terça-feira, 12 de maio de 2009

PÚLPITO COM RODAS E MOTORIZADO


Nós estávamos à beira de uma represa lá em Minas Gerais. Naquele entardecer lindo, o céu tinha nuvens que se pareciam com flocos de algodão que, atingidas pelos raios do Sol que se punha, ficaram mescladas de cinza, branco e rosa.
Foi naquele momento que o Haroldo Reymer me disse que eu tinha um trabalho cristão que só eu podia desenvolver, e o mesmo só poderia ser realizado em cima de uma cadeira-de-rodas. Nunca mais me esqueci daquilo, mesmo porque aquelas palavras verdadeiras se tornaram fatos.
“Também dizei a Arquipo: atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para o cumprires.” (Colossenses 4:17)
Deus tem um trabalho que é sob medida para você. Ele vai usar tanto seus pontos fortes quanto os fracos. E ninguém no mundo pode fazer esse trabalho melhor do que você.
Quando não levamos em consideração isso, corremos o risco de cometer dois erros.
O primeiro é querer nos comparar uns aos outros. Se o trabalho é pessoal, não há base verdadeira para comparações. Por isso Paulo classifica isso como loucura: “Porque não ousamos classificar-nos ou comparar-nos com alguns que se louvam a si mesmos; mas eles, medindo-se consigo mesmos e comparando-se consigo mesmos, revelam insensatez.” (2 Coríntios 10:12)
O segundo erro é não crer nesse versículo:
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8:28)
Já pensou se eu orasse para ser curado?

2 comentários:

  1. Há alguns anos atrás um homem que andava de cadeira de rodas me pediu para tirar um pequeno nódulo de sua mão direita, que ficava bem no lugar onde pegava o polegar de uma pessoa que apertava a sua mão e o incomodava bastante. Por causa de sua condição de cadeirante, para facilitar as coisas, acabei por quebrar umas dez normas do hospital: fizemos a cirurgia com anestesia local no pronto socorro, o material não era o mais apropriado, não tinha prontuário, não pedimos biópsia e por aí em diante... no fim deu tudo certo, foi uma pequena cirurgia que cicatrizou muito bem, apesar do cara ficar andando com curativo do ursinho Puff para cima e para baixo. No começo achava o cara meio doido, andando de cadeira de roda pelo hospital... mas com o tempo passei a entender que aquela era a sua missão, e ele tinha uma autoridade por ser cadeirante que ninguém mais tinha. Ele alcançava lugares na alma das pessoas que ninguém mais alcançava. Que Deus o abençoe e que ele continue com a sua missão por muitos e muitos anos...
    Eu ainda continuo achando ele meio doido...

    Paz e Bem,

    Venâncio

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  2. O pior é que também eu, que conheço esse cara melhor que você, também acho ele meio doido. "Dize-me com quem andas, mesmo que seja numa cadeira-de-rodas motorizada, e eu te direi quem és". O curativo foi aprontação do médico responsável (?) por aquele procedimento.
    Um abraço, Xyko.

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