sexta-feira, 29 de agosto de 2008

PELO QUE VOCÊ QUER QUE EU ORE?

É muito comum as pessoas lá no hospital pedirem para que eu ore por elas. Eu digo que o farei com alegria mas quero antes saber se a pessoa já orou. Muitos acham que a oração de um pastor é mais poderosa, então procuro consertar esse equívoco sem me furtar de falar com Deus junto com essas pessoas. Isso me proporciona experiências incríveis.
Certo dia eu perguntei a uma paciente, que estava em estado terminal devido a um câncer bem avançado, pelo que ela gostaria que eu pedisse a Deus junto com ela. “Não quero pedir nada, pastor, só agradecer” foi sua resposta. Diante da minha expressão de admiração, ela continuou: “Eu tenho a salvação em Cristo, tenho parentes e amigos que me amam, tenho esse hospital onde posso me cuidar e onde todos me tratam maravilhosamente bem, e tenho o senhor que está me acompanhando e me preparando para morrer; dentro em breve estarei frente a frente com o meu Deus. Não há mais nada que eu queira”.
“Tudo o que Deus criou é bom, e, portanto, nada deve ser rejeitado. Que tudo seja recebido com uma oração de agradecimento” (1 Timóteo 4:4 NTLH)

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

NÃO PRECISA FALAR NADA

Certa vez perguntaram à Madre Tereza de Calcutá como ela rezava. Ela disse que se punha diante de Deus e não dizia nada. Após essa resposta estranha seu interlocutor perguntou o que Deus fazia ou dizia nesses momentos. Sua resposta: “Nada”.
Quando ouvi um irmão contando esse episódio, na hora não pude meditar nisso porque aquele rapaz já fez seu próprio comentário: “Como podem duas pessoas conversarem sem falar nada?!”
Claro que é possível. Dois enamorados sabem que há muita comunicação quando ficam “horas” só se olhando com olhos apaixonados.
E não é só entre namorados que isso acontece. A linguagem não verbal é usada por todos, consciente ou inconscientemente. Amigos, inimigos, colegas, pais e filhos, todos enfim.
Mas, e espiritualmente?
“E Jesus, fitando-o, o amou ...” (Marcos 10:21)
Mas, e com Deus Pai, que é espírito?
É uma comunicação espiritual.
“Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:24)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

COMO CONQUISTAR UMA GAROTA


Vou falar novamente da Ana Júlia (a Tchu-tchu). Ela hoje tem 1 ano e 3 meses.
Assim que ela nasceu surgiu em meu coração uma ternura muito grande por ela, e por essa razão eu queria a todo custo que ela fosse minha amiguinha e gostasse de mim.
Só que eu tinha uma enorme dificuldade: enquanto as pessoas podiam pegá-la no colo, sentar no chão, e fazer outras coisas para criar relacionamento com a Tchu-tchu, eu não podia devido à minha cadeira-de-rodas.
Bem, vendo isso eu orei e pedi a Deus que, de alguma forma, eu pudesse me aproximar dela. E esperei. Certo dia tive a idéia de levá-la para passear de pé na parte de trás da cadeira motorizada. Ela adorou!!!!!!!! Foi o primeiro de muitos passeios. Por causa da cadeira hoje somos amiguinhos.
Nesse domingo, após o culto, ela estava no colo da vó dela, e quando me viu lá longe, deu um pulo, gritou um “Ah” junto com uma risada deliciosa e ficou me chamando com aquelas mãozinhas lindas!
Deus usa nossas “fraquezas” para o nosso bem.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

PENSE NISSO 44


Hoje pode ser o dia da sua morte.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

NÃO VÃO ESTAR SÓ ELES NO CÉU

Os médicos me chamaram para ir à enfermaria de doenças infectocontagiosas a fim de acompanhar a morte de um paciente soropositivo. Ele tinha 29 anos, era casado e eu vinha acompanhando o seu caso desde a sua internação, uns 4 meses antes.
Quando o conheci junto da sua mulher, eles estavam afastados da igreja Congregação Cristã do Brasil. Através de muitas conversas conseguí convencê-los a voltar para a sua igreja. Reconciliaram-se e só não freqüentavam os cultos porque ele estava internado. Os irmãos daquela denominação vinham visitá-los de vez em quando.
Mas nós, quase todo dia, conversávamos sobre Deus. Não orávamos pois eles só oram entre eles. Na realidade eles nem me consideravam um cristão, só eles é que, segundo sua doutrina, são salvos!
Quando entrei no quarto já estavam ali os médicos e as enfermeiras dando a última assistência ao rapaz. Foi uma das cenas mais impressionantes que já vi. Um dos médicos se vira e me diz: “- Pastor, o senhor vai ser mais útil se fizer companhia à mulher dele que está na sala de espera”. Só então é que percebi que ela não estava ali.
Fui encontrá-la. Quando me viu ela perguntou “Você esteve no quarto?”. Respondi com a cabeça que sim. Ela continuou: “Está feio, né?”. De novo confirmei com a cabeça e, sem pensar direito perguntei se ela queria orar. Aquela jovem senhora, mesmo naquele momento dramático, me disse que não podia, pois a sua igreja não permitia.
Ela, chorando, segurou a minha mão e assim ficamos até que, uma meia hora mais tarde, o médico veio dizer que tudo tinha terminado.
Eu vou me encontrar com eles lá no céu!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

BUSCAR E PARAR

Há uma música evangélica que diz que Deus está no silêncio. Isso é verdade.
Já escrevi e ensinei em diversas ocasiões que primeiro devemos calar as “vozes exteriores” (pessoas, TV, aparelho de som, computador, etc ...), depois precisamos calar as “vozes interiores” (preciso comprar ovos, tenho que telefonar para fulano, tenho reunião daqui a pouco, etc ...).
Mas agora aprendi que o silêncio espiritual é um passo a mais, uma experiência sobrenatural, de se ouvir a Deus. Para termos isso precisamos buscar a Deus, e buscar, nesse sentido, não é fazer coisas tais como ler a Bíblia, ir ao culto, ou outras atividades. Buscar a Deus é parar. Parar e deixar Deus falar.
Uma observação se faz necessária quanto a esse negócio de Deus falar conosco. Não estou me referindo ao que alguém bem definiu como “profetada” (algo parecido com o rapaz dizer a uma moça que Deus disse para ela se casar com ele!).
O que estou dizendo tem que ter dois critérios: primeiro, o que Deus fala é através das Escrituras, ou nos trazendo à mente um princípio bíblico a ser vivido, ou o entendimento de um trecho da Bíblia, ou uma palavra de conforto, e outras coisas assim. E em segundo, a mensagem é estritamente pessoal, não se aplica a outras pessoas.
“Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mateus 6:6)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

NÃO MAIS EU

Um pastor, conceituadíssimo pregador, em um momento de descontração fraternal, compartilhou comigo um teste que ele aplicou em vários membros da sua própria Igreja. Querendo melhorar o seu desempenho ao ministrar os sermões ele perguntou a suas ovelhas se eles se lembravam do que ele havia pregado há um ano atrás. Ninguém lembrava. Nada. Claro que ele ficou frustrado.
Tentei lhe explicar que as pessoas não precisam saber quem pregou e quando pregou. Precisam ter no coração o que foi pregado. E só. Não adiantou. Ele quer ser lembrado.
Precisamos disso? Creio que não.
Gastamos muito tempo, dinheiro e energia construindo nossa imagem (inevitavelmente irreal) diante dos outros. Pensando bem, até enganando a nós mesmos!
Deus nos conhece mais do que nós mesmos e nos ama do jeito que somos. Pare agora mesmo e diga a si mesmo: “Deus me ama”. Não é gostoso lembrar disso?
O importante ao servirmos a Deus é fazermos a obra, não promover o obreiro, seja pregando, fazendo faxina no prédio da igreja, educando um filho, ajudando aos necessitados, trabalhando em uma firma, e por aí afora.
“Por esse motivo, eu me ajoelho diante do Pai, de quem todas as famílias no céu e na terra recebem o seu verdadeiro nome. E peço a Deus que, da riqueza da sua glória, ele, por meio do seu Espírito, dê a vocês poder para que sejam espiritualmente fortes. Peço também que, por meio da fé, Cristo viva no coração de vocês. E oro para que vocês tenham raízes e alicerces no amor, para que assim, junto com todo o povo de Deus, vocês possam compreender o amor de Cristo em toda a sua largura, comprimento, altura e profundidade. Sim, embora seja impossível conhecê-lo perfeitamente, peço que vocês venham a conhecê-lo, para que assim Deus encha completamente o ser de vocês com a sua natureza. E agora, que a glória seja dada a Deus, o qual, por meio do seu poder que age em nós, pode fazer muito mais do que nós pedimos ou até pensamos! Glória a Deus por meio da Igreja e por meio de Cristo Jesus, por todos os tempos e para todo o sempre! Amém!” (Efésios 3:14-21 NTLH)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

PENSE NISSO 43


Às vezes, para nos curar de algumas coisas, Deus usa a doença.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

ARQUITETURA DOS RELACIONAMENTOS

Se nós repararmos bem, "a gente" não se fala mais.
Antigamente as casas tinham varandas enormes onde as famílias se reuniam para conversar e estar juntos. Havia também a sala de visitas, hoje substituída por uma edícula com churrasqueira, só usada quando há visitas. A cozinha também servia para a família conviver, já que as mesmas (cozinha e família) eram grandes. A cozinha era aconchegante e todos comiam as refeições juntos ali.
Já não há mais varandas nem sala de visitas. Há a sala de televisão, que tende a desaparecer, pois os aparelhos de TV estão indo para os quartos. Cada um tem que ter o seu. Dá para calcular o prejuízo que essa mudança nos hábitos causa nos relacionamentos interpessoais.
Vejamos os casados, por exemplo: os poucos momentos de intimidade física, emocional e de conversas no quarto, pode ser atrapalhado porque acabou a propaganda e recomeçou o programa ou a novela. Isso sem falar nos filhos que pegaram o prato de comida na pequena cozinha e foram comer cada um no seu quarto, na frente da TV ou do computador. Logo, logo os pais vão desejar boa noite para os filhos por e-mail.
Com isso nós não sabemos mais conversar. É possível perceber isso lá no HC-UNICAMP, onde fazemos o trabalho de Capelania hospitalar. As pessoas que cercam o paciente, seja da equipe de saúde, ou parentes, amigos ou quaisquer outros, não sabem exatamente o que falar para aquele que padece, e muito menos ouvi-lo! Parece que existem paredes de alvenaria que os rodeiam, e quando percebem que elas não existem, constroem "muros" de outro tipo, tais como "Tenho que sair para telefonar", lugares-comuns, representações quase que teatrais ou mesmo um sumiço como por mágica!!!!
Note: às vezes, ou quase sempre, aquela é a hora em que a pessoa mais precisa conversar!
Se nós não sabemos mais nos relacionar uns com os outros, também não o sabemos com Deus! Esse princípio está bem colocado no seguinte versículo:
Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê (1 João 4:20 RA).
Isso é coisa séria!
Gostaria de conversar sobre isso com vocês. Mesmo que seja pela INTERNET.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

PENSE NISSO 42


Se você não é feliz com o que tem ou com o que faz, não adianta mudar para conquistar a felicidade porque isso não resolve. A felicidade não está no que temos ou fazemos.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

COMO TER ALEGRIA EM CRISTO?

Uma jovem senhora me procurou. Seu pai, que é convertido, está em estado terminal. Ela queria saber como nos alegrarmos ao passarmos por provações, conforme nos está ordenado em Tiago 1:2. É claro que é um momento doloroso na vida dela, por isso a dúvida.
Hoje, em nosso Devocional familiar, pudemos ler um texto de Spurgeon em que ele afirma (em outras palavras) que, ao nos conscientizarmos de que todos os nossos pecados estão perdoados por Cristo, isso é suficiente para nos manter felizes em toda e qualquer aflição. Mesmo chorando, lá dentro estamos felizes.
Pela fé temos que confiar nos seguintes versículos:
“Felizes as pessoas que choram, pois Deus as consolará.” (Mateus 5:4 NTLH)
“Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.” (Apocalipse 21:3-5)
Agora eu lhes pergunto: como não ter alegria em Cristo?

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

EU PECO, TU PECAS, NÓS PECAMOS ...


Já pensou se eu chegasse aqui nesse Blog e dissesse: “Gente, pequei”!
Pois eu vou fazer algo pior ainda, vou falar para Deus: “Senhor, pequei novamente!” Notou o detalhe do NOVAMENTE?
O Senhor sabe que eu orei pedindo para que não me deixasse cair em tentação, sabe também que uma parte de mim não queria pecar. “Não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!” (Mateus 6:13)
Mas pequei. E agora, de novo, essa tristeza por ter caído.
Quero fazer como Paulo, isto é, “Uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão,” (Filipenses 3:13). Um dos sinais de maturidade é isso, não ficar se revolvendo na sujeira do pecado. Atente para essa promessa a qual devemos lançar mão constantemente: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9)
Obrigado Senhor, por ser um Deus perdoador!!!!!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

PENSE NISSO 41


Quando nossos pensamentos estão soltos, voam para o que mais amamos.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

WANDERLEY

Certa vez, uma enfermeira pediu que eu a ajudasse com um paciente que havia sido internado no dia anterior. Ele estava dando muito trabalho.
Era o Wanderley. Ele tinha 22 anos e era viciado em drogas. Estava no hospital porque, sob o efeito do narcótico, subira ao telhado da sua casa e, pensando que podia voar, caiu de lá e quebrou a perna.
Agora ele estava na tração. A tração é um aparelho que, entre outras funções, coloca o osso quebrado no lugar até que se possa fazer o procedimento necessário, como por exemplo, uma cirurgia. Os médicos furam o osso com uma furadeira elétrica, passam por ali um pino que atravessa, por exemplo, a perna, e nesse pino amarram um fio, que passa por uma roldana e é amarrado a uns pesos. Isso traciona o membro traumatizado, ajeita a quebradura no devido lugar, eliminando as fortes dores que geralmente o paciente sofre.
Enquanto nos encaminhávamos para o quarto, a enfermeira me informou que o Wanderley teimara em tirar a tração. Quando entramos ele não falou nada, mas continuou a desamarrar o fio.
“O que você está fazendo?” eu perguntei. “Estou tirando essa ***** daqui porque não agüento mais” respondeu ele com um palavrão. Com calma eu lhe falei: “Sabe a dor que você sentia quando chegou aqui? Pois é, vai voltar”. Na mesma hora ele parou o que estava fazendo e disse: “Não vou tirar mais”. Ao que retruquei afirmando: “Ah, vai! Agora vai! Me ajude aqui, enfermeira”. Quando ela se aproximou ele gritou que eu era louco, que não queria tirar e ainda prometeu se comportar. Com isso, a enfermeira e eu nos despedimos e saímos rindo.
No dia seguinte fui visitá-lo. Por vários dias lhe falei sobre Deus. Ele não queria saber.
Até que, numa determinada tarde, o Wanderley mandou me chamar. Quando cheguei, pude ver pela expressão do seu rosto que ele estava assustado. “Como é que se faz para irmos para o céu?”. Admirado eu lhe perguntei: “Ué, qual a razão desse súbito interesse?”.
Aí ele me contou o que tinha acontecido: “Eu pedi para as enfermeiras que me levassem ali fora no corredor. Elas me levaram na cama mesmo, por causa da tração, e me puseram numa posição em que batia um pouco de sol. Eu estava lá tranqüilo, tomando ar e vendo o movimento, quando passa um presidiário com a roupa cor-de-abóbora da cadeia e algemado. Ele estava escoltado por 2 policiais. Pois não é que um dos policiais me reconheceu, lembrou que tinha me vendido drogas, e também que eu não paguei! Ele jurou que vai me matar”.
Com calma lhe expliquei que ele precisava querer ir para o céu por amor a Deus, e não por medo do inferno. “Mas eu amo a Deus!” disse-me ele. “Vamos ver. Eu vou lhe dar 24 horas para pensar nisso. Se até lá você ainda quiser saber como se chega lá, eu ensino” foi a minha resposta.
- Mas e se eu morrer nesse tempo?!
- É um risco que você corre. São 4:02. Amanhã nesse horário eu volto.
Dito isso saí. Foram 24 horas de oração fervorosa.
Às 4 horas em ponto do dia seguinte entrei no quarto do Wanderley.
Ele ainda estava firme no seu propósito, mesmo sabendo que o policial já tinha ido e não tinha possibilidade de voltar. Falei-lhe do amoroso plano de Deus para a humanidade. Ele se converteu, oramos e lemos a Bíblia todos os dias até a sua alta após a cirurgia.
Dois meses depois aquele novo Wanderley me procurou no hospital. Estava firme, limpo das drogas, só com dificuldade para arrumar emprego. E firme com Deus.
Algum tempo depois (não lembro quanto, mas foi em um domingo pela manhã), eu estava saindo de uma Igreja na qual pregara, e quando já estava na calçada, ouvi me chamarem do outro lado da rua. Era o Wanderley sentado na sarjeta junto com uma moça. Tinham o aspecto de mendigos.
Fui até eles, recusando que alguns da Igreja me acompanhassem (“Para qualquer eventualidade.”), e imaginando que ele tinha voltado a se drogar. Pois não deu outra. Depois que ouvi suas explicações tão esfarrapadas quanto suas roupas, perguntei-lhe se queria tentar de novo. Com um pulo ele ficou de pé e disse que sim. A moça que estava com ele gritou:
- Não! Não me deixe morrer sozinha, Wanderley!
- Então vem comigo.
- Eu não quero largar a droga ... fica comigo.
O rapaz olhava desesperado para mim e para ela. Ela começou a chorar, e eu também, mas permaneci calado, enquanto ela repetia “Fica ... fica ...”. Isso durou eternos segundos. Lentamente ele se sentou ao lado dela e a abraçou.
Apontei para o pastor daquela Igreja que estava com alguns irmãos do outro lado da rua, e disse que se ele mudasse de idéia, podia procurar aquele homem que ele saberia o que fazer. Isso nunca aconteceu.
Será que o Wanderley ainda está vivo? Pelo tempo decorrido acho que não.

sábado, 9 de agosto de 2008

PAI

Pedi para minha mãe colocar em meu prato tudo o que meu pai tinha pego para ele mesmo. Arroz, feijão, ensopadinho de carne com batata. Ele gostava de derramar algumas gotas de vinagre no ensopadinho. Eu também quis colocar. Salada ele não pegou, o que me deixou mais tranqüilo; mas mesmo que tivesse pego eu comeria. Pois eu tinha me proposto a fazer tudo o que o meu velho fizesse: ele dava uma garfada, eu também dava; quantas vezes ele mastigasse, eu mastigava; eu só usava o guardanapo quando ele o fazia. Em tudo eu queria imitá-lo.
Tal era a admiração que eu tinha pelo meu pai.
Mesmo passados 27 anos da sua morte, ainda sinto saudades dele. E ainda procuro imitá-lo.
Penso que um alerta importantíssimo para os pais é lembrá-los que nossos filhos estão o tempo todo nos olhando atentamente para, prestem atenção, nos imitar! Lembro-me de uma ocasião em que eu estava dando aula para os pré-adolescentes de minha Igreja quando, não me lembro porque, uma menina citou o conhecido dito "Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço"; então eu expliquei que nós cristãos temos que viver o que pregamos, ao que comentou a menina: "- Mas é meu pai que vive falando isso para mim e meus irmãos".
Nessa mesma classe, um garoto falou um palavrão. Quando lhe perguntei onde ele aprendeu aquilo, quase sem pensar nos contou (sim, para a classe toda) que tinha sido o pai que o ensinou.
O maior incentivo para uma criança ler é ver o pai lendo.
Não basta ser pai e participar da vida dos filhos, tem que ser exemplo.
Seu filho tem visto você lendo a Bíblia e orando? Note que ele tem observado atentamente a sua comunhão (ou falta de comunhão) com Deus.
E VAI IMITÁ-LO.
Um bom Dia dos Pais para nós.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

PENSE NISSO 40


O que esperamos determina o que fazemos ou deixamos de fazer. Qual é sua ESPERANÇA?

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

MOTIVO DE TODA ALEGRIA

Para nossa enorme surpresa, uma “Oficial de Justiça” nos entregou uma ordem para desocuparmos o apartamento no qual moramos, em 10 dias! Isso mesmo: 10 dias.
A minha primeira reação foi rir e dizer: isso não existe.
Consultei o nosso advogado e ele disse que existe sim. E que se não saíssemos, havia a possibilidade de a Oficial voltar com a polícia e um caminhão e nos tirar do imóvel.
Como um domingo antes, nas aulas sobre a carta de Tiago que estava dando na minha Igreja, eu ensinei que devemos ter por motivo de toda alegria o passarmos por várias provações, percebi que era a minha hora de viver isso. Então me alegrei de verdade. Cheguei até a especular o que viria de bom por aí. Hoje eu sei.
Quando a Denise e eu resolvemos nos casar, fiquei extremamente preocupado com o lugar onde moraríamos. A casa tinha que ter uma série de características que tornava a busca extremamente difícil, ou melhor, aos meus olhos impossível de se realizar. No tempo ideal, achei a casa do jeitinho que precisávamos.
Depois de uns tempos, o proprietário da casa em que minha mãe viúva morava pediu o imóvel para ali construir uma loja. A mesma preocupação extrema se aninhou em meu coração. No devido tempo, com a maior tranqüilidade, arrumamos a casa perfeita para ela.
Não muito tempo depois, foi o dono da casa em que nós morávamos que a pediu e deu o prazo de um mês para sairmos. Pois não é que eu fiquei preocupado de novo! Minha filha, a Cíntia, foi quem me exortou lembrando que Deus nos guiou nessas situações de mudança de casa, e não nos abandonaria também naquela hora. E não abandonou mesmo, deu tudo certo.
Já dessa última vez, com a visita da Oficial de Justiça me dando 10 dias, não me preocupei nem um pouco. Essa aflição seria motivo de toda alegria.
As coisas se desenvolveram de tal forma que eu acabei ficando meio incrédulo, sem acreditar no que aconteceu. A oração da Denise, minha mulher, era primeiramente que não tirássemos tempo do nosso ministério para correr atrás de apartamento, e que não precisássemos sair do nosso condomínio, pois gostamos muito dali. De repente, “do céu”, as respostas vieram muito além do que eu poderia pedir ou pensar! Achamos o apartamento lá mesmo, no preço que queríamos para comprar, a papelada já está correndo, conseguimos o prazo necessário na justiça, e tudo concorreu para o nosso bem.
Eu ainda estou meio tonto.
“Põe-te marcos, finca postes que te guiem, presta atenção na vereda, no caminho por onde passaste (...).” (Jeremias 31:21)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O “NOVO” HOMEM DE DEUS

Existe um acordo tácito de que o crente tem que ser e viver de uma determinada maneira. Em outras palavras, há um perfil pré-determinado de como o cristão é. Como não conseguimos viver isso plenamente, na maior parte das vezes, quando chega o domingo nós “vestimos” esse perfil e, mascarados, vamos para a Igreja. Trocamos a “roupa de ver Deus” pela armadura da auto-imagem a ser preservada a todo custo.
É por isso que muitos de nós fazemos questão de declarar o que pensamos, o que fazemos ou deixamos de fazer. Quer um exemplo? Aqueles apartes feitos nas aulas da Escola Bíblica Dominical de adultos. A desculpa é que seria uma observação para enriquecer o ensino.
Uma das características do perfil do crente bem sucedido é que não erramos nem pecamos. Legalismo puro. E que para darmos um bom testemunho é necessário termos uma vida imaculadamente pura. Mas veja o exemplo da mulher samaritana (João 4). Com uma vida promíscua, uma teologia equivocada e cheia de dúvidas, ela levou todos do lugar em que morava a conhecerem Jesus Cristo. E houve um avivamento naquela localidade! Como ela conseguiu isso? Simplesmente sendo autêntica e revelando que havia tido um encontro significativo com o Senhor.
O novo crente se prostra diante de Deus não só com o seu corpo e com sua mente, mas em um relacionamento espiritual. E de verdade, autenticamente, não para os outros verem.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

É PARA ISSO QUE EU VIM

O Saulo Tamburus me contou certa vez que participou de um Rally de Regularidade. Nessa competição não ganha quem chegar primeiro. Ao lado do piloto vai um co-piloto com uma planilha onde estão especificados todos os pontos de referência do caminho e em quanto tempo esses referenciais precisam ser alcançados. Ganha quem tiver, como diz o próprio nome, mais regularidade.
Pois naquele dia em que o Saulo disputou o Rally, a dupla que recebeu ordem de partir na frente dele, tinha no banco detrás do carro uma geladeira de isopor cheia de cervejas. E os caras do carro notoriamente já haviam bebido muito. No meio da corrida o Saulo cruzou com eles do lado contrário da pista, no sentido inverso em que eles, os “cervejeiros”, deveriam estar.
Deus tem um plano para cada um de nós. Temos a Bíblia que nos dá todas as referências necessárias para cumprirmos o melhor caminho divinamente traçado. Quanto maior nossa regularidade maior o prêmio.
A mentalidade oriental quando se refere a “destino”, não tem a idéia determinista que nós temos. O que passa pela cabeça deles é que temos um alvo, uma vocação, e cada um tem que buscar o seu destino, isto é, a razão para a qual existe.
Você sabe para que veio a esse mundo?

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

HOJE É MEU ANIVERSÁRIO

Fi firi fi fiufiu
Fi firi fi fiufiu
Fi firi fi fiufiu fiu
Fi firi fi fiufiu.
Isso aí acima sou eu assobiando o “Parabéns a você”, para mim e para a Marise que também aniversaria hoje. Estou completando 57 anos!
Aniversário é uma ocasião em que recebemos os parabéns sem ter feito seja lá o que for para merecê-los, como por exemplo uma formatura, o recebimento de um troféu, uma conquista ou uma promoção ... Somos parabenizados simplesmente por existirmos. Tira todo o mérito que porventura tenhamos, e somos abraçados e beijados por estarmos vivos. Devo esses pensamentos a Henry Nowen.
Estar vivo é graça de Deus, por essa razão eu gosto de festejar o meu aniversário e principalmente o dos outros. É celebrar a vida. E viver com Deus tem sido maravilhoso.
A oração que faço é: “Faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio.” (Salmos 90:12 NTLH)

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

PENSE NISSO 39


Olha isso aqui: com apenas um olhar nós podemos amar, odiar, ser indiferentes ... E ter reciprocidade!!!

GATO NO MURO