“Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto. Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo. Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo. Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele. E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar. Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu-lhe o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo.” (Lucas 10:30-37)
Há muito tempo atrás, nós dirigíamos um grupo de jovens cristãos chamado “NOVIDADE” (Nossas Vidas Damos a Deus). A NOVIDADE tinha um grupo de moços e moças que realizava um ótimo trabalho de evangelização e promoção social em uma favela aqui de Campinas.
Certo dia, o Adalberto, a pessoa responsável por aquele trabalho me falou que lá havia um bebê que tinha uns 2 meses de idade, caçula de muitos irmãos, filho de uma empregada doméstica e de um pai alcoólatra, e que estava com uma grave inanição. Além disso, a mãe não tinha leite para dar de mamar no peito e o leite especial que essa criança precisava era muito caro. Se algo não fosse feito, o menino morreria.
Naquela ocasião era só minha mãe e eu que morávamos em casa. Então perguntei-lhe se concordava com trazermos o bebê para ficar uns dois meses conosco. Ela topou. E foi uma aventura e tanto!
Quando o Dabizinho chegou (ele recebeu o nome de Adalberto como reconhecimento pelo que esse nosso rapaz ali fazia), era pele e osso. Além do esforço dos jovens da NOVIDADE, toda a vizinhança se mobilizou para ajudar, dando não só o leite como também roupas, brinquedos e tudo o mais. E foi incrível a recuperação do garoto. Também, o que ele mamava e comia! Era só aparecer com uma mamadeira que ele abria uma boca maior do que ele próprio. Tanto que a Luciana, minha sobrinha “postiça”, que na época era pequenininha, deu-lhe o apelido de “paudalzinho”, referindo-se aos filhotes de pardal que no ninho abrem um bico enorme quando a mãe lhes traz alimento. Quando ele foi embora, 3 meses depois, estava até com suas próprias reservas alimentícias, ou seja, gordão.
Agora veja o risco que corremos: e se o pai, um viciado, resolvesse nos acusar de sequestro? Ou a própria mãe. Mas não me arrependi nem me arrependo hoje de ter feito aquilo. O que me arrependo é de, em um outro episódio, ter aconselhado uma voluntária da minha equipe a não hospedar em sua casa, por uns dias somente, a mãe de uma criança internada no HC-UNICAMP. Essa senhora voluntária queria, seu marido e filhos também, mas eu, baseado em critérios (por exemplo, “nosso trabalho se limita a dentro do hospital”) não deixei. Dei uma de “sacerdote e levita”.
Hoje em dia, no geral, só fazemos o bem através de instituições, que são cheias de regras e critérios; não há um envolvimento pessoal. Por que? Porque quando fazemos o bem diretamente, corremos riscos de sofrermos sérias perdas físicas, materiais e emocionais. Mas e daí?
Há muito tempo atrás, nós dirigíamos um grupo de jovens cristãos chamado “NOVIDADE” (Nossas Vidas Damos a Deus). A NOVIDADE tinha um grupo de moços e moças que realizava um ótimo trabalho de evangelização e promoção social em uma favela aqui de Campinas.
Certo dia, o Adalberto, a pessoa responsável por aquele trabalho me falou que lá havia um bebê que tinha uns 2 meses de idade, caçula de muitos irmãos, filho de uma empregada doméstica e de um pai alcoólatra, e que estava com uma grave inanição. Além disso, a mãe não tinha leite para dar de mamar no peito e o leite especial que essa criança precisava era muito caro. Se algo não fosse feito, o menino morreria.
Naquela ocasião era só minha mãe e eu que morávamos em casa. Então perguntei-lhe se concordava com trazermos o bebê para ficar uns dois meses conosco. Ela topou. E foi uma aventura e tanto!
Quando o Dabizinho chegou (ele recebeu o nome de Adalberto como reconhecimento pelo que esse nosso rapaz ali fazia), era pele e osso. Além do esforço dos jovens da NOVIDADE, toda a vizinhança se mobilizou para ajudar, dando não só o leite como também roupas, brinquedos e tudo o mais. E foi incrível a recuperação do garoto. Também, o que ele mamava e comia! Era só aparecer com uma mamadeira que ele abria uma boca maior do que ele próprio. Tanto que a Luciana, minha sobrinha “postiça”, que na época era pequenininha, deu-lhe o apelido de “paudalzinho”, referindo-se aos filhotes de pardal que no ninho abrem um bico enorme quando a mãe lhes traz alimento. Quando ele foi embora, 3 meses depois, estava até com suas próprias reservas alimentícias, ou seja, gordão.
Agora veja o risco que corremos: e se o pai, um viciado, resolvesse nos acusar de sequestro? Ou a própria mãe. Mas não me arrependi nem me arrependo hoje de ter feito aquilo. O que me arrependo é de, em um outro episódio, ter aconselhado uma voluntária da minha equipe a não hospedar em sua casa, por uns dias somente, a mãe de uma criança internada no HC-UNICAMP. Essa senhora voluntária queria, seu marido e filhos também, mas eu, baseado em critérios (por exemplo, “nosso trabalho se limita a dentro do hospital”) não deixei. Dei uma de “sacerdote e levita”.
Hoje em dia, no geral, só fazemos o bem através de instituições, que são cheias de regras e critérios; não há um envolvimento pessoal. Por que? Porque quando fazemos o bem diretamente, corremos riscos de sofrermos sérias perdas físicas, materiais e emocionais. Mas e daí?
E daí mesmo!! Jesus sofreu tantas perdas por nós!!
ResponderExcluirPor que não podemos correr o risco de perder algo( material , emocional) em benefício de outros?
Ciça.
Os orientais, principalmente budistas, agradecem quando alguém lhes pede alguma coisa, aquele que pede dá ao outro a chance de ser uma pessoa melhor...
ResponderExcluirPaz,
Venâncio