Acompanhei por um certo tempo uma senhora, cristã, cujo marido estava internado no HC-UNICAMP. O que aconteceu com eles foi o seguinte: há alguns anos ele a trocou por outra mulher mais jovem, deixando seus quatro filhos para ela criar sozinha, coisa que ela fez com muito amor e muitíssimo sacrifício.
Passado um tempo ele adoeceu e, sem poder trabalhar, ficou, além de doente, em sérias dificuldades financeiras. A ex-amante e companheira o abandonou. Os filhos o acharam em casa, com a saúde em péssimo estado, sem poder se cuidar e nem mesmo se alimentar (quando eles foram vê-lo, havia 2 dias que ele não comia).
Os filhos procuraram a mãe e impuseram que ela o recebesse de volta e cuidasse dele, sob pena de ela não ver mais os netos! Segundo essa senhora, por amor aos netos e por obediência a Deus ela o perdoou e dele cuidou até que ele morreu. Tenho cá minhas dúvidas se a motivação foi essa mesmo, pois na imposição dos filhos ficou implícita a ameaça de um corte no relacionamento com os próprios filhos e a consequente velhice desamparada e solitária. Essa mulher não teve escolha.
Diz o ditado que errar é humano e perdoar é divino. É verdade. Uma ofensa grande não se perdoa de uma hora para outra. Exige tempo. É necessário que o ofendido amadureça. Que ele entenda profundamente a graça e a misericórdia. Por exemplo, como um pai vai perdoar prontamente o assassino de sua filha?
Jesus Cristo foi divino no momento registrado no seguinte versículo bíblico:
“Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes.” (Lucas 23:34)
Estevão, quando ocorrer seu martírio teve atitude semelhante:
“E apedrejavam Estêvão, que invocava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito! Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu.” (Atos 7:59-60)
Não percamos de vista a ordem de Deus:
“Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;” (Colossenses 3:13)
Aprendi certa feita que muitas vezes estamos na posição de ofendidos e ficamos remoendo a mágoa e, em contrapartida, o ofensor vive descontraidamente sem lembrar do ocorrido. É só o perdão que nos restitui a alegria.
PARA REFLETIR:
“Quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas.” (Marcos 11:25)
“Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados;” (Lucas 6:37)
Caro Xyko,
ResponderExcluirEsse caso mostra bem o "mundo cão" no qual vivemos...
Espero que a mulher realmente tenha alcançado a "graça" do perdão, pois assim pelo menos seu trabalho teria ficado mais suportável.
Dá para refletir também sobre a atitude dos filhos, que cruelmente a forçaram com ameaças...
Realmente dá muito o que pensar.
Paz,