sexta-feira, 3 de abril de 2009

DEUS NÃO CASTIGA 2


Uma das coisas que me fez pensar bastante foi descobrir que a escultura “O Pensador”, de Rodin, faz parte de uma obra maior, na realidade uma escultura de 12 metros de altura chamada “A Porta do Inferno”.
O Pensador, olhando para o inferno, pensa.
Fiquei pensando sobre o que é que poderia lhe estar passando pela cabeça. Ele pensa no Inferno.
Eu acredito na existência do Inferno, que não é material, nem espacial e nem dentro do tempo (temporal). Inferno é a condição de quem não quer viver com Deus.
Por que vamos à Igreja? Por amor a Deus ou por medo do castigo?
Amar a Deus por medo do castigo não é amor. O verdadeiro amor exige, por essência, a espontaneidade.
“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” (1 João 4:18)
Eu quero estar entre aqueles poucos cristãos que entendem isso. É um passo além na maturidade cristã viver o amor sem medo do castigo.
Amar porque Ele é digno de todo amor. Não pelo que Ele pode nos fazer ou dar, e sim pelo que Ele é.
Deus não quer que ninguém vá para o Inferno.
“E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia.” (João 6:39)
O Inferno é a opção escolhida por muitos. E já que a pessoa assim o quer ...
“De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” (Hebreus 10:29-31)
Releia esses versículos pelo prisma da índole amorosa de Deus. Para ajudar, eis mais alguns versículos:
Ezequiel 18:23 Acaso, tenho eu prazer na morte do perverso? —diz o SENHOR Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos e viva?
Ezequiel 18:32 Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei.
Ezequiel 33:11 Dize-lhes: Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que haveis de morrer, ó casa de Israel?

2 comentários:

  1. Caríssimo Xyko, Paz e Bem

    Bela reflexão, concordo plenamente, acho ainda que é interessante ressaltar que nossa capacidade humana de representar Deus criador historicamente o identifica com o "papel de pai". Por isso o próprio Jesus apresentou Deus como PAI. Isso tem uma importante função didática, mas temos que reconhecer que Deus é muito, mas muito mais que um pai (mesmo na figura de "pai carinhoso", "Abbá"). Principalmente em nossos dias onde a figura de pai está tão desprestigiada (pais omissos, pais violentos, pais estupradores dos filhos, pais assassinos de filhos e assim por diante...). Pai educa, pai tem que disciplinar os filhos, pai castiga... esse é o pai da terra, que tem a responsabilidade de, através da sua figura humana, "indicar", "mostrar" o Pai do céu... é um abismo infinito, reduz o absoluto de Deus na imperfeição humana. Temos que superar essa limitação simbólica, Deus Pai é infinitamente mais que o pai da terra, começa que Ele não é masculino... Mas fazer o que, essa figura é a melhor que temos para representá-lo. Mas temos que superá-la, o difícil é usá-la com sabedoria, não escandalizar... Paro por aqui.

    Abração,

    Venâncio

    ResponderExcluir
  2. deve ser difícil pra Ele ver filhos entregando-se à morte eterna... tendo que "castigar"...

    ResponderExcluir