A cena você já deve ter visto muitas iguais pela TV. Uma enchente causou prejuízo total em uma casa e depois o dono ficou andando no meio dos destroços para ver se é possível aproveitar alguma coisa. Geralmente não dá, pois a água e a lama destroem tudo. Um repórter, usando uma dessas capas de chuva amarelas, faz uma pergunta boba “E agora?”, mas obtém uma resposta profunda: “Agora vou construir tudo novamente. Começando do zero, sem desespero e sem lamentações, vamos continuar a nossa história”.
Embora verossímil, essa cena não é real. Eu a criei para refletirmos sobre as trágicas aflições que podem nos atingir, e atingem.
A dor, o sofrimento e até mesmo a morte fazem parte do processo da vida. Tanto faz se estamos construindo ou reconstruindo, tudo faz parte da nossa história. Preocupação não ergue muro, nem imprecações, nem murmurações.
Não querendo ser estóico, creio que devemos manter a serenidade perante as tragédias e coisas boas. Não é conformismo que estou preconizando, é confiança em Deus.
“Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” (Mateus 6:25-34)
Em um romance que li chamado “Êxodos”, (não lembro o autor, mas lembro que emprestei esse livro para o Rui, meu irmão, e ele não o devolveu), um personagem judeu tem que ceder sua fazenda para os árabes, e quando retoma suas terras, toda a plantação de excelentes rosas está destruída. Quando lhe perguntam “E agora?”, ele responde “Vamos plantar tudo de novo”.
Alguém me ensinou um dia que não podemos perguntar “por que” para Deus quando nos acontece algo ruim, se não o fazemos quando acontece algo bom.
Se estamos vivos, temos que construir. Ou reconstruir, tanto faz.
Pois é,
ResponderExcluirTodas as tradições religiosas aceitam o ciclo da destrição e reconstrução... o próprio Jesus teve que morrer para ressuscitar.
O difícil de aceitar é quando acontece com a gente. Como você mesmo disse: quando nos encontramos com "as trágicas aflições que podem nos atingir, e atingem".
Não é fácil.
Paz,
PS - Xyko,
ResponderExcluirVou te dizer uma coisa: só empreste xerox dos textos ao seu irmão Rui... ele pode esquecer de devolver e aí não vai fazer falta.
Paz,