quinta-feira, 25 de junho de 2009

JESUS ESTÁ COM FOME


A Celinha, secretária lá da Capelania e uma das “Seguidoras” desse Blog, me contou uma experiência marcante. Foi a visita da Juliane. A Juliane é uma paciente do HC-UNICAMP a qual temos procurado ajudar de diversas formas. Ela é mãe solteira de 2 meninos, um com 12 e o outro com 4 anos. Essa moça contraria o ditado o qual afirma que “dois raios não caem no mesmo lugar”, ou confirma o outro que diz que “desgraça pouca é bobagem”. Doenças, abandono, gravidez na hora errada (duas), ventania que destrói a casa, desemprego, internações, tudo isso tem acontecido com ela.
Pois ontem ela passou lá no escritório da Capelania com o filho menor. Depois de chorar muito, ela contou que o menino, antes de dormir tomava na mamadeira, água com açúcar, por falta de dinheiro para comprar leite.
Condoída, a Célia pegou no frigobar do escritório um litro de leite que porventura tinha ali. Ia entregá-lo para a Juliane quando o menino viu aquilo. Seus olhinhos se arregalaram, brilharam, ele largou algo que estava segurando, estendeu os braços e disse: “Deixa que eu levo”. A Célia lhe entregou o pacote e ele o abraçou, e não o largou mais!
Era um litro de leite! Um só!
“Quem se compadece do pobre ao SENHOR empresta, e este lhe paga o seu benefício.” (Provérbios 19:17)
“Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mateus 25:35-40)

2 comentários:

  1. Nessa hora lembro-me do conceito de compaixão (gr. com - junto, pathos - dor, sentimento, sofrimento). Muito mais que pena, compaixão talvez seja o mais básico sentimento humano, o de compartilhar com o outro a fragilidade humana. Do mesmo modo o cuidado é a mais básica forma de demonstrar essa compaixão.
    Talvez essa seja a grande carência neste nosso mundo atual, falta esse sentimento de partilhar a condição humana e a tentativa de diminuir essa mesma fragilidade fundamental...

    Paz,

    Venâncio

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  2. Xyko, achei excelente o título!

    Sim, gostei de todo o texto, mas o título me chamou muito a atenção e, depois de eu ler o texto, ficou ainda mais bonito!

    Várias vezes já me deparara com esse texto bíblico em que Jesus fala que o que fizermos "a um de [seus] pequeninos" a Ele o fazemos, mas o seu contrário óbvio eu nunca tinha entendido desse modo: que enquanto não o fazemos, a Ele deixamos de fazer!

    Talvez uma grande motivação para "partilhar a condição humana" e "diminuir [sua] fragilidade fundamental", como disse o Venâncio, se desenvolva a partir do entendimento de que isso é o que Cristo faz e espera que façamos também!

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