quarta-feira, 30 de setembro de 2009

POR QUE BRIGAR COM DEUS?


Se perguntarmos para uma pessoa, pode até ser nosso melhor amigo, “E aí, como vai? Tudo bem?”, é quase que certo que a resposta será um “Tudo bem” vazio de significado. Por isso eu prefiro perguntar “E aí, como está o seu relacionamento com Deus?”, pois tal pergunta exige uma resposta clara e verdadeira.
Certa vez fiz essa pergunta a um amigo e ele me respondeu: “Meu relacionamento com Deus está péssimo, pois eu estou brigando com Ele”. Aí eu falei para esse amigo: “Então tenho uma má notícia para lhe dar, ou seja, você já perdeu”.
“E, caindo todos nós por terra, ouvi uma voz que me falava em língua hebraica: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões.” (Atos 26:14 RA) Ou como está em outra versão, “Todos nós caímos no chão, e eu ouvi uma voz me dizer em hebraico: “Saulo, Saulo! Por que você me persegue? Não adianta você se revoltar contra mim.”” (Atos 26:14 NTLH)
Brigar com Deus é como a imagem de um filho pequeno que quer lutar boxe com o pai e tenta lhe dar uns socos enquanto o adulto o mantém afastado com uma mão segurando a criança pela cabeça, e o pior, rindo. Mesmo que o garoto consiga atingir o pai não causa nenhum efeito.
Mas de onde vem toda essa pretensão de acharmos que temos o direito de brigar com o próprio Deus?
Recentemente eu fiz isso. Comecei a fazer tudo certinho (Na minha ótica, claro.) na esperança de que Deus me desse uma determinada coisa e sabe o que Ele fez? Não deu! Aí eu quis dar uns socos n'Ele.
PARA REFLETIR:
“Ficando ele (Jacó) só; e lutava com ele um homem, até ao romper do dia. Vendo este que não podia com ele, tocou-lhe na articulação da coxa; deslocou-se a junta da coxa de Jacó, na luta com o homem. Disse este: Deixa-me ir, pois já rompeu o dia. Respondeu Jacó: Não te deixarei ir se me não abençoares. Perguntou-lhe, pois: Como te chamas? Ele respondeu: Jacó. Então, disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste. Tornou Jacó: Dize, rogo-te, como te chamas? Respondeu ele: Por que perguntas pelo meu nome? E o abençoou ali. Àquele lugar chamou Jacó Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva. Nasceu-lhe o sol, quando ele atravessava Peniel; e manquejava de uma coxa. Por isso, os filhos de Israel não comem, até hoje, o nervo do quadril, na articulação da coxa, porque o homem tocou a articulação da coxa de Jacó no nervo do quadril.” (Gênesis 32:24-32)
Observação: a expressão “prevalecer” no v. 28 pode ser entendida como “render-se”.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

PRÉ-OPERATÓRIO


“Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma.” (Lucas 12:20)
Ele era um morador de rua e devia ter uns 50 anos de idade, mas aparentava ter bem mais. Tinha quebrado a perna e aguardava a cirurgia. Seu nomo era Benedito, e não sabia ficar sossegado se o seu radinho de pilha não estivesse ligado em uma emissora que apresentasse músicas sertanejas. Quando tocava uma dessas músicas (?) ele cantava (??) junto. Todos gostavam do Seu Dito. No dia da operação, a pedido dele, eu o acompanhei até o Centro Cirúrgico. Se eu tivesse que retratar um olhar de pavor, aquela seria a cena ideal. O homem estava apavorado! E nada o acalmava. Graças a Deus a cirurgia foi um sucesso.
Outro caso.
Seu Nico era um homem de 60 e tantos anos e estava aguardando sua vez de ir fazer uma cirurgia. Os médicos o alertaram que esse procedimento seria de altíssimo risco e imprescindível. Conversei muito com ele, preparando-o para tudo. A ele e à mulher dele que, me desculpem falar assim, era extremamente antipática. Na véspera da cirurgia ele me afirmou que estava tranquilo e pronto, para assim que acordasse da anestesia “ver o rosto de Deus ou da minha mulher”. No dia seguinte, depois que cheguei no escritório da Capelania vindo da sala de espera do Centro Cirúrgico, a Célia, secretária desse serviço do HC-UNICAMP, me perguntou como tinha sido a operação do Seu Nico. Respondi que tinha dado “zebra”. Assustada ela perguntou se ele tinha morrido e eu disse que não, acrescentando que quando ele acordou da anestesia viu o rosto da mulher.
Mais outro caso.
Um senhor de mais ou menos 60 anos, eu o estava preparando para também sofrer uma intervenção cirúrgica. Chamava-se Davi. Falando sobre a operação, perguntei-lhe se tinha medo. Disse-me veementemente que o único medo que sentia era deixar a família sozinha. Arrisquei perguntar: “E do que vem depois da morte?”. Ele respondeu que não, ao que questionei se ele tinha certeza de ir para o céu. “Nunca roubei, adulterei, matei, acho que vou para o céu, sim”. Então eu lhe expliquei que tudo isso já estava resolvido, já foi pago na cruz de Cristo, e o que seria considerado era relacionamento de fé com Ele, Deus. “Nessa questão estou zerado!” foi sua resposta. Insisti para que ele pensasse nisso. E agora é só entre ele e Deus.
PARA REFLETIR:
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.” (Eclesiastes 3:1-8)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

PENSE NISSO 81


É mais fácil mudar de cidade do que um comportamento.

O MAIOR E O MENOR


A humildade é uma virtude e como tal, uma opção.
Os cristãos devem optar pela humildade. Não quero com isso dizer que os cristãos precisam enfiar na cabeça que são vermes inúteis e que possuem a inteligência de uma samambaia de plástico. Não é por aí que devemos pensar, pelo contrário, como criaturas e filhos de Deus devemos considerar que temos nosso valor. A diferença é que devemos escolher os últimos lugares. Conscientes do nosso valor, escolhemos considerar os outros superiores a nós mesmos.
“Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo.” (Filipenses 2:3)
Lembro-me de uma ocasião em que um irmão bem intencionado me exortou dizendo que eu não conseguia ter sucesso por não fazer um bom “marketing pessoal”. Esse conselho não me causou impacto porque eu não queria, nem quero, ser um sucesso aos olhos das pessoas. Diante de Deus sim, mas para isso não é preciso (nem possível!) fazer propaganda de mim mesmo.
“Para Deus sobe-se descendo” (S. Francisco Xavier).
O orgulho faz com que muitos pensem que por serem filhos de Deus (será que o são?), podem reivindicar o melhor carro, o melhor emprego, cargo ou negócio, a melhor casa e por aí afora. São enganados por falsos mestres.
“Jesus dizia ao povo: —Cuidado com os mestres da Lei! Eles gostam de andar para lá e para cá, usando capas compridas, e gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças; preferem os lugares de honra nas sinagogas e os melhores lugares nos banquetes. Exploram as viúvas e roubam os seus bens; e, para disfarçarem, fazem orações compridas. Portanto, o castigo que eles vão sofrer será pior ainda!” (Marcos 12:38-40 NTLH)
PARA REFLETIR:
Qual tem sido sua escolha?
Qual vai ser daqui para a frente?
“Aquele que entre vós for o menor de todos, esse é que é grande.” (Lucas 9:48)

sábado, 26 de setembro de 2009

CASAMENTO PERFEITO É ASSIM

Os dois vão se ver sem escovar os dentes e sem pentear os cabelos, boa oportunidade para exercerem a graça, que é amar o outro apesar de ...
Lâmpadas queimam, canos entopem, oportunidade para servir.
Periodicamente ela vai ficar “irreconhecível”, oportunidade para ler um livro, quietinho.
As contas vão chegar, oportunidade para desenvolver a boa comunicação.
Um dia um pode querer ir para a praia e o outro para o campo, oportunidade para fazer o outro feliz.
Qualquer dia vai sobrar um só doce, oportunidade para agradar o outro.
Um quer o som mais alto e o outro mais baixo, oportunidade de amar.
Um dia ela vai estar com dor de cabeça, ótima oportunidade para ele ver sossegado os gols da rodada.
Com certeza vão aparecer dúvidas quanto à maneira de tratar os filhos, oportunidade para orar.
Divergências vão surgir quanto ao que é certo ou errado, excelente oportunidade para estudarem a Bíblia juntos.
Um dia, tudo vai dar errado na cozinha, boa oportunidade para treinar a paciência.
Em algumas ocasiões os dois vão sentir medo, excelente oportunidade para aprenderem a confiar em Deus juntos.
De vez em quando um vai ter preguiça e não vai querer ir à Igreja, oportunidade para um incentivar o outro.
Qualquer dia desses um dos dois vai ficar doente, é a oportunidade para o outro cuidar.
Vai ter uma hora em que um vai se atrasar, oportunidade para aprenderem a esperar.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ENOLOGIA


O que eu vou contar agora a minha mãe autorizou a divulgação.
Há muitos anos atrás, eu era bem criança ainda, meu pai convidou o irmão dele, meu tio Carlos, para comer um peixe assado lá em casa. Acho que convidaram mais um ou dois amigos. Para essa ocasião tida como especial pelo meu pai, ele comprou um vinho branco caríssimo, alemão. E recomendou à minha mãe que o colocasse com antecedência na geladeira, pois o tal vinho teria suas excelentes qualidades realçadas se fosse servido bem gelado.
No dia marcado, todos aguardavam na sala o peixe que minha mãe estava assando. Tomavam um aperitivo e conversavam animadamente. Pondo a mesa, o peixe quase pronto, ao colocar os copos, minha mãe lembrou que não havia posto a garrafa para gelar. E agora? Rapidamente ela correu disfarçadamente até um bar que havia perto de casa e perguntou se tinha vinho branco gelado. O dono do bar disse que sim, mas que era de péssima qualidade. Minha mãe comprou aquele porcaria mesmo, levou para casa, abriu a garrafa do vinho alemão, jogou o conteúdo no ralo da pia, pegou o que estava gelado, colocou na garrafa do vinho bom, e serviu. Eles adoraram. E ainda comentaram: “Isso é que é vinho!”.
No episódio em que Jesus transforma água em vinho durante um casamento, o Mestre de Cerimônias daquela festa comenta ao provar o vinho resultante daquele milagre:
“Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho (não sabendo donde viera, se bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a água), chamou o noivo e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora.” (João 2:9-10)
Li em um comentário que isso ilustra o fato de o mundo nos oferecer coisas boas no começo e que no fim são dadas as coisas ruins. Como exemplo o autor cita o sexo antes do casamento. Pode parecer bom a princípio, mas depois é muito ruim. As coisas que Deus nos oferece, quando usufruídas como Ele determina, são, sempre, de excelente qualidade.
Com tudo isso em mente, pensa comigo. O “cristianismo” como é oferecido em muitas igrejas por aí está mais para um engodo do que para uma boa notícia. É como o vinho que minha mãe ofereceu. Tem toda a aparência de algo excelente, mas não o é! E muitos o engolem e se deliciam, sendo totalmente enganados.
O vinho de péssima qualidade dá ressaca.
PARA REFLETIR:
“Jesus lhes disse: Enchei de água as talhas. E eles as encheram totalmente.” (João 2:7)
Observações: “talhas” eram uma espécie de barris. E note que eles as encheram “totalmente”. Já pensou se eles tivessem tido preguiça e as enchessem pela metade?

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

AMO AMAR



Outro dia eu estava compartilhando com uma amiga uma coisa que já escrevi em um outro texto, isto é, valeu a pena amar todas as vezes que amei. Às vezes dói, pode machucar e deixar cicatrizes profundas, mas não me arrependo de ter dedicado amor a quem quer que seja. Estou me referindo a todos os tipos de amor.
Reconheço que devemos ter muita paciência quando decidimos amar alguém (é verdade, o amor é uma decisão!), pois é um relacionamento muito íntimo. Não pode ser uma correria estabanada, pois para fazer o bem da pessoa alvo do nosso amor é exigida muita calma.
Quando amamos verdadeiramente, não existe nenhum pensamento ou sentimento de posse. O amor dá liberdade para o outro não nos amar. É duro, mas tem que ser assim, pois se não for não é amor. Isso nos leva a saber que não temos nada com que nos orgulhar e envaidecer de estarmos amando.
Conhece histórias de pessoas que fazem escândalos por terem uma paixão por uma pessoa? Pois é, e querem por que querem desesperadamente, que sejam correspondidos. E isso só por interesse próprio. Pois no fundo não é amor, é egoísmo.
Amar também nos rende muitas lições fantásticas. Foi amando que aprendi a passar por cima de muita coisa e, pelo amor, perdoar, ficar com o prejuízo do mal que porventura nosso amado ou amada venha a nos fazer.
Agora preste atenção para uma coisa que nem sempre nos damos conta: quando amamos, o nosso senso do que é certo ou errado fica muito mais agudo, nos trazendo indignação ou regozijo, conforme o caso.
O amor nos torna mais perseverantes, mais crédulos, mais esperançosos e mais fortes.
Portanto, não tenha medo, ame.
PARA REFLETIR:
“Sabemos o que é o amor por causa disto: Cristo deu a sua vida por nós. Por isso nós também devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos.” (1 João 3:16 NTLH)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

É BRINCANDO QUE SE APRENDE


Muitos dos brinquedos de hoje são perniciosos.
A mãe do garoto de 5 anos e eu estávamos conversando no pátio da pediatria do HC-UNICAMP, onde o menino estava internado. Para distraí-lo durante a internação o pai havia lhe dado um brinquedo. Era um helicóptero. Com uns 20 cm de comprimento, o helicóptero era daqueles com duas enormes hélices. O menino apertava o botão, a aeronave começava a funcionar, dava umas voltinhas pelo chão, parava, abria uma porta na traseira de onde saia um jeep com 2 soldados e uma metralhadora, dava uns tiros e voltava para dentro do helicóptero, que fechava a porta e dava outras voltinhas começando tudo de novo. É um desses brinquedos que brincam sozinhos, a criança só olha.
Outro dia eu vi uma caixa que acondiciona os brinquedos que uma rede de lanchonetes vende e compulsoriamente impinge a compra do sanduíche e da batata frita. De um lado dessa caixa estava a foto das bonecas para as meninas, do outro os bonecos para os meninos. Verdadeiros monstros.
Antes as meninas viam as bonecas como as suas filhas. Assim eram ensinadas a ser mães, a cuidar de alguém, a ser altruístas, e aprendiam a ser mulher.
Hoje as meninas se identificam com as bonecas. A boneca passa a viver a vida que a menina quer ter. E que vida é essa que vem determinada pela fábrica de brinquedos? Vida de uma consumista. É precisa comprar todos os acessórios para a boneca/menina. E há de tudo: roupas, sapatos, carro, casa, lancha, bolsa, clube, lanchonete, salão de beleza, restaurante, até mini-shopping.
A criança se torna uma consumidora.
Já os meninos lidam com bonecos armados que dominam violentamente monstros. Eles aprendem a resolver seus problemas no soco, no tiro e no grito.
E os pais, querendo fazer o fácil e não o certo, racionalizam que é só uma brincadeira.
PARA REFLETIR:
“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Provérbios 22:6)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

SÓ VAMPIROS NÃO APARECEM NO ESPELHO


“O corpo não é mais do que um meio de tornar-se temporariamente visível. Todo nascimento é uma aparição”. (Amado Nervo, 1870-1919, poeta, novelista e ensaísta mexicano)
Já pensou se não tivéssemos corpo? Não poderíamos nos ver, falar, tocar, locomover. O corpo é a parte de nós que permite que nos relacionemos com o meio ambiente. Minha alma e meu espírito precisam desse corpo natural enquanto vivemos na natureza. No mundo sobrenatural teremos um outro tipo de corpo.
“Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.” (1 Coríntios 15:51-52)
Enquanto isso ...
Outro dia eu vi em uma partida de futebol uma cena, muito comum por sinal, que me perturbou. Um jogador se machucou seriamente e alguém colocou aquele “spray milagroso”, anestésico; o atleta se levantou e, continuou jogando! Imagine o prejuízo físico que isso causa. Se não pode imaginar, veja o caso de Bob Gross, jogador de basquete da NBA, que se contundiu, sentia dores que são o alarme de que há algo errado, por obstinação continuou jogando, eliminando a dor com remédios, o que lhe prejudicou tanto que deu um fim na sua carreira, que tinha tudo para deslanchar.
Os atletas passam a vida levando seus corpos para muito além dos seus limites só para mostrar do que são capazes. Seu desempenho físico, para muitos, determina seu valor como pessoa. O corpo é nosso instrumento para nos tornar visíveis, só isso. Não é para ser o que nos valoriza, realiza e nos faz importantes.
Os atletas pensam que o que eles conseguem fazer com seus corpos é que determina quem são. E para serem “alguém”, acabam com o corpo. É incoerente, não é mesmo?
O que você tem feito com o seu próprio corpo?
Paulo sabia o que devia fazer com o dele: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.” (1 Coríntios 9:27)
E é o mesmo Paulo que, com autoridade, nos exorta: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Romanos 12:1)
PARA REFLETIR:
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. Os alimentos são para o estômago, e o estômago, para os alimentos; mas Deus destruirá tanto estes como aquele. Porém o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo. Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará a nós pelo seu poder. Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não. Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne. Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.” (1 Coríntios 6:12-20)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

VOCÊ PENSA QUE PENSA


Estou com 58 anos e é só agora que estou procurando ter idéias próprias. Se é que isso é possível. Somos influenciados no nosso pensar das mais diversas formas.
Começa pela genética. Não sei dizer nem como nem quanto, mas que muito do que pensamos e fazemos é por força dessa herança, eu não tenho dúvidas.
Também pensamos de uma determinada forma e não de outra devido a hábitos herdados dos pais. Por exemplo: um amigo me contou que no carro dele sempre há uma correia dentada de reserva. “Isso eu aprendi com o meu pai”, segredou ele. Esse pensamento previdente é herdado. Não foi idéia do meu amigo, e pode não ter sido do pai dele. Provavelmente veio de alguém que ficou com o carro parado longe do socorro mecânico.
Talvez não seja possível medirmos o quanto das nossas idéias e convicções que pensamos ser nossas nos foram transmitidas por nossos professores no processo de educação formal. E pela educação informal também, como por exemplo, viagens, visitas a museus, etc ...
Podemos adotar uma idéia como nossa só para sermos aceitos em um determinado grupo. Uma moça pode não usar calça comprida para ser aceita na sua Igreja.
Daí podemos avaliar a influência que recebemos da Igreja: pastor, EBD, costumes, boletim.
Somos moldados também por nossos amigos, colegas, vizinhos, parentes, conhecidos.
Também pela mídia: TV, rádio, CD's, INTERNET, propaganda, leituras, filmes.
Uma coisa que nem pensamos é que até a roupa que usamos é determinada pelos estilistas. Eles é que decidem o nosso gosto.
Precisamos de um padrão de pensamento superior e fora do que nos oferece o mundo:
“Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.” (Salmos 1:1-2)
Pense nisso.
PARA REFLETIR:
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” (Filipenses 4:8)
“Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra;” (Colossenses 3:2)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

DEVOLVE MINHA ASMA, DOUTOR


Uma das perguntas mais impressionantes que Jesus fez foi aquela proferida ao homem enfermo que estava junto ao tanque de Betesda: “Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?” (João 5:6)
Na sequência, vemos que a sociedade, representada pelas autoridades, não queria o homem curado. Queriam que a lei fosse cumprida, mas não se alegraram ao ver o homem livre de seus males!
A cura pode desestabilizar a ordem das coisas. E isso incomoda. Um exemplo: se eu fosse liberto das sequelas da minha poliomielite, tudo na minha vida teria que mudar, desde as minhas roupas até o meu relacionamento com todas as pessoas que conheço!
Fiquei sabendo de uma história, não sei se real, mas que de qualquer forma é uma boa ilustração do que estou querendo dizer. Um homem, por insistência da família, faz um tratamento para se ver livre de seu problema respiratório. Curado, ele chega para o médico e pergunta: “Doutor, o que o senhor fez com a MINHA asma??”.
A asma era um estilo de vida, uma arma eficaz para chantagear os outros e uma forma de chamar a atenção.
Talvez seja por isso que muitas filhas de pais alcoólatras se casam com alcoólatras.
A Laura, minha “neta por opção” (digo assim porque me disseram que “neta postiça” é muito feio!) teve que imobilizar um dedo da mão por causa de um machucado durante um jogo de vôlei. Segundo a Soraya, a mãe dela, todo o corpo da Laura parece estar imobilizado junto com o dedinho. Ela se vira em bloco. E “por sorte” a Letícia, a irmã mais velha da Laura bateu a cabeça e criou um “galo enorme”, assim ela não fica para trás. É sério, gente! Ficar doente é ruim mas tem suas vantagens.
Quanto à cura, se você tiver fé, um beijo e um abraço pode sarar.
PARA REFLETIR:
“Queres ser curado”? (João 5:6b)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

DEUS TAMBÉM CHORA


Enquanto eu fazia companhia para a paciente, a sua mãe, Dona Olívia, conversava com o médico lá fora, no corredor. Quem estava internada ali era uma moça de 25 anos. Seu nome era Ermelinda, mas todos a chamavam de Me. Ela havia sofrido um acidente de moto. Como consequência, teve que amputar a perna na altura do meio da canela. Ela ainda sofria as tais “dores fantasmas” no pé que não tinha mais. E tinha também muitas dores reais, pois no local onde fora cortado, a carne estava necrosando. Havia cheiro ruim no quarto.
Mas naquele momento em que eu estava com ela, aquela moça estava bem, tínhamos até dado algumas poucas risadas. Já havia um bom tempo que eu a visitava e com isso fizera uma boa amizade com as duas.
Quando a mãe voltou, só pelo rosto dela dava para ver que havia algum problema. Então já me preparei.
A Dona Olívia entrou, passou para o lado da cama oposto ao que eu estava, segurou uma das mãos da Me e olhou-a nos olhos. A moça sem desviar os olhos da mãe, estendeu a outra mão para mim, me procurando. Eu a segurei com carinho.
Aí a mãe falou, já chorando: “Filha, eles vão ter que cortar mais um pouco, um dedo acima do joelho”.
Nós choramos juntos o tempo suficiente para enchermos uma banheira de lágrimas e ali lavarmos toda a nossa tristeza.
“Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram.” (Romanos 12:15)
“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.” (Mateus 5:4)
O chorar, que coisa maravilhosa Deus criou, não é mesmo?! É tão maravilhoso o fato de podermos assim extravasar aflições que me causa estranheza um ator conseguir representar que está chorando.
PARA REFLETIR:
“Jesus chorou.” (João 11:35)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

VAI ATRÁS PARA VER COMO ACABA


Qual é a principal característica de um bom líder? Pense um pouco antes de continuar a ler.
Muitos líderes trabalham para suas Igrejas, para seus ministérios e quando sobra tempo, servem a Deus. Pode ser até que seja com sinceridade, mas é terrível.
Confesso que quando ocupava a liderança de uma organização de evangelização de jovens chamada NOVIDADE, eu fazia muito isso. Lembro-me de ser muito orgulhoso, arrogante e tratar muitas pessoas com desamor. Eu não tinha a maturidade necessária para liderar. Lembro-me que não me faltaram exortações, o que faltou foi receptividade a elas. Deus, com misericórdia, me impediu de continuar.
Hoje penso bem diferente.
Respondendo à pergunta lá de cima, a principal característica de um bom líder é fazer novos líderes, ou se fazer facilmente substituível.
“E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros.” (2 Timóteo 2:2)
A obra, porém, é de Deus, não é dos “homens de Deus”. O trabalho dos cristãos é levar as outras pessoas a se relacionarem com Deus, não perpetuar sua obra e sua visão de trabalho. O método de Deus é transformar homens que são usados para transformar outros.
Pastor é diferente de gerente. É claro que há espaço para aquelas pessoas valorosas e muito úteis que administram as coisas da Igreja, mas o pastor deve se dedicar à oração e ao ensino.
“Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra.” (Atos 6:3-4)
PARA REFLETIR:
“Obedeçam aos seus líderes e sigam as suas ordens, pois eles cuidam sempre das necessidades espirituais de vocês porque sabem que vão prestar contas disso a Deus. Se vocês obedecerem, eles farão o trabalho com alegria; mas, se vocês não obedecerem, eles trabalharão com tristeza, e isso não ajudará vocês em nada.” (Hebreus 13:17 NTLH)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

NÃO ENTRA MOSQUITO


Há quem perde a razão mas não perde a discussão. Agora, pensa comigo: qual o problema de estarmos errados, ou melhor, de reconhecermos que nos equivocamos? Quem defende com unhas e dentes sua auto-imagem está na verdade defendendo uma fantasia com máscara e tudo.
E por outro lado, se eu estiver com a razão, para que ficar discutindo e querendo provar que estou certo?
“Ninguém se engane a si mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio neste século, faça-se estulto para se tornar sábio.” (1 Coríntios 3:18)
“O homem prudente oculta o conhecimento, mas o coração dos insensatos proclama a estultícia.” (Provérbios 12:23)
Certa vez, durante um grupo de estudo bíblico do qual eu participava, surgiu um debate “infindável” sobre qual seria a atitude correta a se tomar diante de uma pessoa que está literalmente quase morrendo de inanição: dar-lhe um prato de comida ou falar da salvação em Jesus? Uns afirmavam que a salvação da alma era prioritária, outros falavam que dar-lhe de comer abriria as portas ao Evangelho, outros ainda afirmavam que quem está com fome não consegue nem ouvir o que lhe falam, alguém afirmou ainda que quem está morrendo de inanição não pode comer, pois a comida faria mal, só pode receber soro, e por aí afora. Ninguém daquele grupo nunca se expôs e jamais se exporá a tal situação crítica. Nenhum evangelizava e nem davam de comer aos necessitados. Então por que discutiam? Por “esporte”.
Você gosta de discutir? Por que?
PARA REFLETIR:
“Não respondas ao insensato segundo a sua estultícia, para que não te faças semelhante a ele. Ao insensato responde segundo a sua estultícia, para que não seja ele sábio aos seus próprios olhos.” (Provérbios 26:4-5)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

TRANSITORIEDADE


Havia um pé de romã no quintal de casa.
Nosso gato estava debaixo daquela árvore, deitado. Muito doente, mal mesmo. Na época nós não tínhamos condições de levá-lo a um veterinário. Ele havia matado a mordidas uma cobra cega, ou cobra de 2 cabeças como alguns a chamam.
Nos galhos mais altos da árvore, alguns pardais faziam uma algazarra.
O gato olhou para cima e deu um miado ameaçador, mas não saiu do lugar de tão fraco.
Depois ele se esticou todo e morreu.
Tempos mais tarde conheci um veterinário que me disse que o gato morreu envenenado pela cobra que ele mastigara, e me explicou que todo ofídio e anfíbio (que é o caso desse animal que o gato mordeu) teem veneno, mas nem todos podem inoculá-lo nos outros animais.
Então o gato matou a cobra cega e a cobra matou o gato. A luta entre os dois não teve vencedor. Só serviu para acabar com os dois.
Muitas vezes é assim na vida da gente!
“Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos.” (Gálatas 5:15)
PARA REFLETIR:
“Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.” (Mateus 5:22)
“De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.” (Tiago 4:1-3)

sábado, 12 de setembro de 2009

EXAME MÉDICO


PENSE NISSO 80


O nosso “cristianismo” pode nos impedir de vivermos o “Cristianismo”.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

NÃO FOI NADA DISSO QUE ELE PENSOU


O que me incentivou a pensar mais profundamente sobre o que é o cristianismo nos nossos dias, foi a resposta quase que unânime dos jovens universitários que estão trabalhando como voluntários ali no HC-UNICAMP. Ao serem questionados sobre a motivação para estarem ali, quase todos afirmaram ser fazer algo prático, fora das “4 paredes da Igreja”.
É um fato assustador. Eu olho para a Bíblia e olho para o cristianismo vivido por nós hoje em dia e penso que são duas coisas completamente diferentes!
Os cristãos evangélicos de hoje vivem em um gueto. Frequentam os mesmos lugares, falam o mesmo dialeto, o qual também é usado em suas artes (literatura, teatro e música), logicamente leem e ouvem os mesmos livros e músicas, fazem os mesmos programas, só teem amizades entre si, idolatram as mesmas pessoas, e pensam a mesma coisa até mesmo em suas divergências internas.
Faça um teste: nesse fim-de-semana vá aos encontros da sua Igreja e imagine que você é uma pessoa não convertida que foi ali procurando ter um relacionamento com Deus. Tente avaliar como uma pessoa assim pensaria ao ir embora para casa.
Vamos olhar isso por um outro ângulo, ou seja, como os não convertidos enxergam os cristãos no seu dia a dia.
“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5:13-16)
Para glorificar a Deus, e esse é um desejo profundo do meu coração, eu não posso ser o sal que não sai do saleiro nem a lanterna acesa debaixo de uma panela.
Você um missionário. Por que não?
PARA REFLETIR:
“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mateus 28:18-20)
“Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” (Atos 1:7-8)
“Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei. Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele.” (1 Coríntios 9:19-23)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

UM CANTINHO TODO SEU


Há um bom tempo atrás eu fui fazer umas visitas no HC-UNICAMP à noite. Estava muito frio. Quando deu umas 9 horas fui ver o Samuca. Esse Samuel, um garoto de 5 anos, tinha uma doença crônica que o obrigava a morar no hospital. A ele e a sua mãe.
Logo que entrei no quarto, que tinha mais outros 4 pacientes e que estava em penumbra, pude perceber que ele já estava dormindo, abraçado com um carrinho de brinquedo. A mãe dele, a Janete, estava acordada.
Ela estava sentada na sua “cama”, que era a junção de uma poltrona, um banquinho e uma cadeira comum, que sustentavam um colchonete. Essa jovem senhora, 35 anos, estava com 2 livros e um caderno no colo. Fazia a lição de casa do curso supletivo, usando a luz de um pequeno abajur que ela trouxera.
No criado-mudo, além dos medicamentos, havia um porta-retratos com uma fotografia do pai do Samuel. Havia também um pacote de bolachas já aberto e pela metade.
Em cima do berço hospitalar do Samuca, junto aos pés dele estava ligada uma dessas televisões portáteis bem pequenas, imagem preto e branco, que é também um receptor de rádio. Ela assistia a uma novela com o som bem baixinho.
Na parede havia dois desenhos que o menino havia feito de tarde. Estavam afixados com esparadrapos.
Talvez você não possa acreditar, mas aquele cantinho daquele quarto de hospital estava muitíssimo aconchegante. A Janete tinha dado um toque bem pessoal às suas coisas, e conseguiu fazer daquele pequeno lugar, um lar. Foi gostoso visitá-la. Ela até pediu desculpas pela bagunça, “mas é que eu não esperava visitas” ela me disse. Eu é que me desculpei, pois aquela hora não era hora de se ir na casa dos outros. Ela ofereceu e eu aceitei uma bolacha só para não “fazer desfeita”.
Um ano depois o Samuca morreu, e ela voltou para a outra casa dela. Não conheci essa outra casa, mas tenho certeza que ela também a transformou em um Lar. Coisa que algumas pessoas que conheço não conseguem fazer no palacete em que moram.
PARA REFLETIR:
“Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.” (João 14:2)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

CORRUPÇÕES


Comprar material “pirata”.
Copiar livros, Cds, DVDs, sem pagar os direitos autorais.
Não devolver o troco que veio a mais.
Não pagar impostos.
Estacionar em vagas preferenciais.
Assinar o ponto sem ter trabalhado as horas devidas.
Colar nas provas.
Pedir para o colega de classe assinar a lista de chamada quando na realidade você faltou.
Alterar Boletim de Ocorrência para receber Seguro.
Comprar contrabando.
Comprar aparelhos sem Nota Fiscal.
Responsáveis por setores de compras aceitarem presentes.
Pedir Nota Fiscal acima do valor devido.
Usar documento de outra pessoa para ter acesso a cinema, clube ou qualquer outro lugar ou serviço.
Fazer “gato” na energia elétrica ou na água encanada.
Mentir para vender.
Comer dentro do supermercado e não pagar aquela mercadoria.
E ainda falam que os políticos são corruptos.
PARA REFLETIR:
“Qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.” (Tiago 2:10)
“Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.” (Malaquias 3:8)
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações.” (Jeremias 17:9-10)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

PENSE NISSO 79


Quem não é feliz hoje com o que tem, dificilmente vai ser feliz um dia.

AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA


Fazia mais ou menos uns 2 meses que meu pai havia morrido. A janela do meu quarto dava para a rua, bem no abrigo onde meu velho guardava o carro. Todo dia ele chegava e, sem sair do carro, entrando bem devagar empurrava o portãozinho de ferro com o para-choque do automóvel (“meu portão eletrônico”, ele dizia). Isso sempre por volta das 6 da tarde. Nesse dia, lendo no meu quarto, olhei para a garagem e, ao vê-la vazia, olhei para o relógio. Eram 6 e meia e, sem pensar, falei para mim mesmo, “O pai está demorando hoje”. Assim que disse isso me lembrei que jamais aquela cena de ele chegando em casa se repetiria. Foi aí, e só aí, que eu me conscientizei da sua morte.
De uma hora para a outra eu “tinha” autonomia e independência, coisa que sempre almejara. Só não tinha a maturidade para administrar esses tesouros.
“Chico, precisamos comprar as coisas para o almoço. Precisa mandar consertar o cano do tanque. Aqui estão as contas de água e luz. O dono da casa passou aí para ver como é que fica o aluguel. Toma mais umas contas. Como não tem dinheiro para comprar uma pizza? Aqui está a conta do encanador”. Num piscar de olhos eu me tornei o homem da casa.
No começo eu gastava mais do que ganhava. Pensava que era assim que se resolvia cada um dos problemas. Aquilo virou uma bola de neve. Já faz um bom tempo eu ouví de passagem, em um Shopping, o conselho de um homem para um grupo de pessoas: “Faz como eu faço, eu compro sem me preocupar. Depois eu penso como vou pagar”. E com isso eles entraram na loja.
Eu era assim! E não tinha paz.
Eu tinha uma certa renda, e isso podia me dar a independência que precisava. E também podia decidir os rumos que minha vida ia tomando, a curto, médio e longo prazo. Isso era a autonomia necessária. A maturidade veio com as experiências boas e más, mas principalmente dos conselhos de quem realmente gostava de mim.
O melhor conselho de todos foi: não tenha dívidas.
PARA REFLETIR:
“Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra. A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei.” (Romanos 13:7-8)

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

NAS PARADAS


Naquele 7 de setembro amanheceu chovendo. Nós morávamos em um edifício na Avenida Francisco Glicério, de frente para onde passaria o desfile militar e civil. Devido à chuva, o mesmo fora cancelado. Mas, lá pelas 11 horas, como a chuva dera uma estiada e ainda havia muita gente frustrada por não ter parada, estacionam bem debaixo da varanda do nosso apartamento, umas viaturas do exército, se não me engano da Escola de Cadetes. Quando olho lá de cima, na calçada estavam 4 militares fazendo a guarda da Bandeira do Brasil, que era carregada por um quinto homem. No asfalto, um pelotão entrava em forma, assim como a banda marcial.
Numa cerimônia emocionante, com toques de corneta, continências e a execução do Hino à Bandeira, a mesma foi introduzida no seu devido lugar para desfilar.
Depois eles desfilaram garbosamente. Senti orgulho.
Hoje temos condições de termos um grande Brasil, mas só temos na liderança políticos, e não estadistas.
“O político se transforma em estadista quando começa a pensar nas próximas gerações e não nas próximas eleições” (Winston Churchill -1874-1965)
PARA REFLETIR:
“Feliz a nação cujo Deus é o SENHOR, e o povo que ele escolheu para sua herança.” (Salmos 33:12)

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

AOS NOIVOS

Se vocês souberem olhar corretamente, posso desejar que, daqui há 50 anos, as pessoas à sua volta poderão ver vocês se olharem ...
Não com CINISMO, mas com CUMPLICIDADE,
Não com INTERROGAÇÃO, mas com ENTROSAMENTO,
Não com MEDO, mas com CONFIANÇA,
Não com DECEPÇÃO, mas com GRAÇA,
Não com INDIFERENÇA, mas com AMOR,
Não com TRISTEZA, mas com ESPECTATIVA FELIZ,
Não com OBRIGAÇÃO, mas com PAIXÃO,
Não com OLHOS CABISBAIXOS, mas com TRANSPARÊNCIA,
Não com REPRIMENDA, mas com EXORTAÇÃO,
Não com INCREDULIDADE, mas com CERTEZA DE QUE É PARA SEMPRE,
Não com ALÍVIO, mas com SAUDADE,
Não com VERGONHA, mas com UM OLHAR QUE ELEVE NOSSOS OLHOS PARA DEUS.
Amém? Então amem.

NÃO FUI EU


Quando estava conversando com as duas filhas na sala, um amigo meu ouviu um barulho estranho vindo do quarto das meninas, que deviam ter em torno de 4 ou 5 anos. Foram lá ver e deram com o filho mais novo (com quase 2 anos de idade) junto à janela, e todas as bonecas das irmãs tinham sido jogadas para o quintal. “Por que você jogou as bonecas lá?” perguntou o pai. O menino respondeu: “Não fui eu, foram elas”.
Você é assim, dessas pessoas que nunca admitem que erraram? Pois se é (quem é não admite ser) tenho que lhe dizer que os outros sofrem muito para se relacionarem com você.
E o seu relacionamento com Deus pode ficar muito prejudicado.
Vamos ver uns versículos: “Veio, pois, Samuel a Saul, e este lhe disse: Bendito sejas tu do SENHOR; executei as palavras do SENHOR. Então, disse Samuel: Que balido, pois, de ovelhas é este nos meus ouvidos e o mugido de bois que ouço? Respondeu Saul: De Amaleque os trouxeram; porque o povo poupou o melhor das ovelhas e dos bois, para os sacrificar ao SENHOR, teu Deus; o resto, porém, destruímos totalmente.” (1 Samuel 15:13-15)
A ordem que o SENHOR havia dado a Saul através de Samuel é que destruísse todo ser vivo que estava nas terras dos amalequitas, não podiam fazer despojos. Mas Saul poupou os melhores dos animais e o rei Agague. Note que Saul culpa primeiramente seus homens, e depois se refere ao SENHOR como o Deus de Samuel, e não como seu próprio.
Certa vez, quando fui exortado por um irmão sobre um erro cometido, ele perguntou o que eu tinha a dizer, e logo em seguida esse irmão externou sua admiração por eu ter admitido na hora a falha. Ele pensou que eu negaria. Aí já seria outro erro a confessar.
PARA REFLETIR:
“Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” (1 João 1:8-10)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O DIABO EXISTE MESMO?


Certa ocasião fui convidado para falar para os grupos de jovens de 3 Igrejas diferentes. O tema que eles pediram para eu abordar era “Nosso Inimigo Número Um”. Eu comecei a palestra falando o seguinte: “Meu inimigo número 1 sou eu mesmo. Mas como não gosto de ficar falando o tempo todo sobre mim, vou falar sobre o Diabo”. Aí comecei a abordar o tema que eu sabia que eles queriam.
Uma das estratégias satânicas mais eficazes é levar as pessoas a pensarem que ele não existe. Isso lhe dá mais liberdade de ação. Ou então dar a entender que ele é bonzinho, apesar de ser um demônio, como o personagem Brasinha das histórias em quadrinhos.
Acho interessante algumas pessoas acreditarem na existência de anjos da guarda, que de fato existem, e não crerem na presença real dos demônios.
Os anjos maus são isso mesmo, anjos que eram bons e que se rebelaram contra Deus.
Outra coisa é que algumas pessoas dão uma importância exagerada aos demônios, vendo-os em tudo. Entendo que eles estão ao nosso redor e agindo (“Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar;” - 1 Pedro 5:8), mas muitas pessoas pensam e falam mais no Diabo do que no próprio Deus.
E muitas vezes atribuem à ação demoníaca ações e erros que foram de nossa responsabilidade. Foi isso que eu quis mostrar àqueles jovens citados acima quando defini eu mesmo como o maior causador de males para mim e para quem é prejudicado por meus atos.
Não nego de forma alguma suas ações. A influência deles em nossas vidas pode ser tentação, opressão ou possessão. Mas tem horas que ele olha para mim e pensa: “Não preciso me preocupar, ele cai sozinho”.
PARA REFLETIR:
“Chegou o dia em que os servidores celestiais vieram apresentar-se diante de Deus, o SENHOR, e no meio deles veio também Satanás. O SENHOR perguntou: —De onde você vem vindo? Satanás respondeu: —Estive dando uma volta pela terra, passeando por aqui e por ali. Aí o SENHOR disse: —Você notou o meu servo Jó? No mundo inteiro não há ninguém tão bom e honesto como ele. Ele me teme e procura não fazer nada que seja errado.” (Jó 1:6-8 NTLH)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

PENSE NISSO 78

Na maior parte das vezes, o possível e o impossível estão estreitamente ligados ao nosso querer ou não querer.

PRATO FRIO


Você que é mais velho deve se lembrar daquele seriado chamado Kung Fu, estrelado por David Carradine. Todo episódio tinha alguns bandidos que praticavam alguma maldade contra alguém, sempre um ato de covardia em que a vítima, na hora, não podia se defender e nem fazer nada. Era quase que inevitável ao telespectador ficar irado e com ódio “daqueles nojentos”. O único que ficava impassível era o personagem principal, que se chamava Caine, se é que eu não me engano. É que ele sabia que no fim, só com a força das mãos, ele faria justiça se vingando e vingando todo mundo dos atos “infames daqueles canalhas”. Aí era gostoso vê-lo acabando com eles.
Mas por que era gostoso? Talvez pelo nosso senso de justiça. Ou talvez motivados pelo ódio que se instalava em nosso peito quando assistíamos às cenas de covardia.
Mas o que me deixava mais furioso é que os bandidos, depois de cometer as maldades, iam, por exemplo, para um bar, beber e se divertir. Não estavam nem aí com o que aconteceu!
Muitas vezes é isso mesmo o que acontece conosco. Quando alguém nos faz algo de ruim e na hora não podemos fazer nada, ficamos curtindo aquele ódio em nosso coração, e o nosso ofensor nem se lembra mais do que aconteceu, e toca a vida normalmente, e, por mais incrível que possa parecer, às vezes até o flagramos rindo, coisa que a séculos não fazemos! Aí nós queremos vingança a qualquer preço. Vingança, não necessariamente justiça. Vingança, mesmo que injusta.
E quem é que perde mais com tudo isso?
PARA REFLETIR:
“Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.” (Mateus 5:22)
“Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” (Romanos 12:17-21)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

VOCÊ SE IMPORTARIA SE MORRESSE HOJE?


Por que?
Fui visitar a Dona Estefânia, uma senhora de oitenta e poucos anos na UTI. Ela era evangélica, estava lúcida e queria ajuda para tomar uma decisão. Os médicos lhe haviam dito que ela precisaria fazer uma cirurgia, sem a qual teria 90% de chance de morrer. Mas, ela só tinha 10% de chance de sobreviver à cirurgia. As chances eram iguais.
Os filhos não queriam que ela operasse, ela queria. Ela queria também saber a possibilidade de saber o que Deus queria, e por isso me chamou. Não havia essa possibilidade, a dúvida continuava e só ela podia tomar a decisão.
Conversamos muito tempo, e desse bate-papo concluí que realmente ela estava pronta para ir se encontrar com o Senhor! E ela tinha a possibilidade de “escolher” uma morte tranquila e indolor, isso se tivesse a “sorte” de morrer na mesa cirúrgica. E iria logo para o céu, que era o que ela mais queria. Mas os filhos não estavam prontos nem emocional nem espiritualmente para ficar sem ela.
“Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne. E, convencido disto, estou certo de que ficarei e permanecerei com todos vós, para o vosso progresso e gozo da fé, a fim de que aumente, quanto a mim, o motivo de vos gloriardes em Cristo Jesus, pela minha presença, de novo, convosco.” (Filipenses 1:21-26)
O que foi muito bonito em tudo isso é que aquela senhora se preocupava muito em, qualquer que fosse a decisão, que Deus fosse glorificado.
Ela optou por não operar.
PARA REFLETIR:
“Louco, esta noite te pedirão a tua alma”. (Lucas 12:20)