A primeira vez que eu me deparei com esse drama foi quando uma faxineira que trabalhava lá em casa declarou que a ocasião mais feliz da vida dela foram 3 dias em que esteve internada em um hospital para fazer alguns exames. Lá ela não tinha que trabalhar e ficava longe dos problemas!
Depois foi lá no HC, quando, a pedido de um médico, fiz uma visita a um paciente de mais ou menos 40 anos, que não queria receber alta. Quando lhe perguntei o motivo de ele não querer ir embora, a resposta me chocou:
- É que em casa não tem comida.
Mais recentemente, duas crianças de aproximadamente 9 anos, não queriam ir para casa. Amiguinhos, brinquedoteca, TV no quarto, palhaços e contadores de histórias, tudo isso fez que achassem que ficar internado seria melhor. Some-se a isso a maior atenção que os pais dedicam à criança nesse período.
Comentando isso com outros visitadores voluntários da Capelania, um deles contou que havia lá no HC um paciente que também não queria alta porque no hospital pelo menos ele tinha com quem conversar!
É ... existem casos assim! Talvez seja por isso que muitos bares e botecos fiquem cheios de gente no final do dia, naquilo que eles chamam de "happy hour". Esse nome, "happy hour", pode revelar a má qualidade de vida do lar de muitos daqueles que gostam de ficar "com a barriga encostada em um balcão", bebendo.
Felizmente a maior parte dos pacientes quer receber alta o mais rápido possível.
Vou deixar uma pergunta para pensarmos: o que temos feito para que nossos familiares tenham vontade de voltar para casa?
Para mim, é gostoso voltar para o meu lar, e a Denise, minha mulher e a Cíntia, minha filha, são as responsáveis por isso.
E por fim, é uma doce esperança ansiarmos pelo dia em que vamos nos mudar para a morada que Jesus Cristo nos tem preparado. Tenho investido minha vida para conseguir o maior número possível de pessoas para serem meus vizinhos naquele condomínio fechado para os incrédulos.
E você?
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