segunda-feira, 31 de maio de 2010

MEU DESEQUILÍBRIO INTERIOR

Lembra do equilibrista de pratos dos circos? Primeiro ele gira um prato equilibrando-o em uma vara; depois um segundo prato, um terceiro, e muitos outros, talvez uns 20, sei lá. Quando os primeiros vão parando de girar e vão cair, o público grita, então ele corre e com a vara dá o impulso necessário. E assim ele fica correndo de um lado para o outro, equilibrando tudo.
Às vezes eu me sinto como um desses equilibristas. E meus pratos são somente cinco: meu crer, meu querer, meu pensar, meu falar e meu agir. O equilíbrio é manter a coerência entre esses 5 pontos. Por exemplo: posso ter um discurso que garante que eu não sou preconceituoso, mas posso ter algumas ações discriminatórias. Ou então, posso crer que o adultério é pecado e ter vontade de adulterar. E vai por aí adiante.
Você tem equilíbrio nesses pontos? Ou vive como eu, em constante tensão?
Note a experiência de Paulo:
“Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.” (Romanos 7:14-25)
O próprio Jesus, enquanto vivia entre nós na forma humana, sentiu algo parecido:
“Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres.” (Mateus 26:39)

3 comentários:

  1. Caro Xyko,

    Gosto de acreditar que uma grande contribuição introduzida pelo cristianismo é o conceito de intenção.
    O verdadeiro conceito de certo (ou o Bem) e errado (ou o Mal) talvez nunca nos seja alcançável, mas o que podemos garantir apesar de nossa condição humana falível, é o esforço de sempre querermos fazer aquilo que entendemos no fundo do nosso coração como correto.
    A Lei ajuda, mas não resolve. O próprio Jesus nos ensinou a transcender a moralidade rígida da Lei, Ele nos ensinou a Ética do Amor... e ética é intenção, atitude, postura, disposição constante para fazer o "Bem".

    Paz,

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  2. Olá, meninos!

    Pegando a linha do Venâncio... ética sendo intenção e disposição, me incomoda este texto de Paulo.
    Fazer o bem ou o mal está ao alcance da minha liberdade e decisão. Quando digo que o mal habita minha carne, o que eu faço com o Espírito Santo que habita em mim? Coloco-o onde?
    Não somos o templo do Espírito Santo?
    "O querer fazer o bem está em mim, mas não o efetuá-lo."
    Pois eu acho que o efetuar está em mim, sim. Entendo o que Paulo quer dizer quanto a que somente Jesus Cristo pode nos livrar do pecado. Mas também aí está minha liberdade em aceitá-lo e deixá-lo agir, pelo Espírito Santo.
    O texto dá margem para uma interpretação hipócrita, se eu quiser, de que não sou senhora de minhas ações, é o pecado que me comanda.
    Quem disse que é fácil manter o equilíbrio entre nossos pratos?
    Mas sempre será a minha vontade em equilibrá-los que fará com que minha mão tente isso, e claro, contando com o Espírito Santo de Deus a me incentivar e fortalecer.
    Sem Ele, nem toda a produção de Pedreira dará conta dos pratos quebrados!!

    beijos

    Célia

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  3. Enquanto estivermos "do lado de cá", não temos como escapar dessa luta entre querer fazer o que é certo e fazê-lo de fato. Nossa natureza corrupta tende sempre para o mal. Isso não significa que não sou responsável pelas minhas escolhas. Deus diz em Dt 30.15 que Ele coloca diante de nós o bem e o mal, cabe a nós fazermos a escolha e arcarmos com as consequências. Agostinho tem uma frase que ilustra bem essa luta entre saber o que é certo mas escolher não fazer. Ele disse "faze-me puro, mas não agora". Na verdade, essa questão da responsabilidade dá assunto para um tratado teológico (o que tem acontecido)pois envolve a questão do livre arbítrio (bastante polêmica, por sinal).

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