sexta-feira, 29 de abril de 2011

CASAMENTO IRREAL

Ao ver que os filhos do profeta Samuel não seriam bons sucessores na liderança de sua nação, o povo de Israel pediu àquele já idoso homem de Deus, um rei. Se você for ler esse episódio em 1 Samuel 8, vai ver que os israelitas preferiram a liderança e o status de uma monarquia à segurança da teocracia.
O preço disso eles aceitaram e pagaram: teriam que fornecer e manter um exército de soldados, um enorme número de serviçais, sustentar a opulência e a ostentação do luxo, pagariam impostos e perderiam a liberdade.
Todos nós queremos ter um rei ou uma rainha. Elegemos e sustentamos o Rei do Futebol, do Carnaval, do Baião, dos Baixinhos, da Festa do Morango ou do Abacaxi, nas Escolas de Samba muitas fantasias são de condes, duques, e mais a Rainha da Bateria.
Por que isso? Ainda estou pensando no assunto e não achei uma explicação.
Será que nós projetamos na família real nossos sonhos e anseios almejados para nós mesmos? Eu confesso que já desejei (hoje não mais) ser o centro das atenções e ter muitos à minha disposição.
Para concluir, permita-me lançar mão de um neologismo: temo que em alguns momentos da minha vida eu opte pela “xykocracia” em detrimento da teocracia. E pago o preço exorbitante disso.
PARA REFLETIR:
Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus; e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro. Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.” (Apocalipse 19:11-16)

3 comentários:

  1. Anglicanos, católicos, todos vivem na riqueza e ostentação. Graças a Deus sou CRISTÃO e EVANGÉLICO, e isso me faz viver na simplicidade.
    A paz.
    Ezequiel da Silva.

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  2. E muito bonito mesmo as formalidades de um reinado, mas nunca quiz ser o centro das atencoes como disse.
    Sou muito feliz,pois, o MEU DEUS , E O REI DOS REIS!!!Cintia

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  3. Caríssimo,

    Do ponto de vista simbólico, a figura do rei subjaz a todas aquelas figuras masculinas que projetam nossas ideais de autonomia (governo de si mesmo), liderança, conhecimento, justiça, força, poder, etc. Essa figura é, portanto, um dos nossos muitos arquétipos, aquelas imagens profundas, modelos primitivos do nosso inconsciente, em torno dos quais nossa estrutura psíquica se desenvolve. O rei representa tudo que o homem tem de bom e ainda por cima é "confirmado", escolhido, ungido por Deus...
    Acredito que por isso ainda se conservem algumas monarquias no mundo. Elas tentam guardar e manter a auto-estima do povo, sua dignidade em última análise. A monarquia é um ideal que deveria ser mantido pela mais absoluta honra e nobreza (afinal ninguém deste mundo poderia por limite no poder do rei), mas pela condição humana falível se mostra impossível de se realizar, degenerando, mais cedo ou mais tarde, nas mais cruéis formas de tirania.
    Por outro lado, o casamento simboliza a síntese final, a plenitude do todo, representado pelo masculino e feminino juntos. É a expectativa de realização total que se encontra em cada um de nós. É o "foram felizes para sempre..." do final dos contos de fadas.
    Muito para além dos sonhos românticos individuais, dos interesses políticos e financeiros, da banalidade da mídia, das extravagâncias, o casamento real guarda um forte e irresistível apelo às mais profundas aspirações humanas.
    Não é à toa que ele simboliza a união de Deus com Israel no AT e de Cristo com sua Igreja no NT.


    Paz,

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