sábado, 8 de março de 2008

COMEMORANDO A PÁSCOA NA DEPENDÊNCIA DE DEUS

Todas as vezes que nos encontrávamos nos corredores do HC, eu perguntava a esse médico, grande amigo meu e irmão em Cristo, como estava indo aquele seu parente enfermo. "Caminhando", era a resposta.
Com essa vida maluca que levamos, só essa semana pudemos parar um tempo sossegado para tomarmos um cafezinho e conversarmos. Depois de vários assuntos preliminares, perguntei o que eu mais queria saber:
- Como se sente um médico ao ver um parente tão próximo com uma doença grave?
Sua resposta não me surpreendeu. Ele disse que estava mal. O que lhe aconteceu foi que no primeiro momento, ao ser constatada a doença, sua mente treinada já traçou tudo o que deveria ser feito: exames, procedimentos, tratamentos, medicamentos, dietas, tudo enfim. Só que as coisas não evoluíram como o esperado. E, conforme ele mesmo definiu, esse médico percebeu "que não tem tudo sob controle"!
Isso desequilibrou os sentimentos do meu precioso amigo. Afetou inclusive o relacionamento dele com seus pacientes e familiares dos mesmos. Mais empatia, mais consideração, mais entendimento. E olha que ele sempre foi atencioso, cuidadoso e simpático com aqueles que dependem dele como médico!
Dura lição essa em que percebemos que SÓ DEUS TEMTUDO SOB CONTRÔLE.
A Páscoa é uma ocasião propícia para meditarmos sobre isso. "Que seja feita a Tua vontade, não a minha" foi a posição de Jesus ao se preparar para a Paixão.
Ter uma vontade diferente da de Deus Pai não é pecado. Pecado é não submetermos a nossa corrompida vontade aos sábios desígnios de Deus. Quanto mais velho e experiente fico, mais me convenço que além de pecado é tolice querer darmos uma de onipresentes, oniscientes e onipotentes. A princípio pode parecer mais fácil e melhor fazermos tudo do nosso jeito. Mas não é, lhes garanto.
Tive a impressão de ver alguns vestígios de lágrimas nos olhos do meu amigo. Se eram lágrimas mesmo, fico feliz. Como eu disse para uma menina essa semana, sempre é bom chorar, não é mesmo?

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