segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

BOM SENSO

Estou devidamente recenseado. O rapaz veio em casa e fez um monte de perguntas, cujas respostas foram devidamente anotadas em um computador de mão.
Mas, talvez por pressa, aquele recenseador se esqueceu de perguntar coisas que, acredito eu, seriam mais importantes.
Por exemplo, ele não perguntou meu prato de comida predileto (se lanche, esfirra, se refeição, arroz, feijão e batatinha frita). Se tivesse perguntado mostraria um mínimo de interesse pela minha pessoa.
Outro exemplo do que ele não perguntou: se eu sou feliz. Enquanto comia com meus grandes amigos Venâncio e Luiz Fernando uma torta de palmito deliciosa, tentamos definir o que é ser feliz. Deu o que pensar e falar. Vou pensar em escrever algo sobre esse tema. Mas se aquele recenseador tivesse me perguntado isso, poderíamos tomar um café e batermos um bom papo.
Também não perguntou se amo ou se sou amado! Essa é uma informação fundamental sobre todos os seres humanos. Todo governo deveria se preocupar primordialmente com isso, para ajudar todo mundo. Principalmente nesse mundo em que as pessoas não sabem o que é o amor e consequentemente o que é amar.
Outras perguntas que aquele bem intencionado moço da estatística não fez: se eu desisto com facilidade das coisas ou se sou perseverante, se tenho algum medo, algum sonho, alguma vontade, se ainda torço para o GUARANI (sim, claro!), se prefiro o frio ou o calor, se ronco ao dormir, se gosto de ler (sim, e muito!) e qual meu autor predileto (Machado de Assis e Vitor Hugo).
E a pergunta mais importante de todas ele nem chegou perto de pronunciar:
“COMO ESTÁ O SEU RELACIONAMENTO COM DEUS?”.

Um comentário:

  1. Caríssimo,

    Quando ouço falar em bom senso lembro logo de uma reflexão que participei há algum tempo, onde fizemos a diferença entre bom senso e senso comum.
    Explico: às vezes ouvimos as pessoas dizerem que as coisas podem se resolver logo com "bom senso". Parece fácil, mas bom senso é muito raro, necessita de esforço, amadurecimento e muita reflexão. Muito poucas pessoas tem bom senso...
    O que todas as pessoas tem é senso comum, aquele conhecimento mínimo que acabamos aprendendo para viver superficial e comodamente em sociedade. É o pensamento vulgar baseado no conhecimento mínimo. Temos que superar o senso comum pois ele costuma ser ingênuo, acrítico, conservador e incoerente. É mais ou menos o nível do "Big Brother". Somente com muita reflexão e crítica vamos compreendendo nossas experiências vividas, nossos relacionamentos e alcançando algum grau de verdadeiro BOM SENSO.
    Interessante que a palavra CENSO tem a ver com dados estatísticos sobre populações, mas a palavra SENSO tem a ver com a capacidade de apreciar, de julgar, de sentir... sem dúvidas um bom senso necessita de muita sensibilidade e fineza, que certamente andarão juntas com a graça e a elegância.
    Certamente o CENSO que você respondeu estava mais para o SENSO COMUM...
    Talvez se o rapaz do CENSO comer uma bela torta de palmito ele aprimore sua sensibilidade e trabalhe com mais BOM SENSO...


    Muita Paz,


    PS - Muito bela sua nova foto com a Denise

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