Quando temos um primeiro contato com um paciente, ali no serviço de Capelania do HC-UNICAMP, fazemos algumas perguntas para “quebrar o gelo”. Em que cidade mora, se os parentes teem condições de vir visitá-lo, se está no hospital para fazer exames ou tratamento (nunca perguntamos diretamente o que a pessoa tem), qual seu estado civil, se frequenta alguma igreja. E conforme a conversa acontece, buscamos uma fresta que nos permita falar de Deus. Por exemplo, se o paciente diz algo como “graças a Deus”, já perguntamos se ele acredita em Deus e porque.
Não me lembro de nenhum desses casos, nem um que seja, o qual me respondeu não acreditar. Só que eles afirmam acreditar em Deus, mas na realidade acreditam em deus.
É mais fácil e vantajoso do que ser ateu. Se bem que essa postura de não crer no único Deus verdadeiro e glorificar um deus falso é uma forma de ateísmo. O ateu afirma que não há Deus (“Diz o insensato no seu coração: Não há Deus.” - Salmos 53:1a) enquanto que o adorador do deus com “d” minúsculo enche o peito e proclama: “Há sim! O meu deus”.
Nada mais fácil e conveniente do que acreditar que tenho um deus à minha disposição, pronto para me ajudar, proteger, dar o que peço e me servir. Um deus que até daria a vida por mim. E mais, um deus que não invade certas áreas da minha vida das quais EU quero ter controle absoluto. Esse deus até bate na porta querendo entrar; agora, se eu abro ou não, depende de qual porta ele bate. Umas eu abro, outras não.
“Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.” (Mateus 15:8)
É isso que nós fizemos com Deus. Digo nós porque os cristãos também vivem assim. Testemunhamos que cremos em Deus e idolatramos a deus.
Muito profundo...
ResponderExcluirPenso que o "caminho" para encontrar esse "Deus" passa pelos caminhos de "deus"...
Para mim esse caminho nunca termina.
Talvez quem sinceramente busque já esteja no "Caminho" que é Deus...
Paz,