quinta-feira, 22 de abril de 2010

A PIOR COISA PARA QUEM AMA

Isso aconteceu na porta do HC. Não me lembro exatamente o que a menininha, que devia ter uns 4 ou 5 anos, estava teimando, mas lembro que a mãe disse: “Já que você não me ouve, não falo mais com você”. E assim fez. A garota puxava assunto, fazia perguntas, chamava e a mãe continuava impassível. A menina começou a chorar, chamava a mãe e nada. Com o rostinho todo cheio de lágrimas, com uma carinha de profunda tristeza, ela pegou a mão da mãe, beijou várias vezes e suplicou:
“ - Mamãe, não faz isso comigo!”
Não falar mais com a pessoa, “ficar de mal”, cortar relações, tudo isso é, para mim, o pior castigo que alguém pode me impor. A quebra de uma comunhão gostosa me dói muito.
Marido e mulher fazem isso, entre irmãos também ocorre, e também entre amigos. Todos nós fazemos isso, uns mais, outros menos, mas todos o fazemos. E sempre com o objetivo de machucar para castigar.
E o pior é que também o fazemos para com Deus. Veja um exemplo:
“Veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis; e, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do SENHOR.” (Jonas 1:1-3)
É óbvio que Jonas sabia que não podia fugir da presença do Senhor, mas podia cortar a comunhão e ir para um lugar onde Deus não é considerado. É mais ou menos o que algumas pessoas tentam fazer ao “sumir” da Igreja. É virar as costas para Deus.
Outro exemplo:
“Assim falara o SENHOR dos Exércitos: Executai juízo verdadeiro, mostrai bondade e misericórdia, cada um a seu irmão; não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente cada um, em seu coração, o mal contra o seu próximo. Eles, porém, não quiseram atender e, rebeldes, me deram as costas e ensurdeceram os ouvidos, para que não ouvissem.” (Zacarias 7:9-11)
E por fim, quero salientar que ao virarmos as costas para os outros nós o fazemos a Deus:
“Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes. Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.” (Mateus 5:42-45)

Um comentário:

  1. É isso aí Xyko,

    O ser humano precisa fundantemente ser "considerado" pelo seu semelhante, senão não há formação da identidade, não há ordem interior, não há sensação de existência.
    Talvez por isso mesmo a palavra consideração signifique dar atenção a, levar em conta, observar atentamente, meditar em. Interessante que consideração (etimologicamente "junto ao céu) evoca aquele olhar místico e de identificação que temos quando olhamos para o céu (lembra da experiência postada neste blog: FURINHOS QUE PERMITEM VER A GLÓRIA).
    Indiferença mata mais que o ódio, mata por dentro...
    "Conheço tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te." (Ap 3, 15s)
    Dá a impressão que até o ódio é melhor que a indiferença... realmente dá o que pensar.


    Paz,

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