sexta-feira, 11 de setembro de 2009

NÃO FOI NADA DISSO QUE ELE PENSOU


O que me incentivou a pensar mais profundamente sobre o que é o cristianismo nos nossos dias, foi a resposta quase que unânime dos jovens universitários que estão trabalhando como voluntários ali no HC-UNICAMP. Ao serem questionados sobre a motivação para estarem ali, quase todos afirmaram ser fazer algo prático, fora das “4 paredes da Igreja”.
É um fato assustador. Eu olho para a Bíblia e olho para o cristianismo vivido por nós hoje em dia e penso que são duas coisas completamente diferentes!
Os cristãos evangélicos de hoje vivem em um gueto. Frequentam os mesmos lugares, falam o mesmo dialeto, o qual também é usado em suas artes (literatura, teatro e música), logicamente leem e ouvem os mesmos livros e músicas, fazem os mesmos programas, só teem amizades entre si, idolatram as mesmas pessoas, e pensam a mesma coisa até mesmo em suas divergências internas.
Faça um teste: nesse fim-de-semana vá aos encontros da sua Igreja e imagine que você é uma pessoa não convertida que foi ali procurando ter um relacionamento com Deus. Tente avaliar como uma pessoa assim pensaria ao ir embora para casa.
Vamos olhar isso por um outro ângulo, ou seja, como os não convertidos enxergam os cristãos no seu dia a dia.
“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5:13-16)
Para glorificar a Deus, e esse é um desejo profundo do meu coração, eu não posso ser o sal que não sai do saleiro nem a lanterna acesa debaixo de uma panela.
Você um missionário. Por que não?
PARA REFLETIR:
“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mateus 28:18-20)
“Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” (Atos 1:7-8)
“Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei. Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele.” (1 Coríntios 9:19-23)

Um comentário:

  1. Caro Xyko,

    Acredito que a metáfora do sal usada por Jesus é realmente espetacular. Sal (lat. salis) representa o equílibro na terra, da criação, pois é resultado da reação entre dois opostos complementares: o ácido e a base. Ele é branco e cristalino, purifica, cura (lembro-me da minha vó colocando sal nos meus machucados quando criança) e preserva (lembra do bacalhau), por isso é o símbolo da incorruptibilidade (lembrei-me do seu texto sobre corrupções). Como todo símbolo, que guarda um lado representante da vida e outro da morte, o sal pode significar também a secura, a infertilidade e a própria morte (lembra da mulher de Lot - Gen 19, 26).
    O mais interessante é que seu sabor é indestrutível. Alguém já viu sal sem sabor???
    O sabor é a própria essência do sal...
    Assim também é a essência do ser cristão, seu "sabor" está em anunciar a "Boa Nova".
    Como você mesmo disse, é lá fora que isso vai acontecer... é fora das quatro paredes que o mundo está sem sabor e precisa de um pouco de sal!!!

    Paz e sabor

    PS - A bela figura da Igreja esculpida sob a rocha para mim evoca o mais primitivo significado da palavra grega EKKLESIA. Essa palavra foi escolhida pelos autores da Septuaginta (tradução grega da bíblia hebraica) para designar a palavra hebraica "qahal", ASSEMBLEIA CONVOCADA por Moisés, do povo de Israel no deserto. Se imaginarmos que o povo do deserto não tinha casas ou outras construções, suas assembléias poderiam muito bem serem feitas em cavernas, aliás muito abundantes na região. Inclusive os primeiros cristãos reuniam-se em catacumbas nos tempos das perseguições...
    Portanto, gosto de imaginar que quando Jesus disse a Pedro que ele era PEDRA, ele era a pedra que estava SOBRE a Igreja nascente, protegendo-a (como na figura), mas que sobre essa pedra seria dali para frente construída a nova Igreja de Cristo...

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