Isso aconteceu na porta do HC. Não me lembro exatamente o que a menininha, que devia ter uns 4 ou 5 anos, estava teimando, mas lembro que a mãe disse: “Já que você não me ouve, não falo mais com você”. E assim fez. A garota puxava assunto, fazia perguntas, chamava e a mãe continuava impassível. A menina começou a chorar, chamava a mãe e nada. Com o rostinho todo cheio de lágrimas, com uma carinha de profunda tristeza, ela pegou a mão da mãe, beijou várias vezes e suplicou:
“ - Mamãe, não faz isso comigo!”
Não falar mais com a pessoa, “ficar de mal”, cortar relações, tudo isso é, para mim, o pior castigo que alguém pode me impor. A quebra de uma comunhão gostosa me dói muito.
Marido e mulher fazem isso, entre irmãos também ocorre, e também entre amigos. Todos nós fazemos isso, uns mais, outros menos, mas todos o fazemos. E sempre com o objetivo de machucar para castigar.
E o pior é que também o fazemos para com Deus. Veja um exemplo:
“Veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis; e, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do SENHOR.” (Jonas 1:1-3)
É óbvio que Jonas sabia que não podia fugir da presença do Senhor, mas podia cortar a comunhão e ir para um lugar onde Deus não é considerado. É mais ou menos o que algumas pessoas tentam fazer ao “sumir” da Igreja. É virar as costas para Deus.
Outro exemplo:
“Assim falara o SENHOR dos Exércitos: Executai juízo verdadeiro, mostrai bondade e misericórdia, cada um a seu irmão; não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente cada um, em seu coração, o mal contra o seu próximo. Eles, porém, não quiseram atender e, rebeldes, me deram as costas e ensurdeceram os ouvidos, para que não ouvissem.” (Zacarias 7:9-11)
E por fim, quero salientar que ao virarmos as costas para os outros nós o fazemos a Deus:
“Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes. Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.” (Mateus 5:42-45)
É isso aí Xyko,
ResponderExcluirO ser humano precisa fundantemente ser "considerado" pelo seu semelhante, senão não há formação da identidade, não há ordem interior, não há sensação de existência.
Talvez por isso mesmo a palavra consideração signifique dar atenção a, levar em conta, observar atentamente, meditar em. Interessante que consideração (etimologicamente "junto ao céu) evoca aquele olhar místico e de identificação que temos quando olhamos para o céu (lembra da experiência postada neste blog: FURINHOS QUE PERMITEM VER A GLÓRIA).
Indiferença mata mais que o ódio, mata por dentro...
"Conheço tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te." (Ap 3, 15s)
Dá a impressão que até o ódio é melhor que a indiferença... realmente dá o que pensar.
Paz,