terça-feira, 6 de abril de 2010

ESSA PORCARIA DA MORTE


A Maura, pedagoga do HC-UNICAMP, a Rosângela, que ali trabalha como fisioterapeuta e eu conversávamos entristecidos sobre a morte da Camilinha, ocorrida na última sexta-feira. Essa menina, que tinha uns 4 ou 5 anos, ficou muito tempo internada ali onde trabalhamos, e nos conquistou de verdade. Ela era apaixonante. De repente a Maura solta uma frase no ar que me surpreendeu: “Uma coisa que não entendo é essa porcaria da morte”.
Assim que ela falou isso vieram me chamar para atender uma emergência no Pronto Socorro. Era para acompanhar o momento da morte de uma senhora de uns 50 anos, evangélica, e dar o suporte necessário à família. Eu fiz isso. A filha daquela senhora que morreu, mesmo chorando, me disse que agora sua mãe está melhor do que nós. Eu concordei.
Eu creio que tanto a Camilinha quanto aquela senhora estão melhor do que nós porque ambas podem ver o Senhor Jesus. Maria Madalena, depois que saiu do local onde Jesus fora enterrado e ressuscitou, foi até os discípulos e lhes disse: “Eu vi o Senhor”. Não acredito que haja coisa melhor do que isso.
Para entendermos “essa porcaria da morte” temos que nos conscientizarmos de que a vida é um processo e a morte faz parte do mesmo. Para que haja vida é necessário que haja a morte.
“Pois este corpo mortal precisa se vestir com o que é imortal; este corpo que vai morrer precisa se vestir com o que não pode morrer. Assim, quando este corpo mortal se vestir com o que é imortal, quando este corpo que morre se vestir com o que não pode morrer, então acontecerá o que as Escrituras Sagradas dizem: “A morte está destruída! A vitória é completa!” “Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu poder de ferir?”” (1 Coríntios 15:53-55 NTLH)
Eu tinha um amigo o qual me disse que não queria passar pelo arrebatamento, pois queria ter a experiência da morte. Deus satisfez esse seu desejo em um acidente numa estrada. Por que? Não sei. Conto isso para mostrar que não é para todo mundo que a morte é uma porcaria. Uma senhora que conheço e que já contou mais de 90 anos, fiel a Deus, já externou o desejo de ver a Deus. Ela já viu tudo por aqui, agora quer ver o Senhor.
Não tenho nenhuma tendência suicida, mas que eu gostaria de ver o Senhor hoje, ah sim, como gostaria!
E você?

4 comentários:

  1. o problema é pra quem fica...

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  2. Muito bom esse texto Xyko... realmente é pra parar, pensar e refletir um pouco sobre, podemos dizer, do medo da morte que é natural nós termos!!

    Abraços, fica com Deus!

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  3. Impressionante!
    Muitas vezes sofremos tanto, que até pensamos que a morte é a solução. Mas a morte não é solução, mas sim, a passagem para um próximo estágio, próximo e definitivo: a vida eterna ao lado do Senhor, para os que creem. Mesmo que tenhamos esta consciência, de que todos iremos morrer, ainda assim, é difícil pensar nisso. Ainda que saibamos que encontraremos o Senhor, é difícil desapegar-se. Bem, acho que preciso pensar mais...Realmente, este blog dá o que pensar.
    Grande abraço,

    Flávia

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  4. Acredito que nosso grande desafio como seres humanos, muito mais do que tentar entender a morte, é ACEITÁ-LA...
    Os gregos antigos diziam qua a condição humana se resumia na mortalidade, por isso éramos chamados simplesmente de "mortais", em oposição aos "deuses".
    Aquiles, na pele do Brad Pitt, na versão cinematográfica de Tróia, em uma conversa com Briseida sobre a morte, diz que os deuses nos invejam, pois sendo mortais podemos desenvolver gosto e sentido na nossa vida.
    Tentar alcançar o fruto da Árvore da Vida é o que realmente faz nossa vida ter sentido... e isso é o que a Ressurreição significa.

    Paz,

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