terça-feira, 19 de janeiro de 2010

ESTATÍSTICAS


Se eu não me engano, foi o historiador Bernard Shaw quem afirmou que um em cada um indivíduo vai morrer.
Muitos anos trabalhando no Ministério de Capelania Hospitalar me permitiu descobrir que a medicina é bem diferente do que eu imaginava. Nem pior nem melhor: diferente. Essa ciência, que não é exata, embora lance mão das que o são, tem muito de empírico. Cada pessoa é um caso, único. A medicina baseada em evidências (calcada nas estatísticas) é boa para os grandes laboratórios e firmas de convênios médicos, cujos interesses a maior parte das vezes é somente o lucro financeiro. A medicina tem muito de ARTE. Isso a torna muito mais bonita.
Não gosto de estatísticas. Elas são manipuláveis. Se tivermos duas pessoas e um frango assado, e uma das pessoas comer o frango sozinha, pode-se estatisticamente afirmar que tínhamos meio frango por pessoa; uma pessoa pode morrer em um rio cuja profundidade média for 15 cm., e por fim, se uma fábrica de sapatos só fabricar sapatos número 42 porque a maioria das pessoas calça esse tamanho, muitos terão calos. Transfere esses conceitos para a área da saúde.
Na nossa sociedade, que alguns já definem como pós-cristã, as pessoas já não são mais consideradas individualmente. Cada um só pensa em si. Depois pensa nas instituições. E os outros ...
Para mim é significativo a preocupação de Jesus em identificar a mulher que foi curada só em lhe tocar as vestes:
“Jesus, reconhecendo imediatamente que dele saíra poder, virando-se no meio da multidão, perguntou: Quem me tocou nas vestes? Responderam-lhe seus discípulos: Vês que a multidão te aperta e dizes: Quem me tocou? Ele, porém, olhava ao redor para ver quem fizera isto”. (Marcos 5:30-32)
À vista disso, como estão nossos valores?
E concluindo, o Instituto Internacional de Pesquisas Inacabadas divulgou que 8 entre 10 pessoas.

Um comentário:

  1. Caríssimo,

    Realmente existe hoje uma tendência muito forte nas ciências, inclusive na medicina, de lidar com números e estatísticas para a orientação de casos de pessoas doentes.
    Uma vez de posse de dados estatísticos, uma média do que ocorre com a maioria das pessoas, aplica-se um tratamento como se a pessoa fosse se comportar como a média. Ora, isso pode ou não acontecer...
    Esse tipo de forma de pensar é chamado em lógica de dedução: tenho uma regra de como se comporta a maioria, logo aceito (deduzo) que o caso em particular vai se compotar do mesmo modo.
    O jeito contrário de pensar é chamado de indução: parto de um caso em especial e aceito que todos vão se comportar do mesmo modo.
    Mais uma vez é o meio termo que deve dar a atitude justa...
    Também não gosto de estatísticas. Um velho professor meu dizia que elas são uma forma de torturar os números até que eles digam aquilo que queremos...


    Paz,

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