sexta-feira, 16 de novembro de 2007
DEPOIS NÃO DÁ MAIS PARA CONSERTAR
Veja a confissão desse homem:
"Pastor, naquela época eu tinha uns 17 ou 18 anos, só estudava, e meu pai trabalhava em uma outra cidade para nos sustentar. Ele saia na quarta-feira de madrugada e só voltava na sexta-feira. A semana inteira minha mãe e eu ficávamos sozinhos.
Quando meu pai chegava, minha mãe o atormentava o tempo todo, brigava e implicava com ele, fazia história por qualquer coisa, criava em casa um clima insuportável, o qual contrastava radicalmente com a tranqüilidade que eu desfrutava durante a semana.
É importante ressaltar, pastor, que era ela quem tumultuava nossa casa.
Certa vez, meu pai tinha chegado todo animado e saudoso, e como sempre ela começou a atormentá-lo, a dizer que ele era um inútil, ofendeu-o com alguns palavrões, e, aos berros, disse que a melhor coisa que ele podia fazer no momento era deixar o dinheiro e voltar para o lugar de onde veio. Para terminar, falou que não era só ela que pensava assim, que podia perguntar a minha opinião pois eu daria razão a ela.
Meu velho pai viu naquele momento uma grande chance de ser apoiado, compreendido e justiçado. Ele olhou confiante para mim, e perguntou: 'Você quer que eu faça isso?'
Eu olhei para minha mãe e a vi olhando para mim com ódio em seu rosto. Era como se dissesse: 'Se você o apoiar, vou infernizar sua vida nesse fim de semana e durante toda a semana'. Até hoje não sei porque ela agia assim. Sei com certeza que meu pai não deu motivos para tal. Ela era muito má.
Pastor, naquele momento, só pensando em mim, virei para o meu pai e disse: 'Para termos paz nessa casa, eu prefiro que você vá'. Pois é, fiz isso.
Tenho gravadas até hoje na minha mente as expresões que meu pai e minha mãe fizeram. Ele depois pegou a carteira, colocou o dinheiro em cima de uma mesa, pegou a mala que ainda não tinha sido aberta, e se foi. Voltou na outra sexta-feira.
Voltei a conversar com o velho várias vezes; ele nunca tocou no assunto, mas o nosso relacionameto passou a ser frio e distante, e assim foi até ele morrer.
Sei que Jesus Cristo pagou por aquele pecado, mas há uma tristeza enorme no meu coração, a qual não tem jeito de sair. E olha que já tentei de tudo!
Hoje já sou pai, e tento desesperada e inutilmente ser amigo do meu filho. O senhor mesmo, pastor, me ensinou que o pai ou é pai ou é amigo. Segundo seus conselhos, para cumprir a função de paternidade, ou seja, educar o filho, temos que abdicar da amizade com aqueles que mais amamos. Desculpe pastor, mas eu não posso concordar.
Eu não fui amigo do meu pai por egoísmo e ingratidão. E o meu filho está fazendo o mesmo comigo.
Temo que vá chegar uma hora que não dá mais para consertar".
Com lágrimas nos olhos eu não soube o que dizer para aquele homem. Eu também perdi a chance de ser amigo do meu pai.
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Olá, Chico
ResponderExcluirEu sempre enfatizei, para todos, a importância da mãe na formação de uma criança. Muito mais que um pai, a mãe tem o poder de montar cada traço da personalidade da criança, eliminando (ou criando, como na carta citada) os traumas, os medos, os desvios do padrão normal esperado. Portanto, no meu ponto de vista, quando a mãe é má, tem desvio de caráter, é possuída pelo demônio, os filhos estão perdidos. Com um pai mais ausente do que presente, então, tudo fica complicado demais e surgem as tristezas, as frustrações, que vão passando de geração para geração. Se esse filho que agora é pai buscasse o Senhor, com muita dedicação, ele seria orientado por Jesus como proceder em relação ao seu filho e, assim, poderia quebrar essa tradição que se instalou em sua família.
Novamente discordando de você, Jolac! rs! rs!
ResponderExcluirCreio que ambos, pai e mãe, tem uma influência tremenda na formação do caráter dos filhos!
Meus pais se separaram quando eu tinha 6 anos. E isso causou um impacto emocional negativo tremendo:
I) em meu irmão (um ano mais novo que eu) se manifestou em toda a sua infância, até sua adolescência. Nessa fase da vida, além de se converter a Deus, seu relacionamento com meu pai se estabilizou e sua parte emocional também.
II) em mim, se manifestou a partir de minha adolescência! E isso afetou meu desempenho escolar, meu relacionamento com minha mãe e com Deus, meu caráter (que até então eram bons)!.
Creio que esses baques emocionais afetam muito o caráter, em dois aspectos principais:
1- obviamente se deduz que, se seu pai está ausente, você não aprenderá importantes lições - já que a mãe, apenas, provavelmente não terá capacidade de dar conta de tudo o que tem que ser ensinado aos filhos.
2- a figura do pai nos dá segurança! Aquela segurança que o filho pródigo deve ter sentido quando, em vez de mandá-lo trabalhar como um de servos, como o filho havia pedido, o pai mandou fazerem uma festa!
Ter a presença e o ensino e sentir o amor dos dois - pai e mãe, igualmente - dá a segurança emocional que creio ser o alicerce sobre o qual eles construirão o caráter do filho!
Ambos têm a mesma importância na formação do caráter do filho, de forma que a ausência de qualquer um dos dois pode levar a grandes lacunas emocionais e, conseqüentemente, grandes falhas de caráter!