segunda-feira, 31 de agosto de 2009

FAÇA COM QUE VALHA A PENA


Passarinho gosta de ficar preso em uma gaiola?
Ali ele tem comida, bebida, limpeza, fica protegido das intempéries, e não precisa se preocupar com o ataque de predadores. Mas não tem o “prazer” de procurar e achar o alimento, não se fortalece por estar exposto à natureza e não tem a “alegria” de escapar, mais uma vez, de ser devorado.
Acho que assim é conosco. Queremos que nós e as pessoas que gostamos vivamos dentro de uma redoma de cristal sem riscos de forma alguma. E obtemos com isso enfado, fraqueza e tristeza. Voltados somente para nós mesmos.
Mas se sairmos dali corremos o risco de sofrermos! Sim, mas e daí? Isso já está previsto: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João 16:33)
Conheci um rapaz filho de uma família bem rica, o qual não precisava conquistar nada pois tinha acesso a tudo. Para se sentir vivo ele colocava uns patins caríssimos e se agarrava em uma carroceria de algum caminhão que estava passando. Mas como o caminhão era alto, dava para ver se havia algum buraco no caminho. Para ficar mais emocionante, ele passou a “pegar rabeira” em ônibus, o qual não dava visão dos obstáculos no chão. Ele era viciado em adrenalina.
Só para se sentir vivo.
Deus usa as aflições para nos transformar em pessoas melhores.
As aflições nos tornam especiais.
“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.” (Tiago 1:2-4)
E como bem disse Belchior, “Viver é melhor que sonhar”.
PARA REFLETIR:
“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” (1 Ts 5:18)
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8:28)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

É QUE EU PENSEI QUE ...


Quem me contou isso foi o próprio rapaz cujo pai passou por essa experiência. Esse moço tinha uma doença respiratória muito grande. Durante anos seu pai orou fervorosamente por sua cura, e nunca teve sua oração respondida do jeito que pedia. Depois de muito tempo Deus lhe deu não a cura, mas uma explicação. De alguma forma Deus lhe disse que queria mostrar para o “Inimigo” que ele, o pai do rapaz, continuaria firme na sua espiritualidade e no serviço cristão apesar do filho doente, o que de fato era verdade. Nunca mais pediu a cura. Um bom tempo mais tarde a doença desapareceu!
Isso o fez se lembrar da história de Jó? A mim fez. Só que Jó não teve nenhuma explicação.
Agora compare isso com esses versículos:
“Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus. É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. Dito isso, cuspiu na terra e, tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego, dizendo-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer dizer Enviado). Ele foi, lavou-se e voltou vendo.” (João 9:1-7)
Vi em um filme certa vez em que um general estava dando uma bronca em um sargento por ter ele, com seus soldados, avançado pelo lado esquerdo em um combate quando a ordem era ir pela direita. Quando o sargento tentou explicar que pensou ser ali a melhor opção, o general falou que ele, o sargento, não possuía todas as informações para pensar que podia decidir isso. Sua parte era obedecer somente.
Assim somos nós com Cristo.
PARA REFLETIR:
“De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres. Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós? Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração. Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em tristeza. Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará.” (Tiago 4:1-10)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

PINTANDO O SETE




“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. Aí, pôs uma tenda para o sol, o qual, como noivo que sai dos seus aposentos, se regozija como herói, a percorrer o seu caminho. Principia numa extremidade dos céus, e até à outra vai o seu percurso; e nada refoge ao seu calor.” (Salmos 19:1-6)
Na escola nós tínhamos acabado de estudar o Modernismo e a Semana de Arte Moderna. Na classe a professora de Português mandou que fizéssemos uma redação. Então eu fiz e entreguei o que se segue:
GERÚNDIO
Os gerânios geram gerânios no gerúndio, gerando.
Só isso. Quando entreguei, a professora ficou um tempão olhando para o papel, mas não falou nada. Na aula seguinte ela devolveu as redações, menos a minha. Quando perguntei a razão ela me disse que iria se reunir com os outros professores da matéria para avaliarem qual seria a minha nota. Tirei 10, que era a nota máxima.
O valor da arte está no quanto ela nos sensibiliza, seja pela harmonia das cores, dos sons, do movimento, das formas ou das idéias.
Agora, uma dúvida minha: por que toda arte evangélica tem que citar ou representar trechos bíblicos ou expressões do “evangeliquês”? Você conhece, por exemplo, alguma música evangélica que fale de uma grande saudade, ou de um amor perdido, ou do prazer de se comer algo gostoso, isso sem usar versículos da Bíblia?
Você já notou que o livro de Ester, no Velho Testamento não cita Deus em nenhum de seus versículos?
PARA REFLETIR:


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A CRUZ PARA MIM


Certa tarde, lá no HC-UNICAMP, eu parei próximo a uma mureta no sexto andar, e dali pude ter uma visão interna geral do hospital. Na minha opinião o prédio é bonito, apesar de antigo. Pensei então, que pena que isso não é um hotel. Se o fosse, não teria tanto sofrimento ali dentro. É claro que teria em outro lugar, mas o que eu estava mesmo querendo é que todo aquele povo que está ali internado não sofresse.
Você pode imaginar. Cada leito um sofrimento. Eu me identifico com cada paciente. E cada um deles se transforma em um amigo, ou amiga. Partilhamos com eles, e muitas vezes junto com a família, de uma realidade muito dura.
Sofrimento, dor, morte.
No trecho em que Jesus nos revela o que aconteceu após a morte do homem rico e do mendigo Lázaro, aprendi que sofrimentos aqui na terra são compensados com consolo no Além:
“Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos.” (Lucas 16:25)
E se o sofrimento for por causa de perseguição espiritual, também temos consolo no céu:
“Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.” (Mateus 5:12)
Essas verdades me animam a estar lá, levando esperança àquelas pessoas.
Mas note que estranho: apesar de sabermos disso, por falta de fé, procuramos viver como se não houvesse vida após a morte!
PARA REFLETIR:
“(Jesus) dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.” (Lucas 9:23)
“Agora eu me sinto feliz pelo que tenho sofrido por vocês. Pois o que eu sofro no meu corpo pela Igreja, que é o corpo de Cristo, está ajudando a completar os sofrimentos de Cristo em favor dela.” (Colossenses 1:24 NTLH)

terça-feira, 25 de agosto de 2009

COMO VOCÊ TRATA OS OUTROS?


Às vezes eu fico pensando que fiz certas coisas que são imperdoáveis.
Falei muita coisa para ferir quem estava me ouvindo (é, de propósito!). Falei para alguns amigos coisas de outras pessoas só para denegrir a imagem delas. Já senti ódio mortal (biblicamente isso é o mesmo que matar, não é?). Já desejei o mal para algumas pessoas. Já desprezei outras. Já me omiti de amar. Já debochei de pessoas mais humildes só para fazer meus amigos rirem. Já neguei amizade com pessoas mais simples, chatas ou menosprezadas pelos outros só para não correr o risco de também não ser aceito. Já traí, já roubei, já menti.
E em tudo fui perdoado!
E existem algumas coisas que não perdôo!!
Aí, lendo a minha Bíblia, me defronto com esses versículos:
“Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição.” (Colossenses 3:13-14)
Quando li isso, me lembrei desse outro versículo:
“Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;” (Mateus 6:12)
Perdoar é um ato da nossa vontade. Olhe o que afirmou Nelson Mandela sobre o que lhe fizeram seus opositores: "Não posso esquecer, mas posso perdoar."
Lembro-me de uma frase que me impressionou bastante (só não lembro quem é o autor): “Poucos teriam coragem para fazer a seguinte oração no fim do dia: Senhor, trata-me amanhã da mesma forma como tratei os outros hoje”.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

OS DOIS BALDES


Imagine que na sua frente esteja um balde verde e branco. Ele está cheio de água. Cuidadosamente você adiciona a essa água uma quantidade razoável de um desses amaciantes de roupa bem cheirosos e mistura tudo. Ainda em pensamento, pegue uma esponja e mergulhe-a dentro desse balde até ela ficar encharcada. Mentalmente retire a esponja de lá e a aproxime do nariz. Vai sentir o perfume agradável daquela mistura, não é mesmo?
Agora deixe de lado esse balde e imagine que você pegou um outro que é preto e branco. Esse outro está cheio daquele material nauseabundo e fedorento que se retira das caixas-de-gordura quando é feita a limpeza das mesmas. Ainda em pensamento, pegue uma esponja e mergulhe-a dentro desse balde até ficar encharcada. Mentalmente retire a esponja de lá e a aproxime do nariz. Vai sentir o cheiro horrível daquela sujeira, não é mesmo?
Assim acontece com o nosso falar. As nossas palavras vão revelar aquilo que estamos colocando dentro da nossa mente.
“Ninhada de cobras venenosas! Como é que vocês podem dizer coisas boas se são maus? Pois a boca fala do que o coração está cheio.” (Mateus 12:34 NTLH)
“A pessoa boa tira o bem do depósito de coisas boas que tem no seu coração. E a pessoa má tira o mal do seu depósito de coisas más. Pois a boca fala do que o coração está cheio.” (Lucas 6:45 NTLH)
O que você tem assistido na TV? O que tem visto na INTERNET? Quais músicas tem ouvido? O que tem lido? Tudo isso é revelado pelo seu falar.
O que você tem falado?

sábado, 22 de agosto de 2009

PENSE NISSO 77

Eu não sei ver as horas pelo relógio de Deus.

Gostei destes textos

Como gostei bastante, resolvi compartilhá-los com vocês. Boa leitura.

A IMPORTÂNCIA DE SABER OUVIR – Osmar Ludovico
A audição é um sentido maravilhoso. Somos gratos a Deus por esse dom, pena que o usemos tão mal. Vivemos imersos no ativismo, na agitação, na correria. Somos falastrões compulsivos. Buscamos nos cercar de muitos ruídos e estímulos, com medo da sensação de abandono. Há pouco espaço para o silêncio nas igrejas e casas. Nossa capacidade de escuta é afetada por esse constante barulho ao redor. A verdadeira e profunda escuta emerge de um coração quieto e sereno. Quanto mais tagarelice e barulho, menos podemos ouvir.
A quem devemos ouvir? Em primeiro lugar, à voz de Deus. Esse é um tema constante nas Escrituras, que descrevem a dureza de coração como a incapacidade de ouvir a Palavra. É preciso ouvir Deus com a mente e o coração, com a razão e os sentimentos, deixando-se penetrar pela Palavra transformadora.
Como a semente que cai no solo para ser fertilizada e dar fruto, assim é a Palavra de Deus que cai no coração. “Terra” em latim é húmus, o que deu origem à palavra “humildade”. Assim, ela permanece quieta, sem chamar a atenção, pisada, despercebida, mas está pronta para acolher a semente no profundo, no escuro, e dar seu fruto no devido tempo.
Quando foi a última vez que escolhemos acolher a Palavra e, como Maria, nos colocarmos silenciosamente aos pés de Cristo para ouvi-lo? A capacidade de ouvir Deus está relacionada à qualidade da vida devocional. Ler a Palavra, recebê-la e aplicá-la no cotidiano é graça, favor imerecido, e, ao mesmo tempo, disciplina a ser desenvolvida. Graça, pois, depende da revelação de Deus e não pode se tornar uma técnica; disciplina, pois requer de nós uma escolha, um exercício no tempo (horário pré-determinado) e no espaço (local propício).
Em segundo lugar, devemos ouvir uns aos outros. A comunhão depende de comunicação. Ouvir e ser ouvido cria a comunidade. Os litígios e conflitos surgem quando não ouço e não sou ouvido. Os relacionamentos desmoronam por causa da incapacidade de se escutar uns aos outros. Essa é a queixa comum na família, partindo de esposas, maridos e filhos: “Não sou ouvido, não sou compreendido, não sou respeitado”.
Ouvir negligentemente gera mal-entendido. Em vez de acolher, debatemos, em vez de ouvir, discutimos. Alteramos o tom de voz, gritamos. Enquanto o outro fala, pensamos na resposta, e uma conversa vira bate-boca. Reconciliar e pacificar significa levar duas pessoas a ouvir uma à outra. Quando realmente ouvimos aquilo que o outro diz, nos identificamos com sua humanidade; passamos a entender seu mundo e, assim, podemos chorar com os que choram e nos alegrar com os que se alegram.
Quando há escuta, podemos nos expor, contar quem somos na certeza de que o outro nos ouve e se solidariza conosco. A controvérsia teológica e a maledicência revelam mentes estereotipadas, fechadas, avessas ao diálogo e à transparência, além do medo da aproximação, que dificulta discernir a fraternidade, isto é, encontrar o irmão e perceber que somos membros do mesmo corpo. Quando existe um contexto de escuta, as máscaras caem. Ouvimos e somos ouvidos a partir de nossa realidade mais profunda e aprendemos a nos respeitar, validando e considerando a história e a singularidade das pessoas.
Finalmente, somos chamados a ouvir o mundo. Devemos começar reconhecendo que nós, cristãos, vivemos alienados numa bolha protetora. Não ouvimos o clamor do mundo – pelo contrário, ouvimos passivamente a mídia com sua mensagem consumista que nos acomoda e anestesia. Tornamo-nos surdos aos inúmeros clamores do mundo.
Só quando ouvimos, entramos em contato com o mundo tal qual ele é. Assim, nos identificamos e compreendemos o drama do ser humano sem Deus, ouvimos suas indagações, suas dores, e então, podemos falar de um evangelho que vai ao encontro de suas necessidades. Esse é o princípio da encarnação. Ouvimos não somente o clamor dos perdidos, mas também o clamor dos pobres. Só há um ser que devemos nos recusar a ouvir: o diabo. Esse foi o erro de Adão e Eva: em vez de ouvirem a Deus, ouviram Satanás.
Por fim, é necessário cumprir o grande mandamento: “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças. [...] Ame o seu próximo como a si mesmo” (Mc 12. 30-31); precisamos aprender a ouvir melhor a Deus e uns aos outros, pois essa é uma profunda expressão do amor.
ESCUTATÓRIA de Rúbem Alves
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar.... Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.
Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.
Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor... Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração... E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.
Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade. No fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios: reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio.
Vejam a semelhança... Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio... Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as idéias estranhas. Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.
Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos... Pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se eu falar logo a seguir.... São duas as possibilidades.
Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.
Segunda: Ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.
Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou. E, assim vai a reunião.
Não basta o silêncio de fora.. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir.
Fernando Pessoa conhecia a experiência... E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras.
A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa.
No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia... Que de tão linda nos faz chorar.
Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio.
Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.
Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto."

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

VIVENDO


A resposta mais comum que obtenho ao perguntar àquelas pessoas que querem ser voluntários ali no Serviço de Capelania do HC-UNICAMP, qual a motivação que as leva a querer desempenhar aquele trabalho, é uma grande vontade de fazer algo prático e significativo. É sair da teoria e ir para a prática.
Algumas perguntas surgem para reflexão: por que devemos ir à Igreja? Como podemos vivenciar o cristianismo sem sair da Igreja? O que e quando fazer?
Devemos ir à Igreja para sermos edificados e para nos prepararmos para sairmos e irmos cumprir nossa missão no mundo. Estudar a Bíblia é fundamental. A doutrina é como a moldura do quadro que limita, protege e realça a pintura. A pintura é a nossa história com Deus. Cada um pinta o seu quadro.
Devemos ajudar nos trabalhos internos da nossa Igreja, é claro, mas nosso ministério principal deve ser lá fora. E por fim, creio que o cristianismo deve ser vivido no gerúndio.
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mateus 28:19-20)
O termo “ide” poderia ser traduzido por “indo”. O trabalho cristão é para ser realizado a cada momento, o tempo todo, em todos os lugares onde vamos vivendo.
Nesses tempos da pós-modernidade, que alguns ousam chamar de pós-cristianismo (!), muitos cristãos passam indiferentes por uma família de moradores de rua e chegam em casa e choram (ou vibram, enfim, ficam sensibilizados) porque a amante do galã da novela leva uma surra. A realidade acaba não existindo e o virtual vira realidade. E no domingo não faltam à Igreja.
PARA REFLETIR:
“Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto. Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo. Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo. Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele. E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar. Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu-lhe o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo.” (Lucas 10:30-37)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

PENSANDO BEM, VOCÊ TEM RAZÃO


Estou o tempo todo com eles. Eles e eu sempre estamos dentro de uma caixa.
Eles são de inúmeras formas, tamanhos e cores. A maior parte deles são bem quadradões, mas existem muitos bem redondinhos. Há aqueles enormes, outros não tão grandes e um número bem considerável daqueles bem pequenos. Muitos são bem coloridos e tem também uns bem áridos, cinza, preto e branco.
Muitos deles eu mesmo criei, outros algumas pessoas de fora os jogaram e ainda jogam direto ali dentro da caixa. Outros ainda eu vi sair de alguns deles mesmos, numa reprodução própria deles.
Sempre tem um ao qual eu dou mais atenção. Analiso tudo. Viro de um lado, do outro, por dentro e por fora, nas pontas, no meio, tudo.
Enquanto isso, alguns ficam rodeando à minha volta.
Os outros se escondem não sei onde.
Mas todos estão sob meu controle. Posso trazer ao centro da minha atenção, ou mandar sair da minha frente, qualquer um deles. Por exemplo, posso querer lidar com um que há muito tempo está escondido em algum canto. É só chamar que ele vem. Às vezes demora um pouco, mas vem. Pode vir faltando um ou outro pedacinho dele que se perdeu, mas ele se apresenta.
Todos possuem um poder fabuloso: eles determinam meus sentimentos. Por isso eu gosto mais de uns do que de outros. O problema é que muitos deles me fazem mal, e muitas vezes é desses que gosto mais, e assim gasto muito tempo com eles.
É assim a minha convivência com meus próprios pensamentos.
PARA PENSAR:
“Se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus.” (Colossenses 3:1-3)
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” (Filipenses 4:8)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

SÓRDIDA GANÂNCIA DE TUDO QUANTO É LADO


Sou amigo de um rapaz que foi vítima de um golpe na saída de um banco. Uma senhora se aproximou dele e, com uma conversa habilidosa, o convenceu a comprar por um preço extremamente convidativo uma corrente “de ouro”, ajudando-a a sair de uma situação de penúria. Um ourives de confiança constatou que a corrente era de latão. Por que esse meu amigo caiu nesse golpe? Ele mesmo confessou para mim que sim, queria ajudar, mas a maior motivação foi a ganância. Ele queria levar vantajem e dar um belo presente para a esposa.
No nosso trabalho de Capelania Hospitalar é proibido fazermos proselitismo, isto é, tentarmos arrebanhar pessoas para a nossa denominação. Temos que levá-las até Deus. Não podemos dizer para qual Igreja aqueles que contatamos ali no hospital devem ir, mas devemos dizer para qual igreja eles NÃO devem ir. Na minha lista de seitas consta há muito tempo a Igreja Universal do Reino de Deus, a qual agora está sendo denunciada pelo Ministério Público. Já não era sem tempo. Ou como se diz hoje, “demorou”.
O que conheço dessa organização já é suficiente para eu acreditar que é golpe. Não vou nem me aprofundar aqui nisso. Basta acompanhar o trabalho dos promotores.
Quero focar nossa atenção nas pessoas que lá deixam seu dinheiro. Não raras vezes entregam todo seu salário, suas economias e bens como automóveis e até imóveis! E por que fazem isso? Porque são convencidos pelos obreiros da seita que se assim o fizerem serão abençoados por Deus, que vão prosperar e ficar ricos. É ganância.
“Os que querem ficar ricos caem em pecado, ao serem tentados, e ficam presos na armadilha de muitos desejos tolos, que fazem mal e levam as pessoas a se afundarem na desgraça e na destruição. Pois o amor ao dinheiro é uma fonte de todos os tipos de males. E algumas pessoas, por quererem tanto ter dinheiro, se desviaram da fé e encheram a sua vida de sofrimentos.” (1 Timóteo 6:9-10 NTLH)
Quanto aos ditos pastores e bispos, dois versículos:
“Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância.” (1 Timóteo 3:8)
“Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade;” (1 Pedro 5:2)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O CLIMA LÁ EM CASA


Conheço algumas pessoas que já me contaram terem até vergonha de levar visitas em casa por causa das brigas, discussões, implicâncias e até agressões entre os membros da família! Em alguns casos, nem a presença de gente de fora acalma os ânimos. É uma gritaria só.
Não estou me referindo àquelas briguinhas, uma ou outra, que acontecem em todas os lares; estou falando de um constante clima de “guerra” que há em algumas famílias que chega a fazer com que seus membros não tenham nem vontade de voltar para casa.
E isso seria tão fácil resolver! O amor, o verdadeiro amor é a solução.
“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” (Marcos 12:30-31)
Então vamos (mais uma vez, pois nunca é demais) definir o amor.
O verdadeiro amor é, por decisão própria, nos colocarmos no lugar do outro para descobrir e satisfazer-lhe as necessidades. Todas, menos aquelas que são imorais, ilegais ou que façam mal à pessoa amada.
Esse amor pouco ou nada tem de sentimento, é ação e atitude. Essa é a razão pela qual Jesus nos manda amar nossos inimigos: “Amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus.” (Lucas 6:35) Ninguém pode ter sentimentos de prazer e alegria ao encontrar um inimigo, mas pode ter atitudes brandas e ações benéficas.
Assim pode-se resolver o problema de atrito entre maridos e esposas, sogras e noras, pais e filhos, entre irmãos, parentes, colegas, vizinhos, namorados, e por aí afora.
PARA REFLETIR:
“Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,” (Filipenses 2:3-5)
Por que você não pensa em fazer algo para melhorar o clima lá na sua casa?

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

ÚTIL NA UTI


Durante algum tempo nós fizemos um trabalho muito interessante com o pessoal que trabalha no período noturno na UTI do HC-UNICAMP. Eram reuniões periódicas dirigidas aos técnicos, enfermeiros, fisioterapeutas e médicos visando uma maior humanização do atendimento hospitalar desenvolvido ali.
Numa dessas reuniões nós estávamos discutindo a “toqueterapia”, isto é, o bem que pode fazer um toque físico amistoso do profissional no paciente, assunto levantado pelo questionamento de um paciente: “O mais próximo de um afago ou carinho que recebi de vocês foi o contato do frio estetoscópio com a minha pele das costas. Por que?”. Durante a reflexão, uma técnica em enfermagem disse ser extremamente importante aquela conscientização pois ela até ali, considerava os pacientes apenas como um material a ser trabalhado, e não como “gente”, usando a expressão adotada por ela em sua confissão.
Na reunião seguinte, uma fisioterapeuta, moça ainda, compartilhou a sua experiência ao colocar em prática o que havíamos estudado: “- A Dona Geralda era um caso que me intrigava. Ela é bem idosa, estava entubada, e havia já alguns dias que ela não conseguia dormir. No dia seguinte da nossa última reunião eu fui até seu leito. Sentei-me ao seu lado, fiz um cafuné nela por alguns minutos. Ela só me olhava e chorava. Como eu tinha muitas outras coisas para fazer, levantei-me, arrumei suas cobertas, dei-lhe um beijo na testa e ia saindo. Quando olhei para a Dona Geralda, ela apontou primeiro para o próprio peito, depois desenhou com as duas mãos um coração no ar, e por fim apontou para mim. Depois disso ela dormiu a noite inteira, sua saúde se restabeleceu e ela teve alta”.
É claro que a Dona Geralda estava dizendo que amava aquela jovem, mas quem amou realmente foi a fisioterapeuta. Ela decidiu fazer e fez. Essa é a essência do amor. E note, ela não esperava nada em troca, mas recebeu um gesto de bem-querer e gratidão. Gente, isso é impagável!
Agora imagine o bem que um pequeno gesto fez. Uma senhora idosa, entubada, dias e dias ali deitada, sem fazer nada, rodeada a maior parte do tempo por gente estranha, tendo que se sujeitar a, por exemplo, que outros limpem o seu cocô e xixi, de repente uma jovem a acaricia. Foi uma recarga rápida na sua “bateria emocional”.
Todos nós estamos sujeitos a isso acontecer conosco um dia.
Romanos 12:10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.
1 Pedro 1:22 Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

PARA QUE VOCÊ QUER ISSO?


Conheço uma senhora que, na minha opinião, personifica perfeitamente o consumista de hoje em dia. Ela está sempre querendo comprar algo: ou um sofá, ou uma TV, aparelho de jantar, perfume, vaso, sei lá o que mais. Então ela projeta essa aquisição e daí em diante não pensa (e consequentemente não fala) em outra coisa a não ser aquilo. Até que finalmente consegue adquirir o que quer. Depois de uns dias já não se interessa por aquilo e começa a pensar em outra coisa para comprar.
Há já alguns anos que venho pedindo a Deus uma determinada coisa. É o que chamo de “pedido recorrente”. Não posso dizer o que é porque combinei com Ele que isso seria só entre nós dois, Ele e eu. A demora em Deus me dar (se é que vai dar!) isso que tanto quero tem sido um excelente aprendizado para mim. Testa minha perseverança (ponto para mim), e me leva a questionar a razão de eu querer isso.
Veja essa ilustração bíblica. A mãe de Samuel, Ana, não podia ter filhos e era importunada pela outra mulher de seu marido, que se chamava Penina:
“Penina, sua rival, provocava e humilhava Ana porque o SENHOR não permitia que ela tivesse filhos. Isso acontecia ano após ano. Sempre que iam ao santuário do SENHOR, Penina irritava tanto Ana, que ela ficava só chorando e não comia nada.” (1 Samuel 1:6-7 NTLH)
“Aí Ana se levantou aflita e, chorando muito, orou a Deus, o SENHOR. E fez esta promessa solene: —Ó SENHOR Todo-Poderoso, olha para mim, tua serva! Vê a minha aflição e lembra de mim! Não esqueças a tua serva! Se tu me deres um filho, prometo que o dedicarei a ti por toda a vida e que nunca ele cortará o cabelo. Ana continuou orando ao SENHOR durante tanto tempo, que Eli começou a prestar atenção nela e notou que os seus lábios se mexiam, porém não saía nenhum som. Ana estava orando em silêncio, mas Eli pensou que ela estava bêbada e disse: —Até quando você vai ficar embriagada? Veja se pára de beber! —Senhor, —respondeu ela—,eu não estou bêbada. Não bebi nem vinho nem cerveja. Estou desesperada e estava orando, contando a minha aflição ao SENHOR.” (1 Samuel 1:10-15 NTLH)
Em uma outra tradução, em vez de “orando”, está “venho derramando a minha alma perante o SENHOR”.
Mas veja ainda mais esses 2 versículos, que registram o que aconteceu uns tempos depois:
“Eu pedi esta criança a Deus, o SENHOR, e ele me deu o que pedi. Por isso agora eu estou dedicando este menino ao SENHOR. Enquanto ele viver, pertencerá ao SENHOR. Então eles adoraram a Deus ali.” (1 Samuel 1:27-28 NTLH)
Aquilo que Ana tanto queria, ela entregou para Deus!
Será que o que eu tanto quero é para dedicar ao Senhor?
É provável que você tenha um “pedido recorrente”. Será que isso que você tanto quer é para dedicar a Deus?

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

QUEM TEM OUVIDOS PARA OUVIR


Diz o ditado, que se não me engano é árabe, “Deus fez o homem com duas orelhas e uma boca para ele ouvir o dobro do que fala”.
Na minha “Hora Silenciosa” de hoje, dois versículos me chamaram a atenção. O primeiro descreve a resposta de Samuel quando ele entende que era o Senhor que queria lhe falar, e não era o sacerdote Eli que o chamava:
“Então, veio o SENHOR, e ali esteve, e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel! Este respondeu: Fala, porque o teu servo ouve.” (1 Samuel 3:10)
Hoje em dia ninguém está disposto a ouvir o que os outros teem a dizer. Como bem notou Rubem Alves, existem diversos cursos de oratória, mas nenhum de “escutatória”. Se não estamos dispostos a ouvir os outros, muito menos a Deus.
A maior parte das pessoas não quer saber o que Deus tem para lhe falar, tanto que não leem a Bíblia todo dia.
Quando uma mãe pergunta a um filho “Você está me ouvindo?”, ela está dizendo enfaticamente “Você vai fazer o que eu disse”. É possível que não queiramos ouvir porque não queremos obedecer.
O segundo versículo que me atraiu a atenção foi esse:
“Então, Samuel lhe referiu tudo e nada lhe encobriu. E disse Eli: É o SENHOR; faça o que bem lhe aprouver.” (1 Samuel 3:18)
O que o Senhor disse a Samuel foi a profecia condenatória de Eli por não ter disciplinado os filhos que eram “da pá virada”. A reação daquele sacerdote foi uma submissão conformista. Ele devia ter ouvido a Deus bem antes.
Mas, de qualquer forma, é uma frase que precisa de coragem para ser proferida sinceramente: “É o SENHOR; faça o que bem lhe aprouver”.
Tenho como meu lema a seguinte frase: “Ou do jeito de Deus, ou do jeito de Deus”. Ou fazemos como Deus quer ou arcamos com graves consequências. Creio que podemos fazer as coisas do nosso jeito, tanto é que volte e meia eu o faço e ... não preciso nem falar. Mas quando faço o que Ele fala, é uma maravilha!
PARA REFLETIR:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:1-2)
“Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.” (Marcos 4:23)

Amor supera as deficiências físicas

Casais em que um dos pares é deficiente provam que conviver com as limitações também é um caminho possível para a felicidade a dois.

Para Denise, a característica mais marcante de Chico é a força com que ele encara a vida. Enquanto isso, ele se apaixonou pelos planos que ela tinha. Vinícius chamou a atenção de Regina pelos olhos e ele ficou atraído pela conversa agradável daquele primeiro encontro, no Revéillon de 1998. A inteligência de Benedito foi o que deixou Luciana com vontade de reencontrá-lo. No caso dele, o que mais chamou a atenção nela foi a delicadeza da voz, com a qual falava das músicas de Djavan, uma paixão que os dois têm em comum. Semelhanças, admiração mútua, aprendizado e muitas descobertas a dois. Para os três casais, esses são os ingredientes para um bom relacionamento e foram fatores que tornaram possíveis histórias de amor, sem que a existência de uma deficiência fosse encarada como uma dificuldade. Chico e Vinícius não andam. Benedito é cego. Denise, Regina e Luciana, que não têm nenhuma deficiência, são apaixonadas e, para elas, encontrá-los significou descobrir a felicidade. Para eles, representou a percepção de que a vida amorosa também mereceria vários capítulos em suas histórias e de que preservar a autonomia, sem que houvesse sentimento de pena por parte dos parceiros, era o caminho.

Novas maneiras de enxergar
O ônibus quebrou no meio do caminho até Goiás, onde Benedito Franco Leal Filho, de 47 anos, ia passar o Natal na casa de alguns amigos. Cego, sempre prezou sua autonomia e viajava sozinho. Quase se arrependendo da viagem, por causa da demora no conserto, a enfermeira Luciana Tavares Diniz, de 37 anos, se aproximou. Ela estava indo visitar os pais. Começaram a conversar. "A princípio, ele me chamou muito a atenção por causa do tipo físico, por ser alto e moreno." O assunto foi música, já que os dois gostam de Djavan.
A viagem terminou com os dois lado a lado e, assim que chegaram a Campinas, começaram a namorar. Agora, já são 11 anos de casamento e um filho, Thales, de 3. Benedito é cego desde os 8 anos por causa de um descolamento de retina, durante um jogo de futebol. "A voz da Luciana sempre foi uma coisa que me seduziu" , conta ele, que é professor. O relacionamento dos dois é marcado pela reinvenção de papéis sociais. "Ao contrário do que a sociedade passou a visualizar como casal, é sempre ela quem está dirigindo, por exemplo. Encaramos com muita naturalidade, pois sou muito resolvido em relação às minhas limitações" , explica Benedito.
Luciana conta que a principal dificuldade é sempre a busca por referenciais comuns que possam transmitir ao mundo de Benedito o que ela enxerga. "É um aprendizado constante, que também me faz visualizar o mundo de outra forma" , afirma. Luciana não sabe nada de braile, nem mesmo transcrever as palavras para o sistema de leitura dos cegos com o auxílio de uma máquina. "Sempre preservamos a autonomia de cada um. Essa é uma das coisas mais bonitas do nosso relacionamento" , diz Benedito. Até Thales já encontrou uma forma de demonstrar seus sentimentos pelo pai. "Ele tem uma sensibilidade muito grande. Para mostrar que está com cara de bravo, leva minhas mãos até o rosto dele para que eu perceba seus traços" , conta o professor. (FO/AAN)

Propósitos iguais
Quando contou que estava namorando um rapaz paraplégico, a assistente financeira Denise Martins Motta, de 48 anos, enfrentou a resistência da mãe e um processo doloroso de aceitação do relacionamento com o pastor Francisco Motta Neto, de 57 anos, paralítico por causa da poliomelite, contraída aos 9 meses. "Eles tinham muito receio de que eu seria infeliz pelo resto da vida e que estava tomando uma decisão impensada." O casal se conheceu numa escola em que Chico, então missionário da Igreja Batista, fazia um trabalho de conversão. "Desde o início, o que mais me chamou a atenção nele foi a forma como encarava a vida, apesar de toda a falta de força física." Denise e Chico não tiveram filhos e estão juntos há 26 anos.
O pastor cresceu sem complexos por ter uma deficiência. "Minha mãe sempre garantiu que eu tivesse acesso a tudo o que os irmãos tinham" , lembra. Isso fez com que o medo da solidão não o afligisse. "Só fiquei um pouco chateado quando uma namorada encerrou um relacionamento depois de quatro anos, alegando a minha deficiência como pretexto. Fiquei sem entender por que ela demorou tanto tempo para tomar essa decisão" , relembra.
Os dois atribuem o sucesso do relacionamento a objetivos em comum. "Tínhamos os mesmos propósitos, estamos envolvidos na mesma causa. Temos Deus como a nossa base" , explica Denise. A limitação física de Chico não os impede de quase nada. "Viajamos, passamos férias fora da cidade. Adaptamos nossa vida. Ciente da limitação que temos, tomamos sempre alguns cuidados, como ligar antes para o lugar e verificar se existe acesso para cadeirantes" , conta a assistente financeira.
Um dos passeios favoritos é ver o time do Guarani em campo. "Nesse tempo juntos, eu me tornei uma deficiente e ele se transformou numa pessoa normal" , resume Denise. Todas as tardes, Chico trabalha como capelão no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). De manhã, ele fica ao lado da mulher na administração da Igreja Batista da Cidade Universitária (IBCU), em Barão Geraldo. "No começo, as pessoas da minha família não sabiam como encará-lo, o que falar com ele, o que oferecer." Hoje, a naturalidade marca as reuniões familiares. "Se bobear, até esquecem que estou lá" , diz o pastor, sorrindo. (FO/AAN)

Nem herói, nem coitadinho
"O deficiente não é herói, nem coitadinho. É gente. E por que não poderia fazer uma outra pessoa feliz?" , questiona a dentista Regina Maria Holanda de Mendonça, de 39 anos, casada com o economista Vinícius Gaspar Garcia, de 32. Ele estava no segundo ano da graduação na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) quando um salto mal-sucedido numa piscina o fez fraturar a coluna cervical e o deixou tetraplégico. "Durante dois anos, passei pelo período mais difícil da minha vida. Achava que ia ficar sozinho para o resto da vida" , relembra. Na época do acidente, Vinícius tinha uma namorada, mas o relacionamento acabou quatro meses depois. Teve outros dois casos amorosos sem sucesso, até chegar o Revéillon de 1998. Naquele ano, ele voltaria aos estudos, mas a festa, na casa de amigos em comum, teve também outro significado. Regina e Vinícius se conheceram lá. Ele morava em Campinas e ela em Uberlândia (MG). Passaram o Carnaval seguinte juntos e começaram a namorar. "Meu principal medo era imaginar como minha família ia receber a notícia de que eu estava namorando um tetraplégico" , relembra.
Esse receio inicial não correspondeu a uma dificuldade. "A aceitação foi imediata" , conta a dentista. Nas ruas, o casal já enfrentou algumas situações que podem parecer embaraçosas, mas que eles já aprenderam a encarar com naturalidade. "Lembro-me de um dia em que estávamos jantando num restaurante e o garçom nos perguntou se éramos irmãos. Para a maioria das pessoas, é inadmissível esse tipo de relacionamento. Essas coisas, para nós, já são tão naturais que reagimos com risos" , conta Regina. Vinícius teve como desafio redescobrir sua sexualidade. "A maioria imagina que as pessoas com deficiência são impotentes. Não é verdade, pois isso depende do local em que ocorreu a fratura. O comprometimento, geralmente, está relacionado à dificuldade de ejaculação. Mas, com conversa e muita honestidade, entramos no ritmo de qualquer casal e estamos sempre fazendo descobertas" , diz Vinícius, que atualmente cursa o doutorado na Unicamp e trabalha no Centro de Vida Independente (CVI), entidade destinada ao acompanhamento de pessoas com deficiência.
O próximo passo do casal, juntos desde 2004, já está trilhado: adotar uma criança. Apesar de Vinícius poder ter filhos biológicos a partir de uma inseminação artificial, Regina tem um problema que a impede de ter filhos. "Eu nunca tinha pensando muito sobre deficiência antes de conhecer o Vinícius. Foi tudo muito natural na nossa vida" , diz a dentista. (FO/AAN)

Fonte: Correio Popular
07/09/2008
Fabiano Ormaneze
DA AGÊNCIA ANHANGÜERA

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

DURA LEX SEDE LEX


Há na televisão uma propaganda de um seriado policial que eu nunca assisti, e sinceramente nem lembro o nome. Mas a propaganda diz algo mais ou menos assim: “Quando os homens são bons, não há necessidade de lei, e quando são maus, não adianta ter lei”.
É claro que as coisas não são assim como esse jogo de palavras quer dar a entender.
Primeiro porque não há homens bons.
“Como está escrito: Não há justo, nem um sequer,” (Romanos 3:10)
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9)
Nesse contexto, coração não é o centro das emoções como considerado hoje, mas sim o centro das nossas decisões, ou seja, é a nossa mente.
E depois, é necessário que haja um padrão de autoridade e lei para que os valores sejam definidos e assim sirvam de parâmetro de conduta. Note esse versículo:
“Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto.” (Juízes 21:25)
Os últimos capítulos do livro de Juízes retrata a barbárie em que vivia o povo de Israel naqueles dias. Convém registrar que a simples presença de um rei não garante a prosperidade social, pois o mesmo pode ser corrupto e idólatra, como o foram vários reis dos judeus.
PARA REFLETIR:
“Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência.” (Romanos 13:1-5)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

EM SE PLANTANDO TUDO DÁ


Os grandes eventos da nossa vida, sejam aquisições ou perdas, começos ou fins, vitórias ou fracassos, encontros ou desencontros, idas ou vindas, todos os episódios marcantes, na hora realçam o que somos.
Um exemplo: se você é internado em um hospital e é uma pessoa fácil de se lidar, essa característica se expande, é como se colocássemos uma lente de aumento na sua simpatia. Mas se você é intratável, parece que fica mais intratável ainda!
O mesmo acontece, por exemplo, no casamento. Nossos defeitos e boas qualidades são ampliados no conviver diário.
Grandes mudanças não mudam por si só as pessoas.
Uma das grandes lições que aprendi esse ano é que fomos feitos para, aqui na Terra, vivermos no presente. Muitas vezes vivemos mais no passado ou no futuro. Não está certo. E quando planejamos o futuro, não consideramos Deus estar conosco no mesmo.
Muito bem. Com isso em mente, podemos entender que o que somos hoje é o resultado do que planejamos lá no passado. Muitas afirmações do tipo “Não estou nem aí” resultam em grandes crises que aparecem lá adiante.
“Não se enganem: ninguém zomba de Deus. O que uma pessoa plantar, é isso mesmo que colherá. Se plantar no terreno da sua natureza humana, desse terreno colherá a morte. Porém, se plantar no terreno do Espírito de Deus, desse terreno colherá a vida eterna. Não nos cansemos de fazer o bem. Pois, se não desanimarmos, chegará o tempo certo em que faremos a colheita. Portanto, sempre que pudermos, devemos fazer o bem a todos, especialmente aos que fazem parte da nossa família na fé.” (Gálatas 6:7-10 NTLH)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

LEVANTA, SACODE A POEIRA E DÁ A VOLTA POR CIMA


Uma das coisas mais fantásticas do Cristianismo, para mim, é que na absoluta maior parte das vezes, depois de uma queda, nós temos outra chance. Isso me ocorreu hoje ao ler o versículo seguinte:
“E o cabelo da sua cabeça, logo após ser rapado, começou a crescer de novo.” (Juízes 16:22)
Isso é a respeito de Sansão, no episódio em que Dalila o trai e deixa que lhe cortem o cabelo (o qual era a “fonte” de sua força devido a um voto feito a Deus), e por essa razão acaba permitindo que os filisteus o prendam. Quando o cabelo começou a crescer novamente, a força sobrenatural desse herói bíblico voltou gradativamente.
Meditando sobre isso, me lembrei de Jonas. Deus lhe dá uma ordem específica, ele desobedece e tenta fugir, na fuga é jogado ao mar onde um grande peixe o engole. Das profundezas do mar esse profeta rebelde faz uma oração de arrependimento e o peixe o vomita na praia. E então “Veio a palavra do SENHOR, segunda vez, a Jonas, dizendo: Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e proclama contra ela a mensagem que eu te digo.” (Jonas 3:1-2) E ele foi.
Pedro, depois de negar por 3 vezes a Jesus, teve sua segunda chance com uma aparição particular do Senhor ressurreto. Quem nos conta é Paulo:
“Eu passei para vocês o ensinamento que recebi e que é da mais alta importância: Cristo morreu pelos nossos pecados, como está escrito nas Escrituras Sagradas; ele foi sepultado e, no terceiro dia, foi ressuscitado, como está escrito nas Escrituras; e apareceu a Pedro e depois aos doze apóstolos.” (1 Coríntios 15:3-5 NTLH)
Quem tem muitíssimo interesse em nos fazer esquecer essa coisa fantástica que é o fato de quase sempre termos mais uma chance, é o Diabo. E infelizmente muitos irmãos fazem o jogo do Inimigo e nos deixam arrasados, nos acusando e nos fazendo pensar que tudo está perdido.
Falta GRAÇA.
Mas às vezes, somos nós mesmos que não nos damos uma segunda chance.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

VEM FICAR UM POUCO COMIGO


De vez em quando, éramos crianças ainda, eu e meu irmão íamos passar a tarde na casa da Tia Xixa, para brincarmos com as nossas primas. Isso lá em Santos ainda. Quando chegava lá pelas 4 e meia tomávamos o café da tarde. Certo dia (caramba, lembro-me direitinho!) o Tio Mário tomou café conosco. Depois ficamos à mesa ainda por um tempão, conversando. A luz do sol entrava pela vidraça da cozinha e refletia no piso vermelho. Partículas de poeira, de tão leves, flutuavam, e brilhavam ao passar pelo raio de sol.
Não lembro o que conversamos, mas lembro que ficamos juntos, e isso foi extremamente gostoso.
Leia esse trecho: “Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos. Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me. Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.” (Lucas 10:38-42)
Talvez o erro de Marta tenha sido não valorizar o “ficar junto”. Para ouvir a Deus precisamos dar uma parada, fazer menos coisas e ficar mais com Ele. Muitas vezes nos envolvemos tanto com as atividades da Igreja que não temos tempo para ficar com Deus e com os outros. Muitas vezes o nosso cristianismo nos impede de viver o verdadeiro Cristianismo.
É possível cozinhar e ficar junto. Por exemplo, para fazer um bife à milanesa, enquanto um passa o bife no ovo e na farinha, o outro frita.
Só não acredito que possamos ficar junto de alguém em frente à televisão ou computador. Essas maravilhas (maravilhas quando usados sabiamente) possuem um poder hipnótico que nos desliga de tudo e de todos.
Em casa, via de regra, não se vê TV durante as refeições, e todos comemos sentados à mesa, JUNTOS.
PARA REFLETIR:
“E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles.” (Lucas 24:30-31)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

FIM


Quando eu cheguei na Enfermaria de Pediatria, me avisaram que o Ricardinho estava morrendo. Esse garoto de 3 anos, lindo, tinha uma doença crônica e por essa razão estava internado ali no HC-UNICAMP. No dia anterior ele fora levado para a UTI porque a infecção que o acometera em um procedimento, estava tomando conta do seu frágil corpo.
A família já havia sido avisada e estava a caminho, mas como moram longe, iam demorar, diante disso decidí que eu não ia deixá-lo morrer sozinho, e por isso fui para lá. Mesmo sabendo que o Ricardinho estava sedado, fui para ficar ao lado dele.
A enfermeira entendeu e aprovou meu intento, permitiu minha presença, me ajudou a me instalar ao lado do berço, me pediu que anotasse a hora em que ele parasse e nos isolou com um biombo.
Por 2 horas e pouco ficamos a sós, eu e o Ricardinho.
O silêncio era gostoso e aconchegante.
Por trabalhar há muito tempo no hospital, eu sei ler os números mais básicos daqueles aparelhos da UTI, e os mesmos indicavam que o garoto estava cada vez mais fraquinho.
Algumas vezes eu falava baixinho com aquele meu amiguinho tão amado. Ele não me respondia como das outras vezes, mas nem precisava, pois eu só queria que ele soubesse que eu estava ali.
Muitas outras vezes eu falava baixinho com Deus. Ele também não me respondia, mas nem precisava, pois eu sabia que Ele estava ali.
O silêncio só foi quebrado quando um dos aparelhos emitiu baixinho um alarme contínuo. Era o fim.
Olhei para o relógio, desliguei o alarme, e fiquei mais um tempo ali, segurando a mãozinha dele, chorando.
“Jesus disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus.” (Mateus 19:14)
O Ricardinho chegou lá no céu às 15:37 horas, pelo meu relógio.

Não há tempo a perder

Não há tempo a perder

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

OBEDIÊNCIA TARDIA É DESOBEDIÊNCIA


Essa moça que vou citar agora, tem 18 anos, é evangélica e está namorando um rapaz que não é cristão. Recentemente cheguei para ela e falei:
- Você não precisa responder o que vou lhe perguntar, mas eu tenho que lhe fazer essa pergunta. Você está longe de Deus?
- Sim, mas isso faz tempo.
- O que importa é daqui para a frente. Me responda: você quer continuar assim, longe de Deus?
Nesse ponto ela começou a chorar. Ela sabia que teria que escolher se obedecia a Deus ou não. Falei para ela pensar e me procurar depois. Até agora não o fez. Tomara que ela leia esse texto.
O maior pecado de todos é a desobediência.
Adão não precisava ter fé, pois ele se encontrava com Deus todo final de tarde. Sua tragédia aconteceu porque desobedeceu. E por que desobedeceu? Porque queria ser Deus.
Note que Jesus Cristo em todo o tempo obedeceu.
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2:5-8)
Olha que interessante: enquanto o homem desobedece porque quer ser igual a Deus, o próprio Deus “se esvazia” para ser igual aos homens, e isso por obediência.
E Jesus foi tentado a desobedecer:
“Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.” (Hebreus 4:14-15)
Gravemos isso em nossos corações: o pecado é uma escolha. Cabe a nós decidirmos se vamos obedecer ou não.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

AINDA SOBRE A INFÂNCIA DE JESUS


Não acredito que Jesus tenha sido uma criança tão diferente das outras a ponto de as pessoas que o conheciam pensarem que Ele era o Deus encarnado. Muito pelo contrário. Veja esse trecho:
“Tendo Jesus proferido estas parábolas, retirou-se dali. E, chegando à sua terra, ensinava-os na sinagoga, de tal sorte que se maravilhavam e diziam: Donde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? Não vivem entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto? E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua terra e na sua casa. E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.” (Mateus 13:53-58)
Por outro lado, Ele era agradável a todos: “Conforme crescia, Jesus ia crescendo também em sabedoria, e tanto Deus como as pessoas gostavam cada vez mais dele.” (Lucas 2:52 NTLH)
Maria, a mãe de Jesus teve que lhe trocar as fraldas (de pano? Não sei.), Ele teve que aprender a falar, a andar, a ser higiênico, a ler e a escrever (Ele sabia ler: “Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler.” - Lucas 4:16)
Acho que Jesus pode ter falhado em algumas coisas, como por exemplo, errar um caminho, quebrar sem querer um prato, levar um tombo. Afinal Jesus Cristo era 100% Deus e 100% homem. E lógico, Ele não cometeu nenhum pecado: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:21). Não mentiu, não roubou e não desobedeceu aos pais: “E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso. Sua mãe, porém, guardava todas estas coisas no coração.” (Lucas 2:51)
Especulo que Sua consciência messiânica Lhe veio gradativamente, de acordo com Sua idade e entendimento permitiam.

58 ANOS


Certa vez fui pregar em uma reunião de jovens que seria na casa de um rapaz para comemorar seu aniversário. Quando acabei o estudo, já comendo o bolo, o pai daquele jovem veio me dizer que eu tinha usado o texto da Bíblia errado, pois em aniversários se lê o verso que se segue: “Faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio.” (Salmos 90:12 NTLH)
Hoje eu completo 58 anos. Mas não tenho achado que são poucos os dias da minha vida. Quanto mais velho vou ficando, mais quero ir para o céu. Acho que é porque nós vamos experimentado o que essa vida aqui na Terra pode nos oferecer e vamos percebendo que aquilo que ontem reputávamos como o máximo, hoje já não valorizamos tanto.
Ou será que cada vez mais vamos nos aprofundando no relacionamento com Deus e isso nos leva a querer estar o quanto antes com Ele? É, pode ser.
Ou ambas as coisas, né?
A única coisa que prende meu coração aqui são as pessoas que amo.
PARA REFLETIR:
“Lembre do seu Criador enquanto você ainda é jovem, antes que venham os dias maus e cheguem os anos em que você dirá: “Não tenho mais prazer na vida.” Lembre dele antes que chegue o tempo em que você achará que a luz do sol, da lua e das estrelas perdeu o seu brilho e que as nuvens de chuva nunca vão embora. Então os seus braços, que sempre o defenderam, começarão a tremer, e as suas pernas, que agora são fortes, ficarão fracas. Os seus dentes cairão, e sobrarão tão poucos, que você não conseguirá mastigar a sua comida. A sua vista ficará tão fraca, que você não poderá mais ver as coisas claramente. Você ficará surdo e não poderá ouvir o barulho da rua. Você quase não conseguirá ouvir o moinho moendo ou a música tocando. E levantará cedo, quando os passarinhos começam a cantar. Então você terá medo de lugares altos, e até caminhar será perigoso. Os seus cabelos ficarão brancos, e você perderá o gosto pelas coisas. Nós estaremos caminhando para o nosso último descanso; e, quando isso acontecer, haverá gente chorando por nossa causa nas ruas. A vida vai se acabar como uma lamparina de ouro cai e quebra, quando a sua corrente de prata se arrebenta, ou como um pote de barro se despedaça quando a corda do poço se parte. Então o nosso corpo voltará para o pó da terra, de onde veio, e o nosso espírito voltará para Deus, que o deu.” (Eclesiastes 12:1-7 NTLH)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

SOBRE A INFÂNCIA DE JESUS


Lembro-me que no início da minha vida espiritual fiquei bem curioso a respeito de como teria sido a infância de Jesus. Então pesquisei o assunto. Dessa pesquisa, algumas coisas que achei com certeza não creio que sejam verdadeiras. Por exemplo, que Jesus fazia pombinhas de barro e ao assoprar nelas as mesmas saíam voando; ou que uma árvore se agachou para o menino Jesus apanhar uma fruta que estava no alto da mesma; ou ainda que Jesus não teve sua infância revelada porque era membro de uma seita secreta, a dos essênios. Sua infância não foi totalmente revelada porque a maioridade dos judeus era (será que é ainda?) aos 30 anos.
E o que é que a Bíblia fala sobre isso?
“Ora, anualmente iam seus pais a Jerusalém, para a Festa da Páscoa. Quando ele atingiu os doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. Terminados os dias da festa, ao regressarem, permaneceu o menino Jesus em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. Pensando, porém, estar ele entre os companheiros de viagem, foram caminho de um dia e, então, passaram a procurá-lo entre os parentes e os conhecidos; e, não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém à sua procura. Três dias depois, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que o ouviam muito se admiravam da sua inteligência e das suas respostas. Logo que seus pais o viram, ficaram maravilhados; e sua mãe lhe disse: Filho, por que fizeste assim conosco? Teu pai e eu, aflitos, estamos à tua procura. Ele lhes respondeu: Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai? Não compreenderam, porém, as palavras que lhes dissera. E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso. Sua mãe, porém, guardava todas estas coisas no coração. E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.” (Lucas 2:41-52)
Medite hoje sobre esse trecho que amanhã continuamos.

PODE SER QUE ...


Uma pessoa que não crê no amor, pode ser que fique apaixonado.
Quem nunca tranca a porta, pode ser que um dia seja roubado.
Alguém que pensa que não vai chover, pode ser que volte molhado.
Quem acha que não tem perigo, pode ser que saia machucado.
Quem acha que dá tempo, pode ser que chegue atrasado.
Um teimoso que acha que não escorrega, pode ser que caia humilhado.
Alguém que acha que aguenta, pode ser que fique frustrado.
Alguém que acha que ainda tem forças, pode ser que pare cansado.
Quem acha que tem saúde, pode ser que fique adoentado.
Quem acha que está magro, pode ser que tenha engordado.
Aquele que se acha muito bonito, pode ser que esteja enganado.
Quem acha que está limpo, pode ser que precise ser esfregado.
Só que mesmo quem não acredita em Deus, naquele dia, diante DELE vai estar ajoelhado.
Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia sentado.