quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

UM PEDAÇO DE RIO EM CASA



Durante uns tempos tive aquário em casa. Para quase todo mundo que falo isso o comentário é sempre o mesmo: “Eu gosto de aquário, ficar olhando os peixinhos dá uma paz, uma tranquilidade ...”. Pode ser. Mas a minha maior motivação não era essa. O que me empolgava era escolher o tipo de peixe que eu teria, estudar seus hábitos, alimentação, seu habitat, tipo de solo, vegetação, o pH da água, temperatura, iluminação, enfim, é como se recortasse um pedaço do rio e o trouxesse para a minha sala.
Teve uma ocasião em que tive que providenciar uma tampa para o aquário, pois um peixe teimava em pular para fora. Várias vezes o achamos no piso frio pulando e arfando. Era colocá-lo novamente na água e ele pulava para fora teimosamente. Alguma coisa estava errada com o meio ambiente que criamos para ele. Desesperado, ele fugia.
Isso dá boas reflexões.
Primeiro podemos pensar no que temos feito com o nosso planeta. Quando eu era moço, as estações do ano eram bem caracterizadas pelo clima. Hoje me assusta tantas mudanças, e fico pensando que mundo vamos deixar para a próxima geração (para ter um raciocínio mais contundente, faça como eu, pense em seus netos).
Em segundo lugar, podemos pensar no seguinte trecho da Bíblia:
“Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados. Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.” (Romanos 8:17-23)
Sabe o que penso? Precisamos muito mais do que um aquário na sala para nos dar paz e tranquilidade, não é mesmo?

Um comentário:

  1. Para mim sua crônica faz muito sentido.
    Acredito que por mais que caprichemos e cuidemos de tudo, nunca vamos conseguir "prender" completamente a natureza. Veja o exemplo do seu peixinho, apesar de todo carinho e cuidado, ele insistia em buscar "novas águas", cumprir sua maior missão na natureza: evoluir...
    Quando refletimos sobre o verdadeiro significado da palavra perfeito, acho que fica um pouco mais claro. Perfeito significa acabado conforme um projeto, um objetivo (per - através e feito), aquilo que reune todas as qualidades esperadas, completo.
    Nesse sentido, só Deus mesmo seria perfeito.
    Os seres humanos (inclusive nossos filhos...), a natureza e até o peixinho do aquário, buscam evoluir e cumprirem sua missão nesse mundo: se perfazerem.
    Por isso não dá para tentarmos guardar a criação parada, estática por sua beleza (só em fotografias, mesmo assim elas acabam estragando com o passar do tempo).
    Mas não deixa de ser um bom hobby...


    Paz,

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