Os fariseus defendiam com tanto afinco a pureza e a obediência da Lei que se esqueceram do próprio Deus! Os fariseus de hoje em dia (sim, eles existem) defendem tanto a “sã doutrina” que também se esquecem de Deus.
Eu tenho raiva dos fariseus por causa dos meus momentos de farisaísmo. Ou seja, vejo neles refletido o meu defeito.
Mais uma vez vou me referir à influência que Brian McLaren tem exercido no meu pensar. Esse autor, em um de seus livros, me ensinou que é bom ser fundamentalista. Defender pontos fundamentais da nossa crença é saudável, mas somente dois:
“Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.” (Mateus 22:37-40)
É de enorme importância frisar que a defesa dos pontos fundamentais não pode se transformar num fim em si mesmo, ou a razão prioritária da nossa vida espiritual. Digo isso porque já vi que qualquer ataque a essa inversão de valores é tido como um ataque ao próprio evangelho. Isso me deixa indignado, pois não é isso.
Como se defende tais fundamentos do cristianismo? Vivendo-os. Ou seja, amando.
Mas isso não impede de forma alguma que continuemos estudando com afinco a nossa Bíblia.
“Haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos”. (2 Timóteo 4:3)
P.S.: Devo muitas das idéias que abordamos agora ao Klaus Sebastian Weiss Santos, enorme amigo, as quais ele literalmente despejou em minha mente em uma das muito proveitosas conversas que levamos ali em frente do HC-UNICAMP, enquanto espero a Denise ir me buscar.
Vivemos hoje um tempo no qual somente interessam as aparências... não é preciso ser rico, basta parecer rico, não precisa ser jovem basta parecer ser jovem e assim por diante.
ResponderExcluirVivemos hoje o NEO-FARISAÍSMO, inclusive na religião e na moral.
Hoje fala-se muito da "Ética da Estética de Si Mesmo", ou seja, vou parecer ser bonzinho porque isso é bacana e bonito, posso até tirar algum proveito dessa postura...
Se por um lado existe o fundamentalismo intolerante (pleonasmo?), o cordeiro em pele de lobo, por outro existe o tipo bonzinho, o lobo em pele de cordeiro...
Como você mesmo disse, Caro Xyko, qual das situações nós nos identificamos? Ou eventualmente transitamos pelas duas? Ou ainda ficaremos apontando nos outros o erro que temos em nós e expiando nossas culpas... olhando o cisco no olho dos outros e não vendo a trave que está no nosso próprio (Mt 7, 1-5).
Realmente essa meditação dá muito o que pensar e até incomoda bastante...
Muita Paz,
PS - apesar do barulho que esta meditação provocou...