terça-feira, 11 de maio de 2010

A COBRA SÓ FICOU OLHANDO

Tudo começou com um fiapo minúsculo de pensamento. Se ele tivesse banido essa idéia da sua mente, não teria morrido. Não havia ninguém em casa. Esse pedacinho de pensamento consistiu em imaginar o prato de rabanetes saturnianos. Ele sabia que era proibido comer dessa iguaria de manhã, mas se tinha uma coisa que o fazia salivar de tanto que gostava, eram aquelas bolotas pequenas, verdes por fora e brancas por dentro.
Continuou fazendo o que estava fazendo e com isso se distraiu, mas não demorou muito e lá estava ele pensando nos “rabassatus” como eram chamados os rabanetes saturnianos. Só que dessa vez ele os imaginou já com o molho à base de manteiga e sal, que era a sua paixão gastronômica. Dessa vez não foi só um fiapo de idéia, mas um pensamento mais elaborado. Tentou continuar o que estava fazendo, mas o pensamento o atraia mais e mais.
Foi até a geladeira só para ver se tinha rabassatus, só para ver, imagine que ele iria comer uma coisa proibida! E se podia comer à noite por que teria que esperar até lá? Mas ele só i ver se tinha. Quando abriu a geladeira, lá no fundo, atrás das frutas, havia um prato cheio de rabanetes saturnianos! E com molho de manteiga e sal!! Sem perceber (ou será que percebeu?) ele puxou o prato para a frente e empurrou as frutas para o fundo.
Fechou a porta da geladeira e começou a pôr os talheres, guardanapo, tudo na mesa, racionalizando que deixaria as coisa já adiantadas para o jantar.
Mas não deu 10 minutos e lá estava ele comendo os rabassatus, e ainda se lambuzando com o molho.
Quando acabou, ou melhor, quando parou de comer, pois não teve vontade de comer tudo, sentiu uma frustração inesperada. Embora a comida estivesse perfeita, sua expectativa tinha sido maior. E ainda havia aquela incômoda sensação de culpa.
Quando tirou o prato e os talheres para lavá-los na pia, viu que teria que limpar também a mesa. Depois de deixar tudo arrumado ele foi para a sala. Só que ele não viu que ficou uma mancha de molho no chão.
“Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Não vos enganeis, meus amados irmãos.” (Tiago 1:13-16)
Agora pensa e responda: qual é seu prato predileto?

2 comentários:

  1. As vezes, já estamos tão acostumados a justificar o "nosso pecado"de estimação ,que nossa cosciência nem pesa mais, e a gente contiua comendo, mesmo sabendo que nos faz mal, ou que não é a hora de comer.Ciça.

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  2. Caríssimo,

    A grande lição que tirei de sua história é que precisamos cada vez conhecermo-nos mais, pois, realmente, nosso prato predileto nos "provoca o tempo todo. Nossa fraqueza está dentro de nós...


    Paz,

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