segunda-feira, 8 de setembro de 2008

PEDAÇOS DA VIDA

Quem me contou isso foi a própria filha. Essa jovem senhora está passando por uma fase dificílima, tendo o pai na fase final de um câncer, tem a mãe que não sai do lado do marido, e ela mesma (a filha) sofre um problema físico que a impede de fazer as coisas e até de trabalhar.
Sua mãe, já bem idosa, em um dos raros passeios que a filha a convencera a fazer, comentou: “Ele não melhora nunca!”. “Mãe, ele NÃO vai melhorar, a senhora não sabe disso?”. Após pensar um pouco, aquela sofrida mulher respondeu, tirando as palavras com dificuldade para seu consciente: “Eu sei. Mas e eu, vou ficar sozinha?”. A filha lhe garantiu que não, e questionou: “A senhora não acha que é egoísmo segurá-lo aqui por mais tempo?”. A mãe concordou e ouviu atentamente a filha explicar o que eu lhe havia dito, que a morte é uma passagem, onde nós, os que ficamos, ajudamos e entregamos a pessoa que se vai, aos cuidados dos anjos que estão aguardando do outro lado, o qual é imensuravelmente melhor do que aqui. A morte é parte integrante de um processo que se chama vida.
Essa é a descrição de um pedaço de uma vida a dois que já dura, entre namoro, noivado e casamento, 65 anos. Dificílima essa separação. O que pode nos consolar é ter fé no fato de que Deus está conosco até quando passamos pelo “vale da sombra da morte”. Bunyan imaginou que é nesse vale que está um rio, que é uma figura da morte, o qual é o último obstáculo a ser transposto pelo peregrino Cristão.
“Se a nossa esperança em Cristo só vale para esta vida, nós somos as pessoas mais infelizes deste mundo. Mas a verdade é que Cristo foi ressuscitado, e isso é a garantia de que os que estão mortos também serão ressuscitados.” (1 Coríntios 15:19-20 NTLH)
“Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração.” (Eclesiastes 7:2 RA)

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