É óbvio que não existe o Deus do Velho Testamento, sisudo, rigoroso, que seria diferente do Deus do Novo Testamento, carinhoso e amável.
“Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre.” (Hebreus 13:8)
Estou dizendo isso porque foi parte de uma rápida e proveitosa conversa que tive outro dia com a Heloísa, grande amiga e assídua comentarista de nosso Blog (graças a Deus ela se recuperou do seu problema de saúde!).
Mas já ouvi e li vários comentários de pessoas dizendo, por exemplo, “o pastor hoje pregou mais sobre o Deus do Velho do que do Novo Testamento”. Eu mesmo já me peguei pensando assim. Mas, se Deus é o mesmo, por que existe esse pensamento confuso?
O Deus é o mesmo, mas as mensagens são diferentes em suas ênfases. Embora o autor divino seja o mesmo, e único, são dois aspectos diferentes da mensagem da salvação. No Velho Testamento lemos versículos como os que se seguem:
“Se andardes nos meus estatutos, guardardes os meus mandamentos e os cumprirdes, então, eu vos darei as vossas chuvas a seu tempo; e a terra dará a sua messe, e a árvore do campo, o seu fruto. A debulha se estenderá até à vindima, e a vindima, até à sementeira; comereis o vosso pão a fartar e habitareis seguros na vossa terra.” (Levítico 26:3-5)
E mais adiante esses aqui:
“Mas, se me não ouvirdes e não cumprirdes todos estes mandamentos; se rejeitardes os meus estatutos, e a vossa alma se aborrecer dos meus juízos, a ponto de não cumprir todos os meus mandamentos, e violardes a minha aliança, então, eu vos farei isto: porei sobre vós terror, a tísica e a febre ardente, que fazem desaparecer o lustre dos olhos e definhar a vida; e semeareis debalde a vossa semente, porque os vossos inimigos a comerão.” (Levítico 26:14-16)
Reconheço que muitas vezes a Igreja precisa ouvir mensagens estribadas em textos como esses para conhecer a Deus como Ele é, de uma forma holística. Isso traz temor.
O cerne da mensagem, porém, deve ser textos como esse:
“E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.” (Lucas 15:20)
Trata-se da passagem do “Filho Pródigo”. Note que o Pai recebeu o filho (filho esse que desperdiçou toda a parte da sua herança em farras), o pai gracioso o recebeu com um abraço e sem recriminações. É só GRAÇA e AMOR!
O que me atraiu, e atrai ainda, é essa mensagem do Novo Testamento.
Bom dia Chicão!!
ResponderExcluirÉ.... este tema que você levantou me da o que pensar as vezes. Mas segue aí meus pensamentos a esse respeito:
".....naturalmente nunca fui inclinado a enxergar AMOR e GRAÇA quando castigado, principalmente quando
os castigos eram dolorosos e humilhantes, mas na maior parte das vezes minha revolta era porque não conseguia compreender as razões do
castigo ou de sua intensidade, tendo em vista o que eu mesmo achava justo ou injusto. Mas a despeito da minha natureza indisciplinável
não vim a odiar meus disciplinadores, pelo contrário em alguns casos passei a amá-los mais do que qualquer outra pessoa
e a atribuir a eles valor acima dos outros e até a defendê-los em suas posições. Não sei explicar claramente como a revolta da dor e a humilhação
se transformam em amor e respeito chegando até mesmo à cumplicidade, mas de uma coisa eu sei, quando pude
compreender que a dor daqueles que castigam e o peso do sofrimento que eles carregam ao executar essa tarefa é ainda maior e mais
injusto do que sofrimento que me trouxe o castigo, reconheci então o Amor e a Graça por trás daqueles que me castigavam.
Pois ninguém voluntariamente se expõe ao sofrimento de ser insultado e desprezado por aquele a quem ama para ainda por
cima causar dor e sofrimento a essa pessoa se de fato não Amá-la profundamente. Porque quem castiga sabe que eliminar o efeito anestésico,
porém destruidor, das mentiras que carregamos muito próximas do nosso coração sem nem mesmo percebermos é extremante doloroso
mas sabe que esta é a única maneira de impedir que sejamos endurecidos até ao ponto de sermos incapazes de usufruir do Amor e da Graça
provenientes de Deus.
Creio que Deus nos Ama a tal ponto que é capaz até de castigarnos à morte terrena para que possamos usufruir do seu
Amor e Graça ao seu lado na eternidade afim de não sermos mais atormentados por nossas muitas feridas esperituais durante nossa vida terrena.
Assim eu naturalmente não entendo muitas vezes a razão dos castigos que Deus desferiu em seu povo durante o período do velho testamento,
mas sei que sei que o mesmo Amor com que Cristo se entregou para me salvar ele também usou para castigar o seu povo em muitas outras ocasiões
antes e depois da sua vinda."
"Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te." Apocalipse 3:19
"Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?" Hebreus 12:7
Aquele Abraço!
Caro Xyko,
ResponderExcluirPara mim parece bem claro que o que mudou não foi Deus... foi a forma com que nós seres humanos vemos a Deus, isso sim é que mudou.
A visão antropomórfica de um Deus tribal do AT, que castigava, matava, trazia sofrimento, se vingava, queria ser temido, etc, evoluiu bastante com a revelação do Pai que Jesus Cristo trouxe. Por isso mesmo a nossa fé, a Bíblia inteira e tudo o mais deve ser Cristocêntrico. Todas as interpretações devem ter como referência Jesus.
E ele nos apresenta o "Abba" misericordioso que é só Amor... quem castiga é o próprio ser humano, ora acreditando que pode corrigir algum erro, ora tentando redimir a si próprio da culpa.
Esquecemos e descremos que Deus é misericórdia e Amor, como Jesus mesmo disse.
Paz,