através de instituições, que são cheias de regras e critérios; não há um envolvimento pessoal. Por que? Porque quando fazemos o bem diretamente, corremos riscos de sofrermos sérias perdas físicas, materiais e emocionais. Mas e daí?

quinta-feira, 11 de junho de 2009

PENSE NISSO 71


Quem deve saber, já sabe.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

UMA POUSADA ESPIRITUAL


Lembro-me quando um amigo meu, o Eduardo, no começo de sua vida de casado, nos convidou para ir tomar um lanche em sua casa. Tudo novinho, limpinho e arrumadinho, mas ainda sem história, como a maior parte das moradias de recém-casados. Naquele dia ele me disse que junto com a esposa, tomaram a decisão de formar um lar que fosse uma referência espiritual para os outros.
E foi. Digo foi porque esse rapaz já está desfrutando da vida junto de Deus. Mas enquanto viveu, junto com a mulher e os 3 filhos, escreveram uma das mais lindas histórias de amor a Deus, capaz de orientar qualquer pessoa que os vissem. E até hoje a Elaine e os filhos são um exemplo para quem quiser ver.
Se uma pessoa precisa comprar pão, eu a mando a uma padaria, se for carne recomendo um açougue, se ela precisar de um sapato, uma sapataria, mas se ela quiser saber como experimentar da “graça de Deus”, eu não indicaria uma Igreja, mas sim o lar de uma família que leva Deus a sério. Pode ser o meu.
No convite do nosso casamento, a Denise e eu decidimos colocar o final de um versículo que mostra o nosso propósito com o casamento: “Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.” (Josué 24:15)
Sem avisar e de repente, uma amiga nossa, uma senhora com uns 55 a 60 anos, foi em casa para pedir uma coisa. Começou me falando o que eu já sabia, ou seja, que ela podia entrar em qualquer shopping de Campinas ou de São Paulo e comprar o que quisesse. Devido ao muito dinheiro que o marido tinha, ela podia comprar desde um alfinete até um helicóptero. Depois de afirmar isso ela disse: “Mas o que eu quero está dentro dessa casa”.
Eu olhei em volta. Devo dizer que eu e a Denise éramos recém casados. Nosso quarda-roupa não tinha portas, pois foi meu sogro quem o deu, e tirou-o do forro do telhado onde estava guardado e onde se estragaram as portas. O armário onde guardávamos os produtos de limpeza era feito de 3 caixotes de madeira lixados e pintados pela Denise e por mim. Nosso “aparelho de som” era um radio-gravador, para ouvirmos as notícias e músicas das fitas cassete. Não tínhamos TV. A sala não tinha móveis, a não ser o sofá-cama onde a Cíntia, nossa filha, dormia.
E, sentada naquele sofá-cama da Ciça, naquela sala vazia, aquela mulher que podia comprar o que quisesse, vem e fala que quer algo que tenho. Lembro-me que pensei “Se for o fogão não tem como dar”, mas assim mesmo falei:
- Me diga o que a senhora quer e, se pudermos, nós lhe daremos.
- Eu quero FELICIDADE!
Foi naquele dia que ela aceitou a Jesus.

terça-feira, 9 de junho de 2009

QUAL É O SEU DIFERENCIAL?


Uma senhora me enviou uma carta pelo correio eletrônico, pedindo orações pelo filho de pouco mais de 20 anos que está com um sério problema de visão. Já orei e vou continuar orando, é claro. Mas além disso eu tenho mais alguma coisa para dizer.
Sabe quem foi Helen Keller? Foi uma menina cega, surda e consequentemente muda que teve a ajuda de uma preceptora chamada Anne Sullivan. Essa preceptora foi contratada pelos pais de Helen para tentar tirá-la do isolamento que sua deficiência lhe impunha.
Certo dia, mais exatamente no dia 5 de abril de 1887,depois de muitas outras tentativas, Helen e sua “professora” (era assim que a menina a chamava) estavam perto de um poço. Anne Sullivan colocou a mão de Helen na água fria o sobre a outra mão soletrou a palavra água, primeiro vagarosamente, depois rapidamente. De repente, ela aprendeu que água significava aquilo que ela sentia em suas mãos. Depois ela pegou um pouco de terra e perguntou o nome daquilo e, ao anoitecer, já havia aprendido 30 palavras.
Depois Helen Keller, com muita garra e com a sempre presente ajuda de sua preceptora, aprendeu a falar, tornou-se uma conferencista internacional e uma escritora mundialmente famosa. Conheceu diversos artistas, escritores e vários presidentes.
Agora eu pergunto: se não fosse cega e surda, o que seria da vida de Helen Keller? Talvez só mais uma Helena.
Temos que crer e confiar no que diz o seguinte versículo:
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8:28)
Talvez o seu diferencial seja uma deficiência física, ou um trauma do passado, ou uma circunstância do presente. Sei lá. Mas com certeza isso limita você. Mas acredite em mim: superar essa barreira é a forma que você tem para ser alguém de valor.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

ACÉFALO OU BUCÉFALO?


Para um cardiologista são apenas aurículos e ventrículos, mas para mim são grandes salões superiores e recônditos subterrâneos de um fantástico castelo. Estou me referindo ao meu coração, sede administrativa de um grande “reino” que sou eu.
O coração, segundo o conceito bíblico figurado, não é o centro das nossas emoções como entendemos hoje, mas sim a nossa “mente”, ou ainda melhor, o centro das nossas decisões.
No salão mais nobre do “castelo” que citei acima, há um trono. Quem o ocupa?
Se não for Jesus Cristo pode ser eu, qualquer outro ou ninguém!
Estou falando tudo isso porque tirei esse fim-de-semana para meditar em um único versículo, que é esse aqui: “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto.” (Juízes 21:25) Assim era a característica de Israel no tempo dos Juízes. Embora cada um buscasse fazer o que pensava ser a coisa mais acertada, o que acontecia era a predominância da maldade e do caos.
Sem rei, a bagunça é generalizada. Com um péssimo rei a situação não é diferente. Para que haja progresso em todos os setores, é necessário um excelente líder. Aquele a quem pertence o direito de se assentar no trono, o legítimo rei.
Voltemos ao meu castelo. Antes de me converter ao cristianismo, quem reinava era eu. Ou pelo menos pensava que era, pois vez ou outra eu deixava me influenciar por alguma eminência parda da minha corte. Sabe o que havia em mim? Exato: maldade e caos. E posso lhe garantir que não era um reino feliz.
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações.” (Jeremias 17:9-10)
Quando me converti, fiz uma reforma geral no, agora, Salão Nobre do castelo.
“Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” (Ezequiel 36:26-27)
Quando Jesus Cristo é realmente o líder do meu coração, isso influencia não só a minha vida, mas também a minha família, minha igreja, meu país, ...

PENSE NISSO 70


Não existe amor sem liberdade.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

PRECISAMOS NÃO LEVAR ISSO NA BRINCADEIRA


Uma das coisas que eu acho das mais lindas é criança com roupa de criança. Menininha de vestidinho e menininho de moleque. Não gosto de criança vestida de gente grande.
É muito comum chamarmos as crianças de 11 a 13 anos de pré-adolescentes. Note que ao usarmos esse termo estamos colocando uma expectativa para uma fase seguinte. É antecipar uma etapa. E isso é roubar a infância de nossas crianças.
Devemos vivenciar cada fase de nossas vidas aproveitando tudo o que é pertinente a cada etapa. A criança tem que ser criança.
Paulo mostra isso falando de outras coisas mas lembrando esse detalhe da vida:
“Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Agora que sou adulto, parei de agir como criança.” (1 Coríntios 13:11 NTLH)
Há ainda uma outra referência que nos mostra que as características dos mais novos devem ser consideradas e respeitadas:
“Porém Jacó lhe disse: Meu senhor sabe que estes meninos são tenros, e tenho comigo ovelhas e vacas de leite; se forçadas a caminhar demais um só dia, morrerão todos os rebanhos. Passe meu senhor adiante de seu servo; eu seguirei guiando-as pouco a pouco, no passo do gado que me vai à frente e no passo dos meninos, até chegar a meu senhor, em Seir.” (Gênesis 33:13-14)
Vejamos dois exemplos onde isso não é observado e tem gerado problemas.
Hoje as crianças exploram o campo da sexualidade muito cedo. Paquera, ficar, namoro e até gravidez já fazem parte da vida de nossos pequenos de 11 a 13 de vida. E não raro isso é incentivado pelos pais! Na enfermaria de pediatria do HC-UNICAMP já pensei algumas vezes que algumas meninas eram pacientes e na realidade eram mães de crianças internadas!
Outra coisa que precisamos pensar seriamente é que alguns educadores estão concluindo que o acesso ao uso de computadores deve ser para maiores de 12 anos. Alguns vão até mais longe, estendendo esse limite para 17 anos!
Gente, isso tudo é sério, não é brincadeira.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

PONHA-SE NO LUGAR DESSA MULHER


O que vou contar aqui é um caso real, do qual fiquei sabendo quando essa mulher acompanhou o marido que teve que ser internado ali no HC-UNICAMP. Essa senhora, cujo nome é Eimi, vivia muitíssimo bem com o marido, os dois filhos e a caçula.
A vida não era fácil. Ela se desdobrava para fazer com que o pouco dinheiro que o marido deixava para as despesas fosse bem aproveitado, e o primeiro critério usado era primeiro as crianças e depois o marido. Na maior parte das vezes a Dona Eimi ficava, por exemplo, sem comer a mistura nas refeições para que o marido e os filhos pudessem repetir.
Os filhos andavam vestidos com simplicidade, mas não lhes faltava nada. Ela não sabia o que era uma roupa nova há dez anos, e se vestia com o que lhe dava sua irmã, do que não usava mais. Ou então remendava, roupas e até sapatos! Já o marido fazia uma coisa que só mais tarde ela veio a entender: ele fazia questão de sempre estar bem arrumado, com roupas e calçados modernos e muito perfume. Ele dizia que era o único luxo e prazer que ele se permitia, então ela se calava.
Quando os filhos estavam próximos da adolescência, o marido trouxe um dia uma moça de 16 anos para almoçar. Falou que ela era colega de trabalho na loja em que ele trabalhava. Naquele dia a Dona Eimi ficou sem comer a mistura. Na realidade ela até perdeu o apetite ao ver como o marido olhava e sorria para a “colega”. Naquela época ele começou a chegar mais tarde em casa, e quando chegava, afirmava que estava tão cansado de trabalhar que não queria nem jantar, só dormir.
Não demorou muito e ele, em uma sexta-feira no fim da tarde, entrou em casa, foi para o quarto, começou a pegar suas coisas e disse que ia morar com a tal da menina. E foi.
Além da dor da traição e do abandono, a Dona Eimi teve que começar a trabalhar como doméstica para sustentar os filhos, pois o marido sumiu e não dava notícias. Com muitíssima luta ela criou os três filhos, que se formaram na faculdade e se casaram. Nesse meio tempo ela se converteu e se tornou membro de uma igreja evangélica.
Um dia ela foi procurada pelo mais filho velho que lhe veio falar em nome dos três. O pai lhes enviara uma carta na qual contava que estava muito doente, de cama, já não podia mais andar, e que a companheira dele o abandonara por causa disso e fugira com outro mais jovem.
Os filhos queriam trazê-lo para a casa dela para ela cuidar dele. A princípio a Dona Eimi disse não, mas quando os filhos a ameaçaram de não mais falarem com ela, aceitou. Perdoou-o, recebeu-o em casa, e como os filhos não a ajudavam de forma alguma, ela é que dava banho no ex-marido, e com sua exígua pensão lhe comprava os remédios (e não comprava nem roupas nem sapatos para si), dava-lhe comida (ficava sem a mistura, que era dele) e assim fez até ele ser internado e morrer.
No dia em que isso aconteceu, eu falei com ela. A Dona Eimi disse que estava em paz com ela mesma e com Deus.
“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.” (Mateus 6:14-15)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

EM CASO DE INCÊNDIO


Meu grande amigo Venâncio, comentando um texto meu (“CONFESSO QUE NÃO SEI”, leia o comentário) levanta uma possibilidade para refletirmos, ou seja, se a sua casa estiver pegando fogo, o que você salvaria? Depois, conversando com ele pessoalmente, contei-lhe que de vez em quando dirijo uma dinâmica de grupo que parte daí.
O Venâncio também faz algo parecido nas reuniões de noivos da Igreja dele. Uma diferença que há entre as duas atividades é que na que eu faço não é necessário “salvar” pessoas ou animais. Eu penso que salvar algo que tenha vida é um tanto quanto óbvio. Por exemplo, algo bem exagerado: se pega fogo na casa de uma mulher que sempre apanha do marido quando ele bebe, e bem nessa hora ele está dormindo de tanto beber, penso que assim mesmo ela o salvaria. Acho até que muita sogra seria salva pelo genro na hora do incêndio.
Numa situação dessas o que você salvaria? Uma coisa só. E por que essa coisa?
A primeira coisa que me veio à cabeça foi meu exemplar de “Os Miseráveis” de Vítor Hugo. Eu o ganhei da Denise e da Cíntia.
Outras pessoas pegariam os documentos. Essas são pessoas mais realistas, mais práticas. Ouvi de alguns que levariam o computador. É, faz sentido. Mas e fotos, lembranças e coisas assim?
Mas, seja o que for, não podemos nos esquecer do seguinte: “E (Jó) disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR!” (Jó 1:21)
Vamos fazer o seguinte? Escreva-nos compartilhando o que você salvaria do incêndio e o porque da sua escolha. Podemos aprender muito com isso.

APERTEM OS CINTOS


Está todo mundo sensibilizado com a tragédia da queda desse avião da Air France. Eram 228 pessoas a bordo.
Comentando com a Denise sobre isso, falei que é esquisito para as pessoas que ficaram em terra e que momentos antes estiveram com quem embarcou nesse voo fatal. Imagine, por exemplo, os funcionários do aeroporto que, ainda que rapidamente, tiveram contato com passageiros e tripulação. E os colegas dos pilotos, técnico e comissários de bordo que se viram antes do embarque. E ainda os parentes dos passageiros que foram até o aeroporto!
Quando eu disse isso, a Denise me falou de uma frase que ela ouviu não sei onde, a qual nos exorta a sempre que nos despedirmos de alguém, devemos fazê-lo como se fosse a última despedida.
Ao dizer “boa noite”, “tchau” ou “adeus”, devemos ter dito ou feito tudo o que precisava ter sido falado ou feito. Uma declaração ou pedido de perdão, de amor, de compreensão, um abraço ou um beijo, sei lá o que mais, tudo tem que estar absolutamente em dia.
“Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lucas 12:20)

terça-feira, 2 de junho de 2009

AS DIFICULDADES DA CONFISSÃO


“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9)
Toda sexta-feira nos era oferecida a oportunidade de nos confessarmos com o padre capelão do colégio católico onde estudei. Éramos crianças, não sabíamos o que estávamos fazendo nem falando. Achávamos que tínhamos que nos confessar, tendo ou não pecado, tanto que sugeri a um colega que não sabia o que falar, que dissesse que havia pecado contra a castidade. Ele o fez e saiu do confessionário com os olhos arregalados.
Todos concordamos que devemos confessar nossos pecados a Deus:
“Feliz aquele cujas maldades Deus perdoa e cujos pecados ele apaga! Feliz aquele que o SENHOR Deus não acusa de fazer coisas más e que não age com falsidade! Enquanto não confessei o meu pecado, eu me cansava, chorando o dia inteiro. De dia e de noite, tu me castigaste, ó Deus, e as minhas forças se acabaram como o sereno que seca no calor do verão. Então eu te confessei o meu pecado e não escondi a minha maldade. Resolvi confessar tudo a ti, e tu perdoaste todos os meus pecados. Por isso, nos momentos de angústia, todos os que são fiéis a ti devem orar. Assim, quando as grandes ondas de sofrimento vierem, não chegarão até eles.” (Salmos 32:1-6 NTLH)
Mas como vimos ontem, devemos reconhecer que “erramos o alvo” uns aos outros.
Aí é que começam as dificuldades para escolher alguém que possa ser meu confessor. A primeira delas é, confesso, que tenho vergonha. Não é fácil falar meus pecados para alguém. Isso envolve, muitas vezes outro pecado que teria também que ser confessado, isto é, o orgulho.
Outra dificuldade é ter medo de que o conteúdo da confissão não fique em segredo. Nem todos temos por perto um João Crisóstomo, chamado de “Boca de Ouro” por, mesmo torturado, não revelar um segredo de confissão que lhe fora confiado.
Isso nos leva a considerar o despreparo dos ouvintes. O confessor precisa saber ouvir, o que é uma arte. Precisa ser sábio também. E precisa ainda ter a consciência de que é um pecador também. Mas a característica mais importante de um bom confessor, e também a mais rara, é ser alguém que queira se envolver na solução dos problemas da vida do outro.
Mais outra dificuldade que vejo em arrumar alguém com quem eu possa me confessar, é o medo que tenho de mal-entendidos (entender errado e confundir intenções).
Tudo isso exige, então, muita coragem, não é?
Mas vale a pena, se assim não fosse, Deus não nos mandaria fazer.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

CONFESSO QUE NÃO SEI


Para começar eu vou falar de um fato que me contaram e serve como ilustração. Só que, como não sou católico, não sei explicar nem comentar o mesmo. Em um retiro da Igreja Católica, no final, antes da Missa de encerramento, as pessoas faziam fila para se confessarem com um determinado padre, tido como compreensivo e sábio. Os outros sacerdotes ali presentes não eram tão procurados.
Depois que me contaram esse episódio, confesso que fiquei com vontade de ter um confessor. Alguém com quem eu pudesse me abrir totalmente. Já sentiu isso? Isso tem vantagens e dificuldades. Vamos pensar juntos.
A confissão auricular, isto é, a que é feita em segredo, ao ouvido, ela é terapêutica.
“Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” (Tiago 5:16)
Essa prática cristã é diferente do que tem sido praticado como aconselhamento. No aconselhamento a pessoa chega e diz, por exemplo, que está com “problemas no casamento”, mas não reconhece que é egoísta, impaciente, pouco ou nada amável, desatento com o cônjuge. Às vezes não admite nem que é adúltera, embora o seja. A pessoa leva um problema e quer do conselheiro uma solução que não seja o reconhecimento e abandono do pecado.
Mas a confissão é diferente. No aconselhamento o necessitado não sabe o que fazer, e pode até ser que sua necessidade seja a confissão: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia.” (Salmos 32:3) O que se precisa é orientação. Já na confissão o pecador sabe que errou e sabe o que tem que fazer, isto é, reconhecer o erro em particular com alguém.
E é aí que começam as dificuldades. Amanhã, se Deus quiser a gente reflete sobre isso.