Se eu não me engano foi durante a Copa do Mundo de 1970, no México. Quando as câmeras de televisão focavam os torcedores nas arquibancadas, volta e meia aparecia algumas pessoas segurando uma faixa onde se podia ler “JOHN 3:16”.
João 3:16 é, com certeza, o versículo da Bíblia mais conhecido (e memorizado) de todos.
“Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)
Lembro-me que na época da Copa, ao ver aquele cartaz só com a referência bíblica, questionei a eficácia desse método de “evangelização”. Como saber o que era aquilo? Quem sabia o conteúdo do versículo não precisava ser evangelizado.
Hoje vejo esse verso de uma forma diferente. Confesso que por tê-lo memorizado e vê-lo muito citado, eu acabei “banalizando” a mensagem que o mesmo carrega.
Se pararmos para pensar bem, o que está escrito ali é um absurdo. Deus fazer seu Filho vir à Terra em forma humana para morrer por nossos pecados?! Isso é quase inacreditável, não é? Contudo é maravilhosamente verdadeiro.
Não sou digno desse amor, e é isso que faz essa iniciativa divina ser verdadeira. O verdadeiro amor não age baseado nos méritos do alvo desse mesmo amor. O verdadeiro amor quer o bem até do não amável.
Um amor assim, que não mede sacrifícios, é de enternecer. Como pude banalizá-lo?
Isso tudo implica em responsabilidades tão grandes, maravilhosas e verdadeiras quanto o que está em João 3:16.
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.” (1 João 3:16)
Pense em alguém que você tem dificuldade para amar. É isso mesmo que você está pensando, tem que amar essa pessoa.
“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” (Mateus 5:43-48)
Que grande desafio...
ResponderExcluirPenso que o amor por um lado é um sentimento, algo meio que natural, por outro lado ele também é um mandamento, algo que devemos nos esforçar, construir...
Por um lado tem a necessidade, que tem objeto (alimento, proteção...) e algum tipo de retorno (saciar a necessidade). Isso também faz parte do amor humano (Éros), amor "carência".
Por outro lado, existe o desejo, que não tem objeto, que é a força que nos move para frente. Com ele vem a vontade de Amar, de colocar para fora aquilo que vai nos completando e transbordando.
Amar então passa a ser uma atitude, de sempre querer bem a todos e a tudo, de querer dividir com todos essa sensação de "completude", por isso o nome "Ágape", que significa partilha, banquete...
Esse é o nosso grande desafio, crer que o Pai criador nos ama, como ama o Filho (e esse Amor é o Espírito) e que esse Amor pode superar todas as barreiras, inclusive entre o divino e o humano... creio que essa é a mensagem de Jo 3, 16.
Paz,
Fala Chicão!
ResponderExcluirEstou lendo o livro de Gênesis e agora lendo o seu texto vejo que sua reflexão vem de encontro a algo que não havia reparado anteriormente a respeito do Amor de Deus nesse livro.
Me refiro especificamente à história de Abraão e seu único filho Isaque quando Deus solicita que Abraão leve Isaque até ao monte e sacrifíque-o em um altar .... sempre achei difícil aceitar o fato de que Abraão iria realmente sacrificar o próprio filho conforme a instrução de Deus sem haver sequer alguma indicação da parte dele sobre o que aconteceria depois disso..... por isso sempre nutri a interpretação de que Abraão tinha tanta certeza sobre as promessas de Deus e de sua benevolência que para ele não era tão difícil obedecer àquela instrução (penso hoje que isto pode ser um pensamento um pouco imaturo muito embora coerente, pois afinal de contas não tenho filhos e muito menos para ponderar sobre sacrificá-los )....... mas o que me chamou a atenção desta vez foi o AMOR...... de Abraão para com Isaque e AMOR esse ainda maior para com Deus.
Certamente que Abraão cria em Deus e suas promessas e isso por si só é uma tremenda demonstração de fé, mas o AMOR, conforme o Apóstolo Paulo nos ensina, é ainda maior do que a fé ("Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor" 1 Cor. 13:13). Porque ao observar a história de Abraão não é difícil perceber que este foi justificado pela fé (“Abrão confiou no Senhor, e o Senhor lho imputou para justiça.” Gen 15:6) mas o que ainda havia percebido era a transformação de sua vida por meio do AMOR de Deus.
Pois ao considerar o AMOR de Abraão pelo único e tão esperado filho de sua mulher amada, o filho da promessa de benção eterna aos da sua linhagem e a todos os povos da terra, o filho que era o fruto de toda a sua peregrinação e a confirmação viva de todas as promessas que Deus havia feito, o filho que era a sua alegria, o filho da sua velhice....... foi que reparei o tamanho e o valor do que ele iria sacrificar naquele altar.
De Fato a única história similar a essa e ainda mais completa que encontrei na bíblia, foi a que vc usou na sua reflexão.
"Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16.
Um sacrifício como esse só é capaz de executar alguém que ama profundamente o que é sacrificado, mas com AMOR ainda maior por quem o esta sacrificando......
Concluo para mim neste caso que amar é abrir mão do que naturalmente amamos em favor de quem de fato queremos amar.
Valeu pelo texto! Aquele abraço!
Felipe
Olá Xyko! Quero deixar aqui um testemunho sobre esse verso Jo 3:16:
ResponderExcluirAcontece que quando eu me converti, e por alguns bons anos, eu tinha uma 'cisma' com o Senhor (na minha imaturidade espiritual) que era justamente o fato de Ele ter mandado seu Filho para sofrer tanto. Até que um dia eu comprei um livro de histórias bíblicas para crianças, da Casa Publicadora Brasileira(da Igr. Adventista), que eu havia havia comprado para meus filhos quando eles estudaram no Colégio Adventista de Campinas. Lá estva escrito assim: "...então Deus, que amava tanto o mundo, resolveu que ELE MESMO deveria vir até aqui para resolver o problema da separação entre Ele e o homem". Nem preciso falar como isso me aliviou, pois, no mistério da Trindade, Deus Pai e Deus Filho são, DE FATO, a mesma pessoa! E, na figura de um Filho, o sacrifício seria ainda maior (no meu entendimento humano da questão)! Glorifico a Deus por Ele ter me tirado a 'cisma' do coração! Ele nem precisaria ter-se dado ao trabalho, mas o fez. Louvado seja para sempre!!