quarta-feira, 2 de março de 2011

ÀS VEZES DÓI

A entrada é toda molhada e escorregadia. Mas havia uma necessidade premente de eu fazer aquela incursão.
Passadas as primeiras dificuldades, consegui entrar no primeiro ambiente. Vou tentar descrevê-lo sem muitos detalhes para poupá-los de algo desagradabilíssimo. Para começar, ali é insuportavelmente fétido. E depois tudo se move constantemente numa única direção.
Saindo apressado dali, passei rapidinho pelo segundo ambiente. Não sei como descrever aquela parte da minha, digamos assim, aventura. Parece um enorme filtro. O cheiro é tão ruim quanto o anterior, só que diferente, mais forte e penetrante.
Já o terceiro ambiente é muito mais agradável. São quatro salas e por todas há uma quantidade impressionante de pastas de arquivo, cheias de documentos que relatam sentimentos, impressões, motivações e decisões. Consultei muitas delas. Tomei conhecimento de coisas que nem imaginava, umas boas, outras ruins. Mas eram coisas que eu precisava conhecer.
Dali fui para o quarto ambiente, que é todo cinza. Por todos os lados pode-se ver incontáveis condutores de impulsos elétricos semelhantes a luzes ou faíscas. É ali onde é processado todo o conteúdo do terceiro ambiente, aquele que tem quatro salas.
Finalmente cheguei ao quinto ambiente, que foi o último. Esse é estranho também. Tem um movimento cadenciado, é arejado é cheio de vento. Em um dos lados pude ver duas saídas, e para uma delas me dirigi.
Ao sair olhei para trás e o que eu vi foi meu próprio rosto.

6 comentários:

  1. Pastor, eu gosto muito mais quando o senhor pega um trecho bíblico e faz um comentário sobre ele. Muitas vezes eu pego a idéia desses comentários e falo na classe daEscola bíblica em que sou aluno domingo de manhã na minha Igreja.
    A paz.
    Ezequiel da Silva.

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  2. Caríssimo,

    Seu texto realmente dá o que pensar...
    Para mim, está implícita a "jornada do herói", que aparece nas tradições de todas as culturas, onde se busca o auto-conhecimento e a evolução... para se alcançar um novo nível espiritual e existencial.
    Essa jornada ao profundo do nosso próprio "eu" nos confronta com nossas "fétidas" imperfeições, tão características da nossa condição humana...
    Mas no final, apesar do sofrimento, certamente teremos um pouco mais de "ordem" nos nossos arquivos...
    Não é fácil, mas é preciso.

    "O mais belo triunfo do escritor é fazer pensar os que podem pensar."
    Eugène Delacroix - pintor francês (1798-1863)


    Paz, prezado escritor

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  3. Em tempo, seu blog já tem 98 seguidores...
    Que tal uma festa quando chegar no 100º.
    Tem que ter torta de palmito...

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  4. Eu topo a festa. Mas será que todos os comentaristas poderão estar lá?
    Abraço, Xyko.

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  5. É só marcar!
    Que bom! Além de alimentar o pensamento, alimentar também o corpo com a torta e a alma com boas companhias.

    Beijos pra vocês.
    Célia

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  6. Olá Pastor Xyko!
    Como vai Venâncio, tudo bem?
    Estou de acordo com a Célia, é só marcar!
    Vai ter pãozinho também?

    Um abraço a todos,
    Luís Fernando.

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