Há mais coisas para se falar sobre a calotanásia.
Meditando mais sobre isso e trocando idéias com algumas pessoas, lembrei que nem sempre uma vida bem vivida leva a uma bela morte. E há casos de vidas muito ruins que terminam de uma forma extremamente bonita.
Veja 2 exemplos. O primeiro é o caso, real, de um homem com 60 e tantos anos que a vida inteira foi um ótimo marido, ótimo pai, cristão firme, ótimo professor da Escola Bíblica Dominical da sua Igreja, honesto, enfim, uma vida exemplar. No último ano de sua vida conheceu uma mulher de 50 e poucos anos, apaixonaram-se e tornaram-se amantes. Descobertos, ele cometeu o suicídio. O outro exemplo é o do ladrão que estava crucificado ao lado de Jesus, e que ali se converteu.
Antes de prosseguirmos, quero colocar algumas poucas linhas escritas pelo Venâncio, assíduo comentarista desse Blog (posso usar, Doutor?), pois foi ele que me ensinou o que é calotanásia: “Calotanásia é o conceito que introduz uma estética da morte na tentativa de torná-la mais aceitável. A morte, cercada de circunstâncias que a tornam nobre, muito mais do que boa, passa a ser bela. A estética é a reflexão das experiências sensíveis baseada em critérios morais (o verdadeiro), éticos (o bem) e sensoriais (o belo). Harmonia, coerência, simetria...”.
Em outras palavras, calotanásia é a morte com um sentido valoroso. Veja esses versículos (obrigado Célia por me lembrar desse trecho):
“Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.” (2 Timóteo 4:6-8)
Aí me passou pela cabeça a seguinte questão: então o importante é o final, é como terminamos a nossa vida?
A única resposta que consegui para essa pergunta foi lembrar que Deus é misericordioso, gracioso e amoroso. Tanto na vida inteira como “na hora da nossa morte, amém”.
Caríssimo,
ResponderExcluirPenso que cada pessoa é um mistério inigualável, assim como o momento de sua morte. Temos vários critérios de julgamento do que seja uma vida correta, uma postura de bem, uma vida boa ou bela, mas o que ocorre realmente no fundo do coração de cada um, aquele lugar insondável onde nos colocamos realmente diante de Deus, o que ocorre ali, principalmente no momento da nossa morte, ah, isso é só com Deus e cada um...
Nós julgamos conforme as aparências... Deus não julga, Ele conhece a Verdade de cada um.
O certo e o errado, a moralidade, pode até variar de tempos em tempos, de lugar para lugar, mas a vontade de fazer a coisa certa (e isso é ética), a coerência diária com aquilo que se acredita, isso não muda.
O conhecimento verdadeiro dessa intenção somente a Deus pertence...
Paz,