sexta-feira, 30 de julho de 2010

DANÇANDO CONFORME A MÚSICA

Ontem fui a uma festa de aniversário em família (25 anos da Paulinha, minha sobrinha). Foi em um buffet, muito gostosa a festa, ambiente bem agradável. Depois de uma certa hora as pessoas foram para a pista e começaram a dançar. Nada pecaminoso, posso lhes garantir.
No meio de toda aquela alegria, o pessoal cantando e dançando, me ficou claro o poder de “envolver” as pessoas, que a música tem. É gostoso quando conhecemos uma determinada canção, letra e melodia (“Não posso ficar, nem mais um minuto com você, sinto muito amor, mas não pode ser ...”) e todo mundo canta junto, sabendo a hora que é para subir o tom, dar uma paradinha, cantar mais alto ou mais baixo, não é gostoso?
A música é extremamente importante. Satanás, antes de se rebelar contra Deus e de sua queda, era o responsável por dirigir os louvores dos anjos diante do Trono de Deus.
“Derribada está na cova a tua soberba, e, também, o som da tua harpa; por baixo de ti, uma cama de gusanos, e os vermes são a tua coberta. Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.” (Isaías 14:11-14)
Penso que os quatro seres viventes descritos em Ezequiel 1 são 4 anjos designados por Deus para substituir Lúcifer no seu ministério de adoração. Ele era tão bom nesse trabalho que foram necessários 4 outros anjos para fazer o que ele fazia sozinho.
A música mexe com nosso corpo (que é o que permite nos relacionarmos com o meio ambiente), com nossa alma (que nos permite nos relacionarmos com os outros) e com o nosso espírito (que nos permite nos relacionarmos com Deus). Eu senti isso ontem na festa!
Agora, note esse verso:
“Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:24)
Não adorar “em verdade” é adorar só no corpo e na alma.
E pensar que há pessoas que chegam atrasados ao culto por não dar valor ao louvor musical, achando que o mesmo é só um pára-choque para a mensagem!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

PEREGRINAÇÕES

Outro dia a Celinha estava compartilhando comigo e com o Sílvio uma Peregrinação que ela fez de 32 Km. Trata-se de um evento organizado pelos Jesuítas. Aí está uma coisa que eu gostaria de fazer.
O objetivo é, durante o trajeto, fazer uma reflexão sobre o nosso caminhar aqui na Terra. Essa reflexão pode começar já no planejamento, já que para uma jornada de mais de 30 Km. é necessário calcular o peso que vai ser levado nas costas. Leva-se apenas o necessário. Só que podemos ser vítimas das nossas próprias inseguranças e querermos levar, por exemplo, comida, não confiando que os organizadores vão suprir essa necessidade conforme o prometido. Ou um par de tênis a mais.
Isso nos remete à seguinte recomendação que Jesus fez aos discípulos ao enviá-los em uma peregrinação:
“Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias ...” (Lucas 10:4)
Outro trecho que me vem à mente:
“Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” (Mateus 6:25-34)
Quanto à alimentação a que me referí acima, os organizadores preparam ao longo do percurso algumas comunidades acolhedoras que servem lanches, água e todas as outras coisas que os peregrinos possam necessitar. Não é bonito?
Outras lições que podemos tirar de uma caminhada como essa estão relacionadas aos companheiros de jornada. Para as reflexões a serem feitas há a necessidade de solitude, mas andar 32 Km. exige apoio e ânimo de alguém ao nosso lado. Como na vida. Tanto vou receber apoio e ânimo quanto ser instrumento para proporcionar isso ao outro que necessita.

terça-feira, 20 de julho de 2010

VOU DESCANSAR UNS DIAS


Uns poucos dias de férias (voltamos dia 29 de julho) é uma necessidade primordial para a Denise e para mim. Tenho bons planos para esses dias: ler alguns livros, alguns exames médicos, dar um trato no carro, gastar um tempo com a minha mãe e principalmente, deixar o meu relógio na mesinha do telefone. Não estou me esquecendo que “Deus não tira férias, nem nosso inimigo”.
Você que nos visita nesse Blog todos os dias, aproveita para dar uma “navegada”, tem muita coisa para ser vista e revista.
Até mais.

AMOR ABSURDO

Se eu não me engano foi durante a Copa do Mundo de 1970, no México. Quando as câmeras de televisão focavam os torcedores nas arquibancadas, volta e meia aparecia algumas pessoas segurando uma faixa onde se podia ler “JOHN 3:16”.
João 3:16 é, com certeza, o versículo da Bíblia mais conhecido (e memorizado) de todos.
“Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)
Lembro-me que na época da Copa, ao ver aquele cartaz só com a referência bíblica, questionei a eficácia desse método de “evangelização”. Como saber o que era aquilo? Quem sabia o conteúdo do versículo não precisava ser evangelizado.
Hoje vejo esse verso de uma forma diferente. Confesso que por tê-lo memorizado e vê-lo muito citado, eu acabei “banalizando” a mensagem que o mesmo carrega.
Se pararmos para pensar bem, o que está escrito ali é um absurdo. Deus fazer seu Filho vir à Terra em forma humana para morrer por nossos pecados?! Isso é quase inacreditável, não é? Contudo é maravilhosamente verdadeiro.
Não sou digno desse amor, e é isso que faz essa iniciativa divina ser verdadeira. O verdadeiro amor não age baseado nos méritos do alvo desse mesmo amor. O verdadeiro amor quer o bem até do não amável.
Um amor assim, que não mede sacrifícios, é de enternecer. Como pude banalizá-lo?
Isso tudo implica em responsabilidades tão grandes, maravilhosas e verdadeiras quanto o que está em João 3:16.
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.” (1 João 3:16)
Pense em alguém que você tem dificuldade para amar. É isso mesmo que você está pensando, tem que amar essa pessoa.
“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” (Mateus 5:43-48)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

UMA IGREJINHA MUITO FEIA

Existem Catedrais lindas, enormes, assim como há Igrejas pequenas e simples. Vou escrever sobre uma pequena Igreja que, na minha opinião, é muito feia.
Tomei coragem e vou escrever sobre o meu corpo.
Deformado, débil, defeituoso, agora já bem desgastado, com uma manutenção cara e trabalhosa (a Denise que o diga!) e por isso tudo, feio. Assim é o meu corpo.
Você deve imaginar como é esquisito, para mim, ver tudo isso em uma foto ou em um espelho, e não poder “sair” dos limites traçados por minha pele. Tenho que ficar “aqui dentro”.
Contudo, veja que maravilha: mesmo assim, o Espírito Santo se dignou a vir habitar em mim.
“Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1 Coríntios 6:19)
Confesso que já fiz um péssimo uso de 4 dos meus 5 sentidos. Só o olfato (que em mim é precário) não foi mau usado. Já tive problemas também com a mente, a fala e as mãos.
Por outro lado, Deus tem me usado, e muito. E inúmeras vezes justamente por eu estar nesse corpo torto. Ele é o diferencial que me torna especial. Nenhum mérito do qual eu posso me orgulhar. Todo e qualquer motivo de louvor é para Deus.
E para terminar, uma verdade que me alegra muito: o que torna uma igreja santa não é a sua forma, mas a presença de Deus.

sábado, 17 de julho de 2010

TRINDADE

ADORADO MONSTRO

Talvez você não acredite, mas no sótão lá de casa tem um monstro. Como todo monstro ele é horrível, mas eu gosto de brincar com ele. Esse incrível morador do meu sótão é daqueles monstros que de tão feios acabam sendo bonitinhos. É agradável estar lá em cima, gostoso mesmo.
No começo eu brincava só um pouquinho e estava bom, depois eu ia querendo sempre mais, e mais. No fim eu acabo gastando tempo demais ali; deixo de fazer um monte de coisas importantes só para brincar com ele. Depois só fica aquele como se fosse um gosto amargo na boca.
E para subir é tão fácil! Basta subir a escadinha. O primeiro degrau é lembrar que “todo mundo faz, por que eu não posso?”; o segundo é só pensar que “eu mereço”; o terceiro degrau é afirmar com convicção que “essa vai ser a última vez”, e assim por diante.
Já cansaram de me falar que um dia esse monstro vai me matar, e eu acredito nisso, mas eu gosto tanto de brincar com ele que tenho pena de matá-lo.
Você pode estar se perguntando quem é que alimenta o monstrengo. Pode parecer incrível mas ... sou eu mesmo. É isso mesmo, tenho que reconhecer, quem dá comida para ele, regularmente, sou eu.
Quando me falavam que eu estava viciado nisso eu negava, enganando só a mim mesmo. Eu afirmava que poderia parar a hora que quisesse. Doce ilusão!
Diversas vezes decidi que não subiria mais lá. Cheguei a contar quanto tempo fiquei sem subir. Se não me engano meu recorde foi 2 meses, 3 dias e 14 horas. Agora imagina a frustração quando não aguentei mais e brinquei com ele.
Hoje eu não conto para ninguém que vou lá. Tenho vergonha e medo. Já tentei, mas os que ficaram sabendo me trucidaram. Acabaram comigo com acusações, broncas, sermões e desprezo. Nenhum deles confessou que tem lá seu adorado monstrinho, ou no sótão ou no porão de sua casa. O pior é que eu sei que todos possuem um, maior ou menor do que o meu. Se pelo menos um deles tivesse compartilhado essa falha mais íntima comigo, eu não me sentiria tão só, e assim não precisaria me esconder no sótão e brincar com meu adorado monstro.
Você tem sótão na sua casa? E porão?
E um ... nem preciso perguntar, pois eu sei que tem.

PENSE NISSO 111

Se a apostila é boa, não precisa de professor. Se o aluno é bom, não precisa de apostila.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

FALANDO SEM PARAR

Deixe-me falar logo de cara que eu não acho errado nem sou contra. Estou me referindo às reuniões de oração com hora e local pré-definidos. Já participei de muitas delas e sai engrandecido e fortalecido em todas essas ocasiões. O que me causa estranheza é quando alguém só ora nessas oportunidades. Ou em outras também, mas tudo muito sistemático: agradecendo o alimento antes das refeições, pedindo que sejamos iluminados antes de começar um estudo bíblico, pedindo proteção antes de começar uma viajem, na Escola Bíblica Dominical e no Culto.
Nada disso é errado, porém o que a Bíblia fala?
“Orai sem cessar.” (1 Ts 5:17)
Mas como é isso?
Quando estava vindo aqui para a Igreja para trabalhar, vi em alguns postes e muros vários cartazes oferecendo os “serviços” de uma benzedeira e vidente. Orei por aquela mulher, pela sua conversão e para que sua obra maligna seja desfeita. Ao passar na frente da casa de conhecidos, oro por eles. Ao ler as mensagens que recebo pela INTERNET oro por quem me escreveu. Ao ver alguma tragédia pela TV oro pelas vítimas. Ao passar carro da polícia, bombeiros ou ambulância, é mais uma oportunidade de orar.
E por fim, quero compartilhar uma grande lição que aprendi esses dias. Nosso voto eleitoral é fundamental quando feito de forma responsável e consciente, mas, orar pode mudar muito mais nosso país:
“Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito.” (1 Timóteo 2:1-2)
Em vez de falar mal dos políticos, ou repassar mensagens que o façam (por mais engraçadas que sejam), podemos orar por eles.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

DA MAIÚSCULA PARA A MINÚSCULA

Quando temos um primeiro contato com um paciente, ali no serviço de Capelania do HC-UNICAMP, fazemos algumas perguntas para “quebrar o gelo”. Em que cidade mora, se os parentes teem condições de vir visitá-lo, se está no hospital para fazer exames ou tratamento (nunca perguntamos diretamente o que a pessoa tem), qual seu estado civil, se frequenta alguma igreja. E conforme a conversa acontece, buscamos uma fresta que nos permita falar de Deus. Por exemplo, se o paciente diz algo como “graças a Deus”, já perguntamos se ele acredita em Deus e porque.
Não me lembro de nenhum desses casos, nem um que seja, o qual me respondeu não acreditar. Só que eles afirmam acreditar em Deus, mas na realidade acreditam em deus.
É mais fácil e vantajoso do que ser ateu. Se bem que essa postura de não crer no único Deus verdadeiro e glorificar um deus falso é uma forma de ateísmo. O ateu afirma que não há Deus (“Diz o insensato no seu coração: Não há Deus.” - Salmos 53:1a) enquanto que o adorador do deus com “d” minúsculo enche o peito e proclama: “Há sim! O meu deus”.
Nada mais fácil e conveniente do que acreditar que tenho um deus à minha disposição, pronto para me ajudar, proteger, dar o que peço e me servir. Um deus que até daria a vida por mim. E mais, um deus que não invade certas áreas da minha vida das quais EU quero ter controle absoluto. Esse deus até bate na porta querendo entrar; agora, se eu abro ou não, depende de qual porta ele bate. Umas eu abro, outras não.
“Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.” (Mateus 15:8)
É isso que nós fizemos com Deus. Digo nós porque os cristãos também vivem assim. Testemunhamos que cremos em Deus e idolatramos a deus.

LINHAS TORTAS

Ontem tive um problema com uma pedra no rim. Gente, isso dói, mas dói tanto! Acho que só quem teve é que sabe. Foi por isso que não postei nada aqui no Blog. Essa é uma nota de agradecimento a todos que oraram por mim e que perguntaram como estou. Agora estou bem. A Denise e eu estamos me cuidando.
Um dia antes uma voluntária lá do HC-UNICAMP, após fazer as visitas aos pacientes que lhe couberam, comentou comigo o quanto a saúde é importante. E é verdade, mas nós só a valorizamos quando a perdemos. Quando ficamos doentes, tudo pára. Ou se o fazemos, não o fazemos direito.
A Célia, da Capelania lá do hospital, me perguntou a razão pela qual meus textos estão mais curtos. É porque não ando bem de saúde (o cálculo renal foi “só” um problema a mais!), e não consigo render tanto quanto estou acostumado.
Agora está na hora de eu viver o princípio ensinado por Tiago:
“Meus irmãos, sintam-se felizes quando passarem por todo tipo de aflições. Pois vocês sabem que, quando a sua fé vence essas provações, ela produz perseverança. Que essa perseverança seja perfeita a fim de que vocês sejam maduros e corretos, não falhando em nada!” (Tiago 1:2-4 NTLH)
Que privilégio! As aflições nos fazem crescer! E, de coração, estou crescendo, e isso me deixa feliz.

terça-feira, 13 de julho de 2010

O OUTRO OU VOCÊ, DECIDA

Quando decidimos ser altruístas, surgem as mais belas situações, onde as cores nos parecem mais vivas, os perfumes se nos apresentam mais sublimes, experimentamos toda sorte dos sentimentos mais nobres, desfrutamos de sensações as mais agradáveis e usufruímos da mais completa satisfação.
Por outro lado, quando decidimos ser egoístas, muita coisa ruim acontece conosco. Tudo perde a vivacidade, as coisas nos cheiram mal, brotam como erva daninha a amargura, o medo, a ansiedade e a tristeza. Tudo nos incomoda. Por fim, instala-se em nosso coração a frustração.
Mas tudo começa numa bifurcação da vida que é anterior a essa aí de cima. É quando, em uma determinada fase da nossa existência temos que optar ou pela compaixão ou pela auto-compaixão. Compaixão é participar emocional praticamente dos males e sofrimentos dos outros. Auto-compaixão é ter pena e dó de nós mesmos.
Quem é o alvo do seu amor, o outro ou você? Decida.
“Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.” (Filipenses 2:3-4)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

NA SALA DE ESPERA

Há um projeto bolado lá para o HC-UNICAMP que arquivei na primeira gaveta do meu coração. Só não o executei por falta de “mão-de-obra”. É uma peça de teatro de uns 8 minutos a ser encenada nas salas de espera dos diversos ambulatórios lá do hospital.
As muitas pessoas que ficam nesses lugares, na maior parte das vezes ficam ali por muito tempo. A idéia é entrarem ali naquele ambiente, duas moças bem caracterizadas, com chapéus bem coloridos, óculos bem chamativos, dessas coisas que se vendem em lojas de artigos para festa, roupa extravagante, e falando bem alto. Vão até o guichê de recepção, onde a moça dali, já instruída, recebe o mesmo e fala para as duas que precisam aguardar.
Elas se sentam, olham em volta e começam a conversar de forma que todos ouçam. Uma comenta que é muito sofrimento e muita dor. A outra questiona a razão de Deus permitir tudo isso. No decorrer da conversa elas concluem que, assim como a dor no corpo humano serve para mostrar que há algo errado, o sofrimento e a dor no mundo também mostram que há a necessidade de cura. Cura do quê? O que está errado é a separação do homem de Deus.
“Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus.” (Romanos 3:23 NTLH)
E as atrizes explicam que só é possível um encontro através de Jesus:
“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6)
Nesse ponto aparece um médico de jaleco, estetoscópio no pescoço, também caracterizado de uma forma espalhafatosa, que chama as duas pelo nome. Os 3 entram para o consultório.
Por fim, alguns voluntários que ali estão sentados, distribuem folhetos e tentam uma conversa com os pacientes.
Não é legal?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

NOSSO POVO

Levando um grupo de pessoas da minha Igreja para conhecer o nosso trabalho ali no HC-UNICAMP, comecei circulando com eles por uma das lanchonetes da frente do hospital. Antes de irmos para lá eu lhes pedi que observassem bem as pessoas que ali estavam e pensassem bem para depois responder à seguinte pergunta: “O nosso povo é feio ou bonito?”.
Aquelas pessoas vieram de longe em busca de saúde, para si mesmas ou para alguém de seu relacionamento. Muitos chegaram (como outros que chegam todo dia!) muito cedo e vão embora muito tarde. Passam o dia ali, às vezes só esperando a condução das prefeituras de suas cidades de origem.
A primeira impressão que temos ao observarmos aquela nossa gente é que eles são feios. Recentemente pudemos ver as transmissões das Olimpíadas de Inverno direto do Canadá. Se lembrarmos das imagens daqueles esportistas e torcedores estrangeiros e olharmos para as pessoas da frente do HC, aí é que os nossos parecem horríveis!
Mas não são. O nosso povo também é bonito.
Entretanto, é mal cuidado, doente, mal alimentado, sofrido e esquecido. E muitos não teem umm relacionamento saudável com Deus. É preciso muita atenção para ver a beleza por detrás dos males sofridos.
Quando terminamos a volta por ali é que eu afirmo: “É por isso que estou aqui”.
“Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor.” (Mateus 9:36)
“Desembarcando, viu Jesus uma grande multidão, compadeceu-se dela e curou os seus enfermos.” (Mateus 14:14)
“Ao desembarcar, viu Jesus uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E passou a ensinar-lhes muitas coisas.” (Marcos 6:34)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

UMBIGO

José, filho de Jacó, estava preso numa cadeia por algo que não fez. Note: numa cadeia! Se as cadeias hoje são inimaginavelmente terríveis, muito mais naquele tempo.
Mas mesmo assim José teve a sensibilidade suficiente para perceber o semblante abatido de tristeza de dois prisioneiros que com ele ali estavam. Eram 2 oficiais do faraó que tinham tido um sonho cada um e estavam aflitos por não saber interpretá-los.
“Vindo José, pela manhã, viu-os, e eis que estavam turbados. Então, perguntou aos oficiais de Faraó, que com ele estavam no cárcere da casa do seu senhor: Por que tendes, hoje, triste o semblante?” (Gênesis 40:6-7)
Observe que José não estava focado na sua própria situação e nos problemas decorrentes da mesma. Não ficou olhando só para o próprio umbigo. Tinha olhos para os problemas dos outros.
Você já deve ter conversado com alguém que está passando por algum problema (por exemplo uma doença, ou cirurgia, ou perda) e que não fala de outra coisa a não ser o que a afligi. É muito chata uma pessoa assim, coitada.
Aprendi que há 3 níveis de conversação (e aqui quero que você se lembre de que “a boca fala do que está cheio o coração” - Mateus 12:34):
No primeiro nível, o mais elevado, falasse sobre idéias.
No nível médio comentasse sobre eventos.
No mais baixo a conversa se concentra na vida pessoal dos outros.
Mas eu acredito que há um nível mais baixo ainda, que é a pessoa que só fala de si mesma. No seu coração os outros não são importantes.
Devemos focar nossa mente primeiro em Deus e depois nos outros:
“Amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios.” (Marcos 12:33)

terça-feira, 6 de julho de 2010

NOTÍCIA FANTÁSTICA

Em primeiríssima mão tenho o enorme prazer de noticiar que os lírios do vaso que a Denise comprou e colocou na mesa de jantar, FLORESCERAM! Essa notícia não vai sair na TV, nem nas rádios e também não vai aparecer na INTERNET, a não ser aqui no Blog. É um furo de reportagem exclusivo.
À maior parte dos meios de comunicação só interessam notícias de catástrofes, guerras, acidentes, maracutaias políticas, resultados dos esportes e fofocas. Não se interessam pelas coisas de Deus, por maiores que sejam.
Para captar a importância do florescimento dos lírios do nosso apartamento é necessária uma “sintonia fina” com os planos de Deus. Perdemos a sensibilidade necessária para vermos e valorizarmos cada fenômeno como parte de um maravilhoso plano elaborado por Deus.
“Olhai os lírios ...” (Mateus 6:28). Se fizermos isso da forma certa, podem se acabar nossas ansiedades, preocupações, nossos medos.
Devemos considerar ainda que a natureza é uma das formas de Deus se revelar a nós:
“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas.” (Romanos 1:20)
Eu consigo ver a eloquência de um vaso de lírios. E você?

segunda-feira, 5 de julho de 2010

ESCRITOR E PASTOR

Ser escritor e ser pastor são para mim atividades praticamente iguais: um ingresso no caos, na confusão das coisas, e depois o lento e misterioso trabalho de criar algo a partir da confusão, algo bom, algo abençoado – um poema, uma oração, uma conversa, um sermão, uma visão da graça, uma descoberta de amor, um modelo de virtudes. É o Yeshua dos fiéis hebreus, a soteria dos cristãos gregos. Salvação. O resgate pela criação e recriação da imagem de Deus. O ato de escrever não é literário, mas sim espiritual. E ser pastor não é administrar um negócio religioso, mas sim uma busca espiritual.
A oração, essa intensidade do espírito atento na presença de Deus, está no cerne das duas atividades: a do pastor e a do escritor. Quando escrevo, trabalho com palavras; atuando como pastor, trabalho com pessoas. Mas não são meras palavras e meras pessoas; são palavras e pessoas como portadoras do espírito/Espírito. No instante em que as palavras são usadas sem o espírito de oração e as pessoas são tratadas sem esse mesmo espírito, algo de essencial começa a se perder na vida.
(Eugene Peterson, Deus e Paixão . In Yancey, Philip. Muito mais que palavras)

VOCÊ ME AMA MESMO?

Nós visitávamos regularmente o pai do José Carlos, que chamamos de Zezinho. Ele e a mulher tinham AIDS e contaminaram o filho. Os pais morreram e o Zezinho ficou aos cuidados da avó. Hoje ele está com 16 anos. Por ser soropositivo, volta e meia ele fica internado. Entretanto, me deixou surpreso quando fiquei sabendo que ele estava internado na PSIQUIATRIA.
Fui visitá-lo sem saber o motivo de ele estar ali. Quando entrei naquela enfermaria, me informaram que ele estava dormindo mas que eu poderia, e deveria, acordá-lo pois ele dormia demais, talvez como uma fuga.
Os quartos da PSIQUIATRIA são desprovidos de qualquer coisa supérflua, só com uma cama e um criado-mudo. Acordei o Zezinho e ficamos conversando. Num certo momento ele apontou para o criado-mudo onde uma Bíblia estava aberta (isso mesmo, no Salmo 91) e me perguntou “Lembra quem me deu essa Bíblia?”. Claro que eu lembrava que fora eu quem lhe deu aquele exemplar quando ele ainda era criança.
Só fui saber o motivo daquela sua internação no dia seguinte: o José Carlos, de apenas 16 anos, está viciado em CRACK.
Quando eu soube, me passou pela cabeça que era uma forma lenta de fugir de seu mundo desestruturado, com um futuro sombrio e que lhe traria a morte, ou seja, uma forma de suicídio. Mas, e a Bíblia ali do lado? As Escrituras mesmo nos garantem que a felicidade superlativa e o prazer se encontram nas próprias Palavras de Deus:
“Felizes são aqueles que não se deixam levar pelos conselhos dos maus, que não seguem o exemplo dos que não querem saber de Deus e que não se juntam com os que zombam de tudo o que é sagrado! Pelo contrário, o prazer deles está na lei do SENHOR, e nessa lei eles meditam dia e noite.” (Salmos 1:1-2 NTLH)
A Bíblia para o Zezinho está ali, à disposição, mas ele escolheu o CRACK. Por que?
Veja esse outro trecho:
“Jesus e os seus discípulos continuaram a sua viagem e chegaram a um povoado. Ali uma mulher chamada Marta o recebeu na casa dela. Maria, a sua irmã, sentou-se aos pés do Senhor e ficou ouvindo o que ele ensinava. Marta estava ocupada com todo o trabalho da casa. Então chegou perto de Jesus e perguntou: —O senhor não se importa que a minha irmã me deixe sozinha com todo este trabalho? Mande que ela venha me ajudar. Aí o Senhor respondeu: —Marta, Marta, você está agitada e preocupada com muitas coisas, mas apenas uma é necessária! Maria escolheu a melhor de todas, e esta ninguém vai tomar dela.” (Lucas 10:38-42 NTLH)
Repare que Maria escolheu ficar ouvindo os ensinamentos de Jesus. Toda escolha implica numa perda. Se escolhermos a pior parte, é porque amamos mais aquilo que optamos ter.
Quando abro minhas mensagens eletrônicas, quero ver primeiro as que as pessoas que amo me enviaram, primeiro as da Denise, depois as da Cíntia e vai por aí. Isso porque as amo.
Por que o Zezinho não leu sua Bíblia? Por que nós não a lemos?
Quase posso ver Deus perguntando ao José Carlos e a cada um de nós: “VOCÊ ME AMA MESMO?”.

sábado, 3 de julho de 2010

UMA PEQUENA OBSERVAÇÃO

Acabada a Copa, nossas atenções voltam-se para a escolha daqueles que, junto com a FIFA, vão "governar"o nosso país por 4 anos. Ore por isso.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

NÃO TEM DESCULPA

Como já faz muito tempo que tomei conhecimento dessa história, os detalhes se perderam por aí. O essencial eu lembro: por graves problemas de saúde, uma senhora se viu presa, definitivamente, a uma cama. Não podia levantar para nada. Mas o que mais me impressionou é que essa mulher, que era cristã, não se deu por vencida: já que não podia sair da cama, desenvolveu um trabalho para servir a Deus ali mesmo, dentro do seu quarto.
Ela resolveu orar pelos outros. No começo ela perguntava a todos que por ali passassem quais eram seus “motivos de oração”, e se comprometia a interceder por eles. Com o tempo, as pessoas a procuravam pedindo que orasse por elas. Depois através de bilhetes ou cartas, o ministério foi crescendo, ela teve que anotar em um caderno os pedidos, pendurava listas nas paredes do quarto, teve que se organizar, e chegou a tal ponto que a maior parte do seu tempo era investido em oração.
Isso com certeza fez muita diferença na vida daqueles por quem ela orou e na vida dela mesma.
Não há impedimento para quem quer servir a Deus. Pode não ser o trabalho que gostaríamos de fazer, mas sempre podemos fazer algo. Orar, visitar um velhinho solitário que mora no nosso bairro, escrever cartas para os missionários, ajudar alguma criança nos estudos, arrumar a casa para uma senhora que se recupera de uma cirurgia, ensinar artesanato ou corte e costura, visitar doentes e muitas outras coisas, mas muitas mesmo.
“O próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10:45)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

QUANDO UM NÃO QUER, DOIS NÃO SE AMAM

Temos que considerar, primeiramente, que amar não é sentimento, mas sim ação e atitude, e portanto, resultado de uma decisão. É decidir satisfazer as necessidades (não meras vontades) do outro, contanto que não tenha que fazer algo que seja ilegal, imoral ou que faça mal ao alvo do nosso amor.
Acredito que todo e qualquer tipo de relacionamento, seja de amizade, erótico, familiar, social, emocional, profissional, eclesiástico ou espiritual, deve ser de amor. Até entre inimigos! Isso naturalmente tem implicações.
Pode acontecer de uma das pessoas não querer ter esse relacionamento e o outro o forçar. É um abuso, um “estupro”. Há amizades forçadas, há a violência física para se usar o outro como um objeto; famílias e instituições sociais (inclusive igrejas) também usam seu poder para forçar um relacionamento; ministros religiosos agem assim. Isso não é, de forma alguma, amor. Qualquer um que busca ser amado assim pode até obter o que quer, mas na primeira oportunidade real que aparecer, o que sofreu a violência vai fugir.
Pode acontecer, ainda, de aquele que não quer o relacionamento ceder com complacência, por condescendência. Aí acontece uma frieza frustrante, um enfado, o sedento de amor irritado com a desatenção do outro, com a falta de entusiasmo, e um desespero por não poder nem reclamar, pois no final das contas o outro acabou cedendo. Aí também não há amor.
O ideal divino é o amor com reciprocidade.
“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.” (Romanos 12:10)
“Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente,” (1 Pedro 1:22)
Mas observe que é possível amar genuína e corretamente sem ser amado, como Jesus fez.
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5:8)
Porém Ele sempre respeita e espera nossa resposta.
“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” (Apocalipse 3:20)