quinta-feira, 1 de julho de 2010

QUANDO UM NÃO QUER, DOIS NÃO SE AMAM

Temos que considerar, primeiramente, que amar não é sentimento, mas sim ação e atitude, e portanto, resultado de uma decisão. É decidir satisfazer as necessidades (não meras vontades) do outro, contanto que não tenha que fazer algo que seja ilegal, imoral ou que faça mal ao alvo do nosso amor.
Acredito que todo e qualquer tipo de relacionamento, seja de amizade, erótico, familiar, social, emocional, profissional, eclesiástico ou espiritual, deve ser de amor. Até entre inimigos! Isso naturalmente tem implicações.
Pode acontecer de uma das pessoas não querer ter esse relacionamento e o outro o forçar. É um abuso, um “estupro”. Há amizades forçadas, há a violência física para se usar o outro como um objeto; famílias e instituições sociais (inclusive igrejas) também usam seu poder para forçar um relacionamento; ministros religiosos agem assim. Isso não é, de forma alguma, amor. Qualquer um que busca ser amado assim pode até obter o que quer, mas na primeira oportunidade real que aparecer, o que sofreu a violência vai fugir.
Pode acontecer, ainda, de aquele que não quer o relacionamento ceder com complacência, por condescendência. Aí acontece uma frieza frustrante, um enfado, o sedento de amor irritado com a desatenção do outro, com a falta de entusiasmo, e um desespero por não poder nem reclamar, pois no final das contas o outro acabou cedendo. Aí também não há amor.
O ideal divino é o amor com reciprocidade.
“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.” (Romanos 12:10)
“Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente,” (1 Pedro 1:22)
Mas observe que é possível amar genuína e corretamente sem ser amado, como Jesus fez.
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5:8)
Porém Ele sempre respeita e espera nossa resposta.
“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” (Apocalipse 3:20)

Um comentário:

  1. Talvez dê para fazer uma escala do amor:
    Primeiro o amor necessidade (Eros) do filho para a mãe.
    Depois o amor entre "iguais" (Philia), entre parentes e amigos.
    Só depois o Amor da plenitude (Ágape), este sim, atitude transbordante daqueles que fizeram a experiência de Deus e compreenderam que cada um dá daquilo que está cheio, ou por outro lado, ninguém dá aquilo que não tem...
    E quem experimenta o Amor de Deus compreende também que ele é liberdade absoluta.


    Paz,

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