sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O QUE É MAIS FÁCIL

Um rapaz passou certa tarde no escritório do serviço de Capelania do HC-UNICAMP afirmando que queria entrar nas enfermarias e orar pelos pacientes ali internados. Foi-lhe explicado, como sempre é feito aos muitos que ali aparecem com essa intenção, que para isso acontecer a pessoa tem que se submeter a fazer um curso e um treinamento. O hospital é um lugar atípico e até perigoso, e sem o devido preparo, pode-se colocar em risco a saúde tanto dos pacientes quanto de quem faz as visitas. Aquele moço não se convenceu disso e foi embora um pouco contrariado.
Naquela mesma tarde fui fazer uma visita a um paciente que estava “internado” no Pronto Socorro e vejo aquele camarada que, de alguma forma ali entrou, punha a mão na cabeça de cada um dos que estavam nas macas, orava e assegurava a cura de cada uma das pessoas! Com a ajuda de um segurança o levei até o escritório onde, de novo, com toda a paciência, o Pastor Sílvio, capelão evangélico do hospital, tentou lhe explicar a situação. Ele não só não concordou como foi embora dizendo que nós estávamos ali a serviço do Inimigo para impedir a obra de Deus.
Muitos pretendem, ainda que “em nome de Jesus”, curar as doenças das pessoas. Temo que seja para enaltecer a si mesmo.
No episódio bíblico em que alguns homens descem um amigo paralítico pelo telhado até à frente de Jesus, podemos perceber a cura total do mesmo, tanto física quanto espiritual. Note esse trecho:
“Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus? E Jesus, percebendo logo por seu espírito que eles assim arrazoavam, disse-lhes: Por que arrazoais sobre estas coisas em vosso coração? Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados— disse ao paralítico: Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa. Então, ele se levantou e, no mesmo instante, tomando o leito, retirou-se à vista de todos, a ponto de se admirarem todos e darem glória a Deus, dizendo: Jamais vimos coisa assim!” (Marcos 2:7-12)
Sabe o que Jesus fez naquele instante? Provou ser Deus. Isso me emociona sobremaneira.
Por isso tento viver não querendo ser Deus, levando as pessoas até Ele para serem curadas. Prefiro segurar a corda e descê-los até Jesus, meu Senhor e meu Deus, nem que seja pelo telhado. Quem cura é Jesus, como e quando quer, pois Ele é Deus.

2 comentários:

  1. Eu creio, e posso lhes garantir que é com muita fé, que Jesus cura as pessoas nos dias de hoje. Muitas vezes eu estava com dor de cabeça ou gripe e foi só orar com fé e fui curado.
    Em Cristo Ezequiel.

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  2. Caro Xyko,

    Esse assunto me desafia bastante, pois me faz pensar nos "critérios" que usamos para dizer o que é uma doença.
    A medicina de hoje usa recursos objetivos para dar os limites da "normalidade", muitas vezes reduzindo a saúde a exames e a números: como está sua glicemia? Abaixo ou acima de 120? E seu peso está adequado para sua altura? Conheço gente que tem mais de 70 anos e se orgulha por pressão arterial de adolescente: 12/8... e assim por diante. Todos esses números podem ser úteis, mas tem que serem avaliados num contexto mais global e subjetivo de cada pessoa.
    Conheço muitas pessoas que fisicamente estão "perfeitas", mas não conseguem se relacionar razoavelmente com as outras pessoas. São desajustadas... estão elas saudáveis?
    O psiquiatra austríaco Viktor Frankl criou um termo bem interessante: "neurose noógena".
    Para este autor, não basta a superação dos complexos da esfera sexual (descritos por Freud) e dos complexos de inferioridade (descritos por outro grande psiquiatra, Alfred Adler), todos devemos buscar sentido em nossas vidas para não cair no vazio existencial (neurose noógena = "neurose da alma").
    Fica claro que Jesus não tinha problemas para a cura física nem para dar sentido existencial para a vida das pessoas, seu maior problema, que permanece até os dias de hoje, é o de "ajustamento". Não por causa dEle mesmo, mas por nossa causa, que como os escribas que o acusaram de blasfêmia, ainda não aceitamos plenamente a Sua mensagem em nossas vidas...
    Talvez seja isso que esteja faltando para nossa saúde plena: a livre e profunda aceitação de Jesus em nossos corações. E acredito não adianta querer impor de "fora para dentro", tem que ser uma decisão pessoal. Não adianta a "imposição" externa que algumas pessoas (às vezes até com boas intenções) tentar fazer tão frequentemente lá no HC.
    Acredito que essa conversão interna é que abre o caminho para um equilíbrio mais saudável em cada um... talvez seja isso que chamamos de SAÚDE. Não é a toa que as palavras saúde e salvação tem a mesma raiz (lat. salutem, salvus).


    Paz,

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