“Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?” (João 5:5-6)
De pronto, na primeira vez que li esses versículos, eu pensei que essa era uma pergunta sem cabimento. “É claro que ele queria ser curado!” foi o que raciocinei precipitadamente. Pensando mais acuradamente, descobri 3 outras respostas lógicas que poderiam ser dadas em lugar de um simples sim.
Primeira: NÃO QUERO SER CURADO. Pode parecer loucura, mas tem gente que NÃO quer ser curado! Um amigo meu, dermatologista, certa vez se ofereceu para curar a ferida que havia na perna de um pedinte de rua, e o cara não quis. Alegou que aquele mal era seu ganha-pão. Outro caso: um velhinho pediu para o médico do HC-UNICAMP não lhe dar alta, pois ali ele tinha com quem conversar e quem lhe desse atenção, coisas que seus filhos, noras e netos não lhe proporcionavam em casa.
Segunda resposta: EU SÓ QUERO A CURA, NADA MAIS. Por mais incrível que possa parecer, é assim que muitos se relacionam com Deus. Fazem de Deus algo que mistura um gênio da lâmpada com Papai Noel. Está cheio disso por aí. Um deus que só serviria, se existisse, para a conveniência do homem.
Última resposta: EU NÃO PRECISO DE CURA. Algumas pessoas não reconhecem seus erros, falhas e limitações. As pessoas que nunca param para pedir informações de um determinado endereço é porque acham que reconhecendo um erro estariam declarando que são totalmente imprestáveis. Difícil é lidar e conviver com pessoas assim, pois nada menos do que a perfeição é o que elas exigem para si mesmas e para os outros.
Termino lembrando que precisamos diariamente de cura. Sempre há uma coisa ou outra para a qual devemos reconhecer para Deus, sem determinar nada, que precisamos de Seu infinito poder para sermos curados.
Pois é,
ResponderExcluirA causa de algumas pessoas não quererem ser curadas é o que chamamos de "ganho secundário" que a situação de doença pode trazer...
A sensação de receber mais atenção dos outros quando se está doente é a causa desse não desejo de cura.
Já o simbolismo do número trinta e oito da história é motivo de polêmica. A explicação mais interessante seria a indicação do extremo zelo com a Lei: para os judeus quarenta é o número do sofrimento, da penitência, e uma pena muito comum era ser submetido a quarenta chibatadas. Para evitar qualquer "injustiça" o algoz aplicava quarenta menos uma chibatadas e, eventualmente, quarenta menos duas, para cuidar o máximo que a justiça fosse feita...
A cena da cura do enfermo subentende que sua doença era um castigo por alguma desobediência à Lei dos judeus e por isso ninguém o ajudava a entrar na água...
Paz,