terça-feira, 18 de maio de 2010

UMA VIDA BEM MORRIDA

A Bruna, que tinha 9 anos na época, estava deitada em uma maca com gesso em toda uma perna, o qual ia até a cintura. Ali, em uma das saídas do HC-UNICAMP, eu lhe fazia companhia enquanto a mãe dela marcava o retorno para consulta. Eu tive pouco mais de 2 meses de convivência diária com as duas enquanto a menina fazia o tratamento que incluiu uma cirurgia. Naquele dia ela ia para casa.
De repente, 2 carros e 1 camburão da polícia fecham a rua e deles descem muitos policiais fortemente armados. De dentro do hospital outros policiais saíram conduzindo um presidiário com algemas, correntes e a característica roupa cor-de-abóbora. Instintivamente me coloquei entre o grupo que passava e a Bruna. Ela reclamou para eu deixá-la ver; tirei um pouco a cabeça da frente mas não saí da frente, até que todos, inclusive aquele que depois fiquei sabendo ser um perigoso traficante, entraram nas viaturas e foram embora.
Depois que tudo voltou ao normal a Bruna perguntou: “Por que você se colocou na minha frente?”, e eu respondi que ela sabia que era para protegê-la.
“Você morreria por mim, Chico?, “É claro que sim!”, “Por que?”, “Porque Cristo, por amor, morreu por mim; eu a amo e morreria por você”. Ela se converteu naquele momento.
Estou dizendo isso para dizer que dar a vida física, biológica, é relativamente fácil. Muitos, sem pestanejar, se arriscariam para, por exemplo, salvar uma criança.
“Poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer”. (Rom 5:7b)
Se pensarmos bem vamos concluir que difícil é abrir mão da “vida” no sentido de “razão de viver”. Listei somente algumas dessas razões: dinheiro, emprego ou profissão, uma outra pessoa (cônjuge, filho, artista, etc ...), auto-imagem e muitas outras coisas.
Ao meditar sobre essas coisas fiquei pensando em qual é a minha razão de viver. Para responder, vou me apropriar de algumas palavras de Paulo: “Para mim o viver é Cristo” (Flp 1:21).
Mas quem é Jesus para mim? Sempre que lanço essa pergunta a não cristãos, quase sempre eles dizem “Ele é tudo para mim”, ou “Sem Ele eu não seria nada”. Pelo contexto de vida deles dá para perceber que são palavras totalmente vazias.
Voltando à questão: quem é Jesus para mim?
Primeiramente Ele é o Cristo, o Messias, o próprio Deus que se fez homem.
Ele é o meu Salvador, que morreu na cruz em meu lugar para pagar pelos meus pecados.
E por fim, Ele é o meu Senhor, a quem sigo para serví-lo.
Os Evangelhos são os livros da Bíblia que eu mais gosto. Eles me mostram Jesus. Quanto mais eu O conheço, mais Ele se torna minha razão de viver, a única pela qual eu até morreria fisicamente se fosse preciso e da qual não abriria mão.
Eu sou um apaixonado por Jesus Cristo!

Um comentário:

  1. Caríssimo,

    Gosto de pensar que o ser humano desenvolveu-se tanto com a evolução que é o animal que mais precisa ser cuidado depois que nasce, e por mais tempo. Não é como por exemplo a girafa, que já começa a correr do leão minutos após o nascimento. Cada ser humano nasce, portanto, se considerando o centro do universo, já que depende totalmente dos pais, e conforme vai crescendo e tomando consciência de sua existência, vai tendo que deixar esse narcisismo de lado, pois a vida vai mostrando o contrário para ele. Como nós somos livres, e essa é a diferença fundamental com os outros animais, temos que escolher entre pensar só em nós mesmos (egoísmo) e começar a pensar nos outros (altruísmo) senão quando chegar a nossa vez de sermos pais, não cuidaremos dos nossos filhos e a espécie acaba.
    Mais que isso, é a cooperação que promove a evolução do cosmos, é só pensar: se as moléculas mais simples não "entrassem em acordo" entre si, não haveria moléculas mais complexas, sem essas moléculas mais complexas, não haveria seres vivos, sem seres vivos não haveria o ser humano e assim por diante. A competição tem lugar na natureza em algumas situações e até favorece a evolução, mas é a cooperação que mantem a vida no universo.
    Portanto, dentro de nós (e só no ser humano que é livre) há dois princípios: o egoísmo, o individualismo, a solidão e o ódio, e o altruísmo, a solidariedade, a compaixão e o Amor. Precisa haver um pouco de evolução pessoal para entender isso (maturidade) e a livre escolha pelo lado luminoso é que representa a conversão para Cristo, que é AMOR...
    O respeito pela VIDA acima de tudo (minha e de todos) é que faz o verdadeiro cristão chegar ao sacrifício da própria em determinada situação. Foi isso que Ele nos ensinou...


    Paz,

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