segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

DOCE IDADE

Conheço uma senhora que tem mais de 90 anos. Um dia ela me disse que achava que Deus a havia esquecido.
Cheguei a pensar assim. Posso garantir que não foi por motivos egoístas. É que não quero dar trabalho. Acontece que quanto mais velhinho vou ficando, fico mais doente, mais fraco, mais chato. E com isso dando mais trabalho.
Um exemplo bíblico me fez mudar de idéia:
“Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, avançada em dias, que vivera com seu marido sete anos desde que se casara e que era viúva de oitenta e quatro anos. Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações.” (Lucas 2:36-37)
Sempre há a possibilidade de servir ao Senhor, mesmo preso a uma cama, dependendo dos outros, testemunhando (alegria em Cristo mesmo no sofrimento), falando, escrevendo, orando.
“O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano. Plantados na Casa do SENHOR, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor, para anunciar que o SENHOR é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça.” (Salmos 92:12-15)
Para os leitores do Oriente Próximo, a palmeira evocava a idéia de beleza e o cedro a de solidez. Beleza e solidez não físicas, mas de vida. Um velhinho cristão pode, e deve, ser visto como referência de uma vida cheia de harmonia e que proporciona segurança.
Quero ser assim.

Um comentário:

  1. Caríssimo,

    Sua reflexão tem cada vez mais importância nos nossos dias, uma vez que com o aumento da expectativa de vida, cada vez mais pessoas (inclusive nós mesmos) temos maior chance de nos tornarmos "avançados em dias" como a profetisa.
    Aliás, não sei se já comentei aqui, mas Ana quer dizer "cheia de graça", Fanuel quer dizer "vi o rosto do Senhor" e Aser "felicidade".
    Quiçá possamos dizer na velhice como ela: "Estou cheio de Graça e feliz porque vi o rosto do Senhor..."


    Paz,

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