terça-feira, 29 de setembro de 2009

PRÉ-OPERATÓRIO


“Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma.” (Lucas 12:20)
Ele era um morador de rua e devia ter uns 50 anos de idade, mas aparentava ter bem mais. Tinha quebrado a perna e aguardava a cirurgia. Seu nomo era Benedito, e não sabia ficar sossegado se o seu radinho de pilha não estivesse ligado em uma emissora que apresentasse músicas sertanejas. Quando tocava uma dessas músicas (?) ele cantava (??) junto. Todos gostavam do Seu Dito. No dia da operação, a pedido dele, eu o acompanhei até o Centro Cirúrgico. Se eu tivesse que retratar um olhar de pavor, aquela seria a cena ideal. O homem estava apavorado! E nada o acalmava. Graças a Deus a cirurgia foi um sucesso.
Outro caso.
Seu Nico era um homem de 60 e tantos anos e estava aguardando sua vez de ir fazer uma cirurgia. Os médicos o alertaram que esse procedimento seria de altíssimo risco e imprescindível. Conversei muito com ele, preparando-o para tudo. A ele e à mulher dele que, me desculpem falar assim, era extremamente antipática. Na véspera da cirurgia ele me afirmou que estava tranquilo e pronto, para assim que acordasse da anestesia “ver o rosto de Deus ou da minha mulher”. No dia seguinte, depois que cheguei no escritório da Capelania vindo da sala de espera do Centro Cirúrgico, a Célia, secretária desse serviço do HC-UNICAMP, me perguntou como tinha sido a operação do Seu Nico. Respondi que tinha dado “zebra”. Assustada ela perguntou se ele tinha morrido e eu disse que não, acrescentando que quando ele acordou da anestesia viu o rosto da mulher.
Mais outro caso.
Um senhor de mais ou menos 60 anos, eu o estava preparando para também sofrer uma intervenção cirúrgica. Chamava-se Davi. Falando sobre a operação, perguntei-lhe se tinha medo. Disse-me veementemente que o único medo que sentia era deixar a família sozinha. Arrisquei perguntar: “E do que vem depois da morte?”. Ele respondeu que não, ao que questionei se ele tinha certeza de ir para o céu. “Nunca roubei, adulterei, matei, acho que vou para o céu, sim”. Então eu lhe expliquei que tudo isso já estava resolvido, já foi pago na cruz de Cristo, e o que seria considerado era relacionamento de fé com Ele, Deus. “Nessa questão estou zerado!” foi sua resposta. Insisti para que ele pensasse nisso. E agora é só entre ele e Deus.
PARA REFLETIR:
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.” (Eclesiastes 3:1-8)

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