sexta-feira, 29 de maio de 2009

BOM DIA POR QUE?


Quando éramos mais jovens, fazíamos uma reunião semanal com moços e moças para lhes falar do amor que Jesus nos demonstrou ao morrer na cruz para nos salvar. Lembro-me de um amigo que lá ia. Quando estava ou com mal humor, ou triste, ou mesmo com algum problema, ele ia assim mesmo; sentava-se em um canto bem à vista de todos, não falava nem respondia nada para ninguém. E conseguia contagiar todo mundo com o seu “estado de espírito”. Por um lado eu entendo isso, pois a Bíblia retrata isso:
“A alegria embeleza o rosto, mas a tristeza deixa a pessoa abatida.” (Provérbios 15:13 NTLH)
O que eu não entendo é porque ele ia à reunião e se sentava onde todos pudessem vê-lo. Acho que queria que sentissem pena dele!
Fiquei sabendo de uma jovem senhora que foi a um restaurante com umas amigas comemorar o aniversário de uma delas. Até hoje ninguém sabe a razão, mas essa moça chegou sem falar nada, ficou de cara amarrada o tempo todo e depois de 30 minutos falou que queria ir embora (estava de carona). Estragou o almoço de todas e o aniversário da amiga. Caramba, por que é que vai? Penso que é falta de sabedoria.
“A sabedoria de uma pessoa brilha no seu rosto e a torna simpática mesmo que seja feia.” (Eclesiastes 8:1b NTLH)
Conheço uma pessoa que quando ela acorda às 7 horas da manhã, seus familiares só vão lhe desejar um “Bom dia” lá pelas 9.
Abraham Lincoln disse que depois dos 40 anos todo homem é responsável pelo seu rosto. A razão é simples: a pessoa já teve 4 décadas para aprender a controlar seus sentimentos e ter um coração alegre.
“Todos os dias são difíceis para os que estão aflitos, mas a vida é sempre agradável para as pessoas que têm coração alegre.” (Provérbios 15:15 NTLH)
Certa vez eu aprendi que sempre que nos encontrarmos com uma pessoa, ela tem que sair melhor do que estava antes desse encontro. Legal, não é? Por outro lado, existem pessoas que às vezes, alguns até sempre, parece que andam com uma nuvem escura soltando raios acima da cabeça. Argh!
E aí? Você saiu melhor desse nosso “encontro”?

quinta-feira, 28 de maio de 2009

ESTOU SENDO LAPIDADO


Uma menina estava internada no HC-UNICAMP se recuperando de uma angioplastia, a mãe estava esperando a filha ir para casa para poder ajudar a outra filha, de 17 anos, que estava grávida e com pedras nos rins. Quando as duas meninas estivessem melhor, a mãe iria ser internada para tirar um tumor maligno de um seio. E tudo isso aconteceu. Talvez você não veja, mas eu consigo enxergar em todas essas aflições que essa família sofreu, Deus trabalhando na vida dessas pessoas.
Leia de novo. Tente ver, tente entender.
No capítulo 9 do Evangelho de João, Deus usou a cegueira de um homem para que se manifestassem nele as obras de Deus. No capítulo 11 do mesmo livro da Bíblia, Jesus não atendeu ao pedido de Marta e Maria e permitiu que Lázaro morresse para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus fosse glorificado.
Deus é cuidadoso e perseverante. Veja isso:
“Então Jesus contou esta parábola: —Certo homem tinha uma figueira na sua plantação de uvas. E, quando foi procurar figos, não encontrou nenhum. Aí disse ao homem que tomava conta da plantação: “Olhe! Já faz três anos seguidos que venho buscar figos nesta figueira e não encontro nenhum. Corte esta figueira! Por que deixá-la continuar tirando a força da terra sem produzir nada?” Mas o empregado respondeu: “Patrão, deixe a figueira ficar mais este ano. Eu vou afofar a terra em volta dela e pôr bastante adubo. Se no ano que vem ela der figos, muito bem. Se não der, então mande cortá-la.”” (Lucas 13:6-9 NTLH)
Esse trecho se refere aos judeus. Revela-nos o cuidado e a perseverança de Deus para com seu povo. Revela-nos duas características do nosso Pai. Não tenho dificuldade em crer que Deus também é perseverante e cuidadoso comigo.
“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1:6)
“Jesus disse: —Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o lavrador. Todos os ramos que não dão uvas ele corta, embora eles estejam em mim. Mas os ramos que dão uvas ele poda a fim de que fiquem limpos e dêem mais uvas ainda.” (João 15:1-2 NTLH)
Precisamos notar todas as ações de nosso gracioso Pai nesse sentido.
Cite pelo menos 1 exemplo da perseverança de Deus para com você.
Em que Deus tem sido cuidadoso com você?

quarta-feira, 27 de maio de 2009

MORDIDO DE COBRA


Estou lendo um romance em que a personagem principal, vítima de inúmeras traições e humilhações por parte de seu ex-marido, observa com muito medo a aproximação de um outro homem que a ama. Quando percebe que está começando a gostar dele, ela classifica o amor como um inimigo que se aproxima.
Em nossos relacionamentos amorosos, seja romântico ou de amizade, familiar ou entre colegas, às vezes acontece de nos machucarmos, e não raramente sofremos “ferimentos” emocionais graves. Nossa tendência, nesses casos, é ter o amor como uma coisa que nos ameaça e da qual devemos fugir. É a “Síndrome dos mal amados”.
Mas devemos amar assim mesmo, pois não amamos para o nosso bem, ou para o nosso conforto. O verdadeiro amor visa o outro.
Isso tem implicações mais profundas do que imaginamos. Pode afetar diretamente o nosso relacionamento com Deus.
“Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” (1 João 4:20)
Amar é atitude e ação. Não é e nem pode ser baseado em sentimentos.
“Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” (Marcos 12:30-31)
“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” (Mateus 5:43-48)
Amar às vezes dói. Mas todas as vezes que amei valeu muito a pena.

terça-feira, 26 de maio de 2009

ESTOU MORTO



O nome dela era Aléia, e ela era prostituta e portadora do vírus da AIDS. Por diversas vezes eu já havia lhe falado de Jesus Cristo, e ela sempre indiferente. A Lézinha, como era chamada, gostava muito de farra, sexo, bebidas e drogas. Num certo dia em que estava internada e muito mal de saúde, ela me chamou e disse que queria mais detalhes de como ir para o céu. Junto com outra voluntária eu lhe expus todo o plano de salvação e deixei alguns folhetos evangelísticos. Ela ficou de pensar sobre o assunto.
Só que ela melhorou e ficou tão bem que os médicos lhe deram alta. Na saída eu lhe perguntei se havia pensado no assunto, e ela me respondeu que não, que o que ela queria mesmo era viver e curtir a vida. E que não achava que o que ela fazia fosse errado (?!).
Vamos ler o seguinte versículo:
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9)
O termo confessar nesse versículo significa “dizer a mesma coisa, concordar”. Quando confessamos estamos dizendo para Deus que concordamos com Ele que o que fizemos é realmente pecado. Deus se importa com a nossa opinião.
Com certeza o Espírito Santo refutou todos os argumentos da Lézinha com relação às práticas pecaminosas que caracterizavam a vida daquela moça, mas ela endureceu seu coração. “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo:” (João 16:8)
Ela não queria crer em Deus e, pensando em ter vida, estava morta em seus pecados: “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos;” (Colossenses 2:13)
Ela não teve a vida em abundância que Jesus proporciona (João 10:10). Um mês depois que conversei com ela na saída do hospital, a Lézinha morreu.
Quanto a mim, estou morto para o pecado e vivo para Deus.
“Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.” (Romanos 6:10-11)
E você?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

EU CREIO QUE VALEU A PENA


Foi o próprio rapaz, Édson, de uns 20 e poucos anos quem me contou. Ele estava sozinho de moto em uma estrada quando sentiu, sem mais nem menos, que a motocicleta perdeu a aderência com o solo e ficou desgovernada. Ele bateu e escorregou por cima do “guardrail”. A parte de cima dessa cerca de segurança feita de metal funcionou como uma lâmina e cortou fora o braço esquerdo dele.
Do momento do acidente ele só se lembra de ver o resgate colocando-o na ambulância e dizendo-lhe para ficar acordado. Depois ficou tudo escuro. Quando acordou estava na UTI do HC. Um certo incômodo o levou a tentar ajeitar o braço esquerdo, como não conseguiu ele olhou e achou estranho e na mesma hora o médico, que estava ao seu lado, já contou que o mesmo fora totalmente amputado.
Dias mais tarde esse rapaz me falou que acreditava que o seu acidente com todas as sequelas do mesmo tinham valido a pena. E me explicou porque.
Primeiro e o mais importante, por causa de tudo aquilo, o Édson se reconciliou com Deus. Afastado da Igreja Batista, a possibilidade de ter morrido fez com que retomasse o seu relacionamento com Deus.
Em segundo lugar, ele afirmou, e a família confirmou, que agora ele estava mais atencioso e amoroso no relacionamento com as pessoas.
E por fim, uma pessoa com quem ele tivera uma comunhão muito profunda e que se afastara por causa de uma briga, essa pessoa foi vê-lo no hospital e ali reataram o relacionamento.
A única preocupação do Édson agora, é que ele vai ter que reaprender a fazer a barba, a se vestir, a comer ... Mas ele pensa que valeu a pena. Eu também. E você, o que pensa?
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8:28)

sexta-feira, 22 de maio de 2009

AJOELHOU TEM QUE REZAR


Para mim é notória a mudança de postura das pessoas que entram na Capela do HC-UNICAMP. Se estão conversando, as pessoas quando entram ali param de falar, ou pelo menos, falam bem mais baixo. Há reverência.
A informalidade nos cultos é um ótimo instrumento de contextualização para sairmos do rigor de costumes que nos foi legado pelos missionários pioneiros na evangelização do nosso país. Uma das coisas que me preocupa, porém, é que a informalidade pode gerar o esquecimento da reverência.
Muitas pessoas quando entram na Capela do HC fazem uma genuflexão.
Eu até que gostaria de fazer isso, mas como não posso, lanço mão de um pensamento de Vitor Hugo que, apesar de ser outro contexto, no livro Os Miseráveis afirma que em certas circunstâncias, “não importa a posição do corpo, a alma está de joelho”.
Quer queiram, quer não, todos hão de adorar a Deus:
Isaías 45:23 “Por mim mesmo tenho jurado; da minha boca saiu o que é justo, e a minha palavra não tornará atrás. Diante de mim se dobrará todo joelho, e jurará toda língua”.
Romanos 14:11 “Como está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores a Deus”.
Isso me fez lembrar da passagem que relata os soldados romanos se ajoelhando diante de Jesus, escarnecendo dele, sem saber que estavam diante do Rei do Universo.
“Então, os soldados o levaram para dentro do palácio, que é o pretório, e reuniram todo o destacamento. Vestiram-no de púrpura e, tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram na cabeça. E o saudavam, dizendo: Salve, rei dos judeus! Davam-lhe na cabeça com um caniço, cuspiam nele e, pondo-se de joelhos, o adoravam.” (Marcos 15:16-19)
Por outro lado, veja que interessante, é possível que no lava-pés (João 13), Jesus tenha se ajoelhado diante de cada um de seus discípulos!
Diz a tradição que Tiago, o autor de uma das epístolas do Novo Testamento, tinha os joelhos calejados como os de um camelo, de tanto orar e adorar.
Como estão seus joelhos, mesmo que sejam “os da alma”?

quinta-feira, 21 de maio de 2009

VOCÊ SABE O QUE É GENUFLEXÃO?


Uma das cenas das que mais me impressionaram no primeiro filme “As Crônicas de Nárnia” foi aquela em que as crianças, após passarem por todo aquele exército de seres fantásticos, se colocam diante de uma tenda, da qual sai o grande e imponente leão Aslan, que simboliza Cristo. Posso até dizer que consequentemente, todo o exército e mais as crianças, se ajoelham.
É sobre o se colocar de joelhos (genuflexão) que vamos pensar um pouco.
Em algumas tribos de índios, é comum os adultos se abaixarem ou até mesmo se ajoelharem para falar com as crianças, para ficarem no mesmo nível que elas. Eu acho isso fantástico!
E quer saber de uma coisa? Algumas pessoas, ao conversar comigo, se abaixam para ficar à mesma altura que eu, já que não posso me levantar da minha cadeira-de-rodas. Acho isso mais fantástico ainda.
Diante dos pacientes do hospital eu não preciso me abaixar, pois Deus tem me permitido estar no “mesmo nível” que eles.
O termo “adorar” no Novo Testamento tem o sentido de inclinar-se, ajoelhar-se e prostrar-se até encostar a testa no chão. Isso só devia (e deve) ser feito a Deus. Note o que aconteceu com João, por duas vezes, e a Cornélio:
“Prostrei-me ante os seus (de um anjo) pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia.” (Apocalipse 19:10)
“Então, ele (um anjo) me disse: Vê, não faças isso; eu sou conservo teu, dos teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.” (Apocalipse 22:9)
“Aconteceu que, indo Pedro a entrar, lhe saiu Cornélio ao encontro e, prostrando-se-lhe aos pés, o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Ergue-te, que eu também sou homem.” (Atos 10:25-26)
Você tem praticado a genuflexão? Diante de quem? Por que?
“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro.” (Mateus 6:24)
Amanhã, se Deus quiser, continuamos a refletir sobre isso.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

COMO EU ORO


Sempre que passo pelo prédio de apartamentos onde morava um casal antes de se separarem, eu oro por eles (tomara que eles leiam isso e se identifiquem).
Oro por um casal de conhecidos ao passar em frente do ponto de comércio deles.
Gosto de passear com a minha cadeira-de-rodas motorizada bem devagar e ir orando, de preferência onde haja árvores.
Oro por quem está dirigindo o louvor, pregando no culto ou dando aula na Escola Bíblica. Antes de participar de uma dessas atividades também oro.
Me inspiro ao ler as orações registradas na Bíblia e oro.
Anoto o nome de pessoas que pediram orações e oro por elas.
Oro pelas pessoas que leem meu Blog. Por onde será que andam a Flávia, o L. e a Andréia que sempre deixavam comentários? Eu oro por eles também.
Às vezes falo para uma pessoa que vou orar 3 vezes por ela, isso me obriga a orar.
Propus ao Thiago Zambelli e ele topou. Nos encontramos para orar uma vez por semana. Quando ele for para o campo missionário arrumo outro.
Oro com a Denise, minha mulher. No nosso devocional diário (quer dizer, quase diário) e antes das refeições. Sempre oramos pelos aniversariantes.
Oro também sempre que passa uma ambulância, carro da polícia ou dos bombeiros que notoriamente estão atendendo uma ocorrência.
É assim que entendo o “Orai sem cessar” (1 Ts 5:17).

Orar se aprende orando.


Certa vez em um acampamento de jovens, enquanto esperávamos o almoço ser servido, um rapaz, o Timóteo, veio se aconselhar comigo. Ele compartilhou comigo a sua dificuldade de orar em público. Falei-lhe que tudo era uma questão de tempo apenas, e oramos. Logo em seguida fomos para o refeitório. Quando se fez aquele silêncio para agradecermos a Deus pelo alimento, o responsável pelo acampamento pediu sabe para quem fazer a oração? Isso mesmo, para o Timóteo. Depois de olhar para mim com cara de bravo, ele orou. E se saiu muito bem.
Difícil, depois, foi convencê-lo que eu não tinha nada com isso, como de fato não tinha.
“Vós orareis assim: Pai nosso (...)” (Mateus 6:9).

terça-feira, 19 de maio de 2009

POSSO DIZER QUE FOI VOCÊ QUE ME MANDOU VIR AQUI?


Pode parecer um absurdo, mas eu de vez em quando me coloco bem diante de ninguém menos do que o Rei dos Reis, Senhor do Universo, o nosso Deus. Faço isso confiando no que está escrito abaixo:
“Segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor, pelo qual temos ousadia e acesso com confiança, mediante a fé nele.” (Efésios 3:11-12)
Use sua imaginação e pense comigo: à minha frente Deus Pai, tendo à Sua direita Seu Filho Jesus:
“Desde agora, estará sentado o Filho do Homem à direita do Todo-Poderoso Deus.” (Lucas 22:69)
E milhares de Anjos à nossa volta. Todos olhando para mim!
“Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus,” (Apocalipse 7:11)
Numa dessas vezes em que me coloquei diante de Deus, depois de adorá-Lo, fiz-Lhe um pedido e terminei dizendo “Em nome de Cristo, amém”.
“Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” (João 14:14)
Depois aconteceu um negócio que eu não esperava. Foi como se Deus Pai olhasse para Jesus e perguntasse: “Você assina em baixo?”, e Jesus dissesse não com a cabeça e me lembrasse o seguinte versículo:
“Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que eu sou batizado?” (Marcos 10:38)
Isso já aconteceu com você?
Graças a Deus temos mais um versículo para ler: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.” (Romanos 8:26)

SOBRE O QUE ESCREVI ONTEM

No texto que escrevi ontem (se não leu, por favor, faça-o), eu levantei um questionamento sobre a influência negativa que a mídia possa ter no pensamento, ou no “não pensar”, dos jovens.
Sem anular essa possibilidade, a Célia, secretária da Capelania do HC levantou uma outra questão. Citando a participação do Frei Orlando, Franciscano de Bragança Paulista em um debate sobre a existência de Deus, ela me contou que um cientista que também participava daquele evento, afirmou que “Devemos tirar a roupa da primeira comunhão”, querendo com isso dizer que muitos conceitos sobre o próprio Deus que nos são ensinados na infância precisam ser substituídos por, digamos assim, “roupas de adultos”. Ao que o Frei observou que na realidade devemos nos despir de quaisquer conceitos humanos de Deus. Você que é evangélico, faça a leitura pensando não na primeira comunhão, é claro, mas sim na Escola Bíblica Dominical.
Agora observe o seguinte: muitos pensam que a responsabilidade da formação religiosa e espiritual das crianças é da Igreja. Não é. É dos pais. A Igreja é um ótimo instrumento para isso, mas não e é nem pode ser tudo. Os professores de Catequese e da Escola Bíblica ficam com os alunos talvez umas 3 horas por semana, no máximo. Os pais vivem (ou deveriam viver) com os filhos.
“Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.” (Deuteronômio 6:5-7)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

IR ALÉM DO ÓBVIO


Estavam na sala da Escola Bíblica Dominical, uns 20 pré-adolescentes. Um dos pontos que eu, como professor, devia abordar com eles era a eficácia da oração. Então lhes fiz a seguinte pergunta:
- Por que devemos orar?
- Porque Deus quer, foi o que uma menina respondeu.
- Mas por que Ele quer? Insisti.
- Porque Ele quer que “a gente” fale o que pensamos ou queremos para Ele saber.
- Mas Ele já não sabe?
- Sabe, mas ...
Resolvi ir por outro caminho:
- Quantos daqui já pediram e Deus deu o que foi pedido?
Todos levantaram as mãos.
- E quantos daqui já pediram e Deus não deu o que foi pedido?
Novamente todos levantaram as mãos.
- Então para que orar?
Nisso uma outra menina observou:
- Puxa, Chico! “A gente” vem com as coisas todas certinhas na cabeça, tudo quadradinho, aí você vem e faz umas perguntas que fazem a gente pensar “Como é que não pensei nisso antes?” e depois nos sentimos como se estivéssemos errados.
Depois disso eu lhes garanti que eles não estavam errados, só não estavam acostumados a pensar.
Naquele momento me passou pela cabeça se não seria isso uma característica de uma geração que fica demais em frente da TV e do computador. Em seguida lhes expliquei a diferença entre fé e fanatismo (fanatismo é acreditar sem pensar se o que se crê é verdadeiro ou não, e fé é crer após se refletir na veracidade dos conceitos e preceitos).
Deus nos incentiva a pensar: “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR.” (Isaías 1:18)
Para a próxima aula que vou dar àqueles jovens vou deixar escrito no quadro de giz a seguinte frase:
“EXPERIMENTE UMA NOVA SENSAÇÃO: PENSE”.
Depois de tudo isso é capaz de eu ter que tomar um copo de cicuta.
Ah, já ia me esquecendo: nós devemos orar para nos relacionarmos com Deus.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

EU MEREÇO


Não é me queixando, de forma alguma. É só compartilhando. Tenho visto muita dor, morte, sofrimento, tristeza, desalento. Até de crianças! Isso dói.
Tenho pedido que alguns amigos orem para que eu não caia na armadilha de pensar “Eu mereço”. Eu mereço um gole, um divertimento, não fazer nada, descansar em frente à TV, uma aventura, um gasto extra mesmo que não tenha dinheiro, e por aí em diante.
Há nisso um enorme potencial de ser o começo de um ou mais vícios.
Temos que lembrar-mo-nos sempre de que o pecado entra na nossa vida gradativamente, bem devagar.
“Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Não vos enganeis, meus amados irmãos.” (Tiago 1:13-16)

QUANDO DEUS SE CALA


Desde quando eu era bem moço e já me aventurava a rabiscar algumas linhas com pretensões a ser escritor, eu ouço ou leio a respeito do “Desafio da Página em Branco”. É quando um autor não tem inspiração e fica com o papel sem nada escrito. Eu já havia prometido a mim mesmo nunca escrever sobre isso, mas com o compromisso que assumi de postar no Blog um texto por dia, me veio a seguinte pergunta: e se Deus não quiser falar? Afinal Ele já ficou 400 anos sem se manifestar entre o Velho e o Novo Testamentos.
O próprio Senhor Jesus sentiu esse silêncio de Deus:
“Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46)
Lembro-me quando meu grande amigo, mas hoje morando longe para uma convivência como eu gostaria, o Padre Toninho, falando-me sobre os Exercícios Inacianos, alertou-me para a possibilidade de nem sempre Deus querer falar conosco. Penso que a maioria de nós já experimentou essa sensação de deserto espiritual, experiência essa que pode durar um longo tempo ou mesmo um rápido momento. Essa aridez, para mim, é horrível. Você já passou por isso?
Para refletir: Jesus, antes de começar a Sua obra, passou 40 dias em um deserto. E não estava só.
“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo. Nada comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome.” (Lucas 4:1-2)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O HOMEM COMO DEUS SEMPRE SONHOU

Às vezes a nossa espectativa ao ouvir uma pregação é que a mensagem nos mostre como podemos ou devemos ser, mas o nosso interesse maior deve ser contemplar como Deus é. Deveríamos estar com o mesmo desejo que tinham esses gregos citados nesses versículos a seguir:
“Ora, entre os que subiram para adorar durante a festa, havia alguns gregos; estes, pois, se dirigiram a Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e lhe rogaram: Senhor, queremos ver Jesus.” (João 12:20-21)
Mas por que ver Jesus? Para ver o Pai:
“E Jesus clamou, dizendo: Quem crê em mim crê, não em mim, mas naquele que me enviou. E quem me vê a mim vê aquele que me enviou.” (João 12:44-45)
Jesus “é a imagem do Deus invisível”. (Colossenses 1:15)
“Em Jesus Cristo nem o humano é substituído pelo divino, nem o divino é empobrecido pelo humano” (Calmeiro Matias).
Se eu não me engano foi Agostinho (pelo menos a Celinha da Capelania acha que foi) que escreveu “Cristo, tão humano assim só podia ser divino”.
E como Jesus era?
Primeiramente Ele só falava a verdade. Isso fazia que as pessoas O respeitassem (já notou como as pessoas desprezam quem é dado a mentir ou exagerar?). Ele também era muito justo no trato com as pessoas. Já li muitas vezes os 4 Evangelhos e não achei nada de impuro no pensamento, nas palavras e ações de Jesus. Ele dava (e dá) razões de sobra para as pessoas o amarem, e não há como falar mal dele. Um homem tão virtuoso tem mais é que ser louvado, não é mesmo?
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” (Filipenses 4:8)
É nessa espectativa que devemos participar dos cultos de adoração a Deus. Em espírito e em verdade.


Concentre-se nos 3 pontos no meio da imagem abaixo por 30 segundos. Então feche seus olhos e coloque a cabeça para trás, ou olhe para uma parede.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

VÁ PROCURAR SUA TURMA


Do lado de fora de um dos shoppings aqui de Campinas, costumava haver, não sei se ainda há, uma concentração de jovens. Talvez centenas deles. Cabelos cortados de uma forma esquisita que cobre parte do rosto com uma franja, roupas pretas, alguns metais como adereços, gostam da banda NXZERO. São os “emos”.
Nos Rodeios, encontramos aqueles que usam chapéus de cowboys, calças jeans, cinturões largos, botas, gostam de camionetes, gostam de música com estilo caipira mas que, na maior parte das vezes, só falam de casos de traição. São os ditos “sertanejos”.
Numa determinada esquina aqui da nossa cidade, onde há um bar e uma loja de motos, reúnem-se principalmente aos sábados durante o dia, na sua maioria homens em torno de 45 a 50 anos, usando calças jeans, botas, coletes ou blusões de couro, cabelos grisalhos, muitos deles presos num rabo-de-cavalo, barrigudos, ouvindo roque antigo, todos mostrando suas caríssimas e enormes motocicletas. São os motoqueiros.
Nas Igrejas evangélicas ou em eventos de música “gospel”, podemos ver algumas pessoas de todas as idades, vestindo camisetas com versículos bíblicos ou anunciando um acampamento ou campanha evangelística, com adesivos nos carros e uma Bíblia na mão. São os evangélicos.
Esses e muitos outros, (como torcedores de um time, praticantes de um hobby, etc...), são grupos de pessoas que cultivam uma mesma cultura, com seu linguajar característico, vestir igual, locais de encontro, músicas prediletas, produtos consumidos e até o mesmo modo de pensar e interpretar o mundo. Todos os seus participantes estão cheios de uma enorme necessidade de ter um sentimento de pertencer a um grupo, uma grande ânsia de ser aceitos.
Meu receio é que, na sua maior parte, o “cristianismo” tenha se limitado a isso.
Cristianismo é um relacionamento de comunhão contínua com Deus, graças à obra de Jesus. Sua principal característica pela qual os cristãos devem ser conhecidos é o amor.
“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” (João 13:35)
Para refletir:
“O que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR.” (Jeremias 9:24)
“A intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança.” (Salmos 25:14)

terça-feira, 12 de maio de 2009

PÚLPITO COM RODAS E MOTORIZADO


Nós estávamos à beira de uma represa lá em Minas Gerais. Naquele entardecer lindo, o céu tinha nuvens que se pareciam com flocos de algodão que, atingidas pelos raios do Sol que se punha, ficaram mescladas de cinza, branco e rosa.
Foi naquele momento que o Haroldo Reymer me disse que eu tinha um trabalho cristão que só eu podia desenvolver, e o mesmo só poderia ser realizado em cima de uma cadeira-de-rodas. Nunca mais me esqueci daquilo, mesmo porque aquelas palavras verdadeiras se tornaram fatos.
“Também dizei a Arquipo: atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para o cumprires.” (Colossenses 4:17)
Deus tem um trabalho que é sob medida para você. Ele vai usar tanto seus pontos fortes quanto os fracos. E ninguém no mundo pode fazer esse trabalho melhor do que você.
Quando não levamos em consideração isso, corremos o risco de cometer dois erros.
O primeiro é querer nos comparar uns aos outros. Se o trabalho é pessoal, não há base verdadeira para comparações. Por isso Paulo classifica isso como loucura: “Porque não ousamos classificar-nos ou comparar-nos com alguns que se louvam a si mesmos; mas eles, medindo-se consigo mesmos e comparando-se consigo mesmos, revelam insensatez.” (2 Coríntios 10:12)
O segundo erro é não crer nesse versículo:
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8:28)
Já pensou se eu orasse para ser curado?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

NÓS, ROBÔS


Estávamos conversando na sala de casa, um amigo e eu. Ele me explicava a razão da sua resistência em se tornar cristão. Ele não se conformava com o fato de Deus permitir que cometamos pecados. Por ele, Deus deveria, por amor (?!), não ter colocado no Éden a “Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal”. Antes até, deveria ter criado o Diabo sem a possibilidade de se rebelar.
Amor sem liberdade não é amor. Certa vez orientei um jovem que teve um braço amputado devido a um acidente, que perguntasse à namorada se ela queria continuar com ele, e caso não quisesse dar-lhe liberdade de terminar o relacionamento.
Lembro-me de uma conversa com o Deão acadêmico do Seminário que estudei, onde aquele professor me desafiou a procurar na Bíblia a expressão “livre arbítrio”. Respondi dizendo que pode não haver essa expressão, mas o conceito está bem claro nas Escrituras, a começar no Paraíso, passando por textos como esse a seguir:
“Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.” (Josué 24:15)
O que aconteceu com Satanás na Rebelião Angélica é o mesmo que aconteceu com Adão e Eva na Queda, que é o mesmo que acontece conosco hoje, isto é, temos que decidir se quero ser o deus da minha vida ou me submeter ao Deus dos deuses.
O Diabo, num certo momento, reconhecendo alguns dos seus próprios atributos, desejou ser deus. Adão e Eva também. Igualmente nós, dia a dia, temos que fazer essa escolha.
“Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.” (Lucas 9:23)
O mais chocante de tudo é que, para possibilitar isso, Deus se esvaziou de seus atributos divinos para mostrar que assim mesmo é Deus.
“Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar que Cristo Jesus tinha: Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um ser humano, ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte—morte de cruz.” (Filipenses 2:5-8 NTLH)
Nós temos medo da liberdade.

sábado, 9 de maio de 2009

DIA DAS MÃES


Para o Dia das Mães eu estava em dúvida se escrevia sobre a mãe de Moisés ou sobre Maria, a mãe de Jesus. A primeira seria interessante meditarmos no drama que ela viveu ao ter que colocar o folho no rio. Mas optei pela segunda para pensarmos um pouco na questão se Maria teve outros filhos ou não.
Muito embora temos esse trecho a seguir, tendo a pensar que Jesus foi filho único de José e Maria. Mas, ao texto:
“Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele.” (Marcos 6:3)
Argumento forte, mas a palavra traduzida por “irmão” ou “irmã” pode ter outras interpretações. Por exemplo, “companheiro”.
Mas o que me levou a pensar que Jesus não teve irmãos de carne foram dois pontos bem interligados.
O primeiro é que dar à luz ao Messias deve ter causado um deslumbre, um enlevo tal em sua mãe que seria complicado ela ter outros. Psicológica e emocionalmente seria demais para Maria.
O segundo argumento é: como educar vários filhos juntos, sendo um deles o menino Jesus? Como não fazer diferença e acepção no trato com eles?
Mas de qualquer forma, o importante e fundamental é que Ele tenha nascido de uma virgem como foi profetizado. O seguinte versículo nos garante isso:
“Porém não teve relações com ela até que a criança nasceu. E José pôs no menino o nome de Jesus.” (Mateus 1:25 NTLH)

sexta-feira, 8 de maio de 2009

É UM TRABALHO SOBRENATURAL


No corredor de uma das enfermarias do HC-UNICAMP eu conversava com a mãe de uma paciente que estava no Centro Cirúrgico. Quando terminamos a conversa, nos despedimos e ao virar minha cadeira-de-rodas para ir embora, ouço um chamado de dentro de um dos quartos: “Pastor, venha orar por mim”. Eu fui.
Era a Helenice. Evangélica, 36 anos, ela acabara de chegar de uma cirurgia, estava só e triste. Pediu-me desculpas e se explicou:
- Eu não pude deixar de ouvir a sua conversa com essa senhora aí fora e eu entendi que era Deus que trazia alguém para me ajudar.
Nos apresentamos e ela me contou o que a afligia. Essa jovem senhora casou, fez tratamento para engravidar, teve dois filhos e de repente o marido a traiu com uma moça da mesma Igreja que ela frequentava. Ele a abandonou e foi morar com essa outra. E não é que essa outra engravidou rapidinho, para maior pressão psicológica e emocional da Helenice! Fiquei de voltar no dia seguinte para conversarmos.
No dia seguinte, como prometido, eu fui (gosto muito de escrever isso, dá uma sensação de realização; um dia ainda escrevo um texto com o título “Eu fui”). Na porta do quarto, parei para dar passagem a uma senhora que ia entrando. Era a mãe de um garoto que estava dormindo no leito ao lado da moça que fui visitar. Me posicionei virado para a Helenice e começamos a conversar.
Primeiro eu pedi para ela imaginar a cena de um leão pegando uma presa. Quando lhe perguntei que emoções essa cena lhe inspirava, a resposta foi susto, uma certa agitação e tristeza. Depois falei para imaginar um gatinho brincando com o novelo de lã de uma senhora simpática em uma sala aconchegante. As emoções inspiradas por isso foram paz, tranquilidade e alegria. Quando pedi que ela escolhesse uma das cenas, obviamente escolheu a do gatinho.
Após isso expliquei: “Com isso eu lhe provei que o pensamento é que determina as nossas emoções, e nós podemos escolher o que vamos pensar. Não é fácil, mas assim podemos controlar nossas emoções”. Recomendei-lhe que parasse de pensar tanto no ex-marido e pensasse mais em Deus e nos filhos.
Entre outros trechos bíblicos, esse fundamenta esse princípio:
“Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” (Filipenses 4:8)
Como chegaram uns parentes para buscá-la, pois os médicos haviam lhe dado alta, nos despedimos e fui saindo, quando aquela senhora, mãe do garotinho me chamou. Ao me virar e olhar para ela, vi que ela estava chorando. Soluçando, ela falou:
- Eu não pude deixar de ouvir a sua conversa com ela e eu entendi que era Deus que trazia alguém para me ajudar. Tudo o que o senhor falou serviu para resolver o maior problema da minha vida. Obrigada.
Nesse ponto o filho dela acordou, e vendo-a cheia de lágrimas ficou um pouco assustado e ela teve que tranquilizá-lo. Fiquei de voltar no dia seguinte.
No dia seguinte, eu fui.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

EU ORO POR VOCÊS


Descobri recentemente que ler as orações registradas nas Escrituras Sagradas me inspira a orar mais e melhor. Deixe-me dar um exemplo:
“Damos sempre graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós,” (Colossenses 1:3)
Paulo nos diz nesse versículo que orava por aqueles que leriam sua carta, e isso me deu a idéia de orar por vocês que leem as coisas que escrevo. Pelo que Paulo orava?
“Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual;” (Colossenses 1:9)
Orar para que vocês saibam qual é a vontade de Deus. Me interessei em pedir isso por vocês porque já tive dificuldades em descobrir o que Deus quer. Todos nós passamos por isso, não é?
Nessa busca, descobri que Deus tem muito mais interesse em revelar Sua vontade do que eu em descobri-la. “Se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus, e ele a dará porque é generoso e dá com bondade a todos. Porém peçam com fé e não duvidem de modo nenhum, pois quem duvida é como as ondas do mar, que o vento leva de um lado para o outro. Quem é assim não pense que vai receber alguma coisa do Senhor, pois não tem firmeza e nunca sabe o que deve fazer.” (Tiago 1:5-8 NTLH)
Alguns aspectos da vontade de Deus nós vamos descobrir estudando com seriedade a Bíblia. Por exemplo: como deve ser a disciplina de um irmão que está em pecado, como educar um filho, etc... Já outros Ele nos dá parâmetros que nos orientam, mas a decisão final é delegada a nós. Exemplificando, que roupa vou usar hoje, com quem um jovem vai namorar, qual bairro morar, e por aí afora. Tanto um lado quanto o outro dessa questão precisam ser “mergulhados” em oração.
Eu orei especificamente por vocês a respeito disso.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

NO AMBULATÓRIO DE QUIMIOTERAPIA


Eu fui. Ontem eu consegui ir fazer visitas aos pacientes do Ambulatório de Quimioterapia. Para aqueles que oraram e me incentivaram eu agradeço e digo que o galardão disso vai ser dividido entre nós.
Entre outros pacientes que conversei, o que mais investi tempo foi um velhinho de 70 e muitos anos de idade e que luta contra o câncer há 13 anos. O que ele mais precisava era falar, falar, falar, falar e ter alguém para ouvir, ouvir, ouvir e ouvir. Foi o que fizemos por 1 hora e 20 minutos. Não estou exagerando, foi isso mesmo. Ainda bem que a minha paciência acabou juntinho com o medicamento.
Mas tenho um medo. Não quero ser um consolador como os amigos de Jó foram. Veja essa sequencia de versículos:
“Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que lhe sobreviera, chegaram, cada um do seu lugar: Elifaz, o temanita, Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita; e combinaram ir juntamente condoer-se dele e consolá-lo. Levantando eles de longe os olhos e não o reconhecendo, ergueram a voz e choraram; e cada um, rasgando o seu manto, lançava pó ao ar sobre a cabeça. Sentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites; e nenhum lhe dizia palavra alguma, pois viam que a dor era muito grande.” (Jó 2:11-13)
“Vós, porém, besuntais a verdade com mentiras e vós todos sois médicos que não valem nada. Tomara vos calásseis de todo, que isso seria a vossa sabedoria!” (Jó 13:4-5)
“Então, respondeu Jó: Tenho ouvido muitas coisas como estas; todos vós sois consoladores molestos. Porventura, não terão fim essas palavras de vento? Ou que é que te instiga para responderes assim? Eu também poderia falar como vós falais; se a vossa alma estivesse em lugar da minha, eu poderia dirigir-vos um montão de palavras e menear contra vós outros a minha cabeça; poderia fortalecer-vos com as minhas palavras, e a compaixão dos meus lábios abrandaria a vossa dor.” (Jó 16:1-5)
O erro desses homens foi pensar como a vida é, através das teorias teológicas humanas. Ou como o próprio Senhor Jesus falou para Pedro: “Jesus, porém, voltou-se e, fitando os seus discípulos, repreendeu a Pedro e disse: Arreda, Satanás! Porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.” (Marcos 8:33)
Também não quero ser um conselheiro de frases prontas, tais como “Leia a Bíblia e ore”, “Tenha fé” e “Vá em paz”.
Eu quero amar, e por isso estava lá.

terça-feira, 5 de maio de 2009

FONTE DE ÂNIMO


Vem comigo que eu vou lhe contar como é o local onde é ministrada a quimioterapia ali no HC-UNICAMP. Depois de andar por 2 corredores, chega-se a uma porta de vidro que dá acesso a uma sala de espera. Em duas das paredes há um grande sofá de alvenaria cobertos por almofadas próprias. Ali permanecem os pacientes que ainda não foram atendidos e os acompanhantes dos mesmos.
À esquerda há um corredor que permite ir aos consultórios. Quase de frente para quem chega ali, tem uma porta dupla, que na maior parte do tempo fica fechada por causa do ar condicionado. Passando por essa porta, chegamos ao local onde os doentes se submetem ao tratamento.
É uma sala enorme com muitas poltronas bem confortáveis encostadas às paredes, que são claras. O posto da enfermagem fica em um dos cantos, à esquerda de quem entra. Há uma televisão ligada quase que o tempo todo. Para o meu gosto o ar ali dentro é muito gelado. Os suportes para os medicamentos ficam afixados às paredes acima de cada poltrona.
Eu tenho me proposto a ir ali todos os dias (mas não tenho conseguido) para, de alguma forma, ser um consolo àqueles que sofrem (e muito) ao receberem esse tratamento necessário mas sem dúvida agressivo.
Quero ser o que Aristarco, Marcos e um homem apelidado de Justo foram para Paulo:
“Eles têm sido uma fonte de ânimo para mim” (Col 4:11b NVI)
Fico imaginando o que passa pela cabeça de um paciente quando, pela primeira vez, passa pelos corredores, atravessa a sala de espera, entra na sala gelada, senta na poltrona e assiste à enfermeira colocar o medicamento no suporte.
Quero ver se consigo, a partir de hoje, ir lá todos os dias ficar com eles.
Ore por isso.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

AMIGOS


“Amigo é coisa prá se guardar/debaixo de 7 chaves/dentro do coração ... “ (Canção da América, M. Nascimento)
Naquela época nós tínhamos aulas aos sábados. E foi em um desses dias que eu conheci o São Carlos. O nome dele é Antônio, mas o chamávamos pelo nome da cidade de onde ele veio. Naquele dia, o garoto que me levava para a escola teve um convite para acompanhar até em casa a garota pela qual ele estava apaixonado. E como é que ele iria empurrar a minha cadeira-de-rodas e paquerar a menina? Ia ficar muito chato para eles e para mim.
Nisso o São Carlos, aluno novo na escola, se ofereceu para me empurrar até em casa. Eu não sabia, mas naquele dia eu estava ganhando o que a vida pode nos dar de mais precioso: um amigo.
Em casa, ele conheceu minha família, meu gato, tomou lanche conosco, assistiu um jogo de futebol comigo pela televisão e conversamos muito, e foi nesse papo que ele me contou da sua paixão por aviões. Ao ir embora ele se ofereceu para na segunda-feira me levar para a escola. E assim combinamos.
Na segunda, lá estava ele, e com um presente para mim: um desenho feito por ele de um gato usando um capacete de aviador sentado no cockpit de um avião de caça. No desenho ele uniu o imenso gosto que tenho por gatos e a sua paixão pela aviação.
Depois disso ele passava mais tempo na minha casa do que na dele. Conversávamos sobre tudo, não havia segredo entre nós, “O olhar de amigo alegra ao coração.” (Provérbios 15:30); muitas vezes chorávamos juntos, “Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão.” (Provérbios 17:17); nos bastávamos, “O homem que tem muitos amigos sai perdendo; mas há amigo mais chegado do que um irmão.” (Provérbios 18:24) e principalmente crescíamos juntos, “Como o óleo e o perfume alegram o coração, assim, o amigo encontra doçura no conselho cordial.” (Provérbios 27:9) e “Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo.” (Provérbios 27:17)
A vida, cheia de bifurcações, nos separou. Ele ainda faz a parte dele me escrevendo de vez em quando, enquanto eu, que sou um grande cabeça de pudim, sou relapso.
Que saudades que deu!

PENSE NISSO 69

A Bíblia não é cheia de conselhos, mas sim de mandamentos.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

DIA DO TRABALHO


“Não posso parar de trabalhar. Teremos toda a eternidade para descansar” (Madre Tereza de Calcutá).
Naquela época nós não tínhamos carro ainda, e em um dia de folga resolvemos ir almoçar fora. Havia perto de casa um restaurante ao qual, muitos anos antes eu havia ido com meu pai e lembrava-me de ter gostado. Então fomos, eu e a Denise.
Já achamos estranho o fato de sermos os únicos fregueses. Notamos a toalha suja. Tive que pedir para o rapaz que estava no balcão ir chamar o garção, um velhinho, que havia sumido. Feito o pedido, esperamos uma eternidade a comida chegar. Depois que colocou a comida na nossa mesa, ele sumiu de novo. Depois de orarmos, nos servimos e constatamos o quanto era horrível aquilo que eles chamavam de “Filé à Cubana”.
Quando me virei para chamar o garção a fim de reclamar, vi que o velhinho estava sentado à uma mesa do outro lado do salão ... almoçando. Quando notou que eu olhava para ele, com um sorriso me perguntou: “Está servido?”, e quando lhe disse que não (literalmente), continuou a comer traquilamente.
Faltava-lhe a prontidão no servir como mostra o seguinte versículo:
“Como os olhos dos servos estão fitos nas mãos dos seus senhores, e os olhos da serva, na mão de sua senhora, assim os nossos olhos estão fitos no SENHOR, nosso Deus, até que se compadeça de nós.” (Salmos 123:2)
O nosso serviço para Deus deve ter a prontidão amorosa que o próprio Senhor tem.
“Até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente.” (Marcos 10:45 NTLH)