Há um bom tempo atrás eu fui fazer umas visitas no HC-UNICAMP à noite. Estava muito frio. Quando deu umas 9 horas fui ver o Samuca. Esse Samuel, um garoto de 5 anos, tinha uma doença crônica que o obrigava a morar no hospital. A ele e a sua mãe.
Logo que entrei no quarto, que tinha mais outros 4 pacientes e que estava em penumbra, pude perceber que ele já estava dormindo, abraçado com um carrinho de brinquedo. A mãe dele, a Janete, estava acordada.
Ela estava sentada na sua “cama”, que era a junção de uma poltrona, um banquinho e uma cadeira comum, que sustentavam um colchonete. Essa jovem senhora, 35 anos, estava com 2 livros e um caderno no colo. Fazia a lição de casa do curso supletivo, usando a luz de um pequeno abajur que ela trouxera.
No criado-mudo, além dos medicamentos, havia um porta-retratos com uma fotografia do pai do Samuel. Havia também um pacote de bolachas já aberto e pela metade.
Em cima do berço hospitalar do Samuca, junto aos pés dele estava ligada uma dessas televisões portáteis bem pequenas, imagem preto e branco, que é também um receptor de rádio. Ela assistia a uma novela com o som bem baixinho.
Na parede havia dois desenhos que o menino havia feito de tarde. Estavam afixados com esparadrapos.
Talvez você não possa acreditar, mas aquele cantinho daquele quarto de hospital estava muitíssimo aconchegante. A Janete tinha dado um toque bem pessoal às suas coisas, e conseguiu fazer daquele pequeno lugar, um lar. Foi gostoso visitá-la. Ela até pediu desculpas pela bagunça, “mas é que eu não esperava visitas” ela me disse. Eu é que me desculpei, pois aquela hora não era hora de se ir na casa dos outros. Ela ofereceu e eu aceitei uma bolacha só para não “fazer desfeita”.
Um ano depois o Samuca morreu, e ela voltou para a outra casa dela. Não conheci essa outra casa, mas tenho certeza que ela também a transformou em um Lar. Coisa que algumas pessoas que conheço não conseguem fazer no palacete em que moram.
PARA REFLETIR:
“Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.” (João 14:2)
Logo que entrei no quarto, que tinha mais outros 4 pacientes e que estava em penumbra, pude perceber que ele já estava dormindo, abraçado com um carrinho de brinquedo. A mãe dele, a Janete, estava acordada.
Ela estava sentada na sua “cama”, que era a junção de uma poltrona, um banquinho e uma cadeira comum, que sustentavam um colchonete. Essa jovem senhora, 35 anos, estava com 2 livros e um caderno no colo. Fazia a lição de casa do curso supletivo, usando a luz de um pequeno abajur que ela trouxera.
No criado-mudo, além dos medicamentos, havia um porta-retratos com uma fotografia do pai do Samuel. Havia também um pacote de bolachas já aberto e pela metade.
Em cima do berço hospitalar do Samuca, junto aos pés dele estava ligada uma dessas televisões portáteis bem pequenas, imagem preto e branco, que é também um receptor de rádio. Ela assistia a uma novela com o som bem baixinho.
Na parede havia dois desenhos que o menino havia feito de tarde. Estavam afixados com esparadrapos.
Talvez você não possa acreditar, mas aquele cantinho daquele quarto de hospital estava muitíssimo aconchegante. A Janete tinha dado um toque bem pessoal às suas coisas, e conseguiu fazer daquele pequeno lugar, um lar. Foi gostoso visitá-la. Ela até pediu desculpas pela bagunça, “mas é que eu não esperava visitas” ela me disse. Eu é que me desculpei, pois aquela hora não era hora de se ir na casa dos outros. Ela ofereceu e eu aceitei uma bolacha só para não “fazer desfeita”.
Um ano depois o Samuca morreu, e ela voltou para a outra casa dela. Não conheci essa outra casa, mas tenho certeza que ela também a transformou em um Lar. Coisa que algumas pessoas que conheço não conseguem fazer no palacete em que moram.
PARA REFLETIR:
“Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.” (João 14:2)
Caro Xyko,
ResponderExcluirA palavra lar vem do latim lare, que significa lareira, aquele lugar da casa onde tem calor, onde é aconchegante...
Eu me lembro bem da cozinha da casa da minha vó que tinha fogão a lenha, era o coração da casa...
Onde existe "calor humano" também é assim, como no caso que você relatou.
E, infelizmente, quantas casas enormes não tem esse "calor"...
Paz,
Q lindaa historia Pastor xyko!!!
ResponderExcluirabRaços
Débora