Por vários aspectos foi muito bonito o que aconteceu ali. Todos os parentes, inclusive seu marido e seu filho de 11 anos, estavam ali no hospital reunidos para se despedirem da Cris, 29 anos, em seus últimos momentos de vida. Esses familiares já haviam me deixado a sós com ela para prepará-la para aquela experiência final. Depois nos revesávamos em pequenos grupos para lhe fazer companhia. A conversa mais impressionante aconteceu quando a Cris pediu para ficar a sós comigo e com o marido. Com a respiração ofegante e difícil (ela tinha câncer nos dois pulmões) ela declarou com convicção que estava em paz com Deus e com os homens, e que estava muito alegre! Não é um fim bonito?
Todos nós em algum momento já nos perguntamos como será que vamos morrer. Tenho um amigo que quase morreu afogado. Ele conta que depois de lutar muito para voltar à superfície, suas forças se findaram, começou a afundar e o seu pensamento foi o seguinte: “Então é assim que vou morrer ...”. Naquele instante os braços do seu irmão o puxaram para a tona.
Morrer instantaneamente, como por exemplo em um acidente, é desejável, pois se evita o sofrimento. Mas morrer lentamente em um hospital dá a chance de preparar a família para o luto, fazer os acertos que porventura possam existir (como assegurar o perdão para alguém, como foi o caso da Cris), e é uma chance de se dar um belo testemunho (como o dela que vi, me impactou e registrei acima).
Devemos buscar dar um sentido para a nossa morte. A morte faz parte do processo da vida, e a mesma só vai ter um sentido se a vida coerentemente for digna, aí tudo é belo.
PARA REFLETIR:
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2:5-8)
Obrigado por compartilhar esta meditação pastor.
ResponderExcluirA cultura atual foge da morte. Não gostamos de falar sobre a morte, afastamos as crianças do contato com a morte e evitamos o contato com quem está morrendo. Daí transferirmos o momento da morte para hospitais, afastando-a do nosso meio. Mas morrer faz parte da vida. Fico pensando nas palavras de Paulo: "Para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro"...Será que eu posso dizer o mesmo? Henri Nouwen diz o seguinte sobre morrer:
ResponderExcluir"Diante da morte, a verdadeira questão não é 'O que eu ainda posso fazer?' ou 'Que influência ainda poderei exercer?', mas sim: 'Como posso viver de modo a continuar a ser fecundo quando já não estiver entre meus amigos e familiares?'. Essa questão transfere nossa atenção do fazer para o ser. O fazer produz sucesso, mas o ser gera frutos. O grande paradoxo de nossa vida é que nos preocupamos excessivamente com o que fazer, porém o mais provável é que seremos lembrados pelo que fomos."
abraços,
Heloisa
Caríssimo,
ResponderExcluirConcordo plenamente com a Heloísa.
Todos nós um dia seremos chamados para o nosso "Grande Sacrifício", e sacrifício quer dizer "tornar sagrado". E só é sagrado, só tem valor, aquilo que damos sentido.
Quanto mais sagrado quanto mais tivermos dado sentido durante nossa vida.
Paz,