Nós, evangélicos, temos uma tendência a olhar o ser humano de uma forma depreciativa demais, como se fôssemos vermes inúteis com a inteligência de uma samambaia de plástico. Por que será?
Confesso para vocês que, com todo esse meu “coração pastoral”, eu definiria facilmente algumas pessoas com esse perfil. Inclusive algumas que conheço pessoalmente. Sim, claro, o ser humano é terrível!
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9)
Outra coisa a considerar ainda é que para darmos bons frutos, não podemos confiar em nossos próprios recursos, mas precisamos ter uma total dependência de Deus.
“Eu sou (é Jesus falando) a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.” (João 15:5-8)
Gosto desse trecho. Devemos nos esvaziar de nossos pensamentos, nossas palavras e nosso amor para deixar fluir através de nós os Pensamentos, as Palavras e o Amor de Deus para darmos muito fruto. Com isso a Glória é do Pai.
Por outro lado, fomos feitos por Deus.
“Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.” (Gênesis 1:31a)
Se achamos a natureza maravilhosa, por que pensar diferente a respeito do ser humano? Como criaturas de Deus somos uma maravilha.
“Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste: ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo; as aves do céu, e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares. Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!” (Salmos 8:3-9)
Não desconsidero o fato da queda do homem. O pecado, e todas as suas consequências foram acrescentados ao que Deus criou e viu que era bom.
O que você pensa a respeito de si mesmo?
“Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” (Romanos 12:3)
PARA REFLETIR:
“Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana. Mas prove cada um o seu labor e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro.” (Gálatas 6:2-4)
O ser humano, por si mesmo, não tem nenhum valor, mas "fomos comprados por alto preço". Somos "santuário do Espírito Santo que habita em nós" e que nos foi dado por Deus.
ResponderExcluirPaulo diz que somos "vasos de barro", sem valor em si, mas nos tornamos valiosos pelo tesouro que está dentro de nós.
Concordo com o pastor Xico. O ser humano tem muito valor. Deus nos fez, e Deus não faz nada ruim.
ResponderExcluirAbraço, Francisco dos Santos.
Caro Xyko,
ResponderExcluirBelíssima reflexão. Concordo plenamente e acredito no valor terapêutico que tem quando nos concientizamos disso e "pegamos mais leve" conosco mesmo.
Quanto mais amamos a Deus, ao próximo e a natureza, mais amamos a nós mesmos... pelo menos deveria ser assim.
O grande problema é que nós "julgamos pela aparência" e, em geral, valorizamos o poder e o ter nas pessoas e em nós mesmos (talvez essa meritocracia seja mais intensa no pensamento protestante, não que os católicos não a tenham - vide Max Weber em "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo").
O filósofo Kant disse que aquilo que não tem preço tem "dignidade".
Talvez devamos resgatar o valor da dignidade humana para termos mais Paz no nosso mundo, começando pelo nosso mundo "interior".
Paz, muita Paz mesmo