terça-feira, 30 de junho de 2009

MEDO DE SER HERÉTICO


Lembro-me que me espantou muito a primeira vez que ouvi alguém falar que, se um muçulmano que nunca teve a oportunidade de ouvir falar de Jesus Cristo (como outros milhões que existem), se esse muçulmano se voltar sinceramente para Deus, e lhe ensinarem que Alá é o único Deus, e por amor a Deus ele abraçar o islamismo, tal pessoa estará salva espiritualmente.
Me espantou porque quem ensinou isso foi uma pessoa que era e é muito firme com Deus e também muito ponderada, sem o mínimo traço de um herético. Admiro muito esse amigo.
O muçulmano nunca ouviu de Jesus, e o que lhe ensinaram o fizeram errado. Como pode ele, que mostrou um interesse genuíno em Deus, ser condenado? Claro que um versículo já “explodiu” em minha mente:
“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6)
Trilhar pelo caminho do amor que Jesus pavimentou pode não ser necessariamente a aceitação intelectual e acadêmica de um plano que, se pensarmos bem, é irrecusável (ir para o céu de graça). Na minha perspectiva, o que está em jogo é a crença na misericórdia divina.
Não seremos “cobrados” por Deus pelo que entendemos, ou aprendemos ou ainda pelo que fizemos ou deixamos de fazer, mas sim pelo amor que dedicamos a Deus, e consequentemente, aos outros (“O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” Mateus 25:40)
O que me preocupa é que Igreja em muitos aspectos tem se mostrado incapaz de amar. A Deus e aos homens!
Amanhã continuamos.

3 comentários:

  1. concordo com vc. Muitas vezes as igrejas têm dificuldade em aceitar as pessoas como elas são. Cremos na graça, mas não vivemos pela graça. Estamos mais preocupados em preservar a "sã doutrina" do que em demonstrar amor uns pelos outros. Precisamos aprender com o exemplo do pai na parábola do Filho Pródigo. Ele não recebeu o filho com um sermão ou acusações, mas com um abraço.O relacionamento dele com o filho não dependia do desempenho nem de qualquer obrigação de agradar ao pai.No livro A Cabana há uma frase interessante:"os relacionamentos verdadeiros são marcados pela aceitação". É isso. Abraços, Heloisa

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  2. Caro Xyko,

    Bela reflexão. Creio que Jesus veio ao mundo e ensinou tudo direitinho mas a humanidade é dividida em dois grupos: os "cabeça de pudim" (como você mesmo gosta de dizer) e os "cabeça dura" (como eu gosto de dizer). Sempre vai haver discussões e escolhas... por sinal a palavra heresia em latim quer dizer escolha, no caso contra uma doutrina que se considera "ortodoxa". Portanto a heresia é sempre a "escolha dos outros" que não pensam como eu... e as igrejas que vamos criando vão esquecendo o que realmente Jesus veio ensinar...

    Paz,

    Venâncio

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  3. oi Chico, entendo que a devoção e a sinceridade do relacionamento com o PAI, não podem ser avaliadas, dentro de parametros rígidos, mas o PAI nos conhece (no plano individual) e a igreja (no plano coletivo).

    Quando Jesus agiu e ensinou, usou 100 % da razão e 100 % da emoção.

    "...Não seremos “cobrados” por Deus pelo que entendemos, ou aprendemos ou ainda pelo que fizemos ou deixamos de fazer, mas sim pelo amor que dedicamos a Deus, e consequentemente, aos outros..."

    Fazendo um retrospectiva, " o Amor que dedicamos a Deus ", Adão vivia na presença do Senhor, era o paraíso na Terra. Na eternidade futuro, só pode voltar a estar na presença do Pai, no reuno do céus, quem encontrar o caminho,

    “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6)

    Muito obrigado.

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