sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

QUANDO PERDEMOS O JUÍZO


Faz tempo que isso aconteceu, por isso não me lembro de alguns detalhes. Era de tarde. A menina tinha 7 ou 8 anos. A mãe dela pouco antes fechou todas as portas e janelas da casa, fez a garota deitar na cama de casal, fez o gás do fogão invadir todos os cômodos, deitou junto da filha e acendeu um fósforo! A mulher morreu. A criança estava com o corpo todo carbonizado, preto, só os lábios muito intumescidos eram vermelhos. Chegou ao hospital com queimaduras em 100% do corpo. Mas vivia.
Por que aquela mulher fez aquilo? Porque o marido, e pai da menina, foi morar com outra mulher. Quando esse homem chegou ao HC, pediram que eu lhe fizesse companhia e desse apoio depois que visse a filha. Quando se sentou ao meu lado, ele literalmente agarrou o meu braço e chorou convulsivamente por um longo, longo tempo.
A pobre menina morreu naquela noite.
Volto a perguntar: por que?
Há casos, como o de uma moça que acompanhei pessoalmente enquanto esteve internada, que tomou raticida porque o namorado terminou o relacionamento com ela. E nem foi por causa de outra, simplesmente não queria mais.
Qual a razão desses gestos tresloucados?
Por outro lado, no meu trabalho ali no HC vejo muitas pessoas que sofrem muito, a doença e a internação é o menor dos problemas, às vezes não possuem o que comer, teem problemas no casamento (como traição, por exemplo), filhos drogados e, mesmo assim são felizes. Nem pensam em se matar. Muito menos em matar os outros.
Essas pessoas teem uma fé e esperança em que a nossa feliz e verdadeira vida não é essa aqui da terra.
“Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória.” (Colossenses 3:1-4)
Não podemos ficar reféns de alguém, ou algo, para sermos felizes. A traça, a ferrugem, o ladrão, a morte ou mesmo outras pessoas podem nos separar da nossa ilusória fonte de felicidade.
“Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 8:37-39)
Qual é a sua fonte de felicidade?

2 comentários:

  1. Pastor,
    As coisas são exatamente assim. Quando entregamos verdadeiramente nossas vidas a Cristo e passamos a colocar nossa felicidade nEle, vemos o quanto esta mensagem é verdadeira. Somos frágeis e dependentes. Temos que, a cada dia, depender mais de Deus e somente dEle. Assim teremos a certeza de nunca nos decepcionarmos.
    Um abraço.
    Flávia
    Brasília-DF.

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  2. Confesso, Flávia, que já "perdi o juízo" algumas vezes. E perco ainda. Isso geralmente acontece quando coloco a minha felicidade em alguém ou algo que não seja Deus, e essa ilusória fonte de felicidade falha.
    Um abraço, e escreva sempre.
    Xyko Motta.

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