“Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu.” (Gênesis 3:1-6)
A insatisfação é o que faz a moda, é o que impulsiona a industria do entretenimento, que muda os modelos dos carros e motos, que alavanca o turismo, as bebidas, as drogas e quase tudo mais. A insatisfação é o que move a economia mundial. O sistema satânico no qual o mundo jaz não quer que uma pessoa sequer esteja satisfeita, muito pelo contrário, está sempre propagandeando coisas novas para gerar insatisfação. Um indivíduo satisfeito não consome. O insatisfeito sempre quer algo mais.
“A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Há três coisas que nunca se fartam, sim, quatro que não dizem: Basta! Elas são a sepultura, a madre estéril, a terra, que se não farta de água, e o fogo, que nunca diz: Basta!” (Provérbios 30:15-16)
Conheço uma senhora cuja motivação maior na vida é adquirir algo. Sempre está querendo comprar alguma coisa específica. E quando compra, já se desinteressa por aquilo e já começa a pensar em outra coisa para adquirir.
“Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda; também isto é vaidade.” (Eclesiastes 5:10)
E você? Está satisfeito ou quer mais alguma coisa?
PARA REFLETIR:
“Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação.” (Habacuque 3:17-18)
Caríssimo,
ResponderExcluirEu acredito que essa "insatisfação" se chama DESEJO.
Necessidade é aquilo que tem objeto definido: tenho fome, necessito comer; tenho frio, necessito de agasalho...
Já o desejo é aquela energia insaciável que temos dentro de nós, ele não tem objeto específico, quanto mais tem, mais quer. É aquela sarça que arde e que nasce na nossa profunda consciência (ou inconsciência) de que somos incompletos, de que somos abertos para o infinito, para o transcendente. É uma força exclusivamente humana que nos impulsiona para frente, para o futuro, para a Esperança...
O desejo não é intrinsecamente mau, lembra da última ceia: "Desejei ardentemente comer esta Páscoa convosco..."
O problema é que nós teimamos e a publicidade hoje em dia é especialista em colocar "objetos" para o nosso desejo e é aí que mora a tragédia: a nossa sociedade consumista de certa forma até nos impõe valores ditos "instáveis" (materiais) e quem buscar exclusivamente neles sua satisfação vai se dar mal.
Temos que nadar contra essa corrente e buscar nossa satisfação em valores mais "estáveis", que são os valores transcendentes, que dão sentido nesta nossa existência, e esses valores (Amor, "céu", Deus... se é que dá para colocar nomes neles...) não são necessariamente "religiosos", são espirituais.
Agostinho de Hipona escreveu com sabedoria:
"Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti."
Paz,