terça-feira, 23 de março de 2010

POUCO TEMPO PARA TANTO AMOR


Ele é enganador, preguiçoso, funcionário relapso e fomentador de intrigas. Certa vez ele me procurou para falar mal do Padre Norberto, o Capelão do HC-UNICAMP. Sem deixá-lo terminar de falar, eu o aconselhei a ir falar direto com o Padre. Logo que me encontrei com o Norberto lhe contei o ocorrido, e ele me contou que o tal funcionário do HC já o havia procurado para falar mal de mim. Não faz muito tempo eu estava no nosso escritório, conversando com a Célia, secretária da Capelania, quando esse fulano passou assobiando no corredor. Virei para a Celinha e disse: “Acabei de pecar”.
E tem aquela senhora, mãe de um paciente crônico ali do hospital, que só tem dois assuntos para falar comigo: falar dela mesma e pedir para eu lhe dar alguma coisa.
A lembrança dessas duas pessoas me ocorreu quando me propus, com Deus a amar mais as pessoas. Todas. Tenho que amar essas aí de cima também.
Cansei da teologia cheia de “ismos” e vazia de amor. Cansei de muitas atividades quase que sem relacionamentos amorosos. Cansei de fazer as coisas por obrigação, por obediência apenas, e não por amor. Cansei de amar para ser amado.
Veja esses versículos:
“Mestre, qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.” (Mateus 22:36-40)
Amar a Deus e ao próximo é tarefa para uma vida inteira.
Já pensou se pegássemos esses poucos versículos, só esses, e baseássemos toda a nossa vida nessa tarefa? Imagine a mudança que faria no mundo.
Por exemplo, se amarmos as pessoas, muitos conflitos simplesmente não existirão.
E caso existirem alguns, o perdão florescerá fácil e delicadamente.
Se amarmos com o verdadeiro amor, teremos muito mais vontade de ir à Igreja, de ir para o trabalho, de voltarmos para casa.
Se amarmos realmente as pessoas, não vamos precisar nos preocuparmos em evangelizar, pois isso vai acontecer naturalmente. Aí não precisaremos de treinamento, material, eventos, estratégias ... uau!

2 comentários:

  1. Caro amigo,

    Primeiro: a figura é espetacular...

    Sabe Xyko, penso muito nesse mandamento de amar o próximo como a mim mesmo. Penso muito como vai indo minha auto-estima, meu "amor próprio"... faz todo o sentido: como é que eu vou amar o outro se não amo a mim mesmo, não me perdoo, não me aceito. Acredito que se nos sentirmos "mal-amados" por nós mesmos, justificaremos receber esses comentários:
    - "Esse cara é um mal-amado..."
    - "Nem ele mesmo se aguenta..."
    E por aí vai...
    Outra coisa interessante é que Amar, apesar de ser um sentimento, é também um mandamento.
    Diferente de "paixão" (que é necessidade, carência), para Amar precisamos querer, gastar energia, nos esforçar. Amar não é fácil...
    É uma atitude proativa de querer realmente Amar a todos, por mais difícil que seja. Só então vamos começar a entender o que é "Amar o próximo e até os inimigos". E vamos começar a entender que é isso que realiza o ser humano...


    Paz,

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  2. Agostinho tem uma frase que resume bem tudo isso; "ama, e faze o que quiseres". A primeira vez que li essa frase, achei estranha, mas depois entendi que quem ama só pode querer fazer o bem para o outro. A igreja primitiva ilustra bem essa verdade. O que havia entre aqueles primeiros cristãos era um amor genuíno,um amor que impactava as pessoas. Não havia necessidade de campanhas evangelísticas para trazer pessoas á igreja, pois elas eram atraídas pelo amor que havia ali. Hoje, as igrejas estão mais preocupadas em criar estratégias para atrair as pessoas. Mas o que de fato atrai as pessoas é o amor. Se nós, cristãos, simplesmente amássemos as pessoas como Deus nos amou, faríamos de fato diferença no mundo.

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