segunda-feira, 4 de abril de 2011

PORQUE E PARA QUE JEJUAR

Certa ocasião, um grupo de rapazes e eu nos comprometemos a jejuar um dia inteiro. No meio da tarde um desses amigos meus veio compartilhar que não conseguia trabalhar, estudar, nem orar ele podia. Só pensava em comida: frango assado, macarrão, pão, banana, doces ... Eu o aconselhei a interromper o jejum, o que ele acatou na mesma hora, e com muita alegria e entusiasmo.
Longe de considerar o jejum como uma prática exibicionista ou como uma “moeda de troca” para se obter favores de Deus, busco entender a real e legítima motivação para jejuarmos.
De uma forma ou de outra, o jejum está relacionado com tristeza. Observe esses trechos:
Ora, os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Vieram alguns e lhe perguntaram: Por que motivo jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam? Respondeu-lhes Jesus: Podem, porventura, jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar. Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; e, nesse tempo, jejuarão.” (Marcos 2:18-20)
Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mateus 6:16-18)
Penso que o jejuar é uma disciplina espiritual para pessoas com a alma contristada. O cristão, como ser humano, não tem como viver o tempo todo alegre. Então, quando tiver a alma afligida por algo, deve jejuar. Nessas circunstâncias já é natural a perda de apetite, e jejuando, o cristão tem mais oportunidade de administrar sua aflição.
Infelizmente para alguns o próprio jejum é uma aflição. Penso que nesses casos não se deve abster de alimentos. Como penitência então, nem pensar.
Creio que, por jejuarmos, seremos recompensados. Não uma recompensa material, terrena, mas uma recompensa espiritual.
PARA REFLETIR:
E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, (Jesus) teve fome.” (Mateus 4:2)

4 comentários:

  1. Minha Igreja tem um programa de uma vez por semana na hora do almoço quem quiser pode ir lá e jejuar e orar. É quarta-feira essa reunião.
    Eu tenho ido e Deus tem me abençoado muito porcausa disso. Ele tem me dado tudo o que tenho pedido.
    Na paz de Cristo, Ezequiel da Silva.

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  2. Uns dos motivos que me faz jejuar, e estar mais proximo de Deus, e nao um regime espiritual, e uma maneira de me privar de algo para ter certeza de uma resposta especifica de Deus.Cintia.

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  3. Eu jejuo todas as sextas-feiras, como nos pede Nossa Senhora em suas aparições em Fátima (Portugal).
    Francisco dos Santos.

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  4. Caro Xyko,

    A palavra jejum vem do lat. "vazio". A primeira porção do intestino delgado pela manhã encontra-se vazia, por isso ela se chama jejuno.
    Esse é o sentido do jejum: esvaziar-se de tudo, inclusive dos alimentos. Todas as tradições religiosas pregam o desapego e a abstenção para a iniciação e a manutenção da vida espiritual. Primeiro esvazia-se de tudo para depois "encher-se" de espiritualidade. Não há espaço se já estivermos cheios...
    O jejum significa auto-controle e força de vontade, também preparação para enfrentamento de desafios futuros.
    Temos como outros exemplos também o jejum pré-operatório (para diminuir os riscos de vômitos durante a anestesia) e a greve de fome que serve para demonstrar que se acredita em valores ainda maiores que a própria vida...
    Os grandes mestres jejuavam para demonstrar que dominavam a "matriz abdominal", jejum de comida, elemento sólido, no máximo 40 dias. A privação do elemento líquido, água, da "matriz torácica" é de no máximo 4 dias. A abstenção do elemento mais etéreo, o ar, da "matriz craniana", é de no máximo 4 minutos... daí as práticas de exercício respiratório e jejuns de sólidos e líquidos (as três tentações de Jesus tem algo a ver com isso em sua simbologia).
    Não há dúvidas que jejum não é castigo nem penitência, ou nem deve ser encarado dessa forma.
    É um esforço que deve ter algum SENTIDO, valorizar outras coisas mais importantes que apenas a satifação das necessidades básicas (atitude típica dos animais).
    Para os católicos, na quaresma são incentivados ainda mais o jejum, a esmola e a oração, como preparação para as celebrações Pascais...
    Só não concordo que o jejum deva estar associado com a tristeza, mas pelo contrário, deve trazer a alegria da sensação da superação das limitações, deve significar mudança de nível, mudança qualitativa... maior auto-estima.
    Também não concordo em jejuar para obter respostas de pedidos a Deus...
    As intervenções de Deus em nossa vida são GRAÇA e por isso mesmo são de graça...



    Paz,

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