segunda-feira, 14 de setembro de 2009

TRANSITORIEDADE


Havia um pé de romã no quintal de casa.
Nosso gato estava debaixo daquela árvore, deitado. Muito doente, mal mesmo. Na época nós não tínhamos condições de levá-lo a um veterinário. Ele havia matado a mordidas uma cobra cega, ou cobra de 2 cabeças como alguns a chamam.
Nos galhos mais altos da árvore, alguns pardais faziam uma algazarra.
O gato olhou para cima e deu um miado ameaçador, mas não saiu do lugar de tão fraco.
Depois ele se esticou todo e morreu.
Tempos mais tarde conheci um veterinário que me disse que o gato morreu envenenado pela cobra que ele mastigara, e me explicou que todo ofídio e anfíbio (que é o caso desse animal que o gato mordeu) teem veneno, mas nem todos podem inoculá-lo nos outros animais.
Então o gato matou a cobra cega e a cobra matou o gato. A luta entre os dois não teve vencedor. Só serviu para acabar com os dois.
Muitas vezes é assim na vida da gente!
“Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos.” (Gálatas 5:15)
PARA REFLETIR:
“Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.” (Mateus 5:22)
“De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.” (Tiago 4:1-3)

2 comentários:

  1. oi Chico gostei !

    Romulo

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  2. Pois é, caro Xyko, os dois animais cumpriram seu destino de predadores... mas não é assim com os seres humanos. Somos dotados de liberdade e podemos decidir nossas ações. Somos por isso responsáveis pelos nossas atos... nós podemos até amar (se quisermos).
    Dá para imaginar bem a cena, à primeira vista dramática, do gatinho morrendo após ter matado a cobra. Mas a natureza é justa (no sentido de cumprir bem suas leis). Já nós fazemos as nossas leis e podemos até perdoar (se quisermos).
    Como dizem o Almir Sater e o Renato Teixeira na música "Um violeiro toca":

    "...então os 'óio' dos bichos, são os olhos de quem ama, pois a natureza é isso, sem medo, nem dó, nem drama."

    Assim a cena, antes dramática, passa ser de certa forma sábia e nos ensina muito...
    Não foi à toa que foi embaixo de um pé de romã, símbolo de retidão, ordem, fecundidade e, principalmente, mudança para melhor (ela é comida no ano novo judeu por causa desse significado).

    Paz,

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