Uma senhora leu um texto meu, o qual reproduzo abaixo, e me enviou uma simpática carta compartilhando algumas ricas experiências vividas por ela. A carta transcrevo depois do texto.
DEFINA A PALAVRA PROBLEMA PARA MIM
Ela tem 18 anos. Vamos chamá-la de Si. Nasceu com AIDS, que foi transmitida pela mãe que morreu quando essa jovem tinha 9 anos. É consumidora de drogas (segundo ela, menos as injetáveis), assim como o próprio pai. Inclusive ela já consumiu droga junto com o pai! Internada há 4 meses, durante esse tempo não se drogou, é lógico. Afirma que nunca mais vai usar tal recurso. Ela mora com uma tia, não com o pai e nem com a irmã. Essa irmã é quem cuida do filho de 2 anos que a Si teve com um rapaz, o qual a abandonou e já mora com outra amante. Não sei se essa criança também é contaminada.
Outro dia eu perguntei à Si como foi a sua infância até os 9 anos. Ela respondeu que foi só tristeza, como toda a sua vida. Eu acredito nisso.
Outra pergunta que fiz foi qual é a expectativa da Si para o futuro. Ela não hesitou em afirmar que quer fazer o ensino médio e cursar a faculdade de direito. Será que vai conseguir?
Às vezes fico pensando se o que eu chamo de “meu problema” é problema mesmo.
PARA REFLETIR:
“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações,” (Tiago 1:2)
Agora a carta que recebi:
Prezado Francisco, o seu texto me fez lembrar de uma situação recente e bem menos problemática, mas igualmente triste.
Passei o final de ano em um hotel fazenda, na noite do dia 31 teve um coquetel seguido de jantar. Enquanto estávamos no coquetel, uma garota de 11 anos estava sendo babá de uma bebezinha. A mãe da bebê estava trabalhando, preparando drinks.
Eu fiquei perto porque a garota de 11 anos, seu nome é Rosa, veio dizer para a mãe da bebê que não tinha onde ficar com ela. Como ouvi, disse para ela colocar o carrinho da bebê próximo a mim e lhe dei minha cadeira. Eu percebi que Rosa estava contendo as lágrimas com a ponta de sua blusa. Então, resolvi tentar algo; ela me explicou que morava muito longe e que estava triste por não estar em casa. Eu não podia fazer muito por ela, mas tentei reconfortá-la, arranjei guardanapos para ela limpar as lágrimas, fiz um prato com petiscos que ela recusou. O que mais me deixou triste, além da situação da Rosa, foi ver que todos festejavam e nem perceberam que tão perto tinha alguém triste que se sentia mal. A minha alegria não poderia ser a mesma e fiquei muito incomodada ao perceber o quanto não olhamos e não damos a devida atenção a quem está tão próximo. Fiquei triste também por ver que ainda temos muitas crianças que precisam trabalhar. E mais triste porque enquanto a Rosinha chorava, as demais crianças, inclusive as minhas, riam, brincavam e se divertiam. O que deixava a situação da Rosa pior, isso no meu ponto de vista. No final da noite vi que aquela menina já estava melhor e espero ter colaborado um pouco para que ela se sentisse assim.
Além dessa, nesta viagem conheci outras histórias, a Maria que está em tratamento devido a um câncer de estômago, uma outra senhora que está se recuperando de um câncer de mama, uma garota que teve problemas no parto e tem uma série de limitações, entre outras histórias. Então, me lembrei de um amigo que sempre me diz o seguinte: "Nós temos dificuldades! Não podemos dizer que o que temos são problemas", e ao escrever me lembrei de uma fala de um personagem de um filme que se chama “Banquete de Amor”; a certa altura do filme um personagem diz acreditar que Deus tinha se esquecido deles, e outro personagem revida dizendo o seguinte: “Deus não nos esqueceu, se Ele tivesse esquecido não nos teria dado um coração tão forte - para aguentar o que aguentamos”.
Abraços, Gabriela.
Nesse início de ano fui impactado pela mensagem de Deus através de um amigo quanto as expectativas para o novo ano. A mensagem levou-me a considerar o que Deus espera de mim e não o que eu espero para mim em 2011. Aprendi que além de se relacionar comigo Deus deseja que a minha vida possa de fato contribuir para uma grande virada na vida de alguém em 2011. Um grande desafio! Mas estou com o firme propósito de colocá-lo em prática. Você está comigo nessa?
ResponderExcluir"Para Deus, o Pai, a religião pura e verdadeira é esta: ajudar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e não se manchar com as coisas más deste mundo." Tiago 1.27
É verdade, lendo esse texto seu, ao relembrar o que a Palavra nos fala, é como um "tapa na cara" pra que , pelo menos eu, perceba o quanto eu reclamo muito e agradeço pouco. Deus é tão bom com a gente e a gente só reclama, né? hehe
ResponderExcluirMeu blog abaixo. Abraço Xyko, até sábado!
http://oquetodojovemdevesaber.blogspot.com/
Caro Xyko,
ResponderExcluirO que mais me impressiona é cada um é chamado a cumprir "sua missão" nesse mundo nas formas mais variadas.
Parece-nos que para uns, cumprir essa missão seja mais "fácil" que para outros... mas nós julgamos pelas aparências.
"Nós somos nós e nossas circunstâncias" já dizia Ortega y Gasset, filósofo espanhol.
Temos que dormir com um barulho desses...
Paz,
Caro Pr. Ronaldo, estou nessa também. Quero aproveitar para agradecer seus preciosos comentários que enriquecem o conteúo desse nosso Blog.
ResponderExcluirAbraço, Xyko.